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REVIEW: Minecraft Dungeons traz desafio do RPG para o mundo dos blocos

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Minecraft Dungeons é uma nova abordagem ao mundo do jogo de construção, o colocando num RPG de ação muito charmoso

Minecraft é um fenômeno, sem dúvida nenhuma. O jogo, que tem suas origens em navegadores lá em 2009, virou uma onda cultural fortíssima do começo da década passada para cá. Youtubers se lançam ao sucesso jogando ele enquanto outros, já bem sucedidos há muito tempo, agora se reinventam também o jogando, principalmente agora com o lançamento de Minecraft Dungeons

Porém, por mais que o jogo tenha possibilidades infinitas dentro do que se propõe, é uma questão óbvia que ainda tem limites em jogabilidade, como qualquer jogo. A Microsoft, dona atual da marca, chegou então a uma decisão que, em um primeiro momento, parece estranha: lançar um spin-off da franquia, focando em outro estilo de jogabilidade.

Minecraft Dungeons representa a primeira vez em que a marca sai das suas raízes criativas e entra em um jogo totalmente já feito, com pouquíssima atuação do jogador, sendo mais um jogo nos moldes de RPGs de ação como Diablo. Será que a mistura deu certo?

Jogo curto, durabilidade artificial

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Embora o jogo se venda como uma experiência multiplayer, os servidores estavam vazios

A campanha principal de Minecraft Dungeons, ou o mínimo que você deve jogar para liberar todas as funções do jogo, tem duração de 4 horas se você souber o que está fazendo. Durante essas horas, o jogador é introduzido às mais diversas mecânicas, e, principalmente, explora 13 fases com layouts gerados aleatoriamente, matando inimigos e coletando itens para melhorar seu personagem. 

Até esse ponto, a descrição realmente se assemelha muito a outros RPGs de ação, mas creio que elas param por aí. Seu personagem tem uma flexibilidade enorme de qual tipo de guerreiro ser, dependendo 100% dos itens que você equipou nele. Não depender de um sistema de classes, como em outros jogos do gênero, torna tudo isso uma experiência mais simples, e isso é bem mais perceptível com os equipamentos também. 

Em vez de você ter que caçar um determinado inimigo para que ele solte a espada que você quer, o jogo te apresenta a mesma espada muitas vezes, mas com um número de força diferente e com algum poder único. Essa pseudo-variedade torna bem mais entediante a procura por novos itens, e tudo isso coopera para criar a tal da durabilidade artificial

O conceito de durabilidade artificial é algo que de uns anos para cá vem sido comentado muito em publicações de jogos e análises. Criando situações mais difíceis de acontecer, que darão alguma recompensa incrível depois, os desenvolvedores mantém o engajamento do jogador com o título por mais tempo, podendo até incliná-lo a comprar conteúdos extras com mais facilidade na promessa de ajudar no caminho para a tal peça.

No fim, as 4 horas iniciais de Minecraft Dungeons viraram 12 comigo, que sem perceber estava perdido na caçada por uma espada com a combinação de poderes que eu queria. E, mesmo assim, jogando mais de 8 horas além do que eu previa a sensação é um pouco agridoce, já que independente de estar com armas muito boas não havia conteúdo real para usar essas habilidades adquiridas.

Gráficos simples porém agradáveis

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Cenas como essa são comuns e extremamente divertidas em Minecraft Dungeons

Para a avaliação do jogo,usamos a versão para o Xbox One original de 2013 e no Xbox Series S, o novo console de entrada da Microsoft lançado há pouco menos de um mês. Os gráficos não sofreram grandes alterações, já que o estilo visual do mundo de Minecraft independe de hardware para ser bonito, um acerto lá de sua versão original. A grande diferença aqui é a taxa de quadros, já que, no Xbox One original, o jogo rodava a menos de 30FPS, enquanto que no Series S o jogo ficou travado nos 60FPS. 

Jogar nos dois consoles significa praticamente jogar dois jogos diferentes. Enquanto no Xbox One o Minecraft Dungeons sofre em todos os momentos onde vários inimigos estavam na tela, obtendo uma reação extremamente mais lenta e muitas vezes sofrendo danos desnecessários, no Xbox Series S eu voei pelas fases, tendo controle total sobre cada uma das minhas ações e planejamentos. 

É provável que se você tem um Xbox One X, o jogo também rode como no Series S, talvez até melhor. Mas caso você tenha o One S ou o One original, talvez seja uma boa esperar por outra oportunidade para testar o jogo nos consoles da Microsoft.

Em termos de música, o jogo mantém o clima de músicas agradáveis ao andar pelos campos verdes ou pelos vários centros de mineração, mas em momentos sérios fica bem dramática. Porém nenhuma das faixas se destaca ou é memorável, fazendo com que elas sejam facilmente esquecíveis.

Conclusão

Eu sou calejado com RPGs de ação, minha adolescência pode ser resumida em horas de Diablo na madrugada. Eu gosto do gênero, e sempre tenho curiosidade de ver o que novos lançamentos podem trazer. Minecraft Dungeons talvez seja, no fim, a versão mais “simples” disponível do gênero, mas que mesmo assim pode prender e muito os jogadores. Se carregando na onda de sucesso de sua versão original, o jogo com certeza merece atenção, mesmo que por um curto tempo sem antes entrar em sua durabilidade artificial.

Minha principal ressalva, porém, é como ele poderia ter feito um trabalho melhor na questão de caçar os itens. A durabilidade artificial é algo que me incomoda bastante, principalmente quando você percebe que completa tarefas por nenhuma razão específica.

O jogo Minecraft Dungeons está disponível para Xbox One (e roda também no Xbox Series X e S), PlayStation 4, Nintendo Switch e PC (Windows).


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