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Azar no amor? Os principais golpes virtuais em apps de namoro

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Evitar golpes em apps de relacionamento pode ser fácil ao seguir algumas dicas. Veja informações sobre a prática e como evitá-la.

Usar aplicativos para começar conversas com pessoas desconhecidas, algumas vezes pode gerar situações perigosas. Os golpes virtuais em apps de namoro se tornaram frequentes nos últimos anos: as restrições impostas pela COVID-19 provocaram uma presença maior das pessoas em sites e apps de relacionamento, o que elevou as ocorrências desses crimes. Porém, havendo distanciamento social ou não, é preciso tomar cuidado para que ninguém se torne alvo da prática.

O que geralmente ocorre é a ação de um criminoso que se aproveita de uma pessoa em fragilidade emocional. O golpista age no sentido de buscar informações sensíveis da vítima, como identidade, número do cartão e outros dados, com o propósito final de tirar dinheiro da pessoa que está sendo enganada. Os golpes em encontros online estão gerando perdas enormes, em 2020 só nos EUA as vítimas perderam cerca de US$ 300 milhões.

Golpes em aplicativos estão sendo frequentes no Brasil

Os dados envolvendo golpes virtuais em apps de namoro são mais registrados em São Paulo, mas existe a tendência a uma subnotificação em outros estados do país. A Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP), por exemplo, mostra que o crime representa 9 em cada 10 sequestros, com a criação de perfis falsos no Tinder. Só em 2022, foram 94 ocorrências envolvendo crimes em aplicativos de relacionamento, com 251 suspeitos presos.

Um dos delitos que ocorreu em São Paulo envolveu a transferência de R$ 75 mil. A vítima do golpe foi sequestrada em Pirituba, Zona Norte de São Paulo (capital), após ter feito contato com um criminoso em um app de encontros. Ela só foi liberada depois de 14 horas, ao fornecer a quantia demandada pelo sequestrador.

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O aplicativo Tinder é muito usado para golpes em encontros online (Imagem: Joe Raedle/Getty Images).

Policiais que atuam no estado afirmam que as vítimas mais comuns no Tinder são homens com alguma empresa, isto é, que tem um patrimônio maior. O que facilita se tornar alvo da prática é o uso de fotos com objetos de luxo, como os carros de última geração. A partir do momento em que a pessoa é persuadida, ela passa a seguir as instruções e acaba sofrendo algum crime, como extorsão, sequestro, estelionato, entre outros.

Quanto às práticas criminosas, o Tinder se manifestou afirmando que lembra os seus usuários sobre segurança durante o uso do app, além de garantir verificações por foto e vídeo. Segundo os organizadores, isso ajuda a confirmar se a pessoa com quem se fala é realmente quem diz ser.

No Congresso Nacional, tramita um projeto de lei, nº 6444/2019, que tem em vista tornar crime a prática de estelionato sentimental. O objetivo seria conter a prática no país, isto é, reduzir a incidência do crime que começa pela entrega de bens em troca de uma relação amorosa. Sobre a tramitação desse projeto, o portal do Congresso Nacional informa que a última movimentação aconteceu em agosto do ano passado.

Quais são as estratégias mais comuns em golpes em encontros online?

Desde homens mais velhos a pessoas idosas, muitas pessoas podem ser enganadas por golpistas em apps de relacionamento, inclusive pessoas que mantém uma relação amorosa há algum tempo. Pode ser que, após o encontro e com uma proximidade, a pessoa passe a pedir empréstimos, por exemplo, para poder adquirir um veículo. Após firmado o relacionamento, a pessoa pode se aproveitar, pedindo ainda mais dinheiro, afundando a outra em uma dependência emocional — na espera de mais encontros — e, mais tarde, em mais dívidas financeiras.

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Golpes em aplicativos de relacionamento: celular mostrando o app Tinder, com pessoa perguntando “De quanto você precisa?” (Imagem: Getty Images).

Também é comum a prática de gravação de vídeos ou mesmo fotos com a pessoa nua. O golpista começa a ameaçar a vítima, dizendo que enviará o material para várias pessoas. Em seguida, começa a fazer uma chantagem para que a vítima enganada pague uma quantia para que nada seja compartilhado.

Ainda, há a possibilidade de ser enganado por algum questionário em sites de relacionamento. Se as perguntas forem mais sobre sua vida financeira, detalhes sobre sua vida pessoal, preferências, costumes, etc., é melhor desconfiar. Cedo ou tarde, há a chance de que as informações fornecidas sejam usadas para aplicar algum golpe.

Quais são as ameaças online mais frequentes?

Crimes por meio de apps e sites de relacionamento podem ocorrer através do envio de um código, seja ao criar uma conta, ou após ter conhecido uma pessoa. A partir disso, dados de identificação podem ser solicitados, além do cartão de crédito. O Tinder, por exemplo, não utiliza esses detalhes para confirmar uma conta: se você se deparar com uma situação do tipo, o ideal é confirmar se é mesmo um procedimento do app ou um possível golpe virtual.

Smartphone pode ser alvo de golpes em aplicativos de relacionamento
O uso de malwares pode acontecer durante os crimes em aplicativos de relacionamento (Imagem: Getty/iStockPhoto).

Uma situação comum em golpes em aplicativos é o uso de um malware com um link mal-intencionado. A pessoa com quem se fala, em geral, tenta insistir para que você clique em um endereço: é necessário prestar atenção para ver se o site é seguro. O ideal é evitar clicar no link, porque ele pode ser uma forma de roubar seus dados pessoais.

Também há possibilidade do criminoso explorar a vítima por meio da compra de objetos para se comunicar (notebook, smartphone, tablet, entre outros), tramitação de itens valiosos na alfândega (onde a pessoa enganada paga um valor para que algum objeto passe pela fiscalização de bagagem), ordens de pagamento forjadas para tomar dinheiro da vítima, entre outras estratégias.

Punições da lei brasileira por crimes com relações virtuais

Golpes virtuais em apps de namoro, em alguns casos, podem ser vistos como estelionato
Golpes virtuais em apps de namoro, em alguns casos, podem ser vistos como estelionato (Imagem: Reprodução/Internet)

Um enquadramento dos casos pode envolver o estelionato, mas isso depende de alguns fatores. Se houver falsificação da identidade de quem pratica o golpe, seja em redes sociais ou dizendo trabalhar em um emprego que não tem, é possível identificar a exploração emocional. Mas alguns advogados afirmam ser possível processar o suspeito do crime só com base na lei existente, ou seja, sem usar da especificação do projeto de lei 6444/19.

Se o crime for praticado sem estelionato, a lei pode ser aplicada em uma punição na esfera civil. Com isso, a pessoa punida pode ter que devolver o dinheiro e pagar uma indenização. Mas, se houver aproveitamento financeiro associado a outros crimes, é possível que haja uma punição com prisão.

Se o projeto de lei no Congresso for aprovado, as penas podem ser maiores. A prisão pode ser ampliada na metade do tempo previsto para o crime de estelionato, a depender da quantia entregue ao golpista; se for utilizado alguma instituição pública, o aumento seria de dois terços; ainda, o projeto quer uma prisão de 4 a 8 anos, no caso de fraude eletrônica, por dados de redes sociais ou aplicativos.

E você, toma cuidado para não cair em golpes em aplicativos e sites de relacionamento? Conte para a gente nos comentários quais as precauções que utiliza.

Veja também:

Entenda o golpe da mão fantasma e saiba como se proteger.

Fontes: Kaspersky | CNN Brasil | Congresso Nacional | Estadão | UOL Notícias.

Revisão do texto feita por: Iris Xavier.


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