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A cada nova geração de videogames, somos apresentados a consoles mais poderosos, entretanto, para conhecer o seu real potencial, é importante que existam jogos que explorem essas possibilidades. No caso do PS VR2, o novo console de realidade virtual da Sony, essa situação não poderia ser diferente e Horizon Call of The Mountain entrega resultados impressionantes, mas com ressalvas!
Vale lembrar também que a análise pode conter alguns spoilers do enredo, apesar de não entrarmos em detalhes profundos, então tome cuidado!
Agora, fique com a análise do jogo feita pelo Showmetech!
Novo protagonista e a história em Horizon Call of The Mountain
Uma das grandes mudanças presentes nesse novo título da série Horizon está no fato de que Aloy deixa o posto de protagonista da história, para um novo personagem assumir o papel principal: Ryas, ex-membro do Carja da Sombra que está em busca de se redimir dos erros que cometeu anteriormente.
Outro ponto interessante de se acrescentar é que apesar da protagonista dos jogos anteriores, Aloy, não ser a personagem principal, ela tem participação em Horizon Call of The Mountain e ajuda o protagonista por um breve momento.
Os novatos na franquia podem ficar um pouco confusos com os nomes citados no começo da história, já que não é dado tanto contexto sobre os acontecimentos – apenas explicado brevemente por meio dos diálogos. Então, quem já conhece a história presente em Zero Dawn e Forbidden West deve se sentir mais familiarizado, principalmente com a história do Rei Sol Louco Jiran.
Não se trata de uma narrativa profunda e cheia de detalhes, como acontecia nos jogos antigos. Esse não é o foco do título, então, quem estava na esperança de ver um novo capítulo complexo desse universo dominado por máquinas, pode se decepcionar, já que a história entregue é simples e bastante previsível.
Todavia, não se trata de um roteiro ruim ou fraco, ele é interessante o suficiente para te manter entretido pelas 6 ou 8 horas de duração do jogo. Você não vai ficar entediado de ouvir os diálogos dos personagens, apenas não encontrará nada de muito profundo, entende?
Os visuais de Realidade Virtual impressionam
Apesar do enredo desse jogo de PS VR2 não ser tão complexo, a verdadeira magia de Horizon Call of The Mountain está em sua qualidade gráfica. Se comparado a outros grandes jogos lançados de forma exclusiva para Realidade Virtual, ele está ao lado de Half-Life Alyx da Valve.
Parece até que para mostrar o grande salto de poder e também qualidade entre o primeiro headset lançado pela Sony lá no PlayStation 4 para esse atual modelo, os desenvolvedores dedicaram boa parte dos recursos para o potencial gráfico desse Horizon.
Seja na textura das paredes, cordas ou rosto dos personagens, elas foram feitas para entregar uma qualidade impressionante para o jogador. Tudo é extremamente bonito de ser visto, sendo que ainda nem chegamos na melhor parte.
A Guerilla Games, desenvolvedora do jogo, sempre foi conhecida por criar cenários impressionantes, que faziam os jogadores ficarem parados alguns segundos ali só admirando a beleza dos locais. Posso afirmar com certeza que essa qualidade foi mantida dentro da Realidade Virtual, talvez até levada para um novo nível, já que olhar para aqueles cenários profundos, principalmente após escalar algum local, te faz ficar de boca aberta.
É uma sensação ótima, que nem mesmo capturas de tela na melhor definição possível poderiam passar a mesma sensação de magnificência quanto experimentar aquilo com os óculos. O jogo, por vezes, não é alongado por missões principais ou pela história, mas sim por conta desses cenários que te farão ficar parado apenas para admirá-los.
Um simulador de escalada
Antes de você embarcar em sua aventura pelo universo de Call of The Mountain, é importante ter certeza de que seu preparo físico está em dia, pois aqui ele será posto a prova constantemente. A principal mecânica do jogo está na escalada, sendo divertida e fácil de ser dominada, mas foi tão usada que é fácil de se enjoar.
Não tem segredos nessa questão, basta apenas chegar perto de uma parede marcada por giz ou cordas amarelas, indicadores que você pode interagir com aqueles objetos e posicionar os Sense Controllers enquanto pressiona L2 ou R2. O caminho sempre é linear, sendo fácil de saber onde você precisa apoiar sua mão para continuar a aventura.
Em alguns momentos, a escalada também recompensa o jogador com belas vistas de cenários por ângulos diferentes, mesmo que isso não possa ser tão positivo para todos. Veja bem, um dos principais fatores da Realidade Virtual está em sua imersão e o jogo se passa em cenários altos, então pessoas com esse medo podem encontrar dificuldades, principalmente, pois a sensação de profundidade quando se olha para baixo pode ser bem real.
Como falamos, a depender de seu estilo de jogo para o Horizon Call of The Mountain, será necessário ter uma boa resistência para conseguir jogar por horas. Isso porque além das escaladas, que devem ser feitas por meio da movimentação dos braços, também a opção de se locomover por meio de gestos com os braços. Funciona bem? Sim, mas mesmo com o realismo proporcionado, isso costuma cansar muito rápido, por isso, é melhor controlar Ryas pelo próprio analógico, como estamos acostumados a fazer nos videogames habituais.
O combate é simples, mas divertido
Um de seus principais companheiros de viagem pelo universo desse jogo, obtido logo no começo da campanha, é o arco, que pode ser equipado tanto na mão esquerda ou direita – um alívio para os canhotos, assim como eu. Os disparos funcionam bem e enfrentar as máquinas selvagens nesse jogo é realmente incrível.
