Quando Ghost of Tsushima foi lançado no ano passado, a expectativa era que ele fosse o último grande exclusivo do PlayStation 4. Contando com uma direção artística e um poderio gráfico incrível, o jogo parecia fazer justiça em ser o “canto do cisne” do console. Porém, a Sony continua lançando jogos para o videogame anterior, e Tsushima ganha uma segunda chance, agora sendo disponibilizado em uma versão nativa para o PS5. Mas o que a chamada “Director Cut” do jogo traz de novidades? Confira em nossa análise.
Um port desnecessário?
Quando essa versão nova de Ghost of Tsushima foi anunciada, muito se comentou sobre a aparente falta de necessidade de vender o jogo para o PS5, já que 1) o console conta com retrocompatibilidade e 2)Ghost of Tsushima já conseguia rodar nativamente em uma qualidade maior no PS4 Pro e no novo console da Sony.
A versão Director Cut se vende principalmente pela expansão Iki Island, uma nova localização explorável que fica disponível a partir do ato 2 do jogo, e traz consigo uma nova campanha que dura aproximadamente 10 horas. A jornada nessa nova locação traz novas habilidades, novos inimigos e muitas jornadas opcionais, mas que para mim ficam obviamente destacadas por parecer um modo mais desafiador do jogo original, principalmente que eu ao começar a análise do jogo usei um save da versão anterior para chegar mais rápido no conteúdo novo.
As novas paisagens são bonitas, e mais uma vez todo o cuidado para desenvolver o mundo do jogo se reflete em detalhes como plantas nativas da Ilha de Iki real. Porém, essas 10 horas e as novas aventuras não parecem justificar o preço cobrado, pelo menos em primeira vista.
Para quem tem a versão de PS4, a expansão também está disponível nela, e testando o jogo no meu console velho de guerra, pude notar que além da óbvia performance em resolução menor do que no PS5, o jogo não conta com tantas diferenças.
Entre os outros itens oferecidos pela nova versão, temos também um vídeo do comentário de diretor bem interessante. O presidente da Sony Entertainement Productions, Sushei Yoshida, o diretor criativo da Sucker Punch, empresa responsável pelo desenvolvimento do jogo, e um renomado historiador japonês comentam sobre o processo criativo e sobre quão junto da história das invasões mongol o jogo está. É uma experiência inegavelmente interessante, que serve bem como extra.
Um jogo ainda excelente
Quanto ao jogo em sí, os jogadores que já se aventuraram na pele de Jin no ano passado não encontrarão muitas novidades no jogo principal. Os pontos fortes continuam muito presentes, como a natureza incrível da ilha de Tsushima, a escolha artística de ter o vento como seu indicador de como chegar em um objetivo, os vários estilos de espada e combate, os genias embates de samurai e muito mais.
A UI do jogo continua bem limpa, com pouquíssimas informações aparecendo para o jogador apreciar ao máximo as lindas paisagens. Questões sobre como identificar pontos de interesse no mapa são bem sinalizadas, seja por sinais de fumaça ou animais aparentemente se reunindo em busca de algo. Ano passado a ambientação foi um dos principais elogios do jogo, e ele continua sendo impressionante agora.
As opções “Cinema de Samurai” com o jogo todo com vozes em japonês e legendas em inglês continua presente, sendo na minha opinião a forma ideal de se experienciar o jogo. Para os jogadores mais artísticos, o “Modo Kurosawa”, onde o jogo fica todo em preto e branco, remetendo aos clássicos do cinema japonês como Os Sete Samurais, continua disponível também.
O combate, porém, se já era criticado antes, continuará sendo agora. Mesmo com as novas habilidades adquiridas na Ilha de Iki, todo o fluxo das lutas não deixa de ser o que já estamos acostumados em jogos AAA. Use a espada em uma certa pose para quebrar escudos, em outra para poder cortar inimigos de forma mais rápida, ou invada casas de forma sorrateira, para vencer seus inimigos de forma rápida. Não esperava uma reformulação dos sistemas do jogo, mas confesso que revisitar um jogo que em ambientação é tão impressionante mas no combate é tão mais do mesmo continua me deixando com um gosto amargo na boca.
Clichês comuns dos jogos de mundo aberto também continuam presentes, como as bases mongóis espalhadas no mapa, podem ser encontradas aos montes, e como a resolução desses desafios sempre é o combate, acabam ajudando no ritmo repetitivo do jogo.
Conclusão
Ghost of Tsushima Directors Cut é uma versão que não parece justificar sua existência. Fosse lançado como um upgrade gratuito para o PS5 e sendo vendido como expansão talvez fizesse mais sentido. Os pontos positivos do jogo continuam evidenciados de maneira fantástica, enquanto os negativos parecem mais drásticos, após um ano de críticas presentes no mundo. Para quem não tem a versão do ano passado, é uma boa pedida, mas para quem estiver esperando para rejogar no PS5, confesso que talvez seja melhor aguardar uma promoção.
Ghost of Tsushima Directors Cut está disponível por R$349 para PS5.
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