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Não é um pássaro, nem avião e muito menos um Pokémon: é Kirby! Depois de marcar a geração Nintendo Switch com o título Kirby and the Forgotten Land (2022), mais um jogo da franquia do comilão foi lançado para o console.
Kirby’s Return to Dream Land Deluxe (2023) é um remake de Kirby’s Return to Dream Land (2011), lançado na época para Nintendo Wii e Wii U. A nova versão traz muito mais do que alterações gráficas, o que justifica seu lançamento para o Switch, como você vai ver em detalhes neste review.
Em geral, o jogo oferece uma experiência nostálgica para quem já é fã da franquia e uma oportunidade de conhecer o estilo clássico de Kirby para novos jogadores. Acreditamos que pessoas de qualquer idade podem curtir o game, mas é um título que fica mais divertido se você compartilhar as sessões com amigos e familiares (até 4 pessoas podem jogar ao mesmo tempo).
O jogo está disponível para venda diretamente na Nintendo eShop pelo console ou pelo site oficial pelo preço cheio de R$300.
Kirby para fãs e novos jogadores
Se você é como eu e gosta de conhecer os jogos anteriores antes de começar uma franquia de repente, relaxa. O “retorno” mencionado no título de Kirby’s Return to Dream Land Deluxe se refere aos primeiros jogos do personagem, e não se trata de uma sequência direta.
Kirby’s Dream Land (1992) foi lançado para o console Game Boy há mais de 30 anos e apresenta a fórmula clássica de jogos da época: rolagem lateral (ou side–scroller) e power-ups que te ajudam a enfrentar inimigos. O que destacou Kirby, é claro, foram duas habilidades especiais: a de flutuar ao segurar ar e a de absorver inimigos. Quem nunca passou raiva com um Kirby adversário no Super Smash Bros fazendo isso o tempo todo? (Eu, no caso, adoro jogar com o Kirby pra irritar os outros).
Kirby’s Return to Dream Land Deluxe tem a proposta de registrar a jogabilidade clássica no Nintendo Switch com uma experiência melhorada daquela apresentada no console Nintendo Wii, que não fez tanto sucesso quanto a geração atual. Portanto, seja você super fã de Kirby ou um novo jogador que apenas o conhecia de Smash Bros, a diversão é garantida.
História e jogabilidade
O viajante perdido Magolor
Apesar de sua charmosa simplicidade, o jogo não deixa a construção de narrativa de lado. Você viaja pelas fases em busca de engrenagens e peças da nave de Magolor que foram perdidas (ou roubadas!) por inimigos variados.
Magolor é um viajante interdimensional que oferece sua nave como base de operações para Kirby. É dentro da nave que outras partes do game podem ser acessadas, como mini-games e desafios. Se você já jogou Mario, a fórmula não será nova. Cada “mundo” possui fases que terminam com um boss final. Após derrotá-lo, você segue para o próximo mundo, onde encontra mais fases e mais um boss.
Essa repetição e a incrível facilidade dos primeiros níveis pode desanimar jogadores que buscam desafios. Mas, afinal, estamos falando de Kirby, e não de Elden Ring. O mundo de Kirby é um mundo mágico e confortável de se estar e o jogo oferece muitas ferramentas que facilitam a sua jornada. Além de um modo com “guia” (em que Magolor aparece para te resgatar caso você caia em um buraco que te tiraria uma vida), quase toda fase é recheada de comida, que recupera (e muito) sua barra de vida.
Progresso das fases e colecionáveis
Eventualmente, o jogo deixa de ser extremamente fácil e apresenta algumas dificuldades. Os inimigos que te aguardam no final das fases começam a desenvolver habilidades mais difíceis de esquivar e causam mais dano do que os primeiros.
Também é divertido jogar indo em busca das engrenagens. Diferente das peças principais da nave, que são entregues a você após cada chefão, as engrenagens estão escondidas pelas fases. Algumas delas são bem óbvias de se encontrar, mas outras ficam escondidas ou precisam ser acessadas por pequenos puzzles.
