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Review: LG SlidePad

Avatar de leoberto preuss jr.
O LG SlidePad chegou ao mercado brasileiro e promete o melhor de dois mundos: a praticidade dos tablets com a versatilidade de um notebook. Confira se ele está à altura do desafio no nosso review.
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O lançamento do Windows 8, em outubro de 2012, abriu diversas possibilidades para fabricantes de PCs inovarem no formato dos dispositivos que milhões de pessoas no mundo inteiro usam no dia-a-dia. E uma das maiores apostas desse mercado são os híbridos ou “conversíveis”, um tipo de aparelho que pode ser utilizado tanto como um tablet, quanto como um notebook. Até agora porém, todas falharam em apresentar um aparelho que realmente una estes dois formatos  de forma inteligente e elegante. E é neste cenário que a LG traz ao Brasil a sua aposta de “PC para a todos governar”: o SlidePad. Feito em plástico branco, medindo 286,4 x 192 x 15,9 mm e pesando 1,05 kg, o aparelho tem um ar cool e até meio futurista. Avaliamos se o híbrido da LG é de fato o pacote completo.

Hardware

As especificações do SlidePad não remetem às de um notebook, um ajuste que a LG teve de fazer para elevar a bateria, que chega às 12 horas de uso, segundo a fabricante. Nos meus testes, alternando navegação na internet, games, leitura e edição de textos, a bateria mostrou-se satisfatória, durando de 6 a 8 horas. O processador Intel Atom Z2760 (1,80Ghz / 1MB Cache) engasga em alguns momentos, como durante a troca de aplicativos que envolvam vídeos ou games, mas a experiência de uso do SlidePad com o Windows 8 em geral é rápida e fluída (2 GB de memória RAM dão conta do sistema). Apesar do Atom ser um dos processadores com menor consumo de energia da Intel, em alguns momentos era possível sentir o calor na parte de trás do aparelho.

A LG utiliza a palavra fluidez para descrever a “transformação” do SlidePad de tablet para notebook. Basta um toque em um gatilho na lateral e a tela desliza para cima revelando o teclado. A partir daí porém, as coisas se tornam um pouco menos óbvias. Para fechar o aparelho, por exemplo, há uma maneira “correta”, descrita no manual: deslizar a tela para baixo, segurá-la na parte inferior e pressionar o topo até ouvir um “clique”. O problema é que a tela parece frágil e desperta certa insegurança no usuário, até ele pegar o jeito. Quando o SlidePad está aberto, é possível também ver um pouco de suas “entranhas”, o que reforça o aspecto de fragilidade. O botão que abre a tela mostrou-se bastante sensível e disparou várias vezes, mesmo quando eu apenas resvalava o dedo sobre ele.

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A tela de 11,6 polegadas é brilhante, com cores vibrantes, responsiva e possui ótimos ângulos de visão. A resolução de 1366 x 768 é a mínima exigida pelo Windows 8 para habilitar o “Snap”, útil recurso que permite o uso de dois apps simultaneamente.

O armazenamento interno do SlidePad é (no papel) de 64 GB, mas na prática, ele entrega pouco mais da metade disso (34,6 GB), o que é um tanto decepcionante, mas não inesperado devido ao tamanho ocupado pelo Windows 8.

O SlidePad inclui apenas uma câmera frontal de 2 MP, boa para chats em vídeo e as selfies. O problema é que devido à inclinação da tela – que não é ajustável – eu sempre precisava aproximar mais o aparelho para captar algo além da minha testa. Já a decisão de não embutir uma câmera traseira, na minha opinião, foi acertada. Se já e constrangedor ver alguém tentar tirar fotos com tablets em geral, imagine com um aparelho de 1 KG.

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Uma das vantagens desse híbrido é a quantidade de portas disponíveis: 1 entrada USB 2.0, 1 micro-USB (de utilidade discutível), 1 entrada HDMI, leitor de cartões MicroSD e fone de ouvido. Ao contrário de iPads e alguns tablets Android, o SlidePad não carrega via USB, só na tomada. Os auto-falantes são melhor aproveitados em modo notebook, pois o som fica abafado em modo tablet.

O teclado do SlidePad é compacto, o que significa usar bastante teclas como Fn e ALT para digitar certos caracteres, mas é confortável para escrever e notei que no período em que o utilizei, escrevi muito mais do que quando uso um tablet apenas com teclado virtual. Já para a leitura, ele desaponta, especialmente em modo retrato, posição em que o SlidePad beira o inutilizável devido à distribuição do peso do tablet e à tela enorme. O uso faz sentido apenas na horizontal.

Software

A nova interface do Windows, introduzida na versão 8, com seus ícones grandes e animados e gestos para trocar ou fechar aplicativos, ativar configurações ou fazer buscas é muito mais prazerosa de se utilizar em um aparelho como o SlidePad, equipado com uma tela sensível ao toque. Já usar o modo Desktop do Windows 8 exige um mouse externo, a menos que você se conforme com a frustrante experiência de utilizá-lo com os dedos, uma tarefa para o qual a velha Área de trabalho não está preparada.

A versão 8.1 do Windows deve suavizar esse problema ao adaptar mais funções do Desktop à nova interface do sistema, preparada para a interação via toque. Por rodar a versão 32 bits do Windows 8, o SlidePad suporta todos os aplicativos desenvolvidos para a plataforma da Microsoft, incluindo o Microsoft Office, Chrome, Firefox, iTunes, etc. o que gera pontos no quesito versatilidade para o SlidePad.

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A LG inclui um número considerável de aplicativos, tanto para a nova interface quanto para a antiga. A utilidade deles é variável, mas destaco como positivos o Network Share e o Control Center para desktop e Solitaire Collection, nova versão do popular “Paciência“, totalmente redesenhado para o Windows 8 (confira nossas dicas de apps para Windows 8).

  • LG Care Center: ferramenta de diagnóstico
  • LG Control Center: configurações de brilho, resolução, bateria, som
  • LG Easy Starter: Menu Iniciar alternativo com lista de programas, pastas e desligamento
  • LG Network Share: compartilhamento de sinal WiFi
  • LG Recovery Center: restauração do Windows e configurações
  • SmartShare: compartilhamento de músicas, vídeos e fotos via DLNA com aparelhos compatíveis
  • LG Update Center: atualização de drivers e software
  • Microsoft Office e Norton grátis por 90 dias

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Conclusão

No fim das contas, é difícil decidir se o SlidePad é ou não um aparelho recomendável. Seu conceito é interessantíssimo, mas suas falhas prejudicam a experiência, às vezes de forma definitiva. Dificulta ainda mais o fato dele não ser facilmente comparável a outros aparelhos, justamente por ser esse cruzamento de tablet e notebook. O SlidePad não se destaca em nenhuma dessas categorias: é grande e pesado demais para um tablet, mas suas configurações não estão à altura de um notebook – pelo menos não na faixa de preço dos R$ 2000 aos R$ 2500 – na qual ele é vendido. Ele executa bem atividades básicas como edição de documentos, navegação na internet e games casuais, mas outros aparelhos mais baratos também o fazem. Se você não abre mão de um teclado, mas quer a experiência de uma tela sensível ao toque, vale a pena checar a opção da LG. Senão, o momento para investir em um híbrido ainda não é agora.

 


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