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Câmeras ultrapoderosas, processamento de ponta, acabamento premium e ideias inovadoras. É isso que a Xiaomi traz com o Mi 11 Ultra, seu novo smartphone topo de linha, feito para concorrer principalmente com o Galaxy S21 Ultra, da concorrente sul-coreana Samsung.
Sem dúvidas, a curiosidade por esse modelo aumenta muito ao notar o estranho módulo de câmeras na traseira, que certamente não possui nem um pouco de vergonha e quer mostrar a que veio. O design no mínimo inesperado pode afastar algumas pessoas, mas eu te convido a conhecer não apenas um smartphone excelente, mas um dos melhores topo de linha do mercado.
Confira abaixo a análise completa do Showmetech sobre o Mi 11 Ultra.
Design
Tirando da caixa, já se percebe que se trata de um smartphone pesado, mesmo sem capinha. Com 234 gramas e tela de 6,8 polegadas, o Mi 11 Ultra surpreende pelo tamanho. Felizmente, a sensação ao vê-lo de perto é a de um celular muito bem construído, com proteção Gorilla Glass Victus no vidro da tela, metal no acabamento lateral que circunda o aparelho todo e cerâmica branca na traseira.
Certamente, os 8,4 mm de espessura (quase 1 cm) corroboram na impressão robusta do smartphone, que além de ter um acabamento de altíssima qualidade, possui certificação IP68 (o que significa que você pode molhar sem medo).
A tela é curvada nas laterais, provocando o efeito de tela infinita. Com o pequenino notch (entalhe, em tradução livre) dedicado à câmera frontal localizado na extremidade esquerda, é seguro dizer que a Xiaomi chegou perto de entregar 100% de aproveitamento de tela. Segurando o Mi 11 Ultra, é possível notar as bordas pretas das laterais mesmo com a tela curva, mas, sinceramente, isso não causa nenhum incômodo.
Módulo de câmeras
Mas certamente você quer ler sobre o elefante na sala, né? Vamos a ele: o módulo de câmeras. Confesso que ao tirá-lo da caixa, levei um susto ao ver uma mini TV na traseira do celular. Se não bastasse ocupar 25% da traseira, ele ainda tem cerca de 2 mm de espessura, um dos módulos de câmera mais saltados que já vi.
Por mais que a Xiaomi desaponte na entrega desse tipo de design fino, fica mais fácil entender a intenção por trás ao saber que as câmeras aqui disputam diretamente com a qualidade oferecida pelo S21 Ultra, modelo topo de linha de 2021 da Samsung.
Além disso, um excelente destaque no módulo de câmera fica para a pequena tela localizada do lado do flash. Trata-se de uma tela AMOLED de 1.1 polegada, feita para tirar selfies com a câmera traseira (te dando uma visualização excelente).
Ela ainda possui uma função similar ao Always on Display (sempre na tela, em tradução livre). Basta dar dois toques para que ela mostre a hora, o dia da semana e a porcentagem da bateria, sendo uma interação muito inesperada com o smartphone, que intuitivamente vai passar mais tempo virado para baixo.
E caso você tenha medo de procurar e não encontrar capinhas que vistam essa criança, a Xiaomi envia uma capinha na caixa, então pode ficar despreocupado.
Sobre as laterais, a esquerda é totalmente lisa, enquanto na direita temos o botão de aumentar e diminuir volume e o botão de bloqueio.
Já na parte de cima, temos um sensor infravermelho, microfone para redução de ruídos, um alto-falante secundário e um selo da harman/kardon, marca de som excepcional que equipa os alto-falantes aqui. Embaixo, há a gaveta para o chip, conector do tipo USB-C, microfone e alto-falante principal.
Ele está disponível nas cores Cosmic White (Branco) e Cosmic Black (Preto).
Tela e Som
Assistir vídeos, jogar games ou simplesmente navegar pelos aplicativos é muito satisfatório, isso porquê a tela é belíssima. O Mi 11 Ultra possui tela de 6,8 polegadas do tipo AMOLED e resolução de 1440 x 3200 pixels, com densidade de 515 ppi (pixels per inch, ou pixels por polegada, em tradução livre) e mais de 16 milhões de cores. Vídeos em 4K ficam espetaculares, principalmente ao fazê-los ocupar a tela inteira (usando o movimento de pinça). O brilho também me surpreendeu, pois só precisei recorrer à luminosidade máxima debaixo do sol.
