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Pokémon pode ser resumido em uma frase simples: capture monstros, treine-os, ganhe insígnias, derrote os vilões da vez e se torne o grande campeão. Essa premissa vale para quase todos os jogos da linha principal, exceto na sétima geração onde enfiaram aqueles desafios patéticos, e sempre funcionou muito bem. Desde muito cedo, a GameFreak, produtora do jogo, nos acostumou a fazer o remake de versões antigas para a geração atual de Pokémon, seja por necessidade ou até mesmo para fazer um trocado a mais.
Na época do lançamento da quarta geração de jogos, onde Diamond e Pearl se encontram, todos já estavam praticamente esperando por uma atualização. Isso se agravou depois da mudança de consoles, visto que o Nintendo 3DS era muito mais potente que o Nintendo DS. Com o advento do lançamento do Nintendo Switch, os fãs sabiam que seu anúncio estava próximo, e ele finalmente aconteceu. Porém, ao invés da própria GameFreak cuidar do projeto, eles passaram a bola para a ILCA, assim nascendo Pokémon Brilliant Diamond/Shining Pearl.
O continente de Sinnoh
Uma das principais características de Pokémon Brilliant Diamond/Shining Pearl é que ele é extremamente fiel ao material original. Praticamente tudo o que se encontrava nos títulos do Nintendo DS podem ser encontrados aqui. Itens escondidos, atalhos, personagens, tudo, e sendo bem sincero, ficou muito bom.
O gráfico escolhido para modelar os personagens foi o mesmo do original, fugindo da arte usada em Pokémon Sword/Shield, e particularmente eu prefiro assim. Melhor trabalhar com algo que já sabem fazer do que tentar inovar e falhar imensamente. Na época do anúncio, muitos torceram o nariz para essa escolha, mas dê uma chance, pois ficou muito bom mesmo.
Agora vamos falar um pouco de Sinnoh. Esse continente é um dos mais bonitos e divertidos da franquia até hoje. Há lugares com mata, com gelo, uma imensa pista de bicicletas, cidades diversas, cavernas e muitos mais para explorar. O trabalho que a ILCA fez em Sinnoh é de tirar o chapéu, e às vezes dá vontade de esquecer a missão principal e ficar ziguezagueando por aí explorando. Principalmente o seu subsolo.
Na época do lançamento original eu estava muito envolvido com torneios competitivos, então explorar o subsolo foi algo que deixei para lá. Contudo, agora, pude tirar um tempo e ver o que havia por ali. E na verdade, há muitas coisas.
Podemos ficar vagando por ali à procura de locais de escavação. Cada local aguenta uma certa quantidade de pancadas antes de desabar, e há duas ferramentas disponíveis: a picareta e uma marreta. Cada uma causa um tanto de dano, e podemos escavar peças de tamanhos e cores diferentes, fósseis, e estátuas. Mas não para por aí. Ao terminar de verificar todos os pontos de escavação, precisamos entrar em alguma das muitas salas disponíveis para que elas possam ser reativadas, mas as salas são bastante especiais também.
Cada sala é temática, por assim dizer, e contém alguns tipos específicos de Pokémon. Por exemplo, uma sala com lava de vulcão terá Pokémon do tipo fogo, e podemos vê-los no mapa, ao contrário do mundo terreno. Voltar com as batalhas acontecendo em encontros aleatórios foi um erro na minha opinião, mas ter a chance de encontrá-los no subsolo foi como uma consolação, por assim dizer.
Pikachu, eu escolho você!
Agora vamos falar do coração central de todos os jogos da franquia Pokémon: seu combate. E sim, ele é fácil. Se você já jogou qualquer título antes, terá extrema facilidade em passear pelo game. Isso acontece principalmente por conta do EXP. Share (“compartilhador de experiência”, em tradução literal), que está sempre ativo. Como o nome diz, ele separa quantidades de pontos para todos os Pokémon, ativos na batalha ou não. Ou seja, seu time sempre ficará com níveis altos.
Além disso, depois do primeiro ginásio, ao conversar com um casal de idosos, e caso você tenha jogado Pokémon Sword/Shield e Let’s Go Eevee/Pikachu, receberá de presente nada mais nada menos que Mew e Jirachi. Dois Pokémon lendários que aceitam diversos golpes e podem passar por cima de tudo que tiver pela frente.
