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E a máquina de tops de linha da Sony não tem pausa. Este ano tivemos o anúncio do Xperia X Performance, anunciado na Mobile World Congress, e este final de ano temos um novo modelo. Trata-se do Xperia XZ, que não tem esse nome à toa, como veremos adiante, e que representa o que a Sony tem de melhor o momento. Será que ele tem o necessário para concorrer no segmento avançado no Brasil?
Design
Do Xperia ZQ (Xperia Z internacional) até o Xperia Z3+ (Xperia Z4 internacional), tivemos poucas mudanças visuais. O design mudou um pouco com o Xperia X Performance, que ganhou alguns detalhes extras, mas esse novo modelo é o meio termo entre a linha Z e a linha X. Exatamente por isso ele vem com as duas letras no nome, mantendo a identidade visual de um Sony top de linha.
A parte traseira tem um material chamado ALKALEIDO, que de fato dá um aspecto bem premium para o Xperia XZ. Esse é o lado positivo, já que trata-se de um material inegavelmente bonito. Porém, é um ímã de impressões digitais, não importa quantas vezes você lave as mãos. Como a Sony não inclui um case de proteção na embalagem, faça questão de incluir um na hora de comprá-lo. Confiem em nós.
Não sabemos se o ALKALEIDO adiciona algum tipo de proteção extra para o XZ, mas imaginamos que ele absorva parte da pancada, se cair no chão. Quer dizer, estamos especulando, já que não tivemos coragem de testar esse quesito. Independentemente disso, ele é resistente à água e poeria (certificação IP68), de forma que ele fica seguro se cair na água, pelo menos.
- Peso: 161 gramas
- Dimensões: 146 x 72 x 8,1 mm
A Sony trabalha com essa resistência há algum tempo, algo que se tornou um requisito fundamental para qualquer modelo avançado como um excelente diferencial.
Tela
Muitos criticaram o Xperia XZ logo no lançamento por ele trazer uma tela Full HD. De fato, quase todos os concorrentes trazem telas Quad HD (2560×1440), e grande parte dos intermediários já migrou para o 1080p. Apesar disso, a qualidade das imagens é inegável. A combinação das tecnologia exclusivas da Sony, como Triluminos e X-Reality Engine, com o próprio tamanho da tela fazem com que essa resolução “menor” passe quase despercebido.
A densidade de pixels é excelente, com a resolução 1920×1080 em uma área de 5,2 polegadas resultando em 424 DPI. É quase impossível enxergar os pixels ao olho nu. Em teoria, isso significa que a diferença real de uma resolução maior seria difícil de detectar, o que justifica a escolha da Sony. Na prática, isso não altera ao fato que, nesse quesito, o Xperia XZ está abaixo dos concorrentes.
Isso não quer que usar uma resolução menor seja algo completamente negativo, como veremos no próximo item.
Configuração
A resolução Quad HD tem 78% mais pixels do que a Full HD, e isso impacta no desempenho do aparelho. O Xperia XZ ganha aspectos nesse quesito, já que vem com o mesmo Snapdragon 820 dos concorrentes. Ou de SoCs equivalentes, como o Exynos 8890.
Isso significa que os quatro cores Kryo (2x 2,15 GHz + 2x 1,6 GHz) e a Adreno 530 conseguem oferecer um desempenho mais suave, se comparado à modelos com tela Quad HD. E a Sony sabe disso. Tanto sabe que, por algum motivo, optou por usar 3 GB de memória RAM, enquanto os concorrentes usam 4 GB. Ou mesmo 6 GB, presente em alguns modelos internacionais.
O fato de a interface da Sony ser bastante leve, aliado à resolução menor, faz com que essa diferença seja imperceptível na prática. Novamente, porém, faz com que o Xperia XZ fique abaixo dos concorrentes. Em especial quando consideramos que as próximas versões do Android podem exigir mais memória RAM.
Porém, notem que dissemos que isso quase não é percebido na prática. Quando muitos apps estão abertos, o Xperia XZ começa a congelá-los com uma frequência muito maior do que concorrentes com 4 GB. Ele continua sendo um modelo realmente rápido, capaz de rodar qualquer app ou jogo da Play Store, só que não podemos deixar de registrar essa observação.
A versão brasileira vem com 32 GB de memória interna, enquanto algumas versões internacionais trazem 64 GB. Depende muito de país para país, mas a versão brasileira é, geralmente, a mais simples da empresa. Inclusive, a versão do Xperia XZ que testamos suporta somente um chip* (nano SIM) e cartão micro SD de até 256 GB.
*Não sabemos se a versão dual-chip será vendida por aqui, como segundo slot sendo híbrido entre cartão micro SD e nano SIM.
