Índice
Life is Strange: True Colors é um jogo de aventura narrativa desenvolvido pela Deck Nine e publicado pela Square Enix, seguindo Alex Chen, uma jovem com super poderes empáticos e sua luta para resolver o mistério por trás de uma morte numa pequena cidade do Colorado.
Desde o primeiro título da série Life is Strange, lançado em 2015, os jogos já retrataram viagens no tempo, telecinese e leitura de mentes. True Colors, de 2021, chegou para apresentar uma nova proposta dentro dos temas emocionais que os desenvolvedores da obra sempre tocam. Se você ainda não jogou e quer saber se vale a pena, confira nosso review!
História de Life is Strange: True Colors
Uma nova protagonista e um mistério emocionante a ser solucionado dão o pontapé inicial na nova e ousada era do premiado Life is Strange. Assumimos o papel de Alex Chen, uma jovem adulta com um passado difícil. Sua mãe morreu quando ela era jovem e seu pai foi embora pouco depois, assim, ela e seu irmão Gabe são colocados no sistema do orfanato.
Em pouco tempo, Gabe foi enviado para o reformatório. Alex, por outro lado, desenvolveu um superpoder empático. Ela possui a habilidade sobrenatural de vivenciar, absorver e manipular as fortes emoções de outras pessoas, que lhe aparecem como auras coloridas e vibrantes.
A história começa de fato depois que ela se reconecta com Gabe, que a convida para morar com ele em uma pacata cidade montanhosa chamada Haven, no Colorado. Porém, o irmão morre em um suposto acidente, o que leva Alex a lidar com seu poder instável para descobrir a verdade e desvendar os segredos sombrios de Haven.
Primeiras impressões
Começamos com um ponto positivo para True Colors! Uma das principais críticas aos jogos Life is Strange sempre foram os visuais e desempenho inconsistentes. Alguns dos exemplos são a taxa de quadros e sincronização labial instáveis. Alex Chen e Haven vêm não apenas com uma revisão gráfica de ambientes muito necessária, mas com uma fantástica melhora nas animações faciais e captura de movimento. Para um jogo que tem tudo a ver com a história, é importante conseguir ver as emoções do personagem por meio de suas expressões faciais.
Este é um jogo narrativo onde “escolhas são importantes”, então a maior parte da jogabilidade envolve conversas e escolhas de diálogo. Porém, é quando essas decisões interagem com o superpoder de Alex que as coisas ficam mais interessantes.
Nossa protagonista, além de sentir pensamentos e emoções, também tem a capacidade de absorvê-los. Conseguimos impedir que as pessoas sintam seus sentimentos, fazendo com que Alex os sinta em seu lugar. O jogo retrata apropriadamente como isso pode ser um pouco aterrorizante, já que todas as nossas vivências nos formam como pessoas e tirar isso de terceiros pode ser prejudicial.
A cidade de Haven é o cenário de Life is Strange: True Colors e, semelhante ao ambiente dos jogos anteriores, tem uma vibe de “filme indie”, desde a sempre excelente trilha sonora até o funcionamento da câmera.
Cada canto da cidade é bem explorado pelos desenvolvedores. Se você se der a chance de passear e interagir com os NPCs, você encontrará rapidamente um ambiente cheio de emoções.
Jogabilidade
Bom, há muito a se falar sobre as adições de ferramentas aqui, mas vou tentar ser o mais breve possível, até porque você aí que está lendo tem que experimentar por conta própria. Destaco o diário, onde podemos ver desde o início a conexão de Alex com a música. Todas as experiências de Alex com as fortes emoções dos outros personagens também são registradas ali, recurso bem utilizado e artisticamente agradável.
O superpoder é apresentado em uma paleta de cores fácil de entender e reconhecer. Se alguém está brilhando em vermelho, está com raiva, enquanto o roxo é o medo e o azul é a tristeza. Ao ser capaz de interagir com as emoções de alguém, por vezes, é possível viver na pele o que a outra pessoa passa, o que é com certeza o diferencial desse título.
Por exemplo, há um caso em que precisamos lidar com os estágios iniciais da doença de Alzheimer e o terror que vem com ela. Isso é feito por meio da resolução de um quebra-cabeça e, ao refazer os passos através dos olhos de um terceiro, as cores são distorcidas, letras dos sinais mudam e o mundo se torna uma bagunça caótica. Assim,True Colors é um dos jogos que tratam temas delicados como medo infantil, Alzheimer e culpa de maneira inteligente.
Também dá para aproveitar jogos de arcade viciantes, bem como minijogos específicos da história, como pebolim e um JRPG tradicional. Seguindo a disposição de todas essas possibilidades, a jogabilidade é significativamente bem melhor se comparada aos títulos anteriores. A única crítica negativa fica para o ritmo, tanto da história quanto da caminhada de Alex, que podem ser tanto lentos.
Direção de Arte
Canções exclusivas para o jogo de mxmtoon e Novo Amor, além de algumas músicas já conhecidas de Radiohead, Phoebe Bridgers, Gabrielle Aplin e outros artistas, fazem parte da trilha sonora de Life is Strange: True Colors que, assim como em todos os jogos da série, é magnífica. O sempre presente indie rock melancólico, junto à trilha sutil, são impactantes.
O mais legal — e traz à história maior imersividade — é que toda a motivação de Alex parece algo que uma pessoa real faria, ao contrário do que se vivia com Chloe ou Max, que, por algumas vezes, mais pareciam a caricatura de jovens problemáticas, onde os diálogos eram excessivamente dramáticos ou nos encontrávamos em cenários meio que inacreditáveis.
Life is Strange: True Colors vale a pena?
Life is Strange: True Colors é uma daquelas sequências de um clássico que, além de superar o original, também dá vida nova à série sem perder o que a tornou ótima. O incrível manuseio de problemas sérios da vida real, o visual, a apresentação artística e a música garantem lugar de destaque à obra no mundo dos videogames de maneira geral.
Sem contar a escrita excepcional! Então, se você curte jogos de aventura e narrativos ou é fã da série — até mesmo se apenas adora filmes indie — esse jogo é quase que um item obrigatório no seu repertório.
Life is Strange: True Colors está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One e PC. Aproveite no catálogo do Xbox Game Pass.
Veja também
Para continuar conferindo o que há de melhor no mundo dos jogos, confira nosso review de TMNT: Shredder’s Revenge!
-
Gráficos9/10 IncrívelFantástica melhora nas animações faciais e captura de movimento. Para um jogo que tem tudo a ver com a história, é importante ser capaz de ver as emoções do personagem por meio de suas expressões faciais.
-
Jogabilidade10/10 ExcelenteAdição de recursos incríveis, como diário e minigames que tem relação direta à história. Superpoder de Alex também funciona bem!
-
História9/10 IncrívelBom desenvolvimento dos personagens, história cativante e ótimo olhar para questões delicadas da vida real. Entretanto, o ritmo pode ser um pouco lento.
-
Direção de arte10/10 ExcelenteA trilha sonora de True Colors vai acabar na sua playlist do Spotify. Junto ao carisma dos personagens, há uma qualidade impecável no quesito gráfico.
Descubra mais sobre Showmetech
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.