Aproximadamente 5% dos adultos têm pelo menos um pesadelo por semana — e isso pode indicar maior risco de desenvolver demência, segundo um estudo clínico realizado com pessoas de meia-idade para analisar a qualidade do sono. O resultado da pesquisa mostrou que os voluntários com maior frequência de sonhos ruins eram os mais propensos a serem diagnosticados com problemas cognitivos no futuro.
Pesquisa analisou risco de demência em mais de 3.000 pessoas
A pesquisa, publicada na revista eClinicalMedicine, foi conduzida pelo Dr. Abidemi Otaiku, da Universidade de Birmingham. O pesquisador, que também recorreu a estudos anteriores sobre qualidade do sono, acompanhou mais de 600 homens e mulheres adultos com idades entre 35 e 64 anos, além de 2.600 pessoas com 79 anos ou mais.
No início do estudo, que ocorreu entre 2002 e 2012, os participantes não apresentavam sinais de demência e, para registrar dados precisos, o grupo mais jovem foi acompanhado por nove anos, enquanto o mais velho por cinco. Todos preencheram uma série de questionários, incluindo o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, que inclui perguntas sobre a frequência de sonhos amedrontadores.
Os dados coletados foram analisados usando um software estatístico que apresentou o seguinte resultado: participantes de meia-idade que tiveram pelo menos um pesadelo por semana eram quatro vezes mais propensos a sofrerem declínio cognitivo na próxima década. Os voluntários mais velhos, por outro lado, tinham duas vezes mais chances.
Segundo o Dr. Abidemi, a hipótese para esses resultados é que a neurodegeneração no lobo frontal direito do cérebro dificulta que pessoas controlem suas emoções enquanto sonham, levando aos pesadelos.
Sabemos que as condições neurodegenerativas, como a doença de Parkinson e Alzheimer, geralmente começam muitos anos antes de alguém ser diagnosticado. Em alguns indivíduos que já têm doenças subjacentes, pesadelos podem ser um dos primeiros sinais
Dr Abidemi
O estudo ainda descobriu que o risco é maior em homens. Os resultados apontaram que participantes mais velhos com pesadelos semanais eram cinco vezes mais propensos a declínios cognitivos em relação aos que não relataram pesadelos. Nas mulheres, o aumento era de apenas 41%.
A próxima etapa da pesquisa é investigar se os pesadelos entre os jovens podem gerar problemas semelhantes. Com o auxílio de eletroencefalografia (EEG) e ressonância magnética (MRI), os pesquisadores também querem investigar a base biológica de sonhos ruins em pessoas saudáveis e com demência.
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Fontes: ScienceDaily, Slashdot, TheGuardian.
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