Scamander 1

Os Crimes De Grindelwald chega às telas, mas não impressiona

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O segundo filme da franquia Animais Fantásticos e Onde Habitam chega ao Brasil no dia 13 de novembro, mas as primeiras impressões já estão rolando na internet

Desde o lançamento do primeiro filme, lá em 2001, a história de Harry Potter arrasta multidões aos cinemas e se expandiu e ainda expande para todas as plataformas, desde um site interativo a um parque temático. J.K. Rowling é visionária e encerrou a história de Harry e sua turma com muitas pontas soltas, dando pano para manga para um universo mágico inteiro que pode ser explorado. É o que acontece com a franquia Animais Fantásticos e Onde Habitam, e a sua continuação: Os Crimes de Grindelwald.

Muito diferente do livro que deu origem, o filme é, na verdade, a história do homem que o escreveu. Com a própria Rowling no comando dos roteiros, a jornada de Newt Scamander é ofuscada pela criação do mito de Dumbledore. Sim, aquele Dumbledore. Porque muito antes de Voldemort, já existia Grindelwald, e este foi, para o seu tempo, tão terrível quanto seu sucessor.

O início antes do início

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A juventude de Dumbledore é um dos principais temas do filme.

O período em que o bruxo das trevas apavorou o mundo bruxo, ou melhor, os seus crimes, são o tema principal do segundo filme e, neste, o Newt, estrelado pelo oscarizado ator Eddie Redmayne, dá dois passos atrás e cede seu lugar para o Grindelwald de Johnny Depp e o Alvo Dumbledore de Jude Law.

Como muito dessa rivalidade já havia sido pincelada no futuro com Harry, mesmo que muito aguardada, pouco se justifica em tela. Até mesmo para os fãs mais assíduos da franquia, o filme pode ser arrastado.

O último filme do Potterverse – Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, foca muito mais em linhagem e conexões, tendo a ideia de que de onde nascemos pode sim influenciar quem nos tornamos no futuro, e talvez as nossas ações nada mais sejam que uma consequência. E, claro, como tudo isso reflete em um futuro próximo, conectando o passado ao futuro, o presente já conhecido pela franquia original.

Assim como os filmes e livros de Harry Potter passaram de um tom leve e familiar e tornando-se cada vez mais sombrios a cada lançamento, o mesmo acontece com sua sequência, que substitui as maravilhosas criaturas mágicas de CGI para conflitos sombrios de família.

E, mesmo que o filme tente manter a história acessível para todas as idades, é inevitável dizer que a história tende a mobilizar os fãs, os Potterheads, e que, a eles somente, o filme interessa. Há pouco desenvolvimento na história presente para justificar uma ida ao cinema.

Os Crimes de Grindelwald: Os spoilers

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Mesmo com rejeição por grande parte dos fãs, Johnny Depp permanece no papel do vilão Grindelwald.

Um ano depois dos eventos de Animais Fantásticos e Onde Habitam, Newt está de volta a Londres, banido dos Estados Unidos devido ao seu envolvimento direto a uma série de eventos destrutivos significativos no país.

Sob o olhar atento do Ministro da Magia, que supervisiona o envolvimento dos bruxos com os trouxas (muggles ou no-majs), Scamander é convidado a perseguir Grindelwald, cujos crimes está afetando diretamente o Mundo Não-Mágico, a quem ele tem tanto apreço.

Mesmo assim, o bruxo prefere permanecer neutro e não tomar partidos, especialmente porque, ao fazer isso, iria de encontro aos interesses de seu próprio irmão Theseus (Callum Turner) e outros burocratas opressivos.

Mas não há momentos para dúvidas e, enquanto isso, Grindelwald (Johnny Depp), que fugiu da prisão na America, vem recrutando simpatizantes com o propósito fascista de dominar o Mundo Mágico e subjugar o Não-Mágico. Mas seu principal interesse é fazer amizade e manipular Credence Barebone (Ezra Miller) um órfão detentor de imenso poder, e revelar a verdade sobre sua família. Sua família de verdade.

É difícil dizer quais caminhos irão tomar os planos de Grindelwald e o destino de Credence, já que o populoso elenco e suas próprias tramas tomam tempo de tela, postergando assim o plot principal para a sequência, como já era esperado.

Uma teia de personagens

Entre as principais figuras, um destaque especial fica reservado para a noiva de Theseus, Leta Lestrange (Zoë Kravitz) que está a procura de respostas para os segredos obscuros de sua família; a poderosa leitora de mentes Queenie Goldstein (Alison Sudol) que deseja liberdade para poder se casar com seu namorado trouxa, Jacob (Dan Fogler); enquanto sua irmã, Porpentina (Katherine Waterston) está no encalço de Credence.

Mas há outros personagens dignos de nota, como a mulher-cobra Nagini (Claudia Kim) e o bruxo franco-africano Yusuf Kama (William Nadylam), cujo principal propósito é desmascarar uma família tradicional bruxa.

O problema reside na falta de propósito das tramas, que desenvolvem muito pouco e tem o único objetivo de manter os personagens em constante movimento. São inclusive os seus encontros e desencontros que regem o caráter do filme, mesmo que esses encontros muitas vezes são vazios de significado e consequência.

É essa turbulência frenética que leva todos esses encontros a um objetivo em comum: Grindelwald, que faz um… discurso.

Propósito?

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Nicolau Flamel aparece em Os Crimes de Grindelwald

Para os Potterheads e simpatizantes, há momentos dignos o suficiente para aquecer o coração, como a revelação da linhagem de Credence, assim como algumas cenas de um jovem Dumbledore (Jude Law) em sua época como professor de Hogwarts. Para os saudositas, há também uma ponta do alquimista Nicolau Flamel (Brontis Jodorowsky), sim, o detentor da pedra filosofal.

O problema é que Flamel contribui muito pouco ou nada para a história, que, como já dito, está em polvorosa e sua participação serve muito mais para alívio cômico do que necessariamente uma conexão com os eventos do primeiro livro da franquia original. Esse é um grande problema do filme como um todo, inclusive, já que muitos personagens não tem propósito algum em estarem a todo o momento em cena, mas mesmo assim o estão.

É o caso de Nagini, que, ao fazer um link direto ao futuro, indicando que sim, é ela a cobra de Voldemort, não há muito mais que ela ofereça para o plot, rondando os passos de Credence com olhos perdidos. O mesmo vale para Jacob, que, devido aos eventos do primeiro filme, teve sua memória alterada e este passa o filme todo atordoado em meio a acontecimentos que ele pouco compreende, que machucam a Queenie. São esses pequenos momentos entre os dois que garantem a fatia emocional do filme.

O futuro é 3

Com mais três filmes a caminho e o encerramento já conhecido pelo público alvo, Crimes de Grindelwald entrega muito pouco em questão de história e, com uma teia de personagens expandida, muitos deles saem destas aventuras redefinidos ou afetados por elas, pelo contrário, os seus objetivos estão longe de ser alcançados, mas pelo menos suas intenções são revigoradas.

E, quem sabe, neste meio tempo, Newt Scamander clame para si novamente o papel de protagonista. Por ora, resta se deliciar com a infinidade de Easter Eggs. E lembre-se: Hogwarts sempre estará presente para aqueles que necessitem dela.

O filme estreia dia 17 de novembro, no Brasil. Você vai ao cinema?


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