Se isso já não parecesse o suficiente, a taxa de atualização da tela alcança 120Hz, o que deixa a utilização super fluida e satisfatória (vale lembrar que manter a taxa de atualização sempre no máximo é um inimigo mortal da autonomia de bateria). Jogos são a parte onde a alta atualização mais irá fazer diferença, melhorando muito as jogatinas.
E se você adora ver séries na tela do smartphone, prepare-se para uma imersão completa, mesmo sem fones de ouvido. O som assinado pela harman/kardon faz jus e impressiona. Com o volume no máximo, senti ser além do necessário para um uso de curta-distância na tela, mas o som estéreo faz toda a diferença.
Para ouvir música, afirmo que ele não faz feio do lado de um alto-falante auxiliar de pequeno porte. Claro, o som vai ser menos encorpado que aquele num alto-falante externo, mas em comparação com outros smartphones, é simplesmente impressionante a qualidade do que temos aqui.
Câmeras
O Mi 11 Ultra vem com um sistema triplo de câmeras na traseira e uma câmera frontal. Ele é composto por:
- Câmera padrão (wide): 50 MP com abertura de f/2.0;
- Câmera teleobjetiva: 48 MP com abertura de f/4.1;
- Câmera ultra-wide: 48 MP com abertura de f/2.2, 128.º de campo de visão;
- Câmera frontal: 20 MP com abertura de f/2.2.
Lembra daquele ditado de não julgar as pessoas pelas aparências? Pois é. O conjunto de câmeras oferecido pela Xiaomi é sem dúvidas, fora de série.
Abaixo, trago três fotos da mesma figura com a câmera ultra-wide (0.5x), padrão (1x) e zoom de 5x.
O campo de visão oferecido pela grande-angular (ultra-wide) é excelente. Com números puros, é o dobro do campo de visão oferecido pela câmera padrão. Com a padrão, curiosamente o foco se concentrou na região central da imagem, deixando o rosto da figura, por exemplo, um pouco desfocado (por mais que eu não estivesse tão perto).
O zoom de 5x me impressionou muito positivamente, pois costumo ter resistência com zooms nos quais é fácil de perceber a queda da qualidade da imagem. Não apenas a qualidade está alta, como a riqueza de detalhes me fascinou também (e me fez perceber que está na hora de passar um pano na figura).
Felizmente, em todos os casos, a qualidade de imagem foi muito alta e surpreendeu bastante. Por outro lado, a função macro não é tão interessante quanto o resto do conjunto. No Mi 11 Ultra não há uma câmera única e exclusiva ao macro, por isso o que temos é a utilização da grande-angular emulando o efeito macro. Apesar de você conseguir chegar bem perto dos objetos, me parece mais vantajoso utilizar a câmera normal e recortar a imagem depois.
Mas é claro que você quer ver o zoom de 120x trabalhando, né? — como se os 100x do S21 Ultra não fossem o bastante. Abaixo, trago 5 fotos da mesma árvore (já sendo afetada pelo inverno na cidade de São Paulo) usando 0.5x, 1x, 5x, 30x e por fim, 120x.
0.5x 1x 5x
30x 120x
Testes de zoom sempre mostram o quanto o conjunto de câmeras consegue entregar. Em muitos casos, um pouco de zoom já começa a jogar a qualidade da imagem para baixo, mas o que temos aqui é uma ferramenta extremamente poderosa, para dizer o mínimo.
O pós-processamento da Xiaomi está muito avançado, o que também me surpreendeu demais. Esperava que após os 5x, a definição já começasse a cair de modo que não valesse a pena utilizar ampliações tão altas. Contudo, até 30x, achei excelente a qualidade de imagem obtida. Já percebemos perdas da qualidade, mas o ganho na aproximação faz com que isso passe quase despercebido.
