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Com o indiscutível sucesso da linha Moto, era previsível que o Moto E também ganharia um modelo de segunda geração. A primeira geração do aparelho de entrada era uma boa alternativa para quem queria ter seu primeiro smartphone sem abrir mão de performance. Assim como aconteceu com o novo Moto G, o novo Moto E aprimora praticamente todos os pontos fracos do seu antecessor. É, a Motorola não brinca em serviço e mostra (novamente) que ouve o feedback dos consumidores. A fabricante nos forneceu o novo modelo para testes e você descobre o que achamos dele agora.
O que há de novo no Moto E segunda geração?
Muita coisa. Foram várias melhorias de hardware e principalmente software (vamos detalhar num tópico posterior). O Moto E agora possui um processador quad core Snapdragon 410 @ 1.2GHz e GPU Adreno 360 @ 400MHz, a tela subiu para 4.5”, o dispositivo ganhou uma câmera frontal com resolução VGA (alguém disse selfies?!) e a traseira agora têm foco automático (reclamei bastante da falta de foco na análise do primeiro Moto E).
O armazenamento interno também recebeu upgrade: além do modelo com 8GB, existe também um com 16GB por padrão (cerca de 13GB livres para o usuário). O aparelho continua com slot para cartões microSD.
Talvez, a maior e melhor adição ao novo Moto E seja o suporte à redes 4G LTE nos modelos com 16GB. O Moto E é o primeiro aparelho realmente acessível com suporte ao novo padrão de conexão. Confira ao fim do post, uma tabela comparativa completa com a primeira versão do Moto E.
O smartphone está disponível em três variações: novo Moto E (3G, 8GB, cerca de R$570), novo Moto E Colors (4G, 16GB + 3 Moto Bands, cerca de R$699) e Moto E Colors DTV (4G, 16GB + TV Digital + 3 Moto Bands, cerca de R$729). Recebemos para testes o modelo mais completo, com 16GB de memória interna e TV Digital.
Pegada ideal
Apesar de não fugir do padrão geral da família Moto, o novo Moto E tem uma das “pegadas” mais confortáveis da linha. O tamanho é parecido com o do Moto G de primeira geração, mas a traseira com textura emborrachada e as laterais com relevo anti derrapante fazem com que o dispositivo se mantenha muito mais firme nas mãos durante o uso.
Sistema operacional atualizado (de verdade)
O novo Moto E já vem por padrão com a última versão do Android, o Lollipop 5.0.2. Pra se ter uma noção, vários dispositivos high end ainda não receberam a atualização. O sistema é muito enxuto, otimizado e traz vários recursos interessantes por padrão – como o modo economia de energia.
A Motorola manteve a promessa de deixar o Android na sua forma mais pura possível, fazendo apenas adições sutis no sistema operacional, sem inserir skins e bloatwares (aplicativos inúteis instalados por padrão). Nem é preciso dizer que isso já dá um gás na performance geral do dispositivo e o coloca muito a frente de aparelhos da mesma categoria.
O uso do Android puro também facilita o lançamento de atualizações futuras por parte da fabricante. Outro diferencial para quem gosta de manter o dispositivo rodando sempre a última versão do sistema do Google.
Recursos exclusivos
A filosofia da Motorola é basicamente “mantenha o Android puro e adicione recursos que importam”. Aqui não é diferente.
O novo Moto E vem com o combo de aplicativos da Motorola (Ajuda, Alerta, BR Apps e Migração Motorola), mas quem já possui um Moto ou conhece a linha, vai sentir falta do Assist – que automatiza algumas funções do celular. No novo Moto E, o Assist foi incorporado pelo aplicativo Moto. O Moto agrega o Assist e traz mais duas funções que até então eram exclusivas do Moto X: o Tela (Active Display) e o Ações (Quick Camera).
A Moto Tela funciona de forma praticamente idêntica ao Active Display do Moto X: ao receber uma notificação a tela acende temporariamente, exibindo o ícone do aplicativo em questão e um atalho para desbloquear o smartphone. É possível configurar quais aplicativos podem exibir notificações com a tela bloqueada – evitando possíveis distrações desnecessárias.
Já o Moto Ações permite ativar a câmera do dispositivo a qualquer momento, mesmo com a tela bloqueada. Basta sacudir o punho duas vezes. Excelente recurso para capturar uma foto em momentos espontâneos. É provável que a Motorola habilite novas ações em atualizações futuras.
Tela
A tela do novo Moto E tem 4.5“, mesmo tamanho da tela da primeira geração do Moto G. As bordas inferiores foram reduzidas, tornando o dispositivo levemente menor e mais anatômico nas mãos. A tela continua com a tecnologia anti-riscos Gorilla Glass, dispensando películas de proteção extras.
A resolução é qHD (540×960), tornando a visualização de conteúdo em alta definição muito agradável. Achei que as cores da tela tem tons levemente mais quentes que os demais dispositivos da família Moto, mas nada que incomode.
Performance
O aparelho é indiscutivelmente superior à sua geração anterior. O novo hardware combinado com o Android 5.0.2 torna o uso do dispositivo algo bem prazeroso. As animações são fluídas, o touch responde sem atrasos, e os aplicativos funcionam sem travamentos ou lentidões.
Meu uso é bem intenso: respondo mensagens pelo Hangouts e WhatsApp, gerencio meus emails no Inbox enquanto ouço música no Spotify. Isso com vários aplicativos rodando em segundo plano (Twitter, Facebook, LinkedIn) e utilizando o teclado Swiftkey (quem utiliza sabe que ele não é exatamente leve). O dispositivo se comporta muito bem. Arrisco a dizer que a performance é idêntica (ou talvez até superior) a do Moto G primeira geração.
