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No ano passado os primeiros smartwatchs surgiram no mercado com uma proposta interessante, mas executada de forma bem desengonçada. Naquela época, o Moto 360 era o único que unia as poucas utilidades do Android Wear com o visual de relógio tradicional. Em 2015, as outras fabricantes passaram a oferecer opções mais estilosas e o software evoluiu.
O LG Watch Urbane estreou uma nova versão do sistema do Google, que trouxe mais organização e funcionalidades. A fabricante adotou a tela totalmente circular do G Watch R, mas apostou num estilo mais classudo, com pulseira de couro. Passei as últimas semanas testando o relógio e essas são as minhas impressões:
Design e Acabamento
O Watch Urbane tem construção de aço inox. É um relógio bonito, mas é enorme: 45.5 mm de largura, 52.2 mm de altura e 10.9 mm de espessura. Para quem tem pulso pequeno, é um acessório exagerado e mesmo em pulsos maiores ele dará as caras de ser grandão. O problema aqui não é apenas pelo tamanho, já que o case não é confortável.
A pulseira de couro ajuda a adicionar estilo ao relógio e está disponível em duas cores: preto e marrom.
Tela
As especificações do modelo são bem parecidas com as do seu irmão esportivo, o G Watch R. Ele conta com a mesma tela P-OLED de 1.3 polegadas com resolução de 320 x 320 pixels (245 ppi). O display é lindo, mas dependendo do menu ou da face escolhida, os pixels são mais do que evidentes. Uma das vantagens do P-OLED em relação a tecnologias utilizadas por outras fabricantes é o fato dos pixels pretos não acenderem, dando mais profundidade à cor, além de consumir menos energia.
Os níveis de brilho também são satisfatórios, não há grandes problemas em enxergar o conteúdo de baixo do sol. Apesar de não possuir um sensor de luminosidade, é possível diminuir o brilho em ambientes fechados ou com pouca iluminação colocando a palma da mão sobre a tela.
Ele conta também com certificação IP67, que garante resistência a água e poeira. O Urbane consegue ficar de baixo d’água por 30 minutos numa profundidade máxima de um metro. Isso é o suficiente para lavar as mãos usando o acessório e não ter medo de pegar chuva.
Desempenho e bateria
O Urbane conta com o processador Snapdragon 400 quad-core de 1.2GHz, 512 MB de memória RAM e 4 GB de armazenamento interno. A bateria continua com 410 mAh. O relógio não vem com GPS integrado, mas é capaz de funcionar em redes Wi-Fi, deixando de lado a exigência do Bluetooth sempre ativo. Outra vantagem do Wi-Fi embutido é a possibilidade de usar o relógio longe do celular, já que eles não precisam estar conectados na mesma rede. O smartwatch coleta as informações de senha da conexão a partir do celular e os processos dependem dos servidores do Google.
A bateria, apesar de pequena, se mostrou competente. No primeiro dia de uso, configurando todas as opções e mais entusiasmado com as possibilidades do pequeno computador no meu pulso, o relógio pediu tomada depois de 12 horas. Em uso normal, verificando notificações, respondendo algumas mensagens através do comando de voz e controlando minha playlist no Spotify, a bateria aguentou dois dias.
Android Wear e Google Now
A integração com aplicativos está evoluindo aos poucos. É possível responder mensagens no Whatsapp por áudios e ler o histórico da conversa. No Messenger, do Facebook, dá para enviar um “curtir”. Já no Hangouts e no app de Mensagens nativo, podemos ditar as respostas pelo Google Now.
Uma porção de apps conseguem fazer um bom trabalho no Android Wear, mas a maior parte são ferramentas do Google. O Google Keep, por exemplo, permite que eu marque a conclusão das tarefas e faça anotações direto do pulso. Posso ver as direções do Mapas e pedir para o Shazam me dar detalhes sobre a música que está tocando no ambiente sem tirar o celular do bolso.
A atualização do Android Wear passou a deixar a tela do smartwatch sempre ativa, com iluminação baixa. Com um giro do pulso em direção aos olhos, a tela é ativada com o brilho normal, 10 segundos depois ela apaga e retorna ao estado de repouso.
Há dois aplicativos para medir batimentos cardíacos: o LG Pulse e o Google Fit. A segunda opção oferece alguns recursos a mais, como relatórios de quantos passos você deu no dia, detalhando exercícios físicos. Bloatware até no relógio.
O reconhecimento de voz se mostrou bem competente em meus testes, entendendo o que eu queria dizer mesmo em ambientes com algum ruído. O problema é justamente a falta de compatibilidade com a maior parte dos aplicativos que uso no meu dia-a-dia. Pedir para tocar uma música, por exemplo, é possível; mas uso o Spotify, complicando bastante as coisas. Enviar mensagens pelo ditado também é possível, mas apenas SMS; costumo usar o Whatsapp. A tendência é que esses gargalos sejam resolvidos com o tempo, mas enquanto a integração não é tão completa fica difícil justificar o investimento no acessório.
Depois de começar a utilizar o relógio, reparei numa queda considerável de desempenho do celular que estava usando. O Moto G de 3ª geração com 1GB de memória RAM não conseguiu lidar bem com o companheiro. A bateria do smartphone também acabou muito mais rápido.
Preço e disponibilidade
O LG Watch Urbane foi lançado no Brasil em setembro com o preço sugerido de R$ 1.599,00. Hoje, já é possível encontrá-lo por R$ 1.349,00 no Submarino e nas Lojas Americanas.
Galeria de Imagens
Conclusão
A era dos relógios inteligentes está só começando. A Apple entrou no mercado nesse ano e com mais concorrência a expectativa é que as tecnologias avancem rápido. Gastar mais de mil reais num relógio que vai ajudar você a olhar menos para o smartphone não parece valer tanto a pena, a não ser que você goste de testar as novidades. Além disso, há uma questão de estilo envolvida, o que pode incentivar a compra. No caso do Watch Urbane: um relógio elegante, mas lembre-se que é enorme.
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