Isso adiciona um fator atrativo ao game, já que te mantém com maior atenção aos arredores e te estimula a buscar power-ups e passagens secretas que poderiam acabar sendo ignoradas se não fosse por isso. As engrenagens, além de encher mais a sua porcentagem de jogo completo, liberam desafios especiais, onde você pode testar e provar seu domínio com certas habilidades, e mini-games, bem ao estilo Mario Party, que podem ser jogados solo ou em grupo.
É bem divertido se desafiar a buscar as esferas com engrenagens secretas. Ao te desafiar dessa forma, o jogo apresenta uma camada de complexidade leve e divertida, que faz a experiência de se jogar Kirby’s Return to Dream Land Deluxe atraente e te convence a passar mais tempo nas terras mágicas. Os mini-games são tão divertidos quanto parecem e podem garantir horas de diversão em diferentes sessões em grupo, nos lembrando mais uma vez o propósito do remake do jogo para o Nintendo Switch.
Caso você seja um “completionist” em busca do 100% de progresso no jogo e não consiga achar as engrenagens de jeito nenhum, recomendamos um vídeo que mostra a localização de todas elas:
Habilidades
Ao absorver inimigos ou itens mágicos no mapa, Kirby usa o seu poder de copiar habilidades para abrir mais possibilidades nas fases. Nem todo oponente oferece um golpe mágico: alguns deles são simplesmente engolidos e lançados como projéteis. Mas o dinamismo oferecido é um dos seus pontos fortes. Em certos momentos, você vai se sentir mais livre e a fim de usar o seu poder favorito só porque acha legal e fim. Em outros, você vai perceber que é necessário estar com um poder específico para encontrar colecionáveis secretos ou passar com mais tranquilidade por alguns obstáculos e chefões.
No remake, 2 novos poderes foram adicionados em relação à versão de Wii/Wii U: o Mecha e o poder de Areia. Além deles, as 23 habilidades antigas ainda estão presentes no jogo, incluindo o poder de soprar gelo, o guarda-chuva, a espada e o poder ninja.
Em momentos específicos, você usa super habilidades que mudam totalmente a forma de avançar na fase. Esses momentos são divertidos e oferecem uma mistura de puzzle, humor e um sentimento de que o Kirby chegou em sua forma final. Vai encarar, Goku?
Jogando em grupo
Um dos atrativos do Nintendo Switch é o fato de que vários dos seus jogos são pensados para serem jogados em grupo. Kirby’s Return to Dream Land Deluxe permite até 4 jogadores simultâneos na tela. Caso mais alguém queira jogar, basta ativar o joy-con adicional e selecionar qual personagem será levado à tela: além de Kirby, dá pra jogar com os personagens King Dedede, Metal Knight e Bandana Waddle Dee.
A verdade é que, se o jogo já parece muito fácil às vezes em partidas solo, em multiplayer ele fica ainda mais fácil. Com vários jogadores, vocês podem ignorar os padrões de ataque dos chefões e só atacá-los sem misericórdia. Em puzzles, fica bem simples coordenar quem faz o quê para alcançar os objetivos.
Mas como já comentei, é sobre isso. A proposta de Kirby’s Return to Dream Land Deluxe é oferecer horas de diversão e leveza para os jogadores. Assim como acontece com Mario Kart, Mario Party e Super Smash Bros, tudo fica mais divertido quando você joga em grupo. Talvez a verdadeira Dream Land seja os amigos que fazemos no caminho.
Devo fazer uma menção especial aqui. Para pessoas que buscam jogos divertidos para jogadores menores, essa é uma ótima recomendação. Embora o fator nostalgia conquiste adultos, Dream Land Deluxe é um ótimo título para oferecer a crianças e adolescentes. Se você tem filhos, irmãos ou sobrinhos pequenos, convide a criançada pra jogar que vai dar certo.
Diferenças no remake
Dentre as mudanças, destacamos algumas:
- Nova dificuldade “Ajudante Magolor”: além de te resgatar de quedas, oferece itens para encher sua barra de vida, por exemplo;
- Novos inimigos;
- Novos colecionáveis, como o “stamp rally” que dão itens estéticos como recompensas. Incluem máscaras que podem ser vestidas pelos personagens;
- Emotes, que podem usados pelos jogadores durante partidas de mini-games, como aparecem em Forgotten Land e Kirby’s Dream Buffet;
- Compatibilidade com figuras colecionáveis Amiibo para desbloquear itens especiais;
- Quadro de misões acessado pela Magolândia com 100 objetivos relacionados aos mini-games. Ao completá-los, mais 20 missões extras são adicionadas.
