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Grandes franquias geralmente carregam spin-offs criativos, que dão novo ar para chamar novos fãs ou mesmo para expandir o universo dos jogos. É com este objetivo que Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon chega ao Nintendo Switch para os fãs da bruxa demoníaca mais ousada do mundo dos games.
Voltado também para os novatos, o jogo traz uma aventura de muita exploração, com belos cenários e um gameplay criativo, unindo características de batalhas agressivas, mas também de momentos contemplativos e de quebrar a cabeça. Leia nas linhas abaixo tudo o que achamos do novo jogo de Bayonetta.
A deslumbrante e exótica Avalon Forest!
Em um novo contexto e imergido nas profundezas de um maravilhoso mundo novo, eis que somos apresentados a um universo diferenciado em Bayonetta, rico em flores e arbustos, e com uma protagonista jovem que busca uma forma de libertar a sua mãe após esta ser aprisionada. Não querendo entregar parte do roteiro, que tem lá o seu charme e delicadeza, podemos citar que Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon é sobre a jovem Cereza em seus momentos iniciais de aprendizado na arte da bruxaria.
Nesta nova história, a jovem aprendiz, cuja tia Morgana é mestra, logo é levada a embarcar em uma aventura que provará ser um teste para si mesma. Visando desenvolver os seus poderes, seu autoconhecimento e, no caminho, também fazer muitas outras descobertas, Cereza é colocada em um cenário que não poderia ser melhor. Uma floresta gigante, cercada de inimigos, plantas contendo itens e muitos locais magicamente proibidos, onde a beleza e a natureza selvagem dão o tom da aventura.
A Avalon Forest, como é chamado o ambiente do jogo, é grandiosa, repleta de ramificações em seus caminhos pelo mapa e com muitas intervenções de elementos variados, tanto urbanos quanto florestais. Aqui, o estilo de jogo se diferencia dos demais títulos da série Bayonetta. Agora, em Origins, contamos com um universo recheado de itens e de passagens ramificadas, de muitos enigmas, baús, encontros com amigos e inimigos e momentos de ida e volta passando por uma densa vegetação.
Ainda que possa parecer cansativo andar sempre por uma floresta, podemos dizer que há muitas nuances e cenários distintos ao longo da jornada, o que traz certo sentimento de novidade a cada passo dado. Ao avançarmos na exploração dos mais variados cantos, também coletamos itens e descobrirmos novas formas de avançar na história, sempre acompanhado de elementos que nos remetem a um belo livro de conto de fadas.
E por falar em conto de fadas, Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon se debruça sobre esta que é a sua característica principal: levar ao jogador a sensação de estar imerso em uma espécie de mundo mágico! Alguns fatores ajudam a dar este clima de “Cinderela”, como a trilha sonora delicada e brilhante, com elementos sonoros que nos fazem estar em um mundo à la “Harry Potter” e gráficos cartunizados para dar aquela sensação artística de estarmos nas páginas de um livro infantil sobre “João e o Pé de Feijão”. Um deleite artístico em forma de videogame!
Cerezinha vermelha e o Lobo demônio…
Ao longo da história, Cereza será acompanhada de um personagem pra lá de icônico, o demônio Cheshire, que revive incorporado no bichinho de pelúcia da protagonista. Esta companhia adicional acaba por caracterizar o jogo como uma aventura explorativa com base na cooperação entre os dois. Serão muitos momentos em que a ajuda entre ambos será essencial para avançar na aventura.
O trabalho em conjunto aqui adiciona momentos muito interessantes, agregando elementos já conhecidos de diversos jogos (podemos nos lembrar de Resident Evil 0, Unravel 2 e It Takes Two), mas com uma roupagem nova, com visão isométrica e alguns novos aspectos nos comandos. Não são poucas as vezes em que caminhamos por um percurso duplo, liberamos passagens para o companheiro e lutamos em batalhas utilizando os poderes de ambos. Destaque para a dualidade de controle com o uso dos Joy-Cons, cada um responsável por uma personagem, mas unificados de maneira magistral e nada confusa.
A bruxa Cereza utiliza o seu poder de prender inimigos, abrir portões e transformar plantas para avançar em passagens enquanto Cheshire ataca de forma violenta os inimigos e obstáculos com seus golpes, além de desferir novos ataques a partir de sua transformação baseada em formas elementais da natureza. Avançar na história depende, e muito, da cooperação entre ambos e isto pode até gerar certa confusão em controlar os dois em momentos mais tensos como nas batalhas, porém, nada muito gritante e que atrapalhe o jogo em si. Não demora muito também para que se pegue o intuito da coisa e dos seus comandos.
