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“Hoje, se você for em Orlando [EUA] já consegue comprar com Pix” disse Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), em evento da Associação Brasileira de Corretoras de Câmbio (Abracam) nesta segunda-feira (02). Quando perguntando sobre o Pix internacional, o presidente listou ainda outros países onde as compras pelo sistema de pagamento já podem ser feitas. Confira mais detalhes sobre a novidade a seguir:
Presidente do BC fala sobre Pix internacional
Além de mencionar os Estados Unidos na integração do Pix, Campos Neto indicou a participação do Pix em outros continentes e em regiões de forte interesse do governo, como a América Latina e a Ásia. Por isso, o sistema de pagamento instantâneo tem cada vez mais abertura para outros bancos centrais, mundo afora, segundo o presidente. Também no sentido de dar mais atualizações, Campos Neto ressaltou um dos objetivos principais: conseguir mais flexibilidade para fazer transações pelo sistema digital sob medida, com mais segurança.
Se não quer fazer um pagamento para alguém que não está na agenda, você consegue bloquear o montante, o horário para fazer uma coisa mais subjetiva.
Roberto Campos Neto,
presidente do Banco Central (BC).
A internacionalização do Pix é apenas uma das fases das estratégias pensadas para haver mais digitalização da economia: o BC também está melhorando a função de crédito no pagamento instantâneo, ao mesmo tempo em que está na fase de lançamento do Drex (a versão digital do real); em estudos para uso de inteligência artificial (IA) para melhorar as transferências; e elabora um novo aplicativo bancário — o “superapp” bancário teria várias contas de banco em um só, com comparador de juros, entre outros recursos unidos.
Quanto ao Pix internacional e seu funcionamento, o BC já adiantou que o sistema consegue ser usado fora do Brasil por meio da integração com outros sistemas parecidos de outros países. Nos EUA, por exemplo, é possível já utilizar o FedNow, que funciona basicamente igual ao Pix: ele opera durante 24h, 7 dias por semana, mas não atende pessoas que usem contas em bancos dos Estados Unidos que operam fora do país. A partir da atualização para quem quer usar o sistema brasileiro em outros países, será possível comprar via Pix com apoio desses outros sistemas internacionais.
Já em dezembro de 2022, o BC havia publicado um relatório em que havia o anúncio de diversos projetos de inovação para o Pix, com a criação de novos negócios, oportunidades em open finance (integração de dados bancários com outras plataformas, usando dados dos clientes), entre outras implementações. No documento, há uma prioridade para países próximos ao Brasil, como Uruguai, Colômbia, Peru e Equador, junto a outros mais distantes, como Canadá e EUA.
Onde é possível pagar compras com Pix fora do Brasil?
No evento da Abracam, Campos Neto citou outros países que podem aceitar compras com Pix: Argentina e Uruguai. Mas, já em 27 de fevereiro, durante uma palestra no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), o presidente do BC já indicou que outros países podem participar da integração do Pix internacional, como Colômbia, Chile e Equador. Dessa forma, a prioridade no projeto com o sistema de pagamentos é fazer a conexão com países mais próximos.
[…] Se a gente tem um pagamento instantâneo, já unificado, nós já fazemos o trabalho de pagamento transfronteiriço. Roberto Campos Neto
No entanto, esses e outros países que adotarem o Pix como forma de pagamento só vão ser consolidados pelo BC daqui a dois anos, segundo a estimativa feita pelo Breno Lobo, que atua como consultor no Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC. Por enquanto, os membros da instituição financeira pensam em integrar o Pix com 60 países.
O Drex, moeda digital equivalente ao real que está em fase de projeto, não tem previsão para também ser incluído como parte das internacionalizações. O real digital terá como finalidade substituir, quando necessário, outras formas de pagamento, como dinheiro físico ou depósito convencional, tendo previsão para lançamento em 2024.
Próximas atualizações na segurança do Pix
Em maio deste ano, o Banco Central já havia anunciado novas atualizações para proteger transferências via Pix, que vão chegar em novembro: o foco são duas frentes, que incluem avisos sobre infrações cometidas com o sistema e maior transparência na consulta de dados nas transações. Dessa forma, as mudanças no Pix vão permitir que haja uma vigilância mais ativa e que transações fraudulentas, por exemplo, sejam recusadas com maior prontidão, segundo Breno Lobo.
Na prática, a estratégia do BC é tanto monitorar contas com maior chance de estarem sendo usadas por criminosos, como proteção contra o surgimento de contas laranjas. Questionado sobre o uso de contas fraudulentas no evento da Abracam, Campos Neto também garantiu que, mesmo com a internacionalização do Pix, a segurança seria mantida. A estratégia de segurança contra contas laranjas, para o presidente, é realizar um mapeamento suficientemente apropriado, que, inclusive, pode ter o apoio de IA.
[…] Basicamente, se alguém fizer uma fraude, vai ter que depositar o resultado na conta e aí você limita a capacidade de [cometer] fraudes. Roberto Campos Neto
Você já tentou usar o Pix fora do Brasil? Gostou da novidade? Conta pra gente, no Showmetech!
Veja também:
Fonte: Estadão | Agenda de Inovação (Banco Central do Brasil) | B3 | Poder 360 | CNN Brasil
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (2/10/23)
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