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Você provavelmente já ouviu a máxima ‘em time que se está ganhando não se mexe‘, não é mesmo? Pois bem, aparentemente a Nintendo também escutou, já que com o lançamento da primeira DLC de Pokémon Scarlet e Violet, The Teal Mask, temos uma experiência que agradará os fãs do jogo base, mas não faz muito para trazer novos entusiastas para o mais recente capítulo da franquia de monstros de bolso.
Se isso é bom ou ruim, discutiremos no review completo a seguir. Confira
Momotaro e o interior japonês de Pokémon
Um de meus melhores amigos é um japonês que constantemente foi para o Japão visitar familiares que moram no interior do país. Sempre que ele retorna dessas viagens, escuto diversas anedotas e curiosidades sobre como essa parte menos retratada nas mídias orientais é. Senso de comunidade, como a tradição é importante e os festivais que além de comidas e brincadeiras, honram um certo tipo de folclore local.
Ao começar The Teal Mask, a experiência de explorar e conversar com os habitantes da nova região me remete muito às diversas histórias sobre o interior japonês por meio deste amigo, o que me deixou bem contente e com uma pseudo-familiaridade com o local.
Diferentemente de outras regiões baseadas em locais japoneses na franquia Pokémon, o que temos aqui é quase que um local totalmente montanhoso, com uma pequena vila no centro do mapa que o jogador utiliza como central de operações. Na maior parte do tempo, a exploração ocorre passando por paisagens florestais, lagos límpidos e montanhas perigosas, e sinceramente embora o escopo seja bem menor que o mapa principal do jogo base, achei esses locais mais divertidos de serem explorados que Paldea, a região com tons espanhóis que inaugurou esse modelo de mundo aberto para a franquia.
Mas além da configuração geográfica, também temos o festival da máscara, principal evento da DLC e força motriz de toda a narrativa do conteúdo adicional. Com inspiração clara na tradicional lenda japonesa de Momotaro, o festival é feito para honrar alguns Pokémon considerados heróis pelo povo da pequena vila em que o jogo se passa, e é nele que temos alguns dos minigames que permitem a coleta de novos itens e também de até bichinhos de coloração diferente.
Ao mesmo tempo, a sombra do festival e da verdadeira história por traz de sua criação cria uma trama divertida e em certos momentos até tocante, voltando novamente aos mesmos temas de inaptidão social e bullying presentes no jogo base – porém, dessa vez, com um desfecho um pouco mais agridoce, o que é surpreendente para uma franquia infantil como a dos monstros de bolso.
Os pontos fortes da escrita de Scarlet e Violet, porém, continuam notáveis aqui, com os personagens sendo um pouco mais definidos do que em capítulos anteriores da franquia e, de certa forma, até sendo suficientemente simpáticos para render na internet milhares de fan-arts de seus comportamentos ou, para quem aproveita as coisas de uma forma mais contida, ficar pensando um pouco em suas motivações e afins.
Performance ainda é um problema
Quando anunciaram no começo do ano os DLC para Scarlet e Violet, uma esperança enorme criou-se em minha cabeça que a performance do jogo seria arrumada. Após passar pouco mais de uma semana com a nova versão do jogo, posso afirmar com dor no coração que isso não ocorreu.
As boxes, locais onde guardamos Pokémon, sofreram uma leve melhora no tempo de carregamento, de fato, mas a custo de os sprites utilizados nela terem caído exponencialmente de qualidade. Já o jogo em si, com a exploração das áreas, continua sendo lamentável, contando com quedas de frames constantes, bugs ao carregar diferentes partes e aparição de criaturas em regiões que não é possível andar.
Isso continua tornando a experiência com o jogo, como um todo, complicada, já que enquanto o conteúdo é um dos melhores da franquia, a sua performance é de longe a pior, podendo afastar muitos jogadores do título. Isto acaba sendo justificável, principalmente considerando o preço dos títulos, que junto do DLC passam da marca dos R$ 450.
Mais do mesmo
Além dos problemas de performance, é importante destacar que por mais que a região seja divertida de ser explorada, ela não conta com novidades suficientes se comparada com o DLC de Sword e Shield, lançado em 2020. O conteúdo adicional de Scarlet e Violet, para alguém que acabou de finalizar o jogo principal, pode ser maçante, e nem os novos monstrinhos disponibilizados bastam para afastar essa sensação.
Tudo bem que o Nintendo Switch não é um videogame exatamente conhecido por sua força, mas ele ainda é capaz de executar jogos como Zelda Tears of the Kingdom. Ver o que acontece aqui é uma tragédia, e afeta muito o aproveitamento de um jogo e de uma DLC que poderiam estar no panteão de melhores da franquia.
Então, fica o questionamento: vale a pena jogar o título mesmo com todos esses poréns? Para fãs, a resposta é um sim, mas para quem só procura um RPG, o Switch conta com opções bem melhores lançadas ao longo de seus seis anos de existência.
O pacote com os dois DLC de Pokémon Scarlet e Violet está disponível na e-shop por R$ 178,90.
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Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (19/09/23)
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Concordo frontalmente que The Teal Mask é um problema se analisar outras DLC’s em especial as de Galar e a performance. Você usou uma palavra correta, lamentável. Ocorreram momentos que pareceram estar piores do que as de Paldea. Eu me divirto, mas poderia me divertir bem mais se fosse algo melhor.