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Em tempos em que o mundo se resguarda em quarentena por conta do novo coronavírus, o COVID-19, boas opções de entretenimento são bem-vindas. Felizmente, a Bethesda acertou o timing (não proposital) e lançou Doom Eternal, um jogo eletrônico visceral e espetacular, indispensável para quem gosta de ação.
O game foi desenvolvido pela id Software e publicado pela Bethesda. É a sequência de Doom, lançado em 2016 sem subtítulo para diversas plataformas. Doom Eternal foi lançado no último dia 20 de março para as plataformas PlayStation 4, Xbox One, PC e Google Stadia — a versão para Nintendo Switch está prometida para algum momento posterior de 2020.
Nesta análise, veremos o que a nova iteração da aclamada franquia de tiro em primeira pessoa trouxe para os jogadores.
Maior e mais frenético
Doom Eternal é a sequência de Doom, de 2016. O jogo segue o mesmo estilo do seu antecessor, contudo a id Software foi além nos pontos que se destacaram no título anterior. A violência exacerbada dita o ritmo do game, que tem praticamente todos os elementos voltados para o ato de estripar demônios. A regra é uma só: não pare enquanto não acabar com todos eles.
O novo jogo se passa majoritariamente em um planeta Terra tomado pelos demônios, portanto são comuns cenários como cidades e shopping centers destruídos e com hordas de inimigos à solta. Destaca-se do jogo anterior, que se passava, na maior parte, em instalações militares no planeta Marte.
História nunca foi o ponto forte da franquia Doom, e com Eternal não é diferente. O Doom Slayer (ou matador de demônios) está em uma uma caçada desenfreada para salvar o planeta da destruição, e ele é a única coisa temida pelas criaturas do inferno. Isso é basicamente a premissa de todo o jogo, mas felizmente há bastante espaço para que o jogador se aprofunde no universo apresentado no game.
Detalhes da trama vão aparecendo pouco a pouco através de cinemáticas e, principalmente, por explicações textuais de itens encontrados no caminho. Há muito material para conferir, porém a leitura não é obrigatória. Quem quiser apenas dilacerar demônios, no entanto, perderá um interessante conhecimento sobre o jogo.
A todo momento, o jogador é posto em combate com as criaturas demoníacas. Agora, cada uma delas possui várias partes “quebráveis” que vão se destruindo nos pontos em que o Doom Slayer as atinge. O resultado são pedaços de carne e vísceras saltando na tela o tempo todo.
Assim como no game anterior, o protagonista está sempre correndo e as armas não exigem recarregamento. Ao causar dano suficiente em um demônio, este brilhará, indicando a possibilidade do jogador realizar uma Morte Gloriosa (Glory Kill, como escrito no game), que se trata de uma animação em que o inimigo é destruído e pontos de vida são liberados.
As opções do jogador crescem em número em Doom Eternal. O protagonista agora tem um botão para lançar diferentes tipos de granadas, outro para a serra elétrica (que concede munição quando utilizada), outro para um lança-chamas (fonte de pontos de armadura ao queimar inimigos), pulo duplo e movimentação acelerada em diferentes direções.
Para se dar bem no game, o jogador precisa aprender a usar o arsenal disponível de maneira efetiva, pois a quantidade de inimigos na tela é grande (consideravelmente maior em relação ao título anterior) e o nível de dificuldade é bem elevado. O resultado é a necessidade de pensar estrategicamente e, ao mesmo tempo, não se manter fixo em qualquer ponto do mapa — o jogo se torna muito mais do que simplesmente atirar em inimigos.
Doom Eternal também flerta com o RPG. Durante as várias fases do jogo, as ações do jogador, se bem executadas, assim como itens escondidos no cenário, concedem pontos que podem ser utilizados para melhorias das armas, do próprio protagonista ou de como ele manipula o ambiente a seu redor. Há a constante sensação de que o jogador está evoluindo junto de seu personagem, ficando cada vez mais forte e mais apto a lidar com as novas criaturas que continuam a aparecer.
Entre uma fase e outra, o jogador é redirecionado a uma fortaleza que se localiza em órbita do planeta Terra. Além de servir como um ponto de calmaria, a fortaleza contém bastante conteúdo para ser explorado, à medida que objetivos são concluídos durante cada missão.
