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Pela primeira vez desde Pokémon Red e Pokémon Green, há 24 anos, a franquia dos monstrinhos de bolso mais famosos dos videogames recebe algum conteúdo adicional pago — ou, em outras palavras, um pacote de expansão da jornada principal. O DLC foi dividido em duas partes, sendo a primeira chamada de The Isle of Armor, já disponível e que analisamos neste texto, e The Crown Tundra, que será lançada até o fim de novembro, e chegam para somar à aventura de Pokémon Sword e Pokémon Shield, jogos do Nintendo Switch.
Ao custo de R$ 125,39 (ou US$ 30,00 na loja virtual americana), o pacote contém uma nova região para explorar, com uma pequena história própria, a volta de vários Pokémon antigos, um novo monstrinho, novos itens e novos golpes para as batalhas. A Game Freak, desenvolvedora dos jogos Pokémon, cuidou de resolver algumas das reclamações que surgiram nos jogos base. Há tropeços no caminho, mas o saldo é positivo.
Chegando à Isle of Armor
Assim que se adquire o pacote de expansão e o jogo é atualizado, ao abri-lo aparece a mensagem de que uma nova área está disponível. Para chegar até ela, basta se dirigir à estação de trem em Wedgehurst e falar com o funcionário do local. Vale frisar que, se lá houver um Pokémon Slowpoke, fale antes com ele para ter uma chance de capturá-lo e abrir caminho para a Isle of Armor.
Basicamente, a nova ilha é uma grande Wild Area, região assim denominada em Sword e Shield para designar as áreas abertas em que é possível encontrar Pokémon fortes, treinadores do mundo real e pontos de reide.
Chegar à nova região é encantador desde o primeiro momento. A grande área dispõe de partes de mar, de campo, floresta e cavernas, e tudo pode ser explorado desde o início sem limites, embora seja melhor para o jogador se dirigir, antes, ao destino conforme direcionado pela história do game (falaremos mais sobre isso neste texto).
Destaca-se o trabalho realizado pela Game Freak no design dos ambientes da Isle of Armor. Pokémon Sword e Pokémon Shield foram duramente criticados pela crítica e pelos fãs por causa da Wild Area dos games, que, apesar de ser de tamanho considerável, eram basicamente planícies com pouco para se ver e fazer.
Para o DLC, a desenvolvedora tratou de deixar o conjunto de ilhas que compõem a Isle of Armor consideravelmente mais interessante. Agora, há uma grande região de mar, com pequenas porções de terra, e uma ilha maior, que possui montanha, um pequeno deserto e até uma floresta. A geografia do lugar não é vazia e monótona, pelo contrário. Sempre há muitos monstrinhos selvagens perambulando, e a floresta é provavelmente o lugar mais bonito dos jogos Pokémon desta geração.
Além da estética dos ambientes, a Game Freak também deu um toque no personagem principal. Ao comprar o jogo, um traje especial do DLC pode ser conseguido ao acessar a área de Mystery Gift, assim como trajes temáticos de Pikachu e Eevee serão encaminhados pela Nintendo via e-mail. Através de um personagem do jogo, também passa a ser possível modificar a bicicleta do jogador, mas há apenas dois modelos disponíveis.
São detalhe legais, principalmente em tempos em que itens customizáveis são a sensação nos videogames. A pequena variedade de modelos, no entanto, pode fazer com que seja um detalhe que passará despercebido.
Destaque também para a trilha sonora, com novas e empolgantes melodias exclusivas da Isle of Armor. Não se surpreenda se você se pegar cantarolando uma ou outra música da expansão.
Temos que pegar
Como um bom jogo Pokémon, a expansão de Sword e Shield traz vários monstrinhos que não estavam disponíveis nos jogos base. Com mais tempo para trabalhar nas animações e nos modelos 3D das criaturinhas de bolso, a Game Freak preparou o retorno de mais de 100 Pokémon antigos, de todas as gerações passadas, incluindo versões de Alola (região dos jogos Sun, Moon, Ultra Sun e Ultra Moon, todos para Nintendo 3DS).
Para que o jogador mantenha controle sobre quais Pokémon passam a estar disponíveis, uma nova PokéDex será entregue assim que o protagonista pisar na Isle of Armor, que conta com duas inéditas criaturas: o monstrinho do tipo Lutador Kubfu e sua evolução.
Assim como na Wild Area dos jogos base, os Pokémon selvagens da Isle of Armor aparecerão no level 60, que também é a média dos níveis dos Pokémon dos treinadores controlados pela máquina que são encontrados na ilha. Para quem já concluiu a campanha de Sword e Shield, o desafio proposto na expansão está bem aquém do esperado, já que provavelmente o jogador terá em seu time criaturinhas consideravelmente mais poderosas.