Algumas mudanças foram necessárias para que os efeitos da cinetose (o enjoo causado ao se jogar em realidade virtual) fossem reduzidos. Já que combates costumam ser intensos e repletos de movimentações rápidas, se essa mecânica fosse levada do PlayStation 5 para o PS VR2, provavelmente seria um contraponto muito forte.
Entretanto, aqui, as coisas funcionam de maneira mais simples, só que igualmente divertidas. A câmera, quando encontra algum inimigo pelo caminho, trava no oponente e a única preocupação do jogador é de andar para os lados para desviar dos golpes que receberá e, em seguida, acertar os pontos fracos do oponente com as flechas.
Apesar de não ser necessário perder o seu tempo atrás de novas flechas para o arco, já que as básicas são infinitas e você pode até mesmo ser ruim de mira que não precisará se preocupar com isso, as munições elementais são limitadas. Então é importante usá-las com cuidado para não ficar sem elas em momentos de maior importância, como batalhas contra inimigos.
Mesmo o combate sendo legal, não se trata uma mecânica que acompanhará o jogador por muitos momentos, são poucas batalhas, fazendo um jogador mais experiente sentir vontade de mais momentos de ação. Todavia, Horizon Call of The Mountain também se propõe a ser uma porta de entrada para muitos jogadores de Realidade Virtual, então, é uma escolha justificável.
Aliás, enfrentar um Tirânico dentro da Realidade Virtual consegue ser uma experiência ainda mais intensa do que enfrentá-lo em Zero Dawn ou Forbidden West.
Imersão de outra realidade
Outro ponto em que o jogo se destaca. Já falamos sobre a beleza dos cenários, como o combate funciona e também das escaladas, mas esses três pontos também se encaixam aqui para tornar a experiência ainda mais imersiva. Os óculos de Realidade Virtual da Sony entregam uma experiência quase que definitiva no quesito de realmente se sentir dentro do jogo.
Além desses três destaques, o ambiente em si também é bastante imersivo, isso porque há muitas coisas espalhadas pelo cenário que você pode interagir livremente. Muitas dessas não são relevantes para a história ou nem desbloqueiam nada novo, mas é um carinho especial que deixa tudo mais interessante.
Pratos abandonados em cima da mesa podem ser jogados para o alto e caso você não consiga pegá-los, se quebram ao cair no chão. Também é possível testar o movimento de seu braço e ver o quão longe consegue arremessá-los! A física está presente tanto neles, quanto em outros que você também pode encontrar durante suas aventuras, mostrando que os desenvolvedores colocaram um carinho especial nisso.
É até mesmo possível encontrar alguns instrumentos musicais ou pincéis e tintas que podem ser usados para escrever mensagens nas paredes. Não querendo comparar novamente o jogo com o da Valve, mas é interessante ver como as duas desenvolvedoras tomaram uma atenção especial para trazer esses detalhes para dentro de seus títulos.
São detalhes que se fossem aplicados com tanta profundidade num jogo convencional de console, ignoraríamos por estarmos concentrados em outros objetivos. Entretanto, dentro da realidade virtual, isso acaba um grande trunfo, já que essa tecnologia se propõe a oferecer essa imersão.
Jogo para veteranos ou novatos
Felizmente, há diversas configurações para deixar a jornada de Horizon Call of The Mountain customizada. Então, há forma de deixar as lutas mais difíceis para procurar um maior desafio no combate ou apenas reduzir a dificuldade, para aproveitar os cenários e não quebrar a cabeça contra os inimigos.
É possível desativar (ou ativar) várias outras opções para a experiência ficar do seu agrado. Por exemplo, ao utilizar os arcos, enquanto o segura com uma das mãos, é necessário simular o movimento de pegar uma flecha e colocá-la na corda com a outra, se o jogador se incomodar com isso, há a possibilidade de recarregar automaticamente.
Vale a pena jogar Call of The Mountain?
O título de Horizon Call of The Mountain é um bom jogo, essencial para quem deseja embarcar nessa jornada de Realidade Virtual com o PS VR2. Ele mostra tudo o que a nova plataforma da Sony pode oferecer aos jogadores e nos deixa empolgado para futuros títulos grandes lançados pela empresa, além de também provar que o futuro da tecnologia pode entregar experiências realmente maravilhosas.
Só que muitas vezes, durante a nossa jornada, ele também pode passar a sensação de não ter sido finalizado completamente. É uma experiência premium e divertida, mas também que anda ao lado de se parecer uma tech demo, em que, durante o desenvolvimento, seus desenvolvedores não se decidiram sobre criar um produto para mostrar o poder da plataforma ou criar algo que ia além.
É como se tivesse faltado um pouco de ousadia para explorar ainda mais o potencial da plataforma ou simplesmente conhecimento para se produzir jogos em Realidade Virtual.
No final, Horizon Call of The Mountain é uma jornada épica na imersão da realidade virtual, uma experiência imperdível para todos os jogadores que desejam transcender as fronteiras do possível e explorar novos horizontes tecnológicos. Principalmente para quem nunca teve contato com títulos do meio, essa é uma boa porta de entrada para quem deseja se imergir em um novo universo.
Ficou interessado? Você pode comprar o jogo, assim como o óculos de realidade virtual por R$ 4.799,90 na Amazon. Lembrando que é necessário ter um PS5 para jogá-lo.
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Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim
Veredito do Horizon Call of The Mountain
Veredito do Horizon Call of The Mountain-
Gráficos10/10 Excelente
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Imersão em Realidade Virtual10/10 Excelente
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História6/10 Normal
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Jogabilidade8/10 Ótimo
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Conteúdo7/10 Bom
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parece muito imersivo pqp
Jogo de escalada