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Um dos lançamentos mais aguardados do ano para smartphone são sempre os novos iPhones. Em setembro, como de costume, a Apple apresentou o iPhone 8 e o iPhone 8 Plus, no recém-inaugurado Steve Jobs Theater, em Cupertino, no novíssimo Apple Park.
O hype pelos aparelhos foi grande, mas durou até o ‘One more thing‘ dito pelo CEO da empresa, Tim Cook, que apresentou o iPhone X, a verdadeira revolução desde que a Apple produziu e lançou o seu primeiro smartphone há 10 anos.
Não faltaram críticas para os novos modelos: o iPhone 8 seria um iPhone ‘6ssss’, como alguns disseram, outros argumentaram que seria impensável pagar mil dólares (ou sete mil reais) em um celular e, por fim, que a inovação na Apple estava morta.
Alguma dessas afirmações até poderiam fazer sentido nos Estados Unidos, porém, no Brasil, com um público que não troca de smartphone todo ano, ainda mais quando falamos de modelos premium, é preciso de um pouco mais de cuidado para falar mal dos novos iPhone 8 e iPhone 8 Plus, por enquanto os únicos lançados no país.
E em poucas palavras: eles realmente impressionam. Durante um mês, O Showmetech testou os novos iPhone 8 e iPhone 8 Plus, cedidos pela Apple, e agora contamos tudo nesta análise:
Design
Os novos iPhones são os mais bonitos já lançados pela Apple e, se o meu juízo de valor não te convence, você pode conferir as fotos deles. Com 4,7 polegadas no iPhone 8 e 5,5 polegadas no iPhone 8 Plus, de fato não estamos olhando para um iPhone 6, 6s ou até mesmo 7.
Com a traseira de vidro, “o mais resistente em um smartphone”, segundo a Apple, ele tem um visual tão premium quanto se espera. As bordas são de aço inoxidável da série 7000, mesmo usado no Apple Watch, e a frente também é de vidro, seguindo o familiar design com bordas, câmera FaceTime HD, saída de som, microfone, e o botão home capacitivo com o Touch ID integrado.
O que me impressionou na parte de trás foi a falta da marca de dedos que o meu antigo iPhone 7 Jet Black deixava. Ao menos nos modelos dourado e prateado, você vai penar para achar uma marca nele, o que, além de tornar o toque mais agradável, deixa o celular sempre com uma cara de que acabou de sair da caixa.
A evolução do iPhone 8 está também nos mínimos detalhes ao longo do design: esqueça os certificados de homologação, as linhas da antena e, na tampa traseira, veja apenas a inscrição “iPhone” e o logotipo da Apple. O flash quad-tone, o microfone e as câmeras avantajadas agradecem.
O iPhone 8 segue também o modelo do ano passado e não tem mais a entrada padrão de fone de ouvido. O usuário terá de se contentar com a entrada Lightning para carregar e ouvir música – ou se aventurar no mundo dos fones bluetooth.
Apesar de familiar, este não é o mesmo iPhone de quatro anos atrás e, ao menos que você tenha adquirido um iPhone 7 Jet Black no último lançamento, ele não é parecido com nenhum outro smartphone da Apple.
O novo modelo vem nas cores cinza espacial, dourado (que parece creme) e prateado (que lembra branco e cerâmica). Ainda sobre o acabamento: uma das coisas mais perceptíveis é como este celular ficou mais pesado.
“O vidro mais resistente” dá mais sustentação para quem não achava tão confortável o alumínio leve do iPhone 6. Parece que a Apple parou de se preocupar em ter o smartphone mais leve e fino do mercado para ter um celular mais resistente e com uma pegada mais firme.
Para curiosidade: o iPhone 8 Plus encontrou o chão algumas vezes sem uma capinha, mas ainda assim não apresentou nenhuma marca. Ele foi derrubado, acidentalmente, de uma escrivaninha, de algumas mesas e uma vez do meu colo, mas em superfícies “amigáveis”, como um piso de madeira.
Apesar dele ser resistente, não espero que este aparelho, e tampouco o seu, vá de encontro com o asfalto da rua.
Tela
Dentre os painéis LCD, o display dos iPhones têm a melhor qualidade do mercado. As cores saltam aos olhos e, graças a tecnologia de Retina HD, o usuário não vê nenhuma distorção na imagem ou cor. É impressionante.
Contando com uma resolução Full HD, de 1920 x 1080 pixels, o iPhone 8 Plus traz uma densidade de 401 ppi. Já o iPhone 8, pela tela menor, tem uma resolução HD+, de 1334 x 740 pixels, com uma densidade de 326 ppi.
Mas o mais importante, para mim, ao falar da tela, é a tecnologia True Tone, única e exclusiva desses iPhones, do iPhone X e da nova linha do iPad Pro.
O True Tone torna a experiência de olhar para tela do iPhone algo mais natural. Não estamos falando do night shift, que ‘amarela’ o display no escuro para evitar tanta luz azul direto nos olhos. A grande diferença aqui é que, graças ao True Tone, a tela está sempre na mesma cor que o ambiente.
Pode não parecer grande coisa, mas, com a tecnologia, é sempre confortável olhar para a informação na tela. Seja em uma luz amarelada ou ambiente, é uma transição natural e que colabora para não irritar os olhos. Um ponto mais do que positivo nos iPhones.
Desempenho
Nesta seção, falaremos do MacBook, digo, do smartphone mais rápido do mercado: não só os benchmarks impressionam, mas a Apple fez absurdos com o chip A11 Bionic e seus 2 GB de RAM no iPhone 8 – lembrando que, no modelo Plus, são 3 GB de RAM.
Segundo a Maçã, os novos iPhones são 70% mais rápidos e contam com uma GPU 30% mais eficiente que a versão anterior, que já era bastante veloz, diga-se de passagem. Inclusive, ao visualizar o gráfico de desempenho dos smartphones da Apple, é possível ver que a empresa faz chips cada vez menores e ainda mais rápidos.
Abra vários jogos, trabalhe pelo iPhone, use as redes sociais ou edite um vídeo 4K pelo iMovie. É realmente muito simples e rápido, mas isso você já sabe.
O dia 1 do iPhone 8 é igual o do iPhone 7: rápido como um piscar de olhos, eficaz e prazeroso em usar. Mas se você tem um iPhone 6s ou anterior, aí sim vai ficar impressionado com o A11 Bionic.
Isso porque o processador também está pronto para aplicações em Realidade Aumentada: Pokémon GO, Egg Inc., The Machines… é só aproveitar o poder das novas câmeras e do chip A11.
O único ‘engasgo’ do iPhone está nos Retratos com a função Iluminação de Estúdio, que ao mudar para a opção “Luz de Palco”, pode demorar uns três segundos até o iPhone identificar o objeto, recortá-lo e escurecer o redor.
Já debaixo do capô, o novo chip A11 tem seis núcleos, quatro para atividades básicas e dois para atividades mais pesadas. Eles são tão eficientes energicamente falando, que ao acessar as redes sociais pela manhã, eu passo 30 minutos nos 100%, mas isso é assunto para a seção “Bateria”.
Durante a minha experiência com o iPhone 8 Plus, percebi que ele esquentava em jogos mais pesados ou ao usá-lo enquanto carregava em uma tomada de 10W do iPad, o que não é algo estranho.
No iPhone 8, tive alguns problemas maiores, com o aparelho esquentando mesmo no WhatsApp, o que foi bem estranho
iOS 11
O iOS é, de longe, o sistema mais confiável para smartphones, seja porque os desenvolvedores parecem tomar mais cuidado com os seus aplicativos ou porque a Apple está sempre lançado atualizações, mas o iOS 11, até o momento na versão 11.1.2, parece não estar 100%.
Inclusive, o iPhone 8 poderia estar apresentado esses problemas de aquecimento por algum bug do sistema, já que foi difícil ver um aplicativo travando no 8 Plus ou demorando para carregar.
De maneira geral, o iOS 11 mostra que, sem ter de reinventar a roda, o sistema pôde ficar mais intuitivo do que nunca. Das novidades desta versão, destaco:
- Nova central de controles;
- Gravação de tela;
- Entrar numa rede Wi-Fi ao aproximar outro iPhone ou iPad no iOS 11;
- Não perturbe automático ao dirigir;
- Novo padrão de imagens HEIC que ocupa metade do espaço de uma foto JPEG.
E para saber mais sobre o iOS 11 e suas diversas funções, confira este post.
Câmeras
Este é um dos pontos mais importantes ao falar do iPhone: a sua câmera.
Apesar de continuar com os mesmos 12 MP na principal e 7 MP na câmera de selfie, é importante notar que o conjunto de lentes e sensores é outro.
Estas câmeras foram otimizadas para o uso da Realidade Aumentada. Jogos como The Machines são a melhor experiência para falar como funciona o AR nos iPhones: ao reconhecer uma superfície plana, um mundo aparece diante da tela do celular. Aproxime o aparelho e se movimente para ter visões diferentes do jogo.
Agora, ao falar de câmera, estamos falando de fotos e vídeos e, exceto as imagens em que os dois iPhones aparecem, todas as outras foram tiradas por eles.
Embora contemos com uma única câmera no iPhone 8, é possível borrar o fundo da imagem utilizando o foco manual. Do mesmo jeito que a tela faz as cores saltarem aos olhos, as fotografias tiradas fazem o mesmo. A definição, as cores e o nível de contraste fazem desta câmera uma das melhores do mercado, ficando atrás apenas do próprio 8 Plus e do iPhone X.
Além disso, mesmo que à noite, as fotos têm o seu valor – apesar de eu não gostar de usar o flash.
Já quando falamos da câmera de selfie, as fotos saem bem bacanas, com boa definição e, claro, uma luz ambiente ajuda.
