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Na época do lançamento do PS4, a Guerrilla lançou com o console o game Killzone: Shadow Fall e bom, nós vimos o resultado. Felizmente, em 2017, fomos agraciados com um novo game do estúdio, chamado Horizon Zero Dawn. O game agradou tanto à crítica quanto ao público e cá estamos com a continuação.
Agora sabemos que o nome da franquia é apenas Horizon e o Zero Dawn tem muito mais a ver com a história do primeiro jogo. Por esse motivo, o novo jogo recebeu o nome de Horizon Forbidden West, já que agora iremos literalmente explorar todo o Oeste dos Estados Unidos.
Por falar no Oeste Proibido, é importante ressaltar que ele já era mencionado no primeiro jogo em um documento mega detalhado (leia aqui, na wiki do game). Isso é importante porque praticamente tudo o que o autor do documento relata, podemos presenciar no novo título.
Rumo ao Oeste Proibido
Com o final do primeiro jogo, descobrimos que o Zero Dawn foi um sistema de terraformação criado por Elisabet Sobeck há mil anos para salvar o planeta Terra. Ele foi dividido em 9 funções subordinadas para que cada uma cuidasse de uma área diferente no planeta.
O problema foi quando Hades, uma dessas funções, por um sinal desconhecido, se rebelou do sistema e gerou todo o problema que vimos ali. Além da questão com Hades, descobrimos que Aloy é um clone de Elisabet e a única capaz de arrumar toda a bagunça que ficou o Zero Dawn.
Horizon Forbidden West começa apenas alguns meses depois de tudo isso, com Aloy em busca de um backup de GAIA, a principal função subordinada do Zero Dawn. Com o sistema de terraformação corrompido, a fauna, os animais e os humanos passaram a sofrer com a “praga” e somente com Aloy estabilizando o Zero Dawn, as coisas enfim podem voltar ao normal.
Chegando ao Oeste Proibido
Aloy está disposta a fazer qualquer coisa para estabilizar o Zero Dawn e enfim concretizar o plano de Elisabet. Com isso em mente, a única opção que resta é ir até o Oeste Proibido. O motivo envolve Sylens, personagem que você provavelmente odeia por causa do primeiro jogo.
A forma como nos é apresentado o Oeste Proibido é simples e direta, o que é ótimo, mas tanto pelo documento do jogo anterior quanto pelo que os NPCs comentam, imaginei que o local seria mais… sinistro. Não me entenda mal, a exploração é incrível, os cenários são lindos e as novas máquinas trazem um ótimo desafio, mas a história tem um problema de vender algo e, na prática, ser outra coisa.
E isso não acontece somente com essa questão mitológica em relação ao Oeste Proibido, mas em todo o seu desenvolvimento. Temos ótimos personagens, momentos que me senti na cena do Thor chegando em Wakanda em Vingadores: Guerra Infinita, mas parece que tudo vai escalando, escalando e escalando, para no final entregar uma solução tão simples que gera um sentimento de frustração.
Por outro lado, se ela peca em entregar um desfecho a altura do seu desenvolvimento, não posso dizer o mesmo das missões secundárias. São muitas missões e todas as que tive oportunidade de fazer carregam um peso emocional muito interessante.
Um exemplo disso foi uma das missões onde um vilarejo está sofrendo e sem forças para lutar, já que dependem sempre da posição do seu líder. O ponto-chave da missão, no entanto, é que esse líder está com uma fé cega, aguardando uma mensagem divina que, naquele contexto, não existe. O desfecho da missão gera uma discussão interessante com uma solução que, particularmente, adorei.
A experiência Horizon Forbidden West
Se a história do jogo comete alguns deslizes estranhos, o mesmo não se pode dizer da experiência de jogá-lo. Mesmo com o game em sua versão mais simples (PS4 base), o jogo está lindo. Apesar de ser um jogo multiplataforma, senti uma melhoria significativa em relação ao Zero Dawn em todos os aspectos.
