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Nesta quarta-feira (7), o CETIC (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação) divulgou um estudo a respeito de como os provedores de internet oferecem fibra ótica para os brasileiros. Em sua quarta edição, a pesquisa TIC Provedores apresenta dados recolhidos em 2020 a partir de empresas que prestam esse tipo de serviço e tem como objetivo mapear o setor para verificar como está o acesso no País. A coleta de informações foi feita por questionário online e entrevistas telefônicas.
TIC Provedores: Contextualização e dados dos provedores de internet no Brasil
Partindo da disponibilização do serviço, os dados apontam a estimativa de 12.826 empresas que provêm internet no Brasil e 7.007 com declaração de acesso à Anatel, sob licença SCM (Serviços de Comunicação Multimídia). Em uma análise comparativa, os gráficos revelam que empresas de grande porte oferecem maiores provedores, enquanto as microempresas concedem entre 100 e 1000 acessos em sua maioria. Essas últimas possuem maior representatividade na região Centro-Oeste do País (50%).
Os tipos de serviços prestados mais frequentes são Transito IP (43%) e Transporte (41%), ambos com mais de 1.000 acessos. Em seguida, aparecem Infraestrutura como hosting ou co-location e Segurança, que contabilizam 19% cada.
A fibra ótica tem crescido no Brasil a partir da grande oferta das empresas. Em 2017, a estimativa era de 2.416 provedoras de internet. Em 2020, o número cresceu exponencialmente para 6.401. A alta na prestação do serviço resultou num dado inédito: 91% das grandes empresas disponibiliza a fibra ótica nos seus serviços em solo nacional, sendo líder nas cinco regiões do Brasil.
Tal acréscimo no investimento dessa ação resultou na diminuição da prestação dos outros serviços. A exemplo, o número de companhias que oferecem a tecnologia de Cabo UTP (Ethernet) caiu 5% de 2017 para 2020, totalizando 46%. Esse serviço ainda se encontra mais presente na região Nordeste. A mudança significativa aponta o investimento em tecnologias mais rápidas por parte dos vendedores e o desejo de uma internet mais rápida e de melhor qualidade por parte dos clientes.
Dentre as empresas entrevistadas, 57% venderam seus serviços pela internet. O meio mais utilizado foi as mensagens pelo Facebook, WhatsApp e Skype (60%). Embora 89% das empresas com a declaração de acesso da Anatel possuem site próprio, as redes sociais se tornaram o principal agente de vendas. Outra informação interessante é a queda do uso do e-mail para oferecer produtos – de 39%, em 2019, para 34%, em 2020.
Informações sobre PTT e IX
PTT, ou Ponto de Troca de Tráfego, é a interligação de vários Sistemas Autônomos (AS) que têm como função descongestionar o trânsito de internet, o que consequentemente melhora a conexão, a velocidade e reduz custos de manutenção da rede. Esse processo é feito a partir do serviço IX, responsável por administrar a atuação das múltiplas redes até seus destinos.
Os provedores de internet também têm investido nesse tipo de serviço para melhorar a experiência ativa dos clientes. Segundo a pesquisa, em 2017, o número de companhias que ofereciam PTT ou IX era de 1.289. Em 2020, o dado aumentou para 2.442, sendo constituído em sua maioria por grandes empresas. Aquelas de pequeno porte têm menor registro de atividade nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Por outro lado, o investimento das grandes corporações foi o suficiente para a região Nordeste do país registrar o maior crescimento na utilização desse serviço. O aumento foi de 122%. A região Norte está logo atrás com 115%. A tendência é que a participação do PTT ou IX na internet nacional continue em crescente, embora tal oferta possua um preço alto para o bolso das empresas.
Oferta de IPv6 e ataques DDoS
O TIC Provedores 2020 também apresentou dados sobre a oferta de IPv6 no País. Trata-se da versão mais atual do Protocolo de Internet, utilizado para realizar a comunicação entre os computadores conectados à internet. Cada computador, tablet e qualquer outro aparelho em que é possível acessar o ambiente online possui um IP próprio. O sistema IPv6 é um auxiliador capaz de garantir a integridade e a segurança da navegação contra possíveis ataques, como o DDoS.
O chamado ataque de negação de serviço distribuído acontece quando invasores se aproveitam dos recursos de rede para exceder a capacidade de várias máquinas e os tornam indisponíveis para o usuário. Esses ataques costumam ser orquestrados em sites não confiáveis e anúncios spam, como sites de cassino online. Dependendo da intensidade dessa ação, a integridade da CPU do computador que hospeda a rede pode ser altamente prejudicada.
O levantamento feito pela organização aponta enorme aumento no número de empresas que entregam o serviço IPv6. Passou de apenas 922, em 2017, para 3.012, em 2020. Isso aponta maior preocupação na segurança da internet vendida, levando em conta que praticamente quase todas as atividades dos usuários, pessoais e profissionais, são feitas através da conexão via rede. As grandes corporações aparecem novamente como a maior agente de entrega, enquanto a menor entrega de IPv6 ocorreu naquelas de pequeno porte, que ofereceram com menos de 300 acessos.
Em 2020, a região Sudeste é líder no número total de companhias que provêm o serviço. Porém, o maior crescimento percentual foi registrado na região Nordeste, que fechou 322% de alta, um gigante crescimento. A região com menor oferta, embora não seja a que obteve menor percentual de acréscimo, foi a Norte, com 187 empresas contabilizadas. O principal empecilho que ronda a maior disponibilização e propagação do serviço é a falta de equipamentos apropriados e profissionais capacitados para administrá-los.
Tais dados alertam a relevância de oferecer o sistema aos clientes, uma vez que 1.793 provedores afirmaram ter sofrido ataques de DDoS, ainda segundo o relatório. Como resultado, 35% das empresas relataram a paralisação de seus serviços devido à invasão de recursos, enquanto 51% disseram operar com lentidão nas atividades. A expectativa é de que a tecnologia nacional possa contribuir nos próximos anos a fim de diminuir o número dos ataques de negação de serviços.
Veja também
Confira outros conteúdos sobre dados comparativos e tendências no meio corporativo, como a recente pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), que registrou 93,6 milhões de pessoas como usuárias do PIX no Brasil.
Fontes: CETIC BR/TIC Provedores 2020 (1) | CETIC BR/TIC Provedores 2020 (2)
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