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“A Intel está trabalhando para ser uma empresa de nicho. Então, é melhor que a gente seja grande, de verdade” disse o CEO da Intel, Pat Gelsinger na conferência Intel Innovation, realizada na terça-feira (19), onde apresentou os novos processadores com arquitetura Meteor Lake, com previsão de venda a partir de 14 de dezembro com o Core Ultra. A seguir, confira mais detalhes dos novos processadores da Intel:
Arquitetura Meteor Lake na Intel Innovation
Gelsinger anunciou no evento da Intel a produção de novos processadores, que devem chegar ao mercado em 2024 e em 2025. No próximo ano, espera-se a chegada do Arrow Lake e Lunar Lake e, daqui a dois anos, a arquitetura Panther Lake. Mesmo com prévias ainda distantes, o CEO demonstrou a capacidade do Lunar Lake por meio de um computador especial, o Lab CSF. A máquina, que parece mais uma caixa azul (imagem a seguir) que um PC convencional, apresenta algumas tecnologias especiais, como clear cache e virtual battery (bateria virtual).
Curiosamente, a Intel já chegou a fabricar processadores para a Apple, chegando a ter uma pareceria de ampla reputação a partir de 2006. Porém, em 2020, a fabricante dos MacBooks decidiu deixar de contar com a Intel, introduzindo os processadores Apple Silicon, com arquitetura ARM. Observando que as peças da Apple tinham mais velocidade e bateria de maior duração, os executivos da Intel entenderam que precisavam tornar esses aspectos uma prioridade.
Ao falar sobre o Panther Lake no evento desta semana, a Intel mostrou que fez três tipos de testes para garantir seu desempenho: nas unidades de processamento central (CPUs), nas unidades de processamento gráficos (GPUs) e nas unidades de processamento neural (NPUs). A execução dessa avaliação levou em conta uma quantidade de energia constante para todas as unidades.
“Observamos a capacidade agregada que estamos colocando nas três unidades, e achamos que essas plataformas se tornaram muito competitivas, mais que [os processadores do] Mac e de outros. Nós estamos muito felizes com o nosso processo de fabricação”.
Pat Gelsinger, chief executive officer (CEO) da Intel
Quais são as vantagens presentes nos processadores Meteor Lake?
De agora em diante, a empresa quer inovar na maneira como fabrica os chips de seus processadores. Uma das principais mudanças envolve a inclusão de microprocessadores em pequenas peças, como você vê na imagem acima. Nas próximas gerações, haveria uma parte dedicada aos núcleos da CPU, junto a outras tarefas com mídia (SOC), para gráficos e para aumento de conexões entre parte das CPU (IOE). Além desses avanços, a Intel planeja outras vantagens para seus próximos processadores:
Mais potência com menor gasto de energia
A potência entregue nos processadores da linha Meteor Lake vão ter o desempenho dos chips de dispositivos móveis, das peças Raptor Lake (13ª geração), mas consumindo metade da energia. Esse detalhe foi ressaltado pelo vice-presidente e gerente geral do Client Computing Group (Grupo de Computação para o Cliente, em tradução livre) da Intel, Michelle Johnston.
Porém, a empresa não indicou ao certo como essa melhoria deve ser aplicada nos chips que vão ser lançados. É provável que essa mudança seja aplicada diretamente no bloco de gráficos dos processadores. De maneira similar, os processadores Snapdragon para computadores tiveram uma atualização parecida em 2019: mais velocidade aplicada nos núcleos, com avanço no desempenho dos gráficos, além de novas tecnologias para a conectividade. Aliás, melhorar conexão é outro foco de interesse da Intel.
Núcleos de processadores com melhor desempenho
Desde o processador de 12ª geração, Alder Lake, os processadores da Intel passaram a contar com dois tipos de núcleo, sendo um para desempenho (conhecido como p-core) e um para tarefas de segundo plano (e-core). Agora, mais um se soma a esses dois na nova linha de processadores: seria uma nova versão do e-core, por isso o nome Crestmont e-core, que vai ajudar realização de tarefas que chegam diretamente à CPU.
