Review: Donkey Kong Country Returns HD é um desafio renovado

Um dos últimos títulos a desembarcar na biblioteca do Nintendo Switch antes do lançamento do Nintendo Switch 2, Donkey Kong Country Returns HD é o retorno do gorila mais famoso da Nintendo, Donkey Kong, aos holofotes do mundo dos videogames. Entre acertos e poréns, saiba porque recomendamos o jogo em nossa análise.

“O bom filho a casa torna”

Antes de iniciar o nosso review de Donkey Kong Country Returns HD, precisamos contextualizar. A trilogia Donkey Kong Country foi um marco histórico na indústria dos videogames nos anos 1990 e uma revolução nos jogos de plataforma para a sua geração. Reformulando o visual do mascote primata da Nintendo, bem como os aspectos gráficos (utilizando os mesmos computadores que fizeram os efeitos do filme Jurassic Park), de som e de game design em jogos do gênero, a franquia criada pela Rare acertou em cheio o coração e os olhos dos jogadores com um título envolvente, bonito e desafiador. 

Após 14 anos desde o último lançamento de um jogo da série com Donkey Kong Country 3: Dixie Kong’s Double Trouble!, eis que, de forma totalmente inesperada, é divulgada uma sequência do jogo para o Nintendo Wii na emblemática E3 2010. Sai a Rare e entra a Retro Studios, nova parceira da Nintendo, responsável pelos games da trilogia Metroid Prime, e que agora ficaria encarregada de revitalizar a franquia com novos e antigos elementos. Uma grande responsabilidade, há de se pontuar.

O sucesso — em crítica e vendas — de Donkey Kong Country Returns o fez render uma continuação, intitulada Donkey Kong Country: Tropical Freeze (2014), e remasterizações, como Donkey Kong Country Returns 3D (2013), Donkey Kong Country: Tropical Freeze remasterizado para o Nintendo Switch e, agora, uma nova versão em HD de Returns (totalizando o seu terceiro “retorno”!). Tal lançamento garante à biblioteca do Switch o acesso a todos os jogos da franquia Country e de sua sub franquia Donkey Kong Land (disponíveis através do NSO), original de GameBoy (e nos faz aguardar por relançamentos, como Donkey Kong 64 e Donkey Kong Jungle Beat, este ainda exclusivo do GameCube!).

A versão definitiva de Donkey Kong Country Returns?

Com o lançamento atual de Donkey Kong Country Returns HD, a versão em alta definição do jogo de Wii para rodar em TVs modernas, podemos presenciar uma maior imersão no jogo com imagens vibrantes, além de melhorias no gameplay com um novo mapeamento de botões e novas fases extras trazidas da versão portátil lançada para o Nintendo 3DS.

Para quem não jogou a versão original, ou mesmo seu port no 3DS, este é um título de narrativa simples, porém, de jogabilidade desafiadora! Daqueles em que você irá errar muitas vezes até acertar e conseguir passar de fase. Isso sem contar os segredos escondidos em lugares ocultos que entregam alguns itens — como moedas especiais, letras KONG e peças de quebra-cabeças — e que também levam o jogador aos estágios especiais. Trata-se de um jogo completo, com desafios em plataformas que exigem coordenação e dão muito gosto de jogar, assim como era na série original lançada para o Super Nintendo.

Muitos dos elementos dos jogos da antiga trilogia Donkey Kong Country estão presentes aqui de alguma forma, seja na disposição das plataformas, no estilo dos inimigos, nas características dos biomas das fases e até mesmo na trilha sonora — que inclui remixes e temas clássicos no meio de músicas mais ambientes, diferentemente das criadas pelo compositor original David Wise (que retorna apenas em Tropical Freeze). Ao todo, o jogo possui 80 fases (incluindo as extras da versão para 3DS) espalhadas por nove mundos, com cenários que vão desde a selva, até paisagens como minas, praia, floresta, fábrica, entre outros. 

Para controlar os símios nesta aventura, antigamente, o jogador dispunha dos sensores de movimento do Wii Remote e, mais tarde, dos botões tradicionais do Nintendo 3DS. O que vemos nesta nova versão para o Switch é uma mistura de ambos — incluindo o uso do HD Rumble —, com o controle do personagem pelas fases sendo feito através do direcional analógico, mas da batida no chão e do ato de assoprar podendo ser realizado através de um simples balanço dos Joy-Cons. Uma jogada de mestre e que funciona melhor para a maioria dos jogadores. Adicionalmente, também é possível jogar o modo multiplayer usando apenas um único par de controles.