Claro que a partir dos 5x já fica bem difícil focar em qualquer coisa, pois movimentos muito pequenos já fazem você perder o foco de algo. Dito isso, o zoom de 120x só pode ser aproveitado de fato caso você tire fotos com tripé. É muito difícil se manter estabilizado para usá-lo e a qualidade cai demais. É claro que, dependendo do quão longe está a informação que você quer alcançar, caso você tenha a estabilidade necessária, ele vai te entregar um resultado respeitável, vide a qualidade que ele possui.
Vale lembrar que um zoom tão forte, mesmo sacrificando a qualidade, é algo de se admirar, pois mostra também a qualidade do hardware do smartphone — vamos falar dessa parte em breve. Já para as selfies do dia-a-dia, o Mi 11 Ultra está pronto para fazer com que cada selfie tenha altíssima qualidade. Os 20 MP da câmera frontal entregam uma definição ótima às selfies, principalmente se você se lembrar de usar a luz ao seu favor.
Mas sinceramente? Receio que a câmera frontal vai ser pouco usada em comparação com a traseira. Isso graças à tela secundária, pois você pode usá-la também nas fotos!
É incrível ver um smartphone que traz alguma ideia diferente e consegue executá-la com tanta maestria. A tela secundária reproduz com fidelidade as cores da imagem e é muito fácil de se acostumar. O recurso chega a lembrar a tela frontal para visualização da última GoPro.
E por isso eu aposto que você vai usar muito mais a câmera traseira do que a frontal para selfie. Que tal tirar selfies com uma câmera de 50 MP? Abaixo, uma foto feita com o modo retrato da câmera traseira.
Por fim, em relação às gravações, o conjunto do Mi 11 Ultra é, sem dúvidas, excepcional. É possível fazer gravações até em 8K a 24 FPS, mas, a melhor parte é gravar em 4K a 60 FPS. Para ambos os modos de foto e vídeo, é possível utilizar o modo profissional, que te dá um controle fino de todos os aspectos da gravação, ideal para quem entende de fotografia de maneira mais aprofundada.
Performance
O Mi 11 Ultra vem com o chipset Snapdragon 888, o processador topo de linha mais recente da Qualcomm, GPU Adreno 660, 12 GB de memória RAM, armazenamento de 256 ou 512 GB, a versão mais recente do Android, o Android 11, além de, claro, 5G.
Na prática, a Xiaomi oferece um dos pacotes mais potentes do mercado. É correto olhar para esse smartphone como um verdadeiro computador de bolso — como se espera de modelos considerados topo de linha.
Em nossos testes, tentei forçar o smartphone ao máximo, mantendo inúmeros aplicativos abertos, brilho e som no máximo, com jogos pesados abertos. A experiência me surpreendeu, principalmente ao jogar Genshin Impact, um jogo bem pesado, principalmente ao usar as configurações no máximo. Salvo por momentos específicos em que havia informações demais na tela, não tive problemas relevantes de queda de performance, mesmo jogando com os gráficos no máximo.
Outro ponto fortíssimo que joga a favor da performance do Mi 11 Ultra é a sua temperatura. Na minha experiência, só o senti esquentar bastante ao jogar com os gráficos no máximo, principalmente na região das câmeras — certamente, o uso de capinha deve dissipar o calor e a sensação deve ser a de que ele não esquenta demais.
Já nas outras atividades, não o senti esquentar, inclusive me surpreendi ao perceber que, após mais de meia-hora assistindo vídeos com som e brilho alto, ainda o sentia gelado em minhas mãos.
A presença do 5G para nós, brasileiros, ainda não se faz tão relevante, já que em poucas cidades é possível usar o 5G DSS — versão do 5G que ainda não representa a capacidade total da tecnologia — mas, certamente, é um detalhe hoje que num futuro próximo vai fazer bastante diferença na velocidade do smartphone.
Reconhecimento Digital e Facial
O Mi 11 Ultra conta com as duas formas de desbloqueio. O uso da digital é direto na tela em um ponto certo (bem fácil de se acostumar). Ao tocar no ponto mesmo sem ligar a tela, a leitura será feita acendendo um LED branco que só é acionado nesse momento. O desbloqueio é bem rápido, o que é muito satisfatório. Ele leva menos de 1 segundo entre o toque e o desbloqueio acontecer.