Gráficos e áudio
Além de melhorias de desempenho gráfico, vários detalhes foram pensados para o remake. O traço ao redor dos personagens (outline) é uma característica bem forte em Kirby’s Return to Dream Land Deluxe. Além disso, pequenas animações foram adicionadas ou repaginadas para os personagens. Alguns itens e elementos de fundo foram atualizados para combinar com a aparência apresentada em jogos mais recentes, como Forgotten Land.
A trilha sonora do jogo também foi remasterizada em qualidade melhor, além de apresentar efeitos sonoros específicos mais imersivos em algumas fases.
O epílogo de Megalor e Modo “Difícil”
Por fim, após completar a história principal você libera o Epílogo de Megalor, um modo de aventura extra com cerca de 2 horas de gameplay em que você controla o viajante interdimensional. Perdido e sem seus poderes, você o guia por fases onde busca e re-encontra suas habilidades especiais, tornando-se forte novamente. O conteúdo é novo e não estava presente na versão original de Wii/Wii U.
Além disso, você também libera um modo extra com mais dificuldade para a aventura de Kirby, com menos barra de vida e inimigos mais poderosos. Em um jogo como esse, talvez o ideal fosse liberar essa opção desde o princípio, já que a progressão original acaba sendo fácil demais. Mas o modo extra pode ser divertido para jogadores mais experientes que busquem um desafio adicional para completar a busca pelas esferas de engrenagens em uma segunda run, por exemplo.
Experiência e palavras finais
Kirby’s Return to Dream Land Deluxe não tem o mesmo impacto que Kirby’s Forgotten Land, mas se você não jogou o título original no Nintendo Wii/Wii U ou está buscando um jogo mais casual, ele é uma boa escolha. Considerando os altos preços da Nintendo eShop para o mercado brasileiro, é uma questão de prioridade. Se você não tiver outros jogos AAA na sua lista (como Zelda: Tears of the Kingdom que chega em breve) ou puder investir em Kirby agora para suas sessões em grupo, então, sim, recomendamos o jogo. Caso contrário, talvez valha a pena esperar um pouco para jogá-lo depois.
Embora seja muito básico e fácil no começo, a progressão de dificuldade e adição de novos elementos tornam o jogo interessante à medida que você evolui. Os modos e conteúdos extras também são pontos positivos, que além de divertir garantem mais horas de gameplay do que você provavelmente espera.
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Agradecemos gentilmente à Nintendo por nos oferecer uma cópia do jogo para o review.
O título foi reproduzido em um Nintendo Switch nacional no modo portátil e no modo TV com as configurações padrão de fábrica.
Fontes: Wikirby | Nintendo eShop
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (22/03/23)
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Gráficos8/10 ÓtimoPor se tratar de um remake de um jogo de 2011, é natural que ele se assemelhe ao original. Mas o efeito outline e algumas animações podem passar a impressão de que o jogo poderia ter sido melhor tratado em alguns aspectos.
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História7/10 BomA história de Magolor é muito simplificada, mesmo para um jogo do gênero que não costuma explorar tanto a narrativa em si. As cutscenes são muito curtas e revelam pouco, fazendo com que partes da jornada pareçam sem muito propósito, apesar de ser divertido enfrentar inimigos e montar a nave do viajante.
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Jogabilidade8/10 ÓtimoUm dos pontos altos dos jogos de Kirby é a sua mobilidade. É muito divertido flutuar ao segurar ar e o sistema de absorver poderes e reciclá-los de várias maneiras garante várias possibilidades e dinâmicas, mesmo que às vezes o jogo te limite ou te confunda sobre as melhores opções.
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Conteúdo8/10 ÓtimoO jogo é bem completo em termos de conteúdo, com mais de 30 fases principais, o epílogo de Magolor com duas horas de duração, mais de 10 mini-games e vários colecionáveis. Talvez você passe rápido pela história principal se não focar em nada disso, mas o fator replay e "completionist" está presente para quem quiser explorar mais o jogo.
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