O rosto dos personagens está muito mais detalhado, temos uma variedade muito maior de cenários, coisa que já era bem legal no primeiro jogo. Temos neve, florestas, pântanos, grandes montanhas e até mesmo o mar. Tudo isso fez com que o jogo ficasse um pouco mais pesado, mas felizmente tem uma boa otimização.
Na maior parte do tempo, não senti problemas de engasgos ou fluidez, apenas uma certa demora na hora de abrir o mapa ou então mexer na bancada e afins. Não é nada que vai tirar sua paz, mas demora um pouquinho. Já em transições de áreas, tive um sentimento de nostalgia com o PlayStation 2.
Isso provavelmente é algo exclusivo da versão de PS4, mas sempre que o jogo precisa carregar uma nova área, por exemplo, uma tela de carregamento aparece do nada na tela. É algo bem breve e não afeta a experiência no seu todo.
Agora, uma coisa que me atrapalhou foi um bug relacionado ao comando de viagem rápida do jogo. O mapa é grande e rico em detalhes e você vai precisar usar o recurso de viagem rápida muitas vezes. A questão é que todas as vezes que precisei usar esse recurso para a última área do jogo, ele entrou em uma tela de carregamento infinita, novamente uma experiência à moda PlayStation 2, mas dessa vez bem desagradável.
Como todo jogo atual, Horizon Forbidden West conta com um modo foto e como podem ver nas fotos que fiz para a análise, dá para fazer coisas interessantes se souber mexer nos ajustes, mudando a pose e expressão de Aloy, colocar filtros e configurar mais detalhes da câmera. A única questão que me incomodou nele foi quando mudei a pose de Aloy e isso gerou um borrado na personagem. Não importa se está em movimento ou não, ele está lá.
Jogabilidade, combate e exploração
Horizon Forbidden West já é com certeza uma das coisas mais legais que tive o prazer de jogar nesse ano. O primeiro jogo tem um ótimo combate quando falamos das máquinas, mas peca no combate contra inimigos humanos. Por aqui, tivemos melhorias em tudo, elevando não só o desafio, mas também as possibilidades.
Aloy agora tem a ajuda de um planador e de um gancho igual ao do Batman, que serve também para puxar objetos pesados e isso permite que você aborde inimigos e máquinas de formas diferentes. Além disso, temos novas variações de arcos, lança-dardos, lança-virotes e até mesmo as chamadas manoplas trituradoras.
A árvore de habilidades é gigantesca e mesmo fazendo muita coisa opcional no jogo, não consegui completar nenhuma das 6 variantes por completo. Elas são divididas em guerreira, emboscada, caçadora, sobrevivente, sabotadora e maquinista. Cada uma delas trabalha uma função diferente da protagonista, indo do combate corpo-a-corpo à conversão de máquinas e armadilhas.
Por falar em habilidades, Aloy agora tem duas novas funções no combate: uma se chama técnicas de arma e, como o próprio nome sugere, traz novas funcionalidades para elas. Alguns exemplos são as do arco de caçador, onde você pode usar uma saraivada de flechas ou uma flecha tripla. Essas habilidades usam a sua barra de vigor, representada na cor amarela, e podem ser usadas ao mirar e atirar com o botão R1 ao invés do R2.
Já a outra novidade é chamada Impulso de Bravura. Ao ativar um desses impulsos, uma animação acontece e Aloy ativa um dispositivo, aumenta sua resistência, aprimora sua força ou então simplesmente causa uma grande explosão em área. Cada uma das árvores de habilidade conta com Impulsos únicos, mas você pode usar apenas 1 de cada vez, além deles poderem ser aprimorados até o nível 3. Os impulsos precisam da barra de bravura, na cor roxa, para funcionarem sendo ativados ao segurar o botão L1 e depois o R1.
Colocar tudo isso em prática contra as máquinas é realmente muito bom. Eu já adorava a ideia de você ter de usar táticas para cada máquina no primeiro jogo e, aqui, isso se mantém e com qualidade. Você vai precisar entender o que cada tipo de munição faz com cada inimigo, estudar a melhor estratégia para assim ter um bom desempenho.