Competência técnica
Para o desenvolvimento de Doom Eternal, a id Software atualizou o motor gráfico que utilizou em Doom, e isso lhe permitiu diversas melhorias técnicas. Não há uma revolução gráfica em relação ao título anterior, mas o detalhamento no ambiente dá a Doom Eternal clara vantagem visual.
Os efeitos de luz estão mais realistas, e os cenários, consideravelmente mais amplos que os do antecessor, contam com múltiplas fontes de iluminação. Além disso, texturas de melhor qualidade e objetos mais detalhados complementam os ambientes.
De uma maneira geral, as locações do game são largas e comportam muitos elementos simultâneos, inclusive inimigos. O design de cada cenário (ou level design, como comumente falado na indústria de jogos eletrônicos) recebeu uma proposta de verticalização, condizente com as novas opções de movimentação do personagem controlado. São locais complexos, com demônios espalhados por todos os cantos.
Com todas essas melhorias, impressiona que o jogo rode a uma taxa de 60 quadros por segundo em todas as plataformas, o que se torna um deleite visual com tantos elementos e efeitos de luz saltando na tela o tempo inteiro.
Como esperado, nos consoles base (desconsideram-se PS4 Pro e Xbox One X) há eventuais quedas na performance de Doom Eternal, e alguns engasgos são sentidos. Na maioria das vezes a diminuição no desempenho não afeta a jogatina, mas em alguns momentos é possível que um tiro ou outro não saia como planejado pelo jogador.
Para quem tiver acesso, as plataformas mais robustas (PS4 Pro, Xbox One, Google Stadia e PCs com potência suficiente) rodam perfeitamente o game — o que demonstra que PS4 e Xbox One já chegaram em seus limites.
Duas pequenas decisões da id Software são questionáveis e poderiam ser resolvidas em atualizações futuras. A primeira delas é em relação ao idioma: Doom Eternal sempre se inicia com áudio e legendas no idioma do console, não sendo possível escolher a configuração que o jogador deseja. Vozes em inglês e textos em português, portanto, nem pensar.
A segunda crítica é a falta de controles por movimento. A versão do Doom de 2016 para Nintendo Switch (que recebeu o jogo em 2017) teve atualização posterior que incluiu a possibilidade de mirar com os sensores de movimento presentes no controle. Doom Eternal, lançado três anos depois, não incluiu tal possibilidade mesmo o controle do PlayStation 4 suportando a funcionalidade.
É importante também abrir um espaço para falar sobre bugs. Enquanto que conosco o Doom Eternal rodou bem, certa vez o jogo apresentou um bug que penalizou o jogador. Depois de acabar com uma horda de inimigos, um demônio apareceu e ficou preso no cenário (como pode ser visto no vídeo acima). Depois de derrotar este demônio restante, o mapa não contabilizou a vitória naquela área (imagem abaixo), de forma que não bonificou o jogador devidamente.
Felizmente, é possível refazer missões com as melhorias de armas, armadura e ambiente já conquistadas.
Ray Tracing
Já que estamos falando da competência técnica que a Bethesda dispensou a Doom Eternal, destaque deve ser dado ao uso da novíssima tecnologia Ray Tracing, método desenvolvido para trazer aos jogos eletrônicos (e ao cinema) efeitos de luz consideravelmente mais próximos da realidade. Vale destacar que o Ray Tracing só está disponível na versão do jogo para computadores, em placas de vídeo que suportam a tecnologia.
O principal a se notar ao jogar Doom Eternal com o Ray Tracing ativado, é que há muito mais superfícies refletindo cada fonte de luz, que, como dissemos acima, são em grande número nos cenários do jogo. Dado o frenesi do game, com o brilho dos disparos das armas e inimigos que piscam sem parar, o resultado é uma obra que já é bela e fica ainda mais agradável aos olhos.
Doom Eternal a 4K, 60 quadros por segundo e com o Ray Tracing ativado é uma das melhores experiências visuais que a indústria de jogos eletrônicos é capaz de oferecer atualmente.
Trilha sonora de destaque
Os jogos da franquia Doom sempre contaram com trilhas sonoras que se destacavam. Doom Eternal não é exceção.