Fora isso, o combate é extremamente divertido e magnífico. Usar golpes cheios de efeitos especiais são um verdadeiro deslumbre visual. Vários momentos eu parei para admirar a destruição que causava em Pokémon inofensivos. Além disso, durante as lutas, os gráficos ficam semelhantes aos vistos em Pokémon Sword/Shield, e isso pra mim foi um baita acerto.
Uma crítica pessoal é a escolha de até hoje não usarem as “vozes” dos Pokémon que ouvimos no anime. Só o Pikachu receber a voz da sua dubladora é extremamente injusto. No passado podíamos dizer que havia limitação de hardware, mas agora, no Nintendo Switch, essa desculpinha caiu por terra. Ainda assim, eu sei que isso jamais mudará, infelizmente.
Pokétch e TMs
O meme venceu. Mas calma, eu explico: na época da quarta geração quase todos os jogadores tinham um Bidoof que era quem aprendia os HMs (Hidden Machine). Esses HMs eram golpes usados para acessar algumas partes do mundo, como nadar em um rio, subir um morro, entre outros. Agora isso tudo fica instalado no Pokétch, um relógio dado ao jogador em certo ponto da aventura.
E agora, ao usar um dos HMs, aparece uma mensagem dizendo que um Bidoof selvagem surgiu do nada e executou a função pedida. Genial. Por outro lado, erram feio nos TMs (Technical Machines). Nos jogos anteriores, bastava encontrar um dos TMs e poderíamos usá-los quantas vezes quisermos. Contudo, tal qual o jogo original, agora os TMs são unitários, ou seja, raros de serem encontrados. Então é preciso ter muita atenção e pensar bem antes de gastar seu suado item.
O som da batalha
Sendo extremamente sincero, eu não gosto do trabalho de Junichi Masuda como diretor dos jogos da franquia principal de Pokémon, contudo, sei reconhecer o excelente trabalho feito com a trilha sonora em Pokémon Brilliant Diamond/Shining Pearl. As músicas estão ainda melhores e mais épicas, o que trouxe uma dose extra de nostalgia e frescor.
As canções combinam extremamente bem com todos os momentos da história, seja uma batalha contra um andarilho encontrado no mapa, uma disputa com o rival, ou a grande disputa final contra o chefão do Team Galactic. Não há muito o que se dizer, somente apreciar.
Conclusão
Esse remake de Pokémon Brilliant Diamond/Shining Pearl. produzido pela ILCA. está absolutamente longe de ser perfeito. Porém, só de ver o tamanho do esmero e do carinho com a obra original, já podemos nos dar por satisfeitos. O combate é divertido, apesar de ser fácil, e explorar o mundo, tanto na parte de cima quanto no subterrâneo são coisas extremamente divertidas. As músicas são maravilhosas e extremamente bem feitas. Dá para se passar muitas e muitas horas passeando por Sinnoh. E agora que recebemos esse remake, nos resta esperar, quem sabe, por uma nova versão de Black/White, os melhores da franquia para mim.
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Para ficar por dentro do mundo dos games e acompanhar outras análises, como essa de The Matrix Awakens, fique de olho aqui no Showmetech.
Review Pokémon Brilliant Diamond/Shining Pearl - um remake necessário
Review Pokémon Brilliant Diamond/Shining Pearl - um remake necessário-
Gráfico90/100 IncrívelApesar de eu gostar dos personagens em formato "chibi"(pequenos e cabeçudos), eu esperava algo mais parecido com Pokémon Sword/Shield
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Som90/100 IncrívelA trilha sonora é maravilhosa, mas as "vozes" dos Pokémon não serem as do anime é inconcebível em 2021.
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Jogabilidade100/100 ExcelenteO combate é bastante divertido e explorar o mundo é uma delícia. Há tanta coisa para ver, tanto na superfície quanto no subterrâneo.
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Dificuldade50/100 IndiferenteO jogo é feito para crianças, então é bem fácil de se jogar e dominar.
Prós
- Gráficos muito bonitos
- Respeito ao material original
- Combate divertido
- Muita coisa para explorar
Contras
- Mudança nos TMs
- "Vozes" dos Pokémon
- Extremamente fácil
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