Um artigo publicado no último dia 5 de fevereiro pelo canal The Conversation, propõe que os vírus e bactérias que se espalham pelo ar não conseguem sobreviver ao reator de plasma não-termal, sendo uma descoberta promissora para conter e neutralizar avanços de epidemias mundiais, como o coronavírus.
A pesquisa veio a público em abril do ano passado, quando estudiosos da Universidade de Michigan liderados pelo pesquisador de engenharia civil e ambiental, Herek Clack, mostraram que 99,9% dos vírus foram oxidados pelo reator de plasma, desabilitando seus mecanismos para entrar nas células. A ideia é que, em um futuro próximo, os reatores sejam utilizados em aviões justamente para evitar epidemias no mundo inteiro.
“Plasma é o quarto estado da matéria, um gás composto de íons e elétrons carregados ao invés de átomos e moléculas neutras. Não-termal significa que o plasma não é formado em altas temperaturas. Na Universidade de Michigan, meus colegas e eu desenvolvemos um reator de plasma não termal que deixa os patógenos incapazes de infectar organismos hospedeiros, incluindo pessoas. “
Herek Clack
Os pesquisadores liderados por Herek Clack estão desenvolvendo a tecnologia para ser usada na agricultura animal, mas esta também pode ser útil em lugares fechados, como em aviões.
Reator de plasma neutraliza, mas não mata os vírus
Curiosamente, não se sabe o porquê os plasmas não-termais conseguem neutralizar os vírus e nem o porquê as bactérias são mortas. Nos testes realizados, os vírus afetados permaneceram com seus DNAs intactos, mostrando que a tecnologia não tinha a habilidade de “destruí-los”, mas sim de incapacitá-los para infecção.
Outro ponto de questionamento é sobre a resistência de cada tipo de vírus, já que eles são bem diferentes entre si. Os que transmitem tuberculose e sarampo, por exemplo, já são bem conhecidos por serem altamente contagiosos, enquanto um estudo recente provou que o vírus que transmite o influenza pode permanecer no ar por mais que uma hora, algo que até então os estudiosos achavam improvável.
“Lugares fechados e com muitas pessoas reduzem a oportunidade para os vírus se degradarem no ar, aumentando as chances de exposição que levam a infecção”
diz Clack.
Mais um desafio a ser superado
Para que o reator de plasma não-termal seja incluído em aviões, ainda é necessário estudar alguns pontos.
“Há muitos aspectos na transmissão dos vírus nas aeronaves, incluindo a movimentação dos passageiros durante os voos. Os padrões de circulação de ar também são importantes em determinar o quão longe e aonde o vírus pode ser transportado por um passageiros infectado”
Após o completo entendimento de como as transmissões funcionam, o reator de plasma poderá ser instalado em aviões e, desse modo, ser um promissor combatente de epidemias no mundo inteiro.
Fontes: The Conversation, Michigan News, IOP Science