REVIEW: Disney Illusion Island traz referências e humor inteligente em jogo cartunesco

O novo jogo para Nintendo Switch, Disney Illusion Island foi lançado recentemente e tem agradado bastante o público. O jogo faz homenagem à história da animação e aos jogos clássicos de plataforma. Confira nossa review!

História simples e cativante

Mickey Mouse, Minnie Mouse, Pato Donald e Pateta acreditam terem sido convidados para um divertido piquenique na floresta, mas descobrem que foram enganados por Toku, o rei do mundo mágico de Monoth, que precisa da ajuda do quarteto para encontrar três livros místicos e salvar sua misteriosa ilha. O grupo enfrentará inimigos perigosos e caminhos tortuosos para completar a missão, no maior estilo jogo de plataforma, que inclusive, lembra um pouco os antigos jogos do Mickey para Megadrive, como o Castle of Illusion, porém com visual mais cartunesco.

A trama de Disney Illusion Island é bem simples, mas ainda consegue ser divertida e entregar bom humor com uma pitada de sarcasmo e piadas inteligentes. É uma história que cativa tanto adultos quanto crianças.

A essência de cada personagem foi mantida com maestria, temos um Mickey e uma Minnie mega otimistas, um Pato Donald extremamente reclamão e um Pateta… pateta; os fãs das histórias do roedor não tem do que reclamar.

A parte chata e incômoda é a falta de dublagem e legendas em português, algo esperado quando se trata de Nintendo, mas que não faz o menor sentido quando lembramos que existe dublagem oficial dos personagens em português — e há muito tempo inclusive — e que o jogo não foi desenvolvido pela japonesa e sim pela Dlala Studios em parceria com a Disney, vacilo demais.

Mesmo optando por jogar em inglês e às vezes em espanhol, minha compreensão ficou comprometida não apenas pela falta de fluência nos idiomas, mas também pela própria dublagem do Pato Donald, sendo um desafio a parte até mesmo em português. Lembrando também que não temos legenda 100% do tempo, então é bem fácil se perder se não tiver uma boa noção do idioma escolhido.

Jogabilidade

Disney Illusion Island é um jogo de plataforma clássico, no qual você pula, agacha e desvia de inimigos para chegar num objetivo específico. O mapa é bem amplo e isso me surpreendeu bastante, principalmente por ser um jogo de aparência “simplista” que, à primeira vista, não parece oferecer muitos desafios.

Ao contrário de outros jogos do mesmo estilo como o clássico Mega Man, ou os recentes Hollow Knight e Cuphead, a aventura de Mickey e seus amigos não consiste em lutar contra monstros poderosos, você apenas desvia e se adapta às mecânicas e cenários do jogo, encontra aliados, desafios e aprimora suas habilidades para explorar cada vez mais.

O nível de dificuldade é equilibrado conforme progredimos a aventura: toda vez que pensava que o jogo ficaria repetitivo, uma nova área do mapa era desbloqueada com mecânicas totalmente diferentes. O game pode ser jogado de 1 até 4 jogadores e infelizmente não possui multiplayer online.

Exploração infinita

Inclusive, uma das coisas mais divertidas da gameplay é justamente explorar o mapa, coletar recursos e encontrar easter eggs. Outro ponto interessante sobre o mapa é que ele funciona com livre exploração, não existe uma fase com começo, meio e fim, a ideia é ir destravando portas ao longo do caminho para ampliar cada vez mais o mapa e ir completar a missão principal: encontrar os três livros perdidos da biblioteca mágica de Monoth.

Direção de arte impecável

O que para alguns foi um ponto negativo, para mim foi uma surpresa agradável: o visual cartunesco dos ambientes e das animações lembram muito os primeiros desenhos do Mickey da década de 30, aliás, a Disney vem seguindo esse estilo nos novos desenhos do roedor há algum tempo, mas alguns fãs preferem aquele visual clássico com olhos gigantes dos anos 90.

Faz total sentido terem optado por seguir essa linha mais clássica de animação, pois os visuais e movimentos do jogo foram feitos a mão por artistas. Bacana né?!

É tudo bem colorido em Disney Illusion Island, o que particularmente combina muito com a própria linguagem do Nintendo Switch, que tem uma proposta mais descontraída e colorida em sua biblioteca de jogos.

Não só o visual do jogo é muito bonito e divertido, como as interações entre os personagens e a paisagem sonora também, que remetem sempre a estripulias e referências aos desenhos da década de 30.

Por falar em paisagem sonora, parabéns à equipe de sonografia, que entregou uma trilha nostálgica que mistura homenagens à história da animação e a própria trilha clássica da Disney World, “When You Wish Upon A Star”.

Desempenho e modos do Switch

O game pode ser jogado tanto no modo portátil quanto nos modos mesa ou TV do Nintendo Switch, sem problemas ou comprometimento de qualidade gráfica.

Única coisa que me incomodou é que em alguns momentos os personagens ficam muito pequenos — para que o mapa possa ser mostrado com mais detalhes — e fica difícil forçar os olhos para entender o que acontece na tela, penso que eles podiam ter uma escala um pouco maior para ficar mais confortável.

Essa questão fica ainda mais evidente quando vamos para o modo TV para jogar com amigos e família, e você nota todo mundo espremendo os olhos ou inclinando o tronco para enxergar melhor.

Preço e disponibilidade

O jogo está disponível desde 28 de julho e pode ser adquirido por R$ 199 na loja oficial da Nintendo.

Conclusão

Disney Illusion Island me agradou mais do que imaginei que faria, à primeira vista é um jogo bobo para o público infantil, mas que consegue entreter bem qualquer pessoa, as referências culturais, o estilo e as piadas são muito bem construídas, e quando você nota já viciou.

Uma pena realmente a desenvolvedora não ter se interessado em trazer o jogo para o português, principalmente por ser um jogo de classificação indicativa livre. Fica a sugestão à Disney Electronic Content, não se esqueçam dos jogadores brasileiros, por favor.

No mais, me diverti bastante e gastei algumas — muitas — horas explorando o mapa e aprendendo novas habilidades e mecânicas, que são realmente a alma do jogo.

VEJA MAIS

As melhores dicas e truques para dominar Baldur’s Gate 3

As melhores dicas e truques para dominar Baldur’s Gate 3

Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (16/08/23)