REVIEW: Monitor gamer Mancer Valak ZX240H é um convite para a vida em 240Hz

Convenhamos, todos nós duvidamos da utilidade — e necessidade — de monitores curvos, ainda mais para o universo gamer, tão cheio de firulas que fica difícil entender o que é inovação e o que é gourmetização em excesso. Felizmente, o monitor gamer Mancer Valak ZX240H é uma exceção a essa observação, dado que sua taxa de atualização de até 240Hz é um refresco para olhos acostumados a taxas menos velozes. Além disso, ele possui características bastante interessantes que fazem valer o custo-benefício.

Ficou curioso para descobrir nossa opinião acerca desse simpático colosso dos jogos digitais? Pois não deixe de acompanhar o texto e descobrir se os 240Hz espalhados numa tela de 27 polegadas realmente valem o investimento.

Design

Valak, aos desavisados, é o nome de um demônio. Ele ficou mais conhecido recentemente por ser atribuído àquela freira do filme Invocação do Mal, ainda que a freira, em si, não tenha muita relação com o demônio homônimo além da designação. Outra aparição desse nome é no — terrível, vale salientar — filme Vampires, do John Carpenter, de 1998, em que a entidade é tida como o primeiro vampiro a andar pela Terra.

Etimologias e representações culturais de lado, o monitor endemoniado da Mancer já chega numa caixa muito convidativa, especialmente para quem gosta da cor roxa. É plausível que você fique com dó de tirar o produto da embalagem, ainda mais se ela combinar com o seu setup, como foi o meu caso — e que você confere abaixo.

Quanto ao conteúdo da caixa, há o clássico manual de instruções, o monitor, um cabo HDMI, o cabo de alimentação e a base do produto. Não há nada de extravagante nesse sentido, dado que o monitor aposta numa construção mais simples e direta, sem muitas inovações estilísticas desnecessárias; isso não significa que o estilo seja feio, muito pelo contrário, o design é dinâmico e funcional.

Se você nunca usou um monitor curvo, é de se esperar que o estranhamento ocorra já nos primeiros minutos, muito por conta, também, do tamanho avantajado. Digo isso por usar um monitor antigo da Samsung de 19 polegadas como tela principal na maioria das vezes, o que, de certo modo, vicia o olhar e nos deixa um tanto confusos em displays maiores e mais modernos.

Além do que já foi comentado anteriormente, o suporte é bem simples e fácil de se acoplar. Isso, claro, se você não for um pouco incompetente com trabalhos manuais, como é o meu caso, aí eu recomendo procurar um vídeo de montagem no YouTube. De todo modo, há a opção de instalar o produto na parede, mas, para tanto, é necessário adquirir as peças separadamente.

No geral, é um monitor de construção simples, mas muito eficaz. O destaque nessa seção fica pelo joystick presente na parte traseira direita da tela, responsável por alterar configurações e deixar o monitor mais personalizado conforme cada preferência. Senti um pouco de dificuldade para mexer nele com exatidão, dado que qualquer comando desliga o produto, mas com a prática de alguns dias você consegue pegar o jeito sem maiores empecilhos.

Por fim, a curvatura suave é deveras agradável, já que não confunde a cabeça como monitores de curvatura mais aguçada e ajuda a aumentar o campo de visão, quase como se estivesse abraçando o usuário — não num sentido cyberpunk de tecnologia distópica, mas algo mais aconchegante, digamos.

Conexões e tecnologias

As entradas do monitor — não, ele não é calvo, só você — ficam, obviamente, na parte traseira. A desvantagem é que elas todas estão na vertical, então os fios ficarão à vista de qualquer maneira. Pessoalmente, não ligo para fios à mostra, dado que meu quarto inteiro é um grande emaranhado quase pós-apocalíptico de destruição em potencial, mas se você for do tipo de pessoa que prefere um visual mais limpo, tem esse detalhe.

No mais, essa parte é bem direta: são duas entradas HDMI e duas entradas Display Port, o suficiente para qualquer um que tiver um setup decente em casa.

E, por falar em setup, há também alguns detalhes interessantes para se destacar. A Flicker-Free e a Low Blue Light são características que ajudam a manter a luz azul e a cintilação do painel sob controle, cansando menos a vista e colaborando para um uso mais saudável, mesmo após horas de jogo ou trabalho. Aliado a isso temos também as tecnologias Freesync e G-Sync, que colaboram para maior fluidez e menor ocorrência de rasgos na tela, principalmente em jogos, decorrente do descompasso entre painel e processador.

Desempenho

Como testei o Mancer Valak ZX240H de várias formas, decidi separar por sub-capítulos e explicar o desempenho em diferentes formatos. Sinta-se à vontade para ler somente o que te interessar, de acordo com seus desejos e anseios relacionados ao monitor.