A trilha sonora segue os tons pesados da série, sendo mais parecida com o Doom de 2016. Ela tem a energia certa para um jogo tão frenético quanto Doom Eternal, porém a impressão é de que, em alguns momentos, assume um volume mais baixo do que deveria.
De qualquer maneira, o jogador vai se sentir constantemente estimulado a trucidar demônios sob o peso do metal musical, que abusa de instrumentos graves e fortes distorções de baixo e guitarra.
Multiplayer assimétrico
Além de uma excelente campanha que pode facilmente chegar a 20 horas de jogatina, Doom Eternal possui um modo multiplayer revigorado. Enquanto que em Doom o modo para múltiplos jogadores era um genérico mata-mata, agora há uma opção variada que diverte por horas, ótimo para quem quer se divertir de forma descompromissada.
O modo multiplayer, jogado apenas pela internet, assume o que se chama de jogatina assimétrica, em que cada jogador tem um estilo de jogabilidade diferenciado. Pensado para até três pessoas, uma controla o protagonista do modo campanha, o Doom Slayer, enquanto os outros dois jogadores controlam, cada um, um de cinco dos grandes demônios presentes no jogo. O Doom Slayer deve matar os dois demônios, e vice-versa.
O modo é bastante divertido e possui regras simples. Apesar disso, ter domínio de todas as habilidades e possibilidades do modo online exige tempo e esforço, o que é um ponto positivo.
Mais do que recomendado
Doom Eternal é um jogo de tiro que vai direto ao ponto. Sem frescuras, o game põe o jogador na obrigação de partir para cima dos inimigos e estripá-los das mais variadas formas. Apesar da temática pesada, é visualmente incrível e terrivelmente satisfatório em toda sanguinolência apresentada.
Este é, indubitavelmente, um jogo essencial para qualquer um que goste de jogos de tiro e com grande apelo gráfico à violência. Resta agora aguardar pela versão de Doom Eternal para Nintendo Switch.
E se este foi o Doom que tirou leite sangue de pedra da geração atual, por que não ficar na expectativa do que virá na 9ª geração de videogames?
O jogo pode ser encontrado a partir de R$ 199, e está disponível para PC, PlayStation 4 e Xbox One.
Requisitos
Para jogar Doom Eternal no PC, o jogador precisará de uma máquina com os seguintes requisitos:
Mínimos
- Processador e sistema operacional 64-bit
- Sistema operacional: 64-bit Windows 7 / 64-Bit Windows 10
- Processador: Intel Core i5 @ 3.3 GHz ou melhor, ou AMD Ryzen 3 @ 3.1 GHz ou melhor
- Memória: 8 GB RAM
- Vídeo: NVIDIA GeForce GTX 1050Ti (4GB), GTX 1060 (3GB), GTX 1650 (4GB) ou AMD Radeon R9 280(3GB), AMD Radeon R9 290 (4GB), RX 470 (4GB)
- Rede: Conexão com a internet
- Armazenamento: 50 GB de espaço disponível
- Observações adicionais: (1080p / 60 FPS / Low Quality Settings)
Recomendados
- Processador e sistema operacional 64-bit
- Sistema operacional: 64-bit Windows 10
- Processador: Intel Core i7-6700K ou melhor, ou AMD Ryzen 7 1800X ou melhor
- Memória: 8 GB RAM
- Vídeo: NVIDIA GeForce GTX 1060 (6GB), NVIDIA GeForce 970 (4GB), AMD Radeon RX 480 (8GB)
- Rede: Conexão com a internet
- Armazenamento: 50 GB de espaço disponível
- Observações adicionais: (1080p / 60 FPS / High Quality Settings) – *Em placas NVIDIA GTX 970, a qualidade da textura deverá ser colocado no nível Médio
Ultrapesadelo
- Sistema operacional: Windows 10 64-bits
- Processador: Intel Core i9-9900K ou superior, ou AMD Ryzen 7 3700X ou superior
- Memória: 16 GB RAM
- Vídeo: NVIDIA GeForce RTX 2080 Ti (11 GB), AMD Radeon VII (16GB)
- Armazenamento: 50 GB de espaço disponível
- Observações adicionais: (2160p / 60 FPS) ou (1440p / 120 FPS / Configurações do Ultrapesadelo)
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