Dois pontos negativos merecem ser falados: o primeiro é que, caso o jogador deseje um nível maior de dificuldade, terá que colocar em seu time alguns Pokémon mais fracos, para que não passe pela Isle of Armor tão facilmente. O segundo está nos mares: em um mapa que estimula a exploração, por vezes é irritante a quantidade de Sharpedo que aparecem e lhe perseguem para uma batalha Pokémon, quebrando o ritmo de jogo de maneira excessiva.
Uma nova história
A primeira parte do pacote de expansão de Pokémon Sword e Pokémon Shield, Isle of Armor, possui uma pequena história própria, assim como uma nova personagem rival, que será diferente a depender da versão do jogo que você opte por jogar.
Próximo à entrada da Isle of Armor há um clube de artes marciais, para onde o jogador deve se dirigir para seguir a história. Lá, algumas tarefas e batalhas serão necessárias para que se consiga Kubfu, o novo Pokémon do game. Após isso, há alguns outros locais para visitar e fortalecer seu novo monstrinho.
Depois de completar a história da expansão, outra funcionalidade muito pedida pelos fãs é adicionada: a possibilidade de andar com um dos Pokémon de seu time fora da Pokébola. No entanto, por algum motivo isto só fica possível na área da Isle of Armor, sem que funcione na região dos jogos base.
Mesmo se adicionarmos à conta a missão secundária presente na expansão — encontrar uma enorme quantidade de Diglett por toda a ilha —, há pouca história presente em Isle of Armor, o que só evidencia que o foco da Game Freak nesta primeira etapa do pacote foi mesmo em apresentar mais Pokémon ao jogador e expandir a PokéDex. Uma dica ao jogador é seguir primeiro com a história, pois facilita na busca aos Diglett conforme segue à exploração.
Problemas persistentes
Durante as andanças pela Isle of Armor, o jogador não poderá deixar de perceber que alguns problemas de Pokémon Sword e Pokémon Shield permanecem. O mais evidente deles está relacionado com a conectividade online.
Assim como na Wild Area dos jogos base, em Isle of Armor é possível se conectar à internet para interagir com outros jogadores ao redor do mundo, seja ao vê-los passeando pelo mapa ou para trocas e batalhas Pokémon. O problema é que, após conectar à internet, o jogo passa a enfrentar momentos constantes de lentidão, mesmo que o Nintendo Switch esteja conectado via cabo e a uma rede de alta velocidade. O problema está no jogo, não na internet do jogador.
Outro problema irritante é a câmera. Constantemente o jogador precisará ficar próximo a paredes, principalmente na busca pelos Diglett perdidos, e nestes momentos a câmera sempre assume uma posição em que fica impossível ver onde está o personagem.
São problemas técnicos e que, considerando que Pokémon Sword e Pokémon Shield já foram lançados há sete meses, seria razoável supor que seriam corrigidos, o que até o momento não aconteceu.
Uma boa adição ao mundo Pokémon
Para quem gostou de Pokémon Sword e Pokémon Shield, o DLC Isle of Armor é uma boa pedida para que os jogadores continuem se aventurando pelo mundo do game e não deseja jogar tudo novamente — no entanto, o novo conteúdo não se mostra essencial.
A Game Freak tentou agradar aos fãs ao corrigir várias coisas que foram alvo de críticas em relação aos jogos base. A volta de muitos Pokémon antigos (com mais ainda por vir em The Crown Tundra) e a variedade de ambientes da Isle of Armor evidenciam os defeitos de Sword e Shield. Felizmente, passear pela nova ilha é agradável o bastante para entreter o jogador por talvez dezenas de horas, caso completar a nova PokéDex seja seu objetivo.
No entanto, isto também evidencia o pouco conteúdo presente na primeira parte da expansão. Ao focar em áreas bonitas e variadas e em novos Pokémon, a Game Freak deixou de adicionar conteúdo substancial ao game, e mesmo assim não corrigiu os problemas de performance enquanto conectado à internet.
Para amantes das capturas Pokémon, há um excelente conteúdo na expansão. Para amantes de batalhas competitivas, há uma nova criatura para ser treinada. Contudo, infelizmente não há muito mais a se fazer em The Isle of Armor, exceto uma curta e nem um pouco desafiante história.
O saldo é positivo, pois a nova aventura diverte por um longo período, mas o pacote de expansão, pelo menos por enquanto, é mais recomendável para aqueles que possuem forte apreço a Pokémon Sword e Pokémon Shield. A expansão pode ser encontrada na Nintendo eShop, conforme a versão do jogo base que você possui:
Nota: Antes de comprar o pacote de expansão, o jogador deve verificar se está comprando a versão correta para o seu jogo. Pokémon Sword e Pokémon Shield estão disponíveis exclusivamente para Nintendo Switch e podem ser comprados por R$ 250,79 nas Lojas Americanas.
Review feita a partir de cópia digital cedida pela Nintendo.