Jogos
Sem surpresas aqui. Conforme dito anteriormente, o novo hardware impulsionou bastante a performance do dispositivo e isso obviamente reflete nos games. Se você gosta de jogar no smartphone, o novo Moto E vai cumprir bem o papel de console portátil. Rayman Jungle Run, Plants Vs Zombies 2, Assassin’s Creed Pirates, Sonic Dash e outros rodaram sem travamentos ou lentidão.
Câmera
Ao meu ver, uma das maiores melhorias do dispositivo de nova geração. A câmera do novo Moto E sofreu melhorias significativas. Apesar da resolução continuar a mesma (5 MP) a adição do foco automático muda completamente o jogo. A câmera ainda não é um primor, mas as fotografias ficam mais decentes. Reclamei bastante do foco e da câmera em geral na análise do Moto E primeira geração. Assim como na primeira versão do Moto E, a câmera traseira não possui flash, implicando no comprometimento da qualidade das imagens. Fotografias noturnas mesmo com boa iluminação ficam granuladas e com cores distorcidas.
A gravação de vídeo é satisfatória. O autofoco também funciona durante a gravação de vídeo – ponto pra Motorola! Os vídeos são salvos na resolução 1280×720 @ 30fps, com áudio estéreo.
Ouvindo as solicitações dos consumidores (e entrando na onda das selfies), a Motorola adicionou câmera frontal no dispositivo. A adição é válida, mesmo com a baixa qualidade da câmera. Os mesmos problemas da câmera traseira se aplicam aqui, com o agravante da resolução VGA.
4G e Multi Sim
Como não poderia deixar de ser, o novo Moto E também é dual sim. O sistema de gerência de chips da Motorola que elogio em todos os reviews de produtos da marca, está presente. Ele permite definir cartões sim preferidos para cada tipo de ação (ligações, SMS e dados móveis), além da possibilidade de seleção de sim antes de ligações ou SMS. Como de costume, tudo funciona muito bem, numa interface de usuário super intuitiva.
Uma das grandes novidades do Moto E segunda geração é certamente o modelo suporte a redes 4G. O dispositivo permite a conexão a redes LTE, permitindo velocidades altíssimas de transferência de dados.
Rádio FM & TV
Ambos são recursos importantíssimos para o público brasileiro e marcam presença no novo Moto E. Aqui, não temos novidades significativas em relação aos demais dispositivos da família Moto.
O aplicativo da rádio FM é excelente. Permite fazer buscas rápidas e adicionar estações favoritas. Novamente, não é possível ouvir a rádio no alto falante e ainda é necessário conectar o fone de ouvido (já que ele faz o papel de antena).
A TV digital segue o mesmo padrão. Para obter resultados satisfatórios, é obrigatório utilizar a antena de TV que acompanha o kit. Dependendo da intensidade do sinal, a imagem e áudio ficam excelentes – como qualquer TV de alta definição.
Suporte OTG
O novo Moto E possui suporte ao USB On The Go (OTG). Com um adaptador microUSB / OTG, você consegue conectar praticamente qualquer periférico com conexão USB ao dispositivo. Conectei um mouse wireless e um pendrive e ambos funcionaram adequadamente, como se estivessem conectados à um computador. Provavelmente joysticks e outros periféricos também funcionam normalmente.
Personalização
O dispositivo está disponível nas cores preto e branco. Dessa vez, a Motorola resolveu arriscar e substituiu a traseira removível pelas Bands – laterais removíveis que protegem o acesso aos slots de cartões SIM e microSD.
Os novos Moto E modelo Colors acompanham uma Moto Band na cor do dispositivo e duas extras, nas cores turquesa e roxo. Não sabemos se a Motorola vai comercializar Moto Bands extras por aqui. Adoraria ver o novo Moto E preto com uma Band branca (e vice-versa). As já conhecidas Grip Shells estarão disponíveis em breve para venda. Essas são parecidas com as capas comuns: laterais emborrachadas, com proteção extra cobrindo a traseira do aparelho.
Bateria
O novo Moto E possui uma bateria não removível de 2390 mAh. Um aumento de 20,7% em comparação com seu antecessor.
Aqui, os resultados são igualmente positivos. Nos testes o Moto E aguentou cerca de 22 horas de uso. Basicamente, um dia inteiro de uso moderado. Conforme comentei no tópico de desempenho, meu uso é moderado / avançado, com várias aplicações rodando em segundo plano. A marca é um pouco superior aos demais dispositivos da família Moto, que mantém uma média parecida de 18h.
O pulo do gato fica por conta do recurso de economia de bateria do Android 5.0 Lollipop. Não existem segredos aqui: o modo faz um “underclock” no processador e desliga as conexões de rede em segundo plano. Se por um lado o desempenho fica comprometido, por outro, dá pra estender razoavelmente a autonomia de bateria. Ao ativá-lo, com 15% de energia restantes, você consegue geralmente até 60 minutos de bateria extra.
Vale a pena?
Apesar de ser considerado um modelo de entrada, o novo Moto E fica mais próximo de um dispositivo intermediário. São três variações do aparelho, cada uma com seus atributos e adições. O modelo mais simples, sem 3G e com 8GB de memória interna possui uma excelente relação custo x benefício. As demais opções também valem a pena (dificilmente você vai encontrar um aparelho 4G Dual Sim por menos de R$1000).
A Motorola mais uma vez acertou em cheio. Se você procura um aparelho 4G barato, com excelente desempenho e tamanho que não excede as 4.5, certamente vale a pena. Caso queira uma tela maior e câmera de melhor qualidade, talvez o novo Moto G seja a melhor opção.
Tem alguma dúvida sobre o novo Moto E? Discorda de algum ponto levantado na análise? Deixe sua opinião aqui, nos comentários!
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