Tír na nÓg
Os momentos de jogabilidade cooperativa se tornam ainda mais efetivos nas áreas bloqueadas dentro da Avalon Forest, onde nossos personagens encontram fissuras para serem transportados às regiões chamadas de Tír na nÓg, que funcionam como locais de quebra-cabeças, tais como os Shrines de The Legend of Zelda: Breath of The Wild. Aqui, os movimentos de cooperação envolvendo duplo controle, movimentação simultânea e corrida contra o tempo são primordiais para alcançar a vitória.
Após completadas cada uma das regiões Tír na nÓg, o jogo revela mais do mapa, deixando os cenários de pânico e escuridão (que mais se parecem com uma espécie de Dark World) para trás e entregando uma vívida e colorida paisagem natural. Com mais espaços do mapa abertos, mais itens podem ser acessados e, através deles, mais movimentos especiais podem ser liberados dentro das árvores de habilidades de cada personagem, acessíveis em determinados momentos no jogo.
Para fãs de Bayonetta?
Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon pode parecer um jogo muito diferente da franquia original, porém o diretor e supervisor da série Hideki Kamiya pede para que os fãs experimentem este novo título com a cabeça mais aberta. Feito por uma equipe de desenvolvedores majoritariamente nova, o game pretende alcançar também aqueles jogadores que simpatizam com o universo de Bayonetta, mas que não curtem o estilo de jogo da franquia que é regado a muita ação e combos de violência desenfreada.
Desta vez, somos apresentados a um jogo de exploração, ainda que com elementos de ação, por parte da dupla Bayonetta / Cheshire. As páginas de um livro que remontam a história da origem de Cereza — a Bayonetta que conhecemos — são contadas através de passagens por um mundo ricamente ilustrado, recheado de enigmas, mas também de batalhas épicas e com uma boa variedade de inimigos.
Aos fãs de carteirinha da série, uma nova história em um novo mundo cheio de possibilidades. Aos novos jogadores, a oportunidade de conhecer a fundo o universo rico e mágico de Bayonetta e ainda trazendo a possibilidade de se encantar com esse universo e fazer abrir a mente para conhecer os jogos da franquia principal. São muitos os motivos para se encantar com o jogo!
Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon
Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon é um spin-off daqueles para guardar com boas lembranças. O jogo traz um misto de gêneros dentro do mesmo pacote, com muita exploração, lutas e descobertas interessantes e divertidas. Ele traz alguns momentos que se repetem, como nas lutas com inimigos, mas também envolve o jogador com os diversos quebra-cabeças ao longo da trama, alguns envolvendo descobertas não tão fáceis de serem assimiladas. Sendo assim, é um pacote que pode trazer bastante diversão aos jogadores mais dedicados, e também novas descobertas aos fãs mais antigos.
O jogo Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon já está disponível digitalmente na eShop do Nintendo Switch pelo preço de R$ 299,00. Além disso, é possível baixar uma demo do game de forma gratuita (que entrega o início da aventura) para testá-lo antes de comprar.
Análise realizada com cópia do jogo cedida pela Nintendo
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Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (28/03/23)
Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon
Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon-
História80/100 ÓtimoEnredo que se desenvolve de modo leve e divertido, com clichês, mas também muitas referências;
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Gráficos90/100 IncrívelA arte dos ambientes traz sensações de densidade e contemplação, mas a câmera pode atrapalhar em alguns momentos;
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Jogabilidade90/100 IncrívelBotões bem posicionados fazem tudo funcionar de forma fluída, ainda que uma boa coordenação seja necessária em alguns momentos;
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Som85/100 IncrívelBons efeitos sonoros e música que parece sair de um conto de fadas trazem um quê de conto juvenil;
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Diversão80/100 ÓtimoMuitos coletáveis e puzzles pelo caminho torna instigante a maneira de explorar todos os ambientes.
Prós
- Gráficos e trilha sonora deslumbrantes e que parecem vindos de um conto de fadas;
- Um novo gênero para a franquia;
- Variedade de itens coletáveis e de descobertas;
- Quebra-cabeças criativos e desafiadores;
- Muita fofura em um jogo cuja série agora deve atrair mais seguidores.
Contras
- Alguns momentos podem se tornar repetitivos no jogo;
- As câmeras podem confundir em pequenas e rápidas passagens;
- Poderiam implementar um modo para dois jogadores.
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