Jogadores de PC sempre cobiçam o melhor periférico do mercado, isto é fato. Porém, raras vezes o termo “versatilidade” se encontra em discussões e pesquisas do tipo, que geralmente giram exclusivamente em torno de uma boa relação custo-benefício. Quebrando estes conceitos, o teclado mecânico G915 da Logitech te fará repensar tudo aquilo que você deve desejar em um dispositivo premium.
Seja para conectar em um PC, console, celular ou tablet, a troca de dispositivos é feita em um estalar de dedos e a escolha entre eles fica por sua conta. Por este teclado RGB ser em escala normal, com NumPad, lembramos que ele recentemente ganhou uma versão TKL (G915 TKL) e uma versão com fio (G815). Para este review falaremos somente do Logitech G915, e você confere o que a gente achou deste teclado.
Design
Contando com um perfil baixo (22mm de espessura) o teclado é largo e compacto. Este é o primeiro da fabricante com novos switches de alta performance com metade da altura normal. Eles são os GL Switches, disponíveis em três variáveis de modelo:
- GL Clicky: clicável, lembrando bastante o que se sente ao pressionar os botões de um mouse;
- GL Tactile: o que testamos, com melhor feedback para quem está acostumado a teclados mecânicos;
- GL Linear: switch que promete ser a experiência mais suave de digitação que se pode ter.
Nas três opções de switch, há revestimento no topo das teclas contra gordura dos dedos – em teoria evitando que as letras/números não sumam com o tempo. Em adição, há 5 atalhos macro que podem ser configurados via software próprio para abrir programas, comandos do sistema operacional ou uma série de outras funções. Se você observar o canto superior direito, notará controles de reprodução (play/pause, avançar/retroceder, mudo) e uma conveniente roda de alumínio para controle de volume.
Para aproximar a noção de um “teclado universal” que se adequaria a todo tipo de dispositivo/conexão, 9 perfis de iluminação podem ser salvos na memória do aparelho e um atalho para gravação especial de macro. À parte destes, existem botões superiores para ditar suas conexões, controle do modo gamer e ajuste de brilho. Detalhe é que se você segurar o botão de brilho e apertar os números de 1 a 7, descobrirá as animações de luz, podendo armazenar customizáveis nos slots 8 e 9. Com exceção dos macros laterais, todos os outros botões são emborrachados (membrana, não mecânico).
Para complementar o design frontal, temos um lindíssimo fundo de alumínio, que é visualmente mais agradável que um plástico fosco, mas pega poeira como se fosse chiclete. A luz RGB das teclas não “vaza” ao redor delas na base, como traz o design de outros dispositivos que já fizemos review por aqui. Ao invés disso, só ilumina o seu centro e rebate pouco no fundo de alumínio. Na parte de trás, vemos a opção de deixar o G915 em três alturas, com os dois “pézinhos” de angulação (direto na mesa, inclinação leve, inclinação maior).
Conexões e desempenho
A versatilidade do G915 não poderia ser explicada sem reforçarmos as conexões. A lista parece pequena, contudo, é tudo o que pode-se desejar de um teclado: ele funciona via Bluetooth, wireless ou por cabo USB. Nessa última conexão, a conversa com o dispositivo funciona tanto com dongle como com um receptor plugado no USB do seu dispositivo desejado.
A princípio, o cabo funciona apenas como forma de carregar a bateria, mas nota-se que ele ainda atua como extensor do receptor, para deixar o dongle próximo do G915. Fica dispensável para quem usá-lo com o notebook, porém pode ser prático já ter o cabo USB conectado no computador para o caso de a bateria acabar. Quem tiver uma CPU gamer e somente uma entrada USB traseira vaga, só precisa colocar o extensor.
O tempo de resposta não poderia ser melhor. Até aos mais treinados em jogos e digitação rotineira, o G915 deixa imperceptível que é um teclado sem fio (com profundidade de apenas 1.5mm) graças ao que é chamado de Lightspeed, em 1 milissegundo. Pela fina espessura, contudo, uma tecla errada pode ser registrada de maneira mais fácil do que o comum. Além disso, a roda de volume foi o único comando que leva certa fração de segundo até ser detectada pelo Windows, mas neste caso creio ser mais um obstáculo de “controle alternativo” ao sistema operacional.
Ao testar a troca entre smartphone (Bluetooth) e PC (wireless), percebemos que a resposta também ocorre de forma instantânea. Em cenários assim, o pareamento com celulares da atualidade é simples e te salva de precisar conectar uma versão de apps no computador, como Messenger ou Web WhatsApp, deixando a escrita mais prática na correria do dia-a-dia. Basta segurar o botão Bluetooth no G915, reconhecer com o celular e, por sua segurança, digitar uma senha numérica com o próprio teclado.
O melhor é ele se possibilitar você atribuir de perfis diferentes de luz dependendo da conexão. Coloquei, por exemplo, um perfil para visualização de áudio nas teclas quando ligado ao PC e um perfil de luz amarelada no celular. Em todos, a troca pode ser feita com os já mencionados atalhos de brilho + números 1-9. Uma pena foi ele não se lembrar do que foi configurado ao intercalar as conexões, além de ser preciso configurar idiomas diferentes para receber acentos e o “ç” em outros aparelhos.