O reconhecimento facial também é ágil, mas, como de costume, após a leitura ser feita, é necessário deslizar seu dedo para cima. Contudo, esqueça da função caso esteja em um local escuro (como o seu quarto). O reconhecimento facial só funciona nesse caso com o brilho do smartphone no máximo — e se tem uma coisa que você não quer fazer quando pegar seu celular de madrugada ou ao acordar, e iluminar o seu rosto com o brilho no máximo, né?
Para esses momentos, opte para o reconhecimento digital que será muito mais eficiente.
Bateria
A Xiaomi equipa o Mi 11 Ultra com 5.000 mAh de bateria. Esse número não chega a ser um diferencial, mas certamente é honesto.
Nos nossos testes, um uso moderado — assistindo vídeos ou jogando games por períodos curtos, sempre checando as notificações, navegando pela internet e pelos aplicativos — entrega um dia completo e um pouco de bateria para o dia seguinte. Provavelmente no começo da tarde do segundo dia você já irá sentir a necessidade de colocá-lo para carregar.
Porém, um uso intenso — vendo séries ou jogando games por longos períodos com brilho alto, além de navegar pela internet e por aplicativos — entrega bateria para um dia completo. Em dias de semana em que durmo mais cedo, a bateria ainda tinha cerca de 15% perto da meia-noite. No final de semana, indo dormir de madrugada, precisei colocá-lo para carregar perto das duas e meia da manhã.
De qualquer forma, posso garantir que te deixar na mão não está nos planos do Mi 11 Ultra. Felizmente, ele vem acompanhado de um cabo USB-C e uma fonte para carregamento rápido (um dos poucos smartphones topo de linha que lembram da importância de trazer o carregador dentro da caixa).
Conclusão
É notório o esforço da Xiaomi em construir um smartphone praticamente sem defeitos. A sensação é que cada parte foi contemplada da melhor maneira que conseguiam fazer.
Afirmo que seria mais agradável caso o módulo de câmeras não fosse nem tão grande e nem tão grosso, mas se esse foi o preço para termos câmeras tão poderosas que se equiparam à qualidade do Galaxy S21 Ultra e ainda uma tela secundária para as selfies, acredito ser um preço justo a se pagar.
Se existe algum defeito realmente grave, é o fato do Mi 11 Ultra ainda não estar disponível no Brasil. No momento, a única forma de adquiri-lo, é importando a versão global (que vem acompanhada de carregador).
Caso você não tenha interesse em ir atrás de importá-lo, ao menos vale à pena ficar de olho para quando ele finalmente chegar no Brasil, pois esse é, sem dúvidas, um dos melhores smartphones topo de linha da atualidade.
Especificações Técnicas – Mi 11 Ultra
Marca | Xiaomi |
Modelo | Mi 11 Ultra |
Chipset | Snapdragon 888 Qualcomm SM8350 |
Sistema Operacional | Android 11 MIUI 12.5 |
GPU | Adreno 660 |
Memória RAM | 12 GB |
Armazenamento | 256 GB (disponível também em 512 GB. Não expansível) |
Tela | 6.8 polegadas AMOLED 1440 x 3200 pixels mais de 16 milhões de cores |
Tela traseira | 1.1 polegada AMOLED 126 x 294 pixels |
Câmeras | Câmera padrão (wide): 50MP com abertura de f/2.0; Câmera teleobjetiva: 48MP com abertura de f/4.1; Câmera ultra-wide: 48MP com abertura de f/2.2, 128º de campo de visão; Câmera frontal: 20MP com abertura de f/2.2. |
Vídeo | 8K UHD (principal) FULL HD, 30 Fps (frontal) |
5G | Sim |
Som | estéreo assinado por harman/kardan |
Bateria | 5.000 mAh |
Peso | 234 g |
Dimensões | 164.3 x 74.6 x 8.38 mm |
Cores | Cosmic White (Branco) Cosmic Black (Preto) |
Leia também sobre os carregadores à distância ultrarrápidos da Xiaomi, que dão carga completa em incríveis 8 minutos. E fique de olho também na loja da Xiaomi para ver quando esse smartphone incrível chega ao mercado.
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