Há de se destacar aqui que os gráficos estão bem vivos — tanto no modo portátil quanto na TV —, com uma qualidade de dá gosto a cada lugar em que o jogador passa. É fácil se impressionar com a textura de alguns elementos, como a água mais brilhante, as paredes mais coloridas ou as árvores de fundo mais nítidas. Ainda que muitos possam criticar sobre as mudanças e a falta de alguns detalhes gráficos que podiam ser vistos na versão para Wii, no geral, o jogo consegue entregar um visual bem mais nítido, polido e vívido que suas versões anteriores.

Os mesmos problemas retornam…

No entanto, alguns adendos precisam ser comentados. Um dos defeitos neste jogo consiste no tempo de carregamento entre as fases, que permanecem longos assim como eram na versão para o Wii. Dado o processador de duas gerações após o jogo original, esta é uma característica que deveria ter sido corrigida, ainda mais se considerarmos que estamos jogando um jogo em cartucho ou salvo na memória interna do console, ao invés dos antigos discos ópticos.

Outro aspecto que sinto que poderia ter sido melhorado é o balanceamento de dificuldade entre as fases. Mesmo trazendo as facilidades da versão para 3DS, que garantia um coração extra, maior quantidade de itens de ajuda e a possibilidade de assistir a fase sendo completada, ainda seria melhor se alguns percursos contassem com um save point a mais no meio de certos caminhos. Isso reduziria as diversas vezes em que precisaríamos retornar um longo caminho após esbarrar em um obstáculo ou cair de um precipício. 

Por último, não foram trazidas novidades extras para esta versão, que seriam muito bem-vindas, ainda mais pelo tempo e pela remasterização portátil já existente. Algumas novas fases, — inspiradas na versão subsequente do jogo, no futuro filme da série Mario, ou até mesmo no parque da Nintendo que irá incluir uma área de Donkey Kong — poderiam ser usadas como base. As opções eram muitas — incluindo uma tradução para o português brasileiro, que também ficou de fora — e fica a impressão de que não teremos DLCs futuros para este jogo que, deve ter vindo mais como forma de preencher a lacuna da ausência de grandes títulos antes da chegada do Nintendo Switch 2.

Returns ou Tropical Freeze, qual o melhor?

Muitos fazem a seguinte pergunta: Donkey Kong Country Returns HD vale a pena?, ou então: compensa mais comprar sua continuação Donkey Kong Country: Tropical Freeze, original de Wii U, também remasterizado no Nintendo Switch? O retorno de Donkey Kong Country Returns ao Nintendo Switch com gráficos aprimorados pode ser considerado a versão definitiva do jogo, porém, ainda por se tratar de um lançamento para uma geração anterior, quando comparado ao Tropical Freeze, ele pode parecer menos grandioso ou carente de mais inovações do que sua continuação.

Desta forma, ambos os jogos merecem atenção dos fãs e a escolha de “comprar um no lugar do outro” deve ser substituída por “comprar um antes do outro”. Acredito que pode ser mais vantajoso jogar os títulos na ordem em que foram originalmente lançados, com Returns primeiramente e Tropical Freeze logo em seguida, porém, há de se considerar que esta escolha se trata de uma decisão pessoal e que envolve também o hype pelo título do momento e as promoções e ofertas que possam surgir primeiro. 

Conclusão e disponibilidade 

Diante de todos os aspectos mencionados acima, é possível confirmar que vale a pena comprar o jogo Donkey Kong Country Returns HD, assim como também vale muito à pena esperar por promoções envolvendo o game. Seja para quem nunca o jogou ou para substituir os jogos de sua coleção por uma versão definitiva, o título é uma excelente adição à biblioteca de qualquer jogador fã de jogos de plataforma e que pode garantir muitas horas de diversão, principalmente para quem desejar obter todos os itens colecionáveis que estão presentes.

Disponível para o Nintendo Switch pelo preço de R$ 299,00 na eShop, ou em versão física através de lojas selecionadas ao preço oficial de R$ 349,90 (com variações a depender da época, da plataforma de venda e do revendedor), Donkey Kong Country Returns HD é a pedida perfeita dos fãs para um dos melhores jogos de plataforma já lançados nos últimos tempos. Aproveite a onda do momento (e as do jogo também) e curta mais uma aventura de qualidade e muita diversão, característica em consoles Nintendo!

E então, o que acharam da nossa análise de Donkey Kong Country Returns HD? Já jogaram ele antes ou pretendem conhecê-lo agora em HD? Conte pra gente nos comentários!

Análise realizada com cópia do jogo cedida pela Nintendo.

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Texto revisado por Alexandre Marques em 27/01/2025.