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A Qualcomm anunciou seus resultados financeiros referente ao terceiro trimestre de 2019. A empresa encerrou o trimestre com resultados significativos do ponto de vista comercial, visto que houve uma redução na demanda por dispositivos 4G. Com isso, o mercado está se preparando cada vez mais para fazer a transição global para o 5G.
De acordo com Steve Mollenkopf, CEO da Qualcomm, até o primeiro trimestre de 2020, a empresa espera fazer com que a curva de lucro consiga refletir mais ainda os esforços para expandir a tecnologia 5G para o mercado mundial.
“Atualmente, somos o único fornecedor de chipsets que tem soluções de sistema 5G abrangendo tanto bandas de sub6 GHZ com milimétricas. Esse é um ponto fundamental para implementações da nova tecnologia em todo o mundo”.
Steve Mollenkopf, CEO da Qualcomm
A Qualcomm, em seu relatório, demonstra que teve uma receita de US$ 9,6 bilhões, representando um aumento de 74,5% em relação aos 5,5 bilhões registrados na mesma época fiscal do ano anterior. O lucro líquido da companhia, no fechar do mês de junho, foi de US$ 2,1 bilhões, representando um aumento de 75% em relação ao mesmo período do ano passado.
Qualcomm e o sucesso do 5G
Dos relatórios anunciados pela empresa, é possível constatar que a taxa de crescimento do 5G está sendo bem maior, se comparado ao início da implementação do 4G. É esperado pela empresa que mais de 20 operadores iniciem o serviço e mais de 20 fabricantes tenham dispositivos 5G nos primeiros doze meses após o primeiro lançamento comercial. E, juntamente com isso, a China está sendo pioneira na implementação da tecnologia no país.
“Nossa posição central de desenvolvedores dessa incrível tecnologia representa uma grande oportunidade para os acionistas”.
Steve Mollenkopf, CEO da Qualcomm
Na China, o serviço comercial do 5G foi oficialmente aprovado no início de junho e a estimativa da Qualcomm é que, até o final deste ano, três operadoras implantarão aproximadamente 100.000 estações base 5G no país. Caso isso aconteça, esse fato colocará o país em um contexto equivalente à escala da rede interna de operadores existentes nos Estados Unidos.
De acordo com a Verizon, empresa especializada em tecnologias sem fio e smartphones, há uma esperança de que três quartos dos telefones que forem lançados no Estados Unidos até o próximo ano sejam 5G. Algumas empresas, como a AT&T e T-mobile/Sprint, anunciaram que estão no caminho certo para a cobertura da tecnologia no país, resultando uma implementação mais acelerada no país do 5G.
O acordo com a Apple
Analisando os dados, é possível constatar que a parceria com a Apple é uma das grandes responsáveis pelo crescimento da receita da empresa. A Apple pagou US$ 4,7 bilhões para encerrar uma disputa comercial entre as empresas. A negociação também resultou em um compromisso de fornecimento de chips para os próximos iPhones durante 6 anos.
O acordo com a Apple veio em um bom momento comercial para a empresa, porque o resultado positivo do trimestre foi alcançado basicamente com ajuda do valor extra, visto que outros setores da Qualcomm tiveram um desempenho fraco, comparado a outras épocas, com um mercado bem volátil.
O futuro da Qualcomm
O departamento de Licenciamento de Tecnologia da Qualcomm (QTL) fechou o trimestre fiscal com US$ 1,29 bilhão de receita, representando uma queda de 10% em relação ao mesmo período fiscal de 2018. Já os US$ 150 milhões de royalties devido a um contrato provisório feito com a Huawei não estão inclusos nas atuais provisões.
Outro setor que não foi bem é o QCT (Qualcomm CDA Technologies), tendo sua receita fechando em US$ 3,57 bilhões, representando uma queda de 13%. Já os embarques de chips HSH, feitos pela QCT no terceiro trimestre, atingiram 156 milhões e, ainda assim, representou uma queda de 22%, comparado com o ano passado.
O medo de quedas e, principalmente a guerra fiscal entre Estados Unidos e China, deixam um certo receio sobre o futuro. Ainda assim, a Qualcomm pode ter um bom final de ano fiscal, visto que a Apple possui o smartphone mais vendido dos Estados Unidos, o iPhone XR. A parceria com a Huawei também trouxe bons frutos para a Qualcomm, já que a empresa tem tido bom desempenho na China.
Para o quarto trimestre, a Qualcomm espera obter uma receita na faixa dos US$ 4,3 bilhões a US$ 5,1 bilhões. Um pouco abaixo referente ao atual trimestre, porém, visto que está ocorrendo a troca de tecnologias, é esperado que essa queda seja sentida momentaneamente. A previsão não conta com as possíveis receitas vindas das vendas de produtos da Huawei, uma vez que as negociações ainda estão em andamento.
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