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Mais de um salário mínimo. Este é o valor médio pago anualmente pelos brasileiros que consomem assinaturas digitais e serviços de streaming no país. A recente pesquisa realizada pela Bango, denominada ”A guerra das Assinaturas: O Super Bundling Desperta”, apontou diversas características de consumo por parte dos clientes brasileiros e a transformação digital, que demonstrou a grande tendência do mercado em oferecer produtos e serviços a partir de assinaturas, o que vem gerando impacto no bolso dos consumidores.
Metodologia
Para a elaboração do relatório, a empresa realizu uma pesquisa que envolveu diversas etapas de apuração. Ao todo, foram 6.400 entrevistas com homens e mulheres de países da América Latina, incluindo o Brasil, Argentina, Peru, Colômbia e Chile, analisando diversos aspectos de suas experiências com serviços de assinatura. A pesquisa foi realizada de abril a maio de 2024, sendo publicada em junho.
A pesquisa foi produzida pela agência independente 3Gem, encomendada pela Bango. Os principais temas investigados foram:
- A diferença entre os planos móveis pré-pago e o pós-pago na América Latina e porque está diminuindo,
- Situação das assinaturas na região;
- O impacto dos aumentos de preços nos assinantes sensíveis aos custos na América Latina;
- As principais fontes de sobrecarga e frustração dos assinantes
- A ascensão dos hubs de conteúdo e o poder do Super Bundling
Principais revelações do relatório
Gasto médio no Brasil
A pesquisa demonstra que o gasto médio mensal é de R$ 118, aproximadamente. Esse valor, sendo pago ao longo do ano, representa no acumulado de R$ 1.416, valor pouco superior a um salário mínimo (R$ 1.412, valor referente a 2024).
O acúmulo de diversas assinaturas de valor acessível contribui para que os usuários paguem por diversos serviços, representando 40% dos entrevistados que gastam mais de 100 reais com assinaturas em geral.
A América Latina foi a primeira região a experimentar aumentos expressivos nos preços de assinaturas e serviços de streaming, intensificados pela alta inflação dos últimos anos. Esses aumentos afetaram fortemente os assinantes: 40% agora pagam por serviços que antes eram gratuitos, e 37% pausam e reiniciam suas assinaturas com frequência.
Com o aumento das tarifas, mais de dois terços dos assinantes (68%) relatam que não conseguem pagar por todas as assinaturas que desejam, chegando a 73% no Brasil. Mais da metade dos assinantes (56%) teve que cancelar pelo menos uma assinatura devido aos aumentos, percentual que sobe para 63% na Argentina.
Total de assinaturas por pessoa
O relatório apresentou o dado de 3,8 assinaturas por pessoa, no Brasil. Esse fator corrobora com a recorrência e o acúmulo de assinaturas, adquiridas pelo consumidor médio brasileiro no ramo de streaming, clubes de assinatura e serviços de nuvem.
Durante anos, os planos pré-pagos dominaram o mercado móvel na América Latina, oferecendo flexibilidade e segurança econômica. No entanto, os planos pós-pagos estão ganhando espaço, com 30% dos usuários aderindo a essa modalidade.
Empresas de telecomunicações incentivam a mudança para planos pós-pagos oferecendo bônus e descontos, reduzindo a diferença entre os dois tipos de plano. Clientes pré-pagos agora agem mais como pós-pagos, com 55% recarregando o mesmo valor mensalmente. Ambos os grupos pagam por um número semelhante de assinaturas.
O mercado de assinaturas está crescendo na América Latina, com uma média de 3,5 assinaturas por pessoa, aumentando para 3,8 no México e Brasil, e 4,5 nos EUA.
Serviços mais assinados
Os assinantes em toda a América Latina aproveitam uma variedade de assinaturas que abrangem diferentes tipos de conteúdo, sendo o Vídeo sob Demanda por Assinatura (SVOD) o mais popular. Estima-se que até 2029 haverá 165 milhões de assinaturas de SVOD na América Latina, um aumento de 50% em relação aos 110 milhões no final de 2023.
Em 2023, os combos de assinaturas de SVOD em telecomunicações representavam um terço do mercado da América Latina e do Caribe, com a previsão de aumentar para 50% até 2028. As empresas de telecomunicações estão bem posicionadas para se beneficiar desse crescimento. No entanto, os provedores de conteúdo precisarão de novas estratégias para atrair assinantes, pois a qualidade do conteúdo e as inscrições diretas já não são suficientes.
As assinaturas de música são especialmente populares na América Latina, com 52% dos assinantes, comparados a 44% nos EUA e 34% na Europa. O mercado de Esportes VOD também está em expansão, com 20% dos assinantes na América Latina e 30% dispostos a assinar um novo serviço para assistir à Copa América.
Assinaturas de Streaming
A combinação de assinaturas oferece aos assinantes mais opções, um gerenciamento mais simples e negócios mais econômicos. Atualmente, 21% dos assinantes da América Latina utilizam exclusivamente essas ofertas, aderindo a combos e serviços de terceiros. A gigante de telecomunicações Claro, por exemplo, oferece o Prime Video junto com a Claro TV em seus planos de combo residencial e móvel pós-pago. No Peru, a Movistar TV inclui internet com Disney+ e Star+ sem custo adicional em alguns de seus planos.
