Originalmente lançado em 2019 para consoles e PC, Metro Exodus foi um dos primeiros grandes lançamentos a ter suporte nativo da tecnologia de ray–tracing. Em 2019, essa configuração de iluminação era opcional caso seu computador conseguisse aguentar o jogo, sendo mais um extra para quem tinha um computador suficientemente bom. Agora, porém, no lançamento de Metro Exodus Enhanced Edition, as coisas são diferentes. Tudo no jogo foi refeito pensando no ray-tracing, preparado para entregar uma experiência graficamente impressionante. Mas será que o jogo consegue fazer isso? Confira em nosso review:
O mundo de ray-tracing
Metro Exodus Enhanced Edition traz todo o conteúdo do primeiro lançamento do jogo, em 2019, mais seus DLCs. Em termos de gameplay, tudo que foi falado do lançamento de 2019 se aplica aqui: um jogo de clima tenso em uma Rússia pós-apocalipse nuclear. O mundo já conhecido, porém, ganha novas formas graças à nova implementação do ray-tracing. Para entender a aplicação no jogo, vamos falar sobre o que é essa tecnologia primeiro.
O ray-tracing usa inteligência artificial para criar, em tempo real, efeitos de luz e sombreamentos mais reais. Entre os efeitos de luz criados, estão inclusos reflexos, refrações e iluminação geral. O objetivo dessa tecnologia é tornar a experiência de olhar para uma tela tão real quanto olhar por uma janela.
O ray-tracing vem para substituir a Rasterização, técnica gráfica usada para gerar gráficos realistas a partir de uma projeção 2D na tela de um ambiente 3D. A Rasterização é usada há anos na maioria dos jogos, e mesmo com a tecnologia de ray-tracing já disponível, a demanda alta de hardware para fazer uso dela faz com que a tecnologia anterior ainda seja bastante usada.
Mesmo quando aplicado com uma configuração mais opcional, a diferença na iluminação com ray-tracing já é perceptível e enorme. Porém, no caso de Metro Exodus Enhanced Edition, onde os modelos 3D foram reconstruídos para terem essa tecnologia como parte integrante, a diferença é notável.
No primeiro trecho do jogo, um corredor em uma estação de trem abandonada cheia de mutantes, o seu personagem, Artyom, somente com uma lanterna, uma arma e uma faca, já consegue interagir com o ambiente de forma a mostrar a tecnologia de iluminação. Em momentos em que luminárias de fogo aparecem, a luz da chama ilumina o ambiente com um brilho vermelho levemente distorcido pelo vidro que a guarda. A faca, quando corta a carne de algum inimigo, muda seu brilho conforme a posição que está e o quanto de sangue está tampando a luz. Os tiros da arma iluminam toda tela quando são disparados, e se você está em um ambiente escuro, até causam um estranhamento pelo intenso brilho momentâneo.
Quando o jogador está no mundo aberto, a iluminação também é surpreendente. Em partes com neve, a luz é refletida de forma absurdamente real, sendo especialmente notável em momentos noturnos do game, onde a luz de lanternas, postes de iluminação ou mesmo faróis se refletem de maneiras excelentes e reais.
Performance
É importante notar que Metro Exodus Enhanced Edition é um upgrade mais exigente que sua versão anterior. Nas recomendações mínimas, o jogo pede uma placa com suporte ao ray-tracing, a RTX 2060, contra a GeForce GTX 670 para a versão lançada em 2019. Testamos o jogo em um computador com uma RTX 3060, um i7 de décima primeira geração e 8 GB de RAM, e os resultados foram bons.
Primeiro testando em 4K, com tudo no Ultra e com o Ray Tracing alto, o jogo ficava em seus 40FPS em média, sem esquentar demais a placa e sem necessidade dos ventiladores internos funcionarem mais rápido. Em momentos de muitos detalhes de iluminação e de tiroteios intensos, a performance cai para 30FPS, chegando até 29 em um momento drástico. Porém, é importante frisar que a RTX 3060 não é uma placa recomendada para 4K, mas sim para Full HD. Quando mudamos a resolução para 1080p, a experiência e performance foi bem mais fluída, rodando com o jogo cravado em 60FPS, sem quedas, com o Ray-Tracing no médio.
Mas em performance, Metro Exodus Enhanced Edition ainda conta com um trunfo: a compatibilidade com DLSS 2.0. Também conhecido como Deep Learning Super Sampling, o recurso utiliza Inteligência Artificial e Machine Learning para pegar uma resolução nativa como, por exemplo, Quad HD (2560 x 1440), e renderizar os quadros em uma resolução menor, como Full HD (1920 x 1080). Graças à IA, o recurso redimensiona a escala e resolução de imagem e preenche os pixels restantes devido ao processamento com inteligência artificial, reduzindo a carga sobre a placa de vídeo.
Na prática, isso faz com que os jogos compatíveis com a tecnologia consigam um ótimo aumento no desempenho. No caso de Metro Exodus Enhanced Edition, com o Ray-Tracing no médio, 1080p e DLSS ligado, a performance do jogo ficava acima dos 90 quadros com tranquilidade. Porém, a placa se esforçou mais no processo, tendo que ligar os ventiladores. É bom, mesmo que seja uma placa das mais novas, você sempre monitorar as temperaturas e seus usos para que não tenha alguma surpresa desagradável.
Conclusão
Metro Exodus Enhanced Edition carrega consigo todas as qualidades da versão de 2019, mas com um visual bem mais caprichado graças ao ray-tracing. Se sua placa for da Nvidia e compatível com o DLSS, a performance será ainda melhor, e sem dúvidas será uma experiência impactante não só pelo jogo, mas pela qualidade visual também.
Metro Exodus Enhanced Edition está disponível para donos da versão anterior no Steam por R$22,99.
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