Steve jobs one more thing

Os 28 anúncios da Apple e a história do “One more thing”

Avatar de filipe de almeida
Entenda por que ouvir a expressão One More Thing virou o momento mais aguardado de qualquer apresentação da Apple

A Apple tem em seu DNA produtos que são sinônimo de última geração, design impecável, usabilidade e tendência em tecnologia. Isso graças a Steve Jobs.

Salvando a empresa da falência em seu retorno à Apple em 1997 com uma renovação do portfólio de produtos e hábil vendedor, Steve Jobs soube impressionar as plateias de eventos da Apple, seja um WWDC, as antigas Macworld Expo ou uma simples coletiva de imprensa, transformando os anúncios dos produtos da gigante de Cupertino em um storytelling que encantava, prometia revolucionar o mercado, resolvendo as “dores tecnológicas” das pessoas e gerava um grande buzz, a ponto de muitos aguardarem com ansiedade o tão esperado momento da próxima aposta tecnológica da empresa, marcado pela expressão One more thing (“mais uma coisa” em tradução livre).

Depois de sua morte, a Apple usou a tradição poucas vezes.

“Temos muito respeito por essas palavras e não as usamos de forma leviana”

Tim Cook, CEO da Apple quando estava no palco um pouco antes de lançar o iPhone X no aniversário de 10 anos do iPhone.

Confira todos os produtos e as inovações lançadas pela Apple nos anúncios de Steve Jobs, depois de anunciar que tinha One more thing.

Apple AirPort

Fundo branco. Apple airport graphite visto ao centro. Ele tem cor prata em formato cônico com logo da apple ao centro.
AirPort Graphite: lançado em uma época que a conexão wi-fi não era comum

O primeiro One more thing dito por Steve Jobs antes de anunciar um lançamento de um produtor da Apple foi durante a Macworld Expo de São Francisco em 1999, ano que ficou marcado pelo reerguimento da maçã como empresa e referência tecnológica.

O AirPort foi feito para consumidores em uma época que a conexão wireless em nossas casas não era um conceito tão comum como hoje, abrindo caminho para a popularização do que veio a ser conhecido como a solução de conectividade sem fio padrão da indústria, o Wi-fi, para os computadores pessoais – o “normal” daquela época para se conectar à internet era estar preso a um fio o tempo todo. Em 2018, a linha AirPort foi descontinuada pela Apple, assim como outros produtos da empresa.

Para demonstrar a façanha, Steve Jobs mostrou como isso era possível como em uma “passe de mágica”, levando à plateia presente à loucura.

Steve Jobs passou um bambolê em volta do iBook, comprovando que não tinha nenhum cabo ou fio conectado, até mesmo levantando o computador ao mesmo tempo que navegava na CNN.

Curiosamente, o iBook, primeiro laptop voltado ao público consumidor, também foi lançado na mesma apresentação, mas um pouco antes de Steve Jobs dizer One more thing. O nome iBook foi usado anos depois para o aplicativo de livros digitais da maçã. Desde 1998, a Apple estava buscando uma funcionalidade diferente para o iBook e foi em parceria com a empresa Lucent Technologies que Steve Jobs ficou encantado com a possibilidade de lançar os primeiros computadores com Wi-fi do mundo, desenvolvendo a tecnologia que seria adotada no notebook.

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O iBook foi lançado junto com o AirPort, mas o momento do One More Thing ficou com a nova solução para internet sem fio

Apple Cinema Display

Fundo branco. Ao centro, o apple cinema display. Sua tela é envolta por uma moldura de plástico de alta densidade em um suporte tipo cavalete.
O Apple Cinema Display conseguia reproduzir 16,7 milhões de cores

Extinto em 2011, o primeiro modelo de Apple Cinema Display foi apresentado por Steve Jobs em 1999 durante a Macworld Expo em Nova York. Feito para ser a companhia perfeita do Power Mac G4, ele tinha um display LCD de 22 polegadas, resolução de 1600 x 1024, duas portas USB e um conector DVI.

Segundo a Apple, a tela era duas vezes mais brilhante, duas vezes mais nítida e tinha três vezes mais contraste que telas CRT.

iMac DV & iMovie

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O iMac DV estava disponível em cinco cores

Para fechar os lançamentos de 1999, Steve Jobs lançou o iMac DV (Digital Video), o primeiro Mac com 2 portas FireWire, DVD-ROM (o drive de CD-ROM foi trocado da bandeja ejetável para o tipo slot loading) e um sensível upgrade para 512 MB de memória RAM.