Selfies no escuro, contudo, principalmente com o flash frontal, não saíram tão boas quanto o esperado. Confira exemplos:
Agora, o que realmente me fez tirar mais o celular do bolso foi a câmera dupla do iPhone 8 Plus. Ela precisa de menos luz ao usar a lente telefotográfica, portanto, o zoom é ainda melhor.
Além disso, agradecemos pela estabilização ótica ao gravar vídeo em qualquer um dos celulares.
Iluminação de Retrato: um set inteiro no seu iPhone
A maior novidade da câmera está no Modo Retrato e no “Iluminação de Retrato“. A Apple promete um estúdio inteiro na palma de sua mão.
A dica para fazer boas fotos é pegar fundos com muita informação. Não adianta tentar borrar uma parede branca atrás da pessoa. Procure uma rua cheia de gente, uma parede grafitada ou um parque florido. Quanto mais informação para o iPhone identificar no fundo, mais bonito sai o efeito.
Atualmente são cinco modos:
- Luz Natural;
- Luz de Estúdio;
- Luz de Contorno;
- Luz de Palco;
- Luz de Palco Mono.
Tirando essas duas últimas, que são mais difíceis de usar, por deixarem apenas o objeto principal destacado e o resto preto, os modos de iluminação são extremamente eficazes, como você pode ver nas fotos da seção:
Bateria
Dizem que donos de iPhone precisam estar sempre com uma tomada por perto para andarem com os seus smartphones, mas o iPhone 8 pode ter quebrado esta barreira.
Apesar de ter uma capacidade de armazenamento menor que o modelo anterior, graças ao software e ao processamento, a autonomia de uso por aqui acaba sendo melhor que a dos modelos passados.
Com o iPhone 8 Plus, em dias moderados de uso (redes sociais, música, mensagens, alguns vídeos, e-mails e jogos), pude tirar o celular da tomada às 10h e só colocá-lo novamente às 2h da manhã. Em dias mais movimentados, ou de tédio mesmo, ao jogar mais jogos, a bateria dura em torno de 8-9 horas.
Com o iPhone 8, também em uso moderado, consigo uma autonomia de um dia inteiro: das 7h até as 23h. Nada mal, não é mesmo?
Um ponto negativo, no entanto, é o carregador. Espere três horas para ir do 0 ao 100% no carregador de 5W padrão. Como a Apple prometeu, os smartphones suportam carregamento rápido, mas o acessório que vem na caixa não.
Já usando o carregador do iPad, que tem o dobro de potência, é preciso de um pouco menos de duas horas. Só que, em um mercado onde todos os concorrentes têm carregamento rápido, é frustrante ter que pagar por um carregador de 29W (dos novos MacBook Pro) e um cabo USB-C para Lightning para ter metade da bateria completa em 15 minutos.
Outras novidades
Apesar de toda a explicação acima, é aqui que estão os diferenciais dos novos iPhones, de forma mais objetiva e pontual. Abaixo, também faço questão de retomar alguns pontos:
- Tela True Tone;
- Áudio estéreo 25% superior ao iPhone 7 (a diferença é notável);
- Primeiro iPhone com carregamento wireless, apesar da Apple Brasil não vender uma base da Mophie ou Belkin;
- Primeiro iPhone com carregamento rápido, apesar da Apple não incluir o acessório na caixa;
- Câmeras e software preparados para aplicações de Realidade Aumentada;
- Processador econômico fazendo a bateria durar mais.
Conclusão
Para terminar, estamos falando de um novo iPhone, com mudanças comumente pedidas pelos usuários. Ok, a frente é igual, a maioria dos recursos funciona noutros aparelhos… mas as mudanças internas e externas são perceptíveis e fazem toda a diferença.
Se o usuário tiver um iPhone 6s ou anterior, a troca já é mais do que válida: seja pela potência extra, pelas câmeras com maior definição e gravação em 4K a 60 fps, a segunda geração do Touch ID, a tela ainda melhor, o áudio mais claro e balanceado, o Modo Retrato com Iluminação de Retrato, o carregamento wireless, o carregamento rápido…
Ufa, percebeu quanta coisa?
https://www.youtube.com/watch?v=k0DN-BZrM4o
Se você é o sortudo dono de um iPhone 7 ou 7 Plus, a mudança não parecerá tão urgente, a menos que você goste sempre de ter as últimas tecnologias – e aí, talvez, seja melhor esperar pelo iPhone X.
Nas lojas, o iPhone 8 começa a partir de R$ 3.999 no modelo de 64 GB. No site da Apple, é possível comprá-lo à vista com 10% de desconto ou em 12 vezes sem juros.
Operadoras e lojas como a iPlace têm planos de trade-in, onde você entrega o seu aparelho antigo como entrada e ainda pode fazer em mais vezes.
Comparado com outros smartphones topo de linha, o iPhone 8 chega a um preço competitivo, mas o usuário terá que desembolsar muito mais ao escolher a versão de 256 GB por R$ 4.799.
Já o iPhone 8 Plus de 64 GB chega a partir de R$ 4.599 e o modelo de 256 GB por R$ 5.399.