Além de manter as máquinas do primeiro jogo e da DLC Frozen Wilds, Horizon Forbidden West traz algumas novidades interessantes. A Guerrilla divulgou recentemente uma breve batalha com uma das feras mais emblemáticas do novo jogo, mas pode esperar coisas como cangurus, variações de dinossauros e outras surpresas.
Por fim, explorar o mundo de Horizon Forbidden West é muito interessante. Por causa das novas “bugigangas” de Aloy, você terá um certo espírito de leva e traz no game. Isso inclui um novo material chamado verdrilho, usado para melhoria de várias armas e armaduras.
São cavernas secretas, caixas-pretas de aviões do velho mundo, os famosos caldeirões como no primeiro jogo, que servem tanto para uma exploração com puzzles, quanto para aumentar a quantidade de máquinas que você pode converter. Para fechar tudo isso com chave de ouro, Aloy agora tem um item especial que permite ela respirar debaixo d’água. Isso não só aumenta o índice de exploração, como os perigos pelo mundo. Tudo isso ajuda a enriquecer a já muito interessante lore de Horizon, sendo um prato cheio aos curiosos.
Dentre as atividades pelo mapa, você vai ter caçadas, desafios de luta corpo a corpo, vários postos rebeldes, colecionáveis espalhados e, claro, a volta dos incríveis Pescoções. Apesar de ter um pouco do sentimento dos games de mundo aberto da Ubisoft, por exemplo, achei que tudo ficou no ponto para se manter interessante e não repetitivo.
Ambientação, trilha sonora e dublagem
A ambientação de Horizon Zero Dawn já dispensava comentários por ser muito bonita, mas Horizon Forbidden West entrega algo ainda melhor. É simplesmente maravilhoso você estar explorando um lugar cheio de neve e de repente se deparar com um grande e imenso deserto ou então com o mar.
Essas mudanças de cenário são bem ricas em detalhes e raramente me deparei com locais repetitivos ou sem graça. A única área que me deixou incomodado, não pela beleza, mas pela forma como foi feita, é a de São Francisco. O local se divide em locais com mares e muitos prédios, mas parece um local não finalizado muitas vezes, te levando a regiões com glitches e aparentemente sem rumo.
No que diz respeito à trilha sonora, não tenho reclamações. O game segue fiel ao antecessor Zero Dawn, com boas músicas ambientes e o tema principal do game se mantém, embora sofra algumas alterações de ritmo em alguns momentos, gerando ainda mais emoção. Não é o ponto mais forte do jogo, mas é competente.
Na localização em português, temos aqui um trabalho muito bom. Tatiane Keplmair volta a emprestar sua voz à protagonista e temos diversas participações de outros grandes dubladores nacionais em NPCs e companhia. Apesar da excelência no trabalho, senti uma certa estranheza na movimentação labial dos personagens em outros idiomas fora do original. Para a maioria das pessoas, isso não vai atrapalhar, mas é bom avisar.
Veredito
Horizon Forbidden West é uma ótima continuação de uma nova franquia que promete muito. Embora peque um pouco na hora de entregar um desfecho a altura do resto do game, consegue entregar uma excelente experiência em seu combate, exploração missões secundárias e muito mais, misturando grandes momentos divididos de tensão, diversão, ou então apenas apreciação dos belos cenários.
Horizon Forbidden West foi jogado no PS4 base em uma cópia cedida pela Sony. O game será lançado nessa sexta, 18 de fevereiro, para Playstation 4 e 5.
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REVIEW: Horizon Forbidden West
REVIEW: Horizon Forbidden West-
História70/100 Bom
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Jogabilidade e combate90/100 Incrível
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Ambientação100/100 Excelente
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Gráficos79/100 Ótimo
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Trilha sonora79/100 Ótimo
Prós
- Ambientação maravilhosa
- Jogabilidade recebeu melhorias significativas
- Missões secundárias são interessantes
- Máquinas novas criam bons desafios
- Bom desempenho no PS4 base
Contras
- História principal tem desfecho um pouco frustrante
- Modo foto precisa de ajustes
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