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Os preços de produtos eletrônicos aumentaram durante a pandemia de COVID-19. Entre os produtos cujos preços mais aumentaram estão consoles de videogame e filmadoras, que ficaram 32% e 29% mais caros, respectivamente.
É o que aponta um levantamento realizado pelo Zoom, site e app comparador de preços e produtos. O estudo listou os itens com as maiores variações de preços (tanto para mais quanto para menos) entre 1º de fevereiro e 1º de junho.
Levantamento de preços de eletrônicos
Para realizar este estudo, a equipe de Business Intelligence da empresa fez o acompanhamento dos preços médios dos eletrônicos em três fases:
- Entre 1º de fevereiro e 12 de março, mostrando os valores anteriores ao início da pandemia do novo coronavírus no Brasil;
- De 13 de março a 22 de abril, o primeiro momento da quarentena após orientação de isolamento social;
- De 23 de abril a 1º de junho, quando a compreensão e as necessidades da população na quarentena começaram a mudar.
O levantamento listou três destaques em relação aos preços de algumas categorias de produtos: ocorreram duas altas e uma queda de preço.
Segundo o estudo, em fevereiro o preço médio dos videogames era R$1.546,12. Em maio, esse preço médio subiu para R$2.040,04, um aumento de 32% entre os períodos pré e pós-quarentena.
Já em relação às filmadoras, ainda de acordo com o levantamento, os preços médios foram de R$1.840,78 (na fase um) para R$2.377,76 (na fase três), acumulando um aumento de 29%.
Só que a análise também apontou que os smartwatches foram a categoria de eletrônicos que registrou a maior queda durante o período estudado. Os preços médios desses produtos foram de R$1.028,07 (na fase um) para R$806,71 (na fase dois), o que representa uma queda de 21,5%.
“O aumento do dólar é um dos fatores para a variação dos preços de eletrônicos, principalmente no caso de itens que não são fabricados no país. Mesmo os produtos que contam com produção nacional podem sofrer variação, já que entre seus componentes estão peças importadas.”
Thiago Flores, CEO do Zoom
O executivo da empresa também ressaltou que cada varejista e fabricante possui estoques distintos e sistemas de logística diferentes. Portanto, disse Flores, existem diversos fatores que contribuem para a precificação de produtos eletrônicos. “Por isso, não é correto afirmar que só a alta da moeda dos EUA é que aumenta o valor da importação e impacta nos preços dos eletrônicos”, explicou o CEO.
Para Murilo Tunholi, especialista de produto do Zoom das categorias notebooks e jogos, a questão é ainda mais complicada nessas categorias. “Além da alta do dólar, as barreiras físicas para importação de consoles, como portos e aeroportos com acesso restrito, também contribuem para a alta de preços”, disse Tunholi.
Confira abaixo a variação dos preços dos eletrônicos das categorias mais buscadas:
Produtos eletrônicos com alta de preço
Categoria | 01/02 a 12/03 | 13/03 a 22/04 | 23/04 a 01/06 | Balanço do período |
---|---|---|---|---|
Console de videogame | R$1.546,12 | R$1.773,98 | R$2.040,04 | alta de 32% |
Filmadora | R$1.840,78 | R$1.842,92 | R$2.377,76 | alta de 29% |
Impressora multifuncional | R$764,99 | R$682,59 | R$915,17 | alta de 20% |
Fone de ouvido e headset | R$182,93 | R$205,00 | R$209,69 | alta de 15% |
Câmera digital | R$3.536, 70 | R$3.399,90 | R$3.935,95 | alta de 11% |
Smart speaker | R$294,05 | R$349,17 | R$326,56 | alta de 11% |
PC/Computador | R$2.687,54 | R$2.997,63 | R$2.508,07 | alta de 7% |
Notebook | R$2.916,98 | R$3.024,29 | R$3.177,07 | alta de 9% |
Home Theater | R$1.216,41 | R$1.085,57 | R$1.255,10 | alta de 3% |
Produtos eletrônicos com queda de preço
Categoria | 01/02 a 12/03 | 13/03 a 22/04 | 23/04 a 01/06 | Balanço do período |
---|---|---|---|---|
Smartwatch | R$1.028,07 | R$870,24 | R$806,71 | queda de 21,5% |
TV | R$2.164,06 | R$1.986,98 | R$2.017,13 | queda de 7% |
Celular | R$1.851,32 | R$1.912,76 | R$1.783,85 | queda de 4% |
Tablet | R$1.544,54 | R$1.423,55 | R$1.490,52 | queda de 3,5% |
Caixa de som Bluetooth | R$882,82 | R$832,19 | R$880,44 | queda de 0,3% |
Leitor digital de Ebook | R$376,78 | R$360,08 | R$376,53 | não houve oscilação |
Influência da alta do dólar
A cotação do dólar acumulou alta de 32,5% em 2020. Incertezas na economia, tensão política e juro básico na mínima histórica influenciam esse aumento do valor da moeda dos EUA em relação à moeda brasileira. Com isso, o dólar acima da marca de R$5 virou realidade durante a pandemia do novo coronavírus.
Esse aumento acaba pressionando os preços de itens que dependem de insumos importados para sua produção, como combustíveis, alimentos e eletrônicos.
Por conta da crise provocada pelo avanço da COVID-19, a demanda por produtos diversos enfraqueceu. Essas dificuldades no mercado tendem a diminuir os repasses para preços de itens básicos como gasolina e pães (ambos fabricados a partir de commodities — petróleo e trigo — que acompanham a variação do dólar).
No primeiro semestre deste ano, novos cortes na taxa básica de juro deram fôlego à disparada do dólar. Só que quanto menor o juro, menor o ganho com investimentos no Brasil. Isso deixa o país menos atrativo para investidores.
Menos investidores estrangeiros significa menos dólares circulando no mercado financeiro do Brasil. E com menos dólares disponíveis, a cotação sobe. Juntando isso às incertezas na economia trazidas pela crise do novo coronavírus, os investidores escolhem depositar recursos em mercados com menos riscos do que o brasileiro.
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