Como consideração geral, julgo relevante trazer a informação que a taxa de até 240Hz faz diferença. É uma mudança até sutil para quem está acostumado a outras taxas de atualização, principalmente se você adquiriu um smartphone mais recente, mas seu impacto pode ser sentido conforme o uso prolongado da tecnologia. A transição expressa muita fluidez e os movimentos parecem mais naturais.

Dito isso, o computador base usado para a análise não é um modelo avançado, muito pelo contrário, é um reles operário de entrada. Por conseguinte, não foi possível rodar jogos muito absurdos que usassem todo seu potencial, mas deu para notar disparidades drásticas do Valak ZX240H em relação a outros monitores. De qualquer forma, seguem as análises.

Segunda tela

Usado como segundo monitor, ou tela de apoio, como preferir, o Valak ZX240H é bastante promissor. Ao estender a tela para a realização de múltiplas tarefas, torna-se bastante intuitivo o uso de vários aplicativos ao mesmo tempo. Por se tratar de um modelo maior que o principal, fragmentar essa utilização é muito recomendado, deixando a tela menor para atividades mais imediatas ou que necessitem de mais atenção.

Para meios de comparação, é muito frutífero duplicar as imagens nas telas principal e secundária. É nesse momento que você percebe como a taxa de atualização faz diferença, seja em jogos ou mesmo em atividades cotidianas, como revisar um texto, ler artigos, ver vídeos e/ou peças audiovisuais ou só navegar internet afora. Abaixo segue um rápido exemplo de movimentação do mouse em ambas as telas.

TV

Ainda que esse não seja o uso mais indicado, decidi testar o monitor gamer Mancer Valak ZX240H como uma espécie de televisor. Ou seja, conectei um PS4, tirei fones de ouvido, caixas de som e outros aparelhos que pudessem mascarar alguma incongruência, de modo a testar o desempenho do produto por si só.

Esse foi o teste menos interessante, digamos assim. Menciono isso pois, ainda que a taxa de atualização seja um aspecto fundamental no menu do PS4, por exemplo, a qualidade sonora do monitor não é das melhores para justificar a utilização dessa maneira. É lógico que isso não atrapalha em absolutamente nada se você for usá-lo em conjunto de fones de ouvido, mas fica esse detalhe de um som levemente abafado que me deu a sensação constante de estar ultrapassando um túnel na rodovia.

Tela principal

O carro-chefe chegou. Usado como tela principal, o monitor mostra o que possui de melhor, seja no contraste da tela com painel VA (alinhamento vertical, em tradução livre do inglês), na transposição dos pretos e detalhes técnicos do gênero. Por conta do tamanho, atividades padrões, como editar textos — sim, eu sou editor e revisor, como percebeu? — são facilitadas por conta do tamanho da tela. Lembrando sempre que o ideal é ficar um pouco mais distante consoante a largura e altura do produto para não danificar a visão.

Assistir a vídeos, filmes, séries, livestreams e outras mídias é uma experiência digna de topos de linha no Valak ZX240H, isso porque o monitor entrega qualidade visual e taxa de resposta de 1 m/s, amplificando a já referida dinamicidade do aparelho. É ótimo também, por exemplo, para acompanhar eventos jornalísticos na resolução padrão de saída, como alguns internacionais em 60 frames por segundo. Ainda que o computador usado não seja o ideal, também testei o monitor conectado num notebook gamer um pouco mais potente, e o resultado foi excelente.

Embora o monitor seja composto só de louros, houve algo que me deixou um pouco apreensivo: o famigerado ghosting. Não, não significa que o aparelho simplesmente parou de me responder e me bloqueou de sua vida, mas sim que houve uma espécie de rastro deixado pela diferença de, imagino, alguns poucos milissegundos entre o cabo do monitor e o PC. Novamente deixo aqui o benefício da dúvida a julgar pelo computador de menos potência — ainda que isso tenha acontecido no notebook também —, mas fica o alerta caso algo assim aconteça. Não é nada grave, mas é importante frisar que isso existe.

Conclusão

O monitor gamer Mancer Valak ZX240H é um ótimo investimento, apresentando custo-benefício de alta qualidade e que promete entregar várias partidas em jogos ótimas ao longo de sua vida útil, além de alta excelência em imagem para peças audiovisuais e para quem trabalha com design. De verdade, se você está procurando um monitor gamer por um preço até que aceitável que apresente características de linhas mais caras, o Valak ZX240H é uma ótima pedida.

Não é difícil montá-lo, ainda que você precise de uma pequena ajuda do YouTube. Também não é difícil mexer no joystick traseiro para alterar as configurações, basta passar um tempinho tentando aprender o macete de não desligar a tela toda vez que for fazer isso. As 27 polegadas representam um tamanho ideal para gamers e não-gamers, valendo bastante o dinheiro investido.

O monitor gamer Mancer Valak ZX240H está com desconto na Pichau e pode ser comprado por R$ 1.299,90 ().

Revisão do texto feita por: Dácio Castelo Branco

Especificações técnicas

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Revisado por Glauco