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Em anúncio feito ontem, 23 de março, foi informada nova concorrência ampla para empresas interessadas em participar do Programa da NASA para novos pousos na Lua, o Programa Artemis, sem a participação da SpaceX. A notícia ocorre quase um ano após a escolha da empresa de Elon Musk como empresa parceira na nova missão da agência americana para pousos humanos na Lua.
Polêmicas com a escolha da SpaceX
Após controvérsia com a Blue Origin, empresa de Jeff Bezos, que acabou abrindo uma reclamação formal no Escritório de Prestação de Contas do governo americano contra a agência americana por suposta prática anti-competição na escolha de uma única empresa, a SpaceX, para o Programa Artemis, o processo foi enviesado em favor da concorrente. Além da Blue Origin, a SpaceX também venceu a Boeing na concorrência pelo contrato com a NASA, garantindo um orçamento anunciado inicialmente no valor de US$ 2.9 bilhões, cerca de R$ 14 bilhões na cotação atual. Esta missão tem o objetivo de levar a primeira mulher e a primeira pessoa não-branca a pousar na Lua e trazer de volta ao planeta Terra até 2025.
O litígio chegou a ir a julgamento na Corte Federal dos Estados Unidos porque Bezos publicou uma carta aberta oferecendo um módulo lunar e autofinanciar uma missão exploradora para a NASA cortando US$ 2 bilhões em custos, mas não funcionou para tomar o lugar da concorrente, fazendo com que a reclamação formal tenha evoluído para um processo, com alegações que o processo foi “impróprio e ilegal”, mas foi rejeitado pelo juiz responsável pelo caso.
A decisão em favor da NASA se deu por conta do orçamento recebido pela agência do governo americano, que permitia apenas a contratação de uma empresa e correspondia a apenas 25% do valor solicitado ao Congresso de US$ 3,4 bilhões, cerca de R$ 16,42 bilhões na cotação atual do dólar. Os planos originais para o Programa eram de contratar duas entre as três finalistas: as empresas de Bezos e Musk e a Dynetics, empresa com contratos com a própria NASA.
Programa Artemis abre concorrência
Com o novo anúncio, o administrador e ex-astronauta da NASA, Bill Nelson, reforça o seu posicionamento do período do processo da Blue Origin de que a NASA quer investir na competição entre empresas comerciais e também da sua vontade de ter duas empresas prestando serviços de transporte para Lua e de volta à Terra.
Bill Nelson também falou que sempre prometeu competição entre empresas e agora está podendo cumprir esta promessa, que, segundo ele, beneficia a todos: ao povo americano, à NASA e às empresas do setor, que terão uma nova oportunidade de competir em nova licitação, desta vez sem a participação da SpaceX.
O anúncio de nova concorrência para empresas acontece uma semana antes do anúncio do orçamento para o ano fiscal de 2023 do Presidente Joe Biden, com intenção que o Congresso e a administração atual chancelem um valor suficiente para financiar este empreendimento, algo esperado por Bill Nelson.
Novo cronograma da NASA
Outro ponto importante do anúncio da NASA foi uma grande expansão do seu programa, com mudanças no contrato com a SpaceX. Inicialmente, a empresa seria responsável por um pouso não tripulado na Lua como uma missão de demonstração teste e uma segunda missão, esta tripulada, para acontecer em meados da década de 2020, a primeira missão tripulada para a Lua desde a missão Apollo. Em seu novo contrato, a empresa também fará um segundo pouso na Lua, agendado para o final da década.
A escolha da segunda empresa deve começar no fim do mês de março, com os requisitos para a licitação sendo tornados públicos e então, até o fim do outono, o prazo final para envio de propostas será anunciado para todas empresas americanas interessadas. Este segundo contrato está sendo chamado Sustaining Lunar Development (Sustentando o Desenvolvimento Lunar, em tradução livre).
Com a concorrente escolhida, a programação da NASA é de que o lançamento e o pouso da tripulação desta empresa ocorra entre 2026 e 2027, quando o projeto estiver maduro o suficiente para ser lançado. Com duas empresas sob contrato e investindo tecnologia de ponta, a NASA acredita que irá pavimentar o caminho para um futuro com serviços transporte recorrentes para astronautas na Lua.
O anúncio termina com a agência fala sobre este ser uma parte importante dos seus planos de exploração do espaço profundo, assim como a espaçonave Orion, a estação orbital ao redor da Lua Gateway etc. O objetivo de todos esses empreendimentos é desenvolver a tecnologia necessária para o próximo passo para a NASA: exploração humana em Marte.
Veja também:
NASA lançará Estação Espacial a túmulo aquático em 2030.
Fonte: NASA, TechCrunch e The Verge.
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