Câmera
A Sony tem um excelente histórico em câmeras. Não somente em seus modelos aliás, mas como fornecedora para diversos concorrentes high end do mercado. A sensor em questão tem 23 megapixels, sendo o mesmo presente no Xperia X e X Performance, que usa um conjunto de 6 lentes. Infelizmente, porém, não conta com estabilização óptica de imagem (OIS). Ainda assim, as imagens raramente ficam tremidas nos modos SteadyShot ou Intelligent Auto. Naturalmente, o foco laser ajuda nesse sentido,.
Por padrão, as fotos são tiradas com 8 megapixels, maximizando a qualidade em detrimento ao tamanho das fotos, e oferecendo resultados excelentes, em especial em condições de baixa luz Opções manuais não faltam. Aliás, vale uma menção honrosa ao software de câmera dos Xperia. Ele não é somente completo, mas extremamente intuitivo, permitindo controlar o balanço de branco, ISO, exposição e como obturador trabalhará.
E os vídeos?
Os vídeos também merece destaque. Os formatos suportados são: 720p, 1080p (30 fps), 1080p (60 fps) e 4K (30 fps). Em qualquer um dos casos, a qualidade da imagem final, diminuição de ruído (como o vento) e estabilidade de imagem faz com que o vídeo final mal necessite ser melhorado. A exceção são os vídeos noturos, que estão longe de oferecer uma baixa qualidade, mas certamente não trazem a mesma qualidade das fotos.
A câmera frontal tem nada menos do que 13 megapixels. Curiosamente, por padrão ela usa o sensor inteiro, enquanto a câmera traseira reduz para 8 megapixels. A qualidade das imagens (e dos vídeos em 1080p) é inquestionável. A própria abertura já exclui a necessidade de um “selfie stick“. E, claro, ela suaviza a pele e qualquer tipo de imperfeições em tempo real, algo bastante comum em smartphones mais novos.
A conclusão desse item é que, no quesito câmera, temos muito, mas muito pouco o que questionar, com ambas suportando HDR e contando com um botão dedicado para ativá-la.
Bateria
Com 2900 mAh, o Xperia XZ está dentro do padrão de bateria em tops de linha. Um pouco menor do que a média de 3000 mAh, mas que não chega ser tão determinante, já que a tela é menor do que a média, assim como a resolução. Exatamente por isso que dissemos que ele é equilibrado logo no começo. A autonomia média? Aproximadamente um dia inteiro com uma certa folga, mas que não chega a isso para os hard users.
Infelizmente, ela não é removível, e o carregador incluso também suporta carregamento rápido (QuickCharge 3.0).
Áudio
Para o bem ou para o mau, esse é um quesito à parte. Do lado positivo, temos um par de caixas com um estéreo frontal de alta qualidade, além da possibilidade de decodificar áudio de alta resolução (24bit/192kHz). Essa é a parte boa. O lado negativo é que, apesar de ser um top de linha com preço de top de linha, ele não vem com um fone de ouvido na embalagem. Nem mesmo um básico.
A Sony tem uma fortíssima divisão de áudio, com um portfólio considerável de fones de ouvido de alta resolução. Pareá-lo com o Xperia XZ seria uma receita e tanto para mostrar imediatamente que se trata de um modelo recomendado para quem quer o máximo de suas músicas. Mas não é o caso. Na hora de comprá-lo, você deve fatorar um fone de ouvido na conta.
Extras
A lista de extras do Xperia XZ é enorme, típica de um top de linha de 2016. Bluetooth 4.2 LE com A2DP e aptX, Wifi nos padrões A, B, G, N e AC, GPS com A-GPS, GLONASS e BDS, NFC e sensor de impressões digitais. Este está localizado no botão power, localizado ao na lateral direita, e é um dos mais rápidos que vimos até o momento. A única coisa que ficou de fora foi o rádio FM. Mas trata-se de um dos conjuntos mais completos da atualidade.
Conclusão
Que o Xperia XZ é um aparelho excelente, não temos dúvidas. Mas não podemos ignorar o fato que ele chegou por R$ 3999, atrapalhando bastante a análise de custo-benefício. Ele foi anunciado no segundo semestre, mas concorre diretamente com os modelos do primeiro semestre. Entre eles, temos o Galaxy S7 e Galaxy S7 Edge, que já podem ser encontrados por valores bem menores. E é aí que está o problema.
O fato de ele ter uma tela Full HD e 3 GB entram em xeque por isso. Afinal, é um dos aparelhos mais caros do mercado, e o usuário poderia esperar o máximo dele. Mais do que isso, sentimos falta de alguns “agrados”. Quem estiver disposto a gastar esse valor não deveria ter pelo menos um fone de ouvido? Ou mesmo uma capa de proteção? O Xperia XZ não foge muito dos preços do seu segmento, mas tem uma relação custo-benefício menor.
De qualquer forma, ele é certamente uma excelente opção para os fãs da Sony. Inegavelmente o melhor smartphone da empresa até então. Então a conclusão é a seguinte: se você estiver disposto a encarar o preço do Xperia XZ, dificilmente ficará decepcionado.
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