Em relação a barulho das teclas, como se espera, está mais silencioso que mecânicos robustos – pelo menos com o GL Tactile que testamos. Se você se preocupar com o ruído, pode conferir uma prévia dos sons no site da Logitech e ter uma noção de quão silenciosa seria sua experiência com switches distintos.
Bateria
Calculando por intervalos de uso, a bateria durou acumuladas 80 horas com a luz ligada em uma de suas animações-padrão – ou seja, ele aguenta até um final de semana de intensa jogatina com ocasionais usos na rotina semanal. Em uso direto, propositalmente ligado o dia inteiro, dura mais ou menos 40 horas. Do contrário, para a redação de textos e uso no trabalho, com brilho médio (sem animações), o G915 consumiu mais ou menos 7% por dia.
Com a luz desligada, a estimativa impressiona: dura mais de 135 dias, com 8 horas por dia de uso (ou 40 dias completos). Mesmo que, particularmente, não tenha utilizado o G195 por 4+ meses, a média nos dias de teste pareceu condizente com este cálculo. De forma prática, ainda é possível utilizá-lo enquanto ele carrega: quando a bateria acabar, o teclado demora pouco mais de 3 horas para obter carga completa. Para gamers acostumados com controles sem fio (o meu caso!), a praticidade em plugar periféricos wireless torna-se essencial quando eles zeram a bateria.
Quem se preocupar em utilizá-lo fora do computador ainda consegue ter uma noção de porcentagem restante, porque o indicador de bateria (logo ao lado do “Caps Lock” na parte superior) pisca quando chegar em 15%. A partir daí, fica por conta do seu cálculo mental de tempo e consumo com o dispositivo para saber quando precisa plugar o USB. Mesmo que não exista um indicador detalhado, é bom ver a atenção em te avisar de antemão.
Software
Junto ao G HUB, software da Logitech para seus periféricos gamers, afirmo que o G915 consegue preencher as lacunas de customização que tornam-no ainda melhor. A interface parece simples, porém isso reafirma o quão bem trabalhada realmente é: há centenas de opções de animações, atalhos, macros e perfis para deixar o teclado “do seu jeitinho”.
Uma funcionalidade curiosa foi o screen sampler (em tradução, “amostra de tela”) que permite selecionar uma parte da tela do seu monitor para servir como referência de cor. Ao que dá a entender, é o jeito da Logitech de chegar perto de programas mais responsivos a jogos – como o concorrente Razer Synapse –, onde o teclado “reage” ao impacto de tiros ou poderes especiais, por exemplo, dependendo das ações do jogador.
Algo que não testei (mas ainda merece menção) é a sincronia entre múltiplos periféricos. Ou seja, o mouse fica da mesma cor que o teclado e segue as respectivas animações. Quem está acostumado a programas do tipo e se importa bastante com o padrão de cores do próprio setup vai se sentir em casa. Além disso, é ótimo poder guardar perifs de iluminação nele próprio ao invés de depender do software, pois isso livra-o de conectar exclusivamente a um computador que tenha o G HUB instalado.
A fabricante ainda tem outro software popular para outros tipos de periféricos, o Logitech Options – o qual eu já tinha instalado em meu computador e fiquei surpreso ao descobrir que não reconheceu o G915, exigindo um programa dedicado à tecnologia para gamers.
Conclusão
O Logitech G915 alinha alta performance ao design ultrafino, sem abandonar pilares de funcionamento rotineiros para quem é mais exigente. Para quem é este teclado? Para um gamer que quer o hardware mais versátil disponível hoje. Sobre valores: o Logitech G915 pode ser encontrado em lojas como o Submarino por R$ 1.606,38.
Em termos de relação custo-benefício, o G915 entrega o que é prometido. Porém, ainda vale questionar e comparar esta relação a outros periféricos da fabricante. O exemplo que mais merece destaque é o G613, que também intercala conexões Wireless Lightspeed e Bluetooth, que tem descanso de pulso e um perfil com menos de 1 cm de altura. Mesmo não contando com ajustes finos que podem ser essenciais para gamers (e o fato de funcionar a pilhas), em média pode ser encontrado por menos de R$800 – ou seja, metade do valor por um produto com considerável aproximação de hardware do G915.
Outro ponto importantíssimo é pensar no quão importante e ágil será a sua rotina com teclado wireless. Se você tiver o costume de utilizá-lo no PC, videogame, tablet e smartphone, o G915 será ideal. Esse pensamento funciona também se você só quiser um setup livre de fios. Caso contrário, lembre-se de que há o G815, uma versão com fio do 915, que tem o adicional de uma porta USB-A para conexão de outro periférico – ou pode servir para conectar o celular – em média, por 1.300 reais.
Agora, quem realmente busca por um teclado premium, irá se satisfazer em ter um dos melhores periféricos a longo prazo. O Logitech G915 será sua próxima escolha de teclado sem fio? Conte para nós nos comentários!
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