Não há muitas informações até o momento sobre o core Crestmont numa comparação direta com outros lançamentos prévios da Intel, mas a empresa já divulgou um vídeo em que testou o novo núcleo. Por meio de testes, a peça interna se mostrou de 4% a 6% mais rápida, em termos de instruções por ciclo (expressão usada para avaliar a quantidade de processos executados por uma CPU: quanto mais alto, maior o desempenho da unidade).
Há mais um ponto favorável ao Meteor Lake: as threads (sequências de tarefas indicadas pelos programas à CPU), em vez de serem colocadas diretamente para os núcleos p-core, são mandadas para os núcleos e-core de baixa potência primeiro. Em seguida, vão para os e-core comuns e, finalmente, para os núcleos dedicados ao desempenho. O gráfico da imagem a seguir explica como funciona a 3D Performance Hybrid Architecture (Arquitetura Híbrida de Desempenho em 3D):
Dedicação à Inteligência Artificial (AI)
É aqui que as NPUs passam a fazer diferença. Os chips dos novos processadores da Intel vão dispor de uma AI local que opera em prol da privacidade e da velocidade de execução de tarefas no PC, segundo a fabricante das peças. Vale ressaltar que programas que funcionam com Inteligência Artificial executam suas atividades sem depender, necessariamente, da NPU. A nova estrutura, então, surge como um avanço para trazer mais desempenho em atividades processadas pelos computadores, que vão contar com as próximas gerações de chips da Intel.
Assim, a intenção da empresa é que a NPU passe a acelerar tanto funções comuns executadas pelo Windows, como ferramentas utilizadas por desenvolvedores. Com o poder da IA, é bem possível que o consumo de energia seja aprimorado. A Intel indica, ainda, que a computação dessa unidade com a CPU e a GPU vão contribuir de forma inédita no aspecto da velocidade de execução de tarefas nos PCs.
Fabricação de chips da Intel: novas tecnologias
Mesmo com previsão para lançamento só em 2025, já no primeiro trimestre de 2024 começa a produção do Panther Lake, segundo previsão divulgada pela Intel. A meta da empresa é acelerar a sua produção, focando em contar com nodos mais aprimorados em seus chips. Nesse sentido, a Intel procura mostrar o potencial do Intel 18A, novo processo de fabricação que contém os novos nodos preparados para acelerar a fabricação de chips de processadores.
Além do Intel 18A, as informações sobre as tecnologias das fábricas também foram destaque no Intel Innovation. Novos processadores Xeon para grandes data centers tiveram uma amostra no evento e a empresa anunciou também a compra de aceleradores Gaudi, que funcionam com IA. Já o processo de fabricação de chips foi abordado pela empresa com uma novidade: a participação da tecnologia de substrato de vidro, que pretende entregar mais rapidez, potência e aumento do tamanho dos processadores.
A Intel também procurou reforçar o papel da IA no processo fabril dos seus chips. Durante a ocasião, houve o anúncio da participação da empresa Stability.ai, que detém uma plataforma para geração de imagens com um sistema de IA generativo: ela passa a colaborar com a Intel, sendo um cliente âncora, atuando para auxiliar em projetos de longo prazo. Por isso, a companhia responsável pelos novos processadores Meteor Lake está com atenção especial em 4 mil aceleradores Gaudi AI, para obter um novo supercomputador.
Em busca de competitividade, a Intel também implementou o uso de luz ultravioleta extrema (EUV) para dar um acabamento mais detalhado nos chips fabricados. A importância dessa característica vem do fato de que é possível colocar circuitos de transistores de uma maneira mais minuciosa dentro dos processadores. O revés dessa estratégia é que o uso da EUV não é coerente com o objetivo de contar com processadores maiores, já que a luz só chega à metade de um processador feito sem o uso da emissão de EUV.
Ainda com essa condição, Gelsinger ressaltou que tanto o Intel 20A quanto o Intel 18A vão ter uma tecnologia que colabora no mesmo sentido das miniaturas dos transistores, chamada de RibbonFET. Junto a essa nova característica, os chips que estão sendo trabalhados pela Intel vão ter o recurso de entrega de energia “de fundo”, nomeado pela Intel de PowerVia: essa característica também age na diminuição de uso de gasto energético.
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Veja também:
Fonte: CNET | HowToGeek | PCWorld | The Verge | Bloomberg | Electronics Hub | Liquid Web | Data Center Dynamics
Revisado por Glauco Vital em 22/9/23.
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