Embora os combos solucionem alguns problemas dos assinantes, não são a solução definitiva. Eles ainda enfrentam a mesma falta de flexibilidade no gerenciamento de assinaturas. Frequentemente, focam nos principais serviços de streaming, deixando de lado outros serviços como jogos, plataformas de bem-estar e outros, que também precisam ser gerenciados pelos assinantes.
Produtos e mercados em crescimento
Levando em consideração outra pesquisa divulgada neste ano, o ”Relatório Assinaturas 2024′‘ realizado a partir da parceria das empresas Vindi e Opinion Box, observando o mercado digital e físico de assinaturas é possível indicar um crescimento de modo geral, além da consolidação dos serviços recorrentes, entretanto, podemos destacar no mercado de clubes de assinaturas o grande aumento no comércio do vinho, principal produto físico adquirido por assinatura.
Segundo o Relatório Assinaturas 2024, 44% dos assinantes de serviços possuem alguma assinatura para produtos físicos. Dentro desse segmento, os vinhos são os itens mais adquiridos, representando 12% das assinaturas, seguidos por produtos para pets (11%) e livros (9%).
O site especializado Food Conection apresentou a Wine como um exemplo de sucesso deste mercado. Ela é o maior clube de assinatura de vinhos do mundo, que encerrou o ano de 2023 com 417 mil assinaturas ativas. Isso representa um aumento de 51 mil novas assinaturas em comparação com o final de 2022, refletindo um crescimento de 13,9%.
A Wine estabelece uma conexão direta entre os produtores de vinho e os consumidores finais. A empresa conta com uma equipe de especialistas que seleciona os vinhos, todos de importação própria, e os produtos são entregues diretamente na residência dos associados.
“Essa abordagem nos permite compreender toda a cadeia produtiva, oferecer preços competitivos e alcançar ganhos de escala em nossas negociações, fazendo com que o vinho chegue à casa de nossos sócios a um preço mais acessível”, afirma a executiva, Laura Barros.
Diretora de marketing da Wine em entrevista para o portal Food Conection
Como economizar com assinaturas e streaming
Com os serviços por assinatura e streaming fazendo cada vez mais parte da vida dos brasileiros — e de seus gastos mensais também — algumas medidas podem fazer a diferença para baixar a média de gastos com streaming, dando um fôlego extra para fechar as contas.
Unificar gastos em 1 único cartão
Para quem costuma ter diversas contas bancárias e contratar vários serviços de assinatura nos cartões de crédito, unificar os gastos em apenas um cartão pode ajudar a pagar mais barato por streaming e outros serviços.
Essa medida ajuda na conferência e no controle dos gastos, facilitando o acompanhamento do cliente, para evitar compras excessivas e desnecessárias, contribuindo para uma melhor saúde financeira.
Cancelar e reativar streamings
Outra medida que efetivamente fará a média de gastos com streaming diminuir é cancelar os serviços que não são utilizados. Com a abundância de conteúdos exclusivos de cada plataforma, é comum do cliente contratar diversas assinaturas diferentes, que somadas podem representar um valor considerável no fim do mês.
Portanto, cancelar a maioria dos planos e manter apenas o que mais consome pode ser a alternativa ideal para fazer valer o investimento em streaming.
Outra opção é reativar os streamings conforme os lançamentos que o cliente deseja assistir, e suspendê-los nos períodos de inatividade. Para isso, os aplicativos Just Watch e Letterboxd podem ajudar a acompanhar o lançamento de séries e filmes que valem a pena pagar para ver.
Pesquisar por combos e descontos
Pesquisar por descontos também pode ajudar a gastar menos na hora de contratar um serviço digital. No caso, o cliente pode aproveitar algumas promoções temporárias, pacotes especiais, ou condições de assinaturas facilitadas para novos assinantes. Os descontos também podem ocorrer em datas específicas, como a Black Friday, onde é comum o barateamento de produtos e serviços.
O cliente também deve pesquisar sobre a parceria que algumas plataformas mantêm com entidades bancárias, operadoras de telefone, provedores de internet, entre outras empresas do gênero, que podem oferecer pacotes gratuitos por tempo limitado ou com algum desconto de assinatura.
Quem quer economizar também pode dividir a conta com algum amigo, parente, ou mesmo com a família. A maioria dos planos nos streamings, permitem dividir a assinatura com outras pessoas, criando um perfil para cada usuário, por um preço mais atrativo. A Netflix tem essa política de planos, assim como o Spotify, entre outras empresas digitais.
Estudantes, por vezes, ganham descontos ou benefícios em programas de assinaturas específicos para esse público, desde que comprovada a matrícula em uma unidade de ensino válida para obtenção de descontos ou pacotes especiais. Além disso, assinaturas anuais, podem compensar, pois o valor diluído mensalmente será mais em conta do que o plano mensal regular.
E você? Qual alternativa utiliza para poder acessar a maioria dos serviços de assinatura pelo melhor preço? Conte pra gente nos comentários abaixo!
Veja também:
Fonte: Vindi
Revisado por Glauco Vital em 7/6/24.
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Pago o Meli+ e uso praticamente do Tim Music by Deezer, pois ouço música toda vez que estou na academia, os outros serviços de streaming são minhas filhas que consomem. Tenho mais 3 meses de gratuidade de 1 ano que peguei no Deezer no Meli+, terminando eu acho que vou trocar pelo Spotify.