As portas FireWire também permitiram que consumidores comuns pudessem conectar câmeras de vídeo digital a seus computadores e também transferir arquivos grandes. Até dar lugar ao Thunderbolt, as portas FireWire foram parte importante dos computadores Apple.

Ele trazia o novo software iMovie, marcando a aposta de trazer edição de vídeo acessível a todos. Embalado pelo QuickTime, o software permitia aos usuários importar e editar vídeos diretamente no computador – em sua demonstração, Steve Jobs importou um material bruto de filmagem para um iMac DV e fez uma edição com algumas transições em alguns cliques. Gravar em DVD ainda não era uma alternativa, mas poderiam ser exportados para o computador, de volta para a câmera camcorder (e para um gravador VHD) ou publicados online.

Aqua

Foto de uma captura de tela do sistema operacional aqua, da apple. Várias telas estão abertas. No topo superior, o menu do aplicativo finder. Ao centro da barra, o logo da apple. Na parte inferior, o dock.
Aqua: o logo da Apple ficava no menu do topo superior da tela, ao centro.

Em 2000, durante a Macworld Expo em São Francisco, Steve Jobs revelou uma nova interface gráfica para o macOS: Aqua. Como o próprio nome sugere, a interface é baseada no tema água, com botões em forma de gota, uso de transparências e efeitos de reflexão. A princípio, o Aqua foi pensado para complementar a aparência dos modelos de iMac e Power Mac G3 e G4.

Dois de seus recursos principais eram os botões em forma de gel que controlam as janelas (os botões vermelho, amarelo e verde para maximizar, esconder e maximizar a tela) e o Dock, que facilitaria a navegação, recursos até hoje presentes no sistemas operacionais da Apple. Houve um salto na interface do Aqua para seu antecessor, considerando que a Apple tinha sido conservadora até então, adicionando poucas cores e basicamente mantendo a mesma UI.

Foto de uma captura de tela do sistema operacional macos server 1. 0, da apple. Várias telas estão abertas. No topo superior, um menu.
Mac OSX Server 1.0: um salto considerável na interface do Aqua para seu antecessor

Power Mac G4 Cube

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Power Mac G4 Cube: design impressionante, mas uma vida curta

Lançado na Macworld Expo de 2000 há 20 anos — completou duas décadas em 19 de julho — Steve Jobs prometeu o computador mais legal da história. Com a promessa de combinar a elegância de um iMac e o desempenho de um Power Mac G4 em um quarto de seus tamanhos, na forma de um cubo, o produto, que durou apenas um ano no mercado, dividiu opiniões.

Muitos consumidores relataram rachaduras no plástico transparente que envolvia a máquina. O computador também superaquecia por não ter uma ventoinha e o pior de tudo: o preço não era tão competitivo (pagava-se mais pelo design do que performance, tendo um melhor custo-benefício comprar um Power Mac G4 ou iMac da época, sem contar que tinha um potencial para upgrade bem limitado).

PowerBook G4

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Segundo Steve Jobs, uma combinação de power + sexy, em titanium com teclado em preto

O único produto anunciado em 2001 por Steve Jobs durante um momento One more thing da Macworld Expo foi o PowerBook G4, o último notebook da Apple a usar o processador PowerPC. Em modelo Titanium, seria o “computador portátil mais revolucionário já criado”, além de ser o mais fino e sexy dos computadores portáteis já criados, em uma combinação de design e processamento.

Alguns features contribuíam para sua leveza: pesando menos de 2,5 Kg, feito de titânio, tinha 1″ de altura — 0,7″ a menos que a linha de notebooks anterior, a PowerBook G3 –, drive DVD slot-loading (sem bandeja, mesmo sistema dos aparelhos de CD de carros) e uma tela de 15,2″, com aspecto wide e resolução nativa de 1152 x 768.

Outra característica marcante era a possibilidade de editar vídeos, trazendo o iMovie pré-instalado ou instalar o Final Cut.

iMac G4

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iMac G4: design que ganhou prêmios

Anunciado por Steve Jobs em 2002, durante a abertura da Macworld San Francisco, a Apple reinventava o iMac, lançado 4 anos antes. O design leve, fino e arejado, lembrando um “abajur” — e que nem parecia um computador — impressionou e surpreendeu, principalmente em uma época dominada por monitores CRTs e TVs de tubo. As principais reações eram de estranheza e ao mesmo tempo de deslumbramento, principalmente com o fato de que um computador poderia ser prático e bonito, ganhando prêmios ao redor do mundo.

O iMac G4 foi o primeiro com tela plana de LCD, com a mesma resolução do Apple Cinema Display de 15″, mas com nitidez e brilho superiores. Ele foi o ápice do conceito de Hub Digital que Steve Jobs apresentou no anterior ao seu lançamento, sendo veloz, rodando tranquilamente um DVD — principal forma de assistir a seu filme favorito na época, antes da disrupção do streaming no mercado de entretenimento, é bom lembrar — e tendo facilidade de uso.

Todas as propagandas do iMac G4 ressaltavam a mobilidade do monitor em um braço articulado que poderia rodar 180º para os lados e 90º na vertical. A tela ainda se inclinava para cima e para baixo, permitindo infinitas possibilidades de visualização.

iPod compatível com Windows

Com seu lançamento em 2001, o iPod tornou a Apple uma grife de tecnologia, uma caixinha para levar “1000 músicas no bolso”. Quem não se lembra da roda de clique abaixo da tela e ainda ter uma porta FireWire?

“Um recurso interessante para usuários de Macintosh, mas para o resto do mundo do Windows, isso não faz diferença”.

P. J. McNealy, um analista de consultoria de mercado da Gartner, em entrevista ao The New York Times

O outro anúncio de Steve Jobs em 2002 permitiu que o iPod não se limitasse apenas aos computadores da Apple. Na Macworld daquele ano, a revolução se abriu também para os usuários de Windows.

Power Mac G5

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PowerMac G5 era 41% mais rápido que um PC com Pentium 4, segundo testes da Apple

O PowerMac G5 foi lançado na WWDC 2003. Porém, as especificações do computador vazaram alguns dias antes do anúncio de Steve Jobs, publicando no site da Apple. Jobs brincou em seu discurso do One more thing de que era um caso de “especificações prematuras”.

O computador foi o primeiro desktop a usar processador de 64 bits PowerPC 970 (G5) — que foi desenvolvido pela IBM e pela Apple — rodando a velocidades de até 2 GHz, fazendo com que o computador fosse até 21% mais rápido do que um PC com Pentium 4 e 41% mais veloz que as estações de trabalho Dual Xeon, a concorrência daquele momento, permitindo à Apple chamar o Power Mac G5 de computador pessoal mais rápido da época.

O gabinete anodizado de liga de alumínio foi construído com 4 zonas termais para gerenciamento do fluxo de ar, permitindo monitoramento de temperatura e energia.

Os anúncios da época brincavam com o “poder de fogo” do novo computador pessoal da Apple.

PowerBook G4 de 12″

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PowerBook G4: Primeiro notebook ultracompacto – e em alumínio – da Apple

Ainda em 2003, a Apple lançou um novo modelo do PowerBook G4 com tela de 12″ na Macworld Expo em São Francisco. Steve Jobs brincou que teria um One more small thing (mais uma coisa pequena, em tradução livre), com o anúncio de um notebook ultra compacto, super completo e mais leve computador portátil da Apple, apresentando os mesmos componentes de seus irmãos de 15″ e 17″ — tinha leves diferenças, como não vir com o teclado retroiluminado.

O design clássico e clean em alumínio também chamou atenção na época, diferente dos modelos anteriores de titânio com teclado preto – a cor do teclado foi alterada para combinar com a cor prata do corpo, algo que posteriormente viria a predominar na próxima geração de MacBook Pro.

Teclado e Mouse Wireless

Em setembro de 2003, durante a Apple Expo Paris, Steve Jobs anunciou seus primeiros teclado e mouse sem fio.

O Apple Wireless Keyboard e o Apple Wireless Mouse tinham bluetooth e uma tecnologia AFH (Adaptive Frequency Hopping), que eliminaria a interferência com outros dispositivos e redes sem fio e dispositivos.

https://youtu.be/sdqMvEZTxlI?t=107

iPod mini coloridos

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iPod mini: disponível em 5 cores, foi o primeiro modelo de iPod a ter a Click Wheel

Steve Jobs lançou o iPod mini na MacExpo World de 2004. O momento do One more thing em sua apresentação foi usado para complementar que, além da versão em prata, o player de músicas também estaria disponível nas versões coloridas em ouro, azul, rosa e verde, todas em alumínio.

O iPod mini era um iPod menor e mais fino que a 3a. geração de iPods, lançada em 2003. Por isso, tinha menos espaço de armazenamento — 4GB em vez dos 6 GB da geração anterior. Foi o primeiro modelo de iPod a ter a Click Wheel, sensível ao toque para facilitar a navegação e que continuaria no design do iPod.

Apple Cinema Display de 30″

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Apple Cinema Display de 30″ foi uma das primeiras grandes telas

Na WWDC de 2004, em São Francisco, Steve Jobs anunciou as novas versões do seu monitor de 23″ (1920 x 1200) