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Um passo muito importante para a vida de muitas empresas é conseguir levar seus produtos e serviços para outro país ou continente, e a entrada no mercado europeu é uma das metas a se alcançar. Mas agora, se uma empresa de tecnologia escolher começar a trabalhar na Grã-Bretanha, vai ter que pagar uma “taxa tecnológica”. Isso foi anunciado na última segunda-feira (29) pelo chanceler Philip Hammond, e ele alegou que as empresas precisam devolver uma parte do dinheiro que geram no país.
O novo imposto afetaria apenas as gigantes do mercado tecnológico, e por isso as startups não precisam se preocupar. Mas isso pode influenciar no nível de investimento da empresa no país, e os consumidores poderiam acabar perdendo os produtos e serviços que estão acostumados a usar. Entenda como isso vai funcionar:
Apenas grandes empresas seriam afetadas
O foco da taxa tecnológica será as grandes empresas, e a Grã-Bretanha disse que para filtrar isso irá analisar a receita de cada instituição que está ativa no país. As maiores afetadas seriam Google, Facebook e Amazon, mas isso não seria criado sem um motivo específico. E como dissemos acima, startups não terão que pagar essa nova taxa.
O chanceler Philip Hammond anunciou o novo imposto no discurso que faz todos os anos, e disse que não acha justo essas empresas ganharem dinheiro no país sem devolverem nada para a nação. Confira o que ele disse, segundo a agência de notícia Reuters:
“Não é claramente sustentável, ou justo, que as empresas de plataforma digital possam gerar valor substancial no Reino Unido sem pagar nenhum imposto em relação a esse negócio.”
A taxa tecnológica não entraria em vigor neste ano, mas está prevista para começar a valer em 2020. Na prática, as empresas que possuem maior lucro no país pagariam 2% de taxa, tendo como referência o valor total que ganham no país.
Por ano, isso deve resultar em cerca de US$ 540 milhões a mais para a Grã-Bretanha, se usarmos como base os números de receita atuais. Mas muitas empresas já pagam bastante dinheiro para o Reino Unido, e essa seria uma estratégia para reduzir o impacto financeiro que a saída da União Européia trouxe.
Reino Unido quer receber mais
Muitas empresas já devolvem uma porcentagem do dinheiro que geram no Reino Unido, e a criação dessa taxa seria mais uma alternativa para o governo receber um pouco a mais. Segundo dados do The Guardian, no ano passado, o Facebook teve de pagou 16 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 71 milhões em conversão direta) de imposto, apesar de ter recolhido 1,3 bilhão (em libras esterlinas) em vendas britânicas.
O Google pagou 49 milhões de libras em 2017, mas o rendimento nesse mesmo ano foi de 7.6 bilhões (também em libras esterlinas). A Amazon também pagou uma alta quantidade de impostos para o Reino Unido: 4,5 milhões de libras, mas o rendimento (também no ano passado) foi de 8,7 bilhões. Repare que todos esses impostos pagos não chegam a 5% do lucro total, portanto a ideia do Reino Unido é receber mais, já que altos valores estão sendo gerados.
A criação dessa taxa tecnológica pode gerar um certo desconforto na relação empresa-nação, mas não seria tão alto como uma multa milionária por um erro cometido pelas empresas de tecnologia. O Reino Unido não está sendo muito tolerante com os abusos de privacidade que todas essas instituições estão cometendo, e isso seria mais um motivo para a nação ter uma má visibilidade.
A taxa tecnológica pode ser boa para o Reino Unido
Cobrar um imposto de 2% do total das vendas não é tão exigente, haja vista que muitas multas possuem rendimentos bem altos. A taxa tecnológica pode criar um ambiente não amigável para os planos de dominação global dessas empresas, mas não está sendo justo elas faturarem tanto e devolverem um valor extremamente baixo em relação aos seus lucros.
Como dissemos acima, o Reino Unido está procurando alternativas para reduzir o impacto financeiro que a saída da União Européia causou, e esse imposto sobre serviços digitais seria mais uma tentativa. Por enquanto a nação é a única a fazer isso, mas se valer a pena, é esperado que outros países sigam o exemplo.
Fontes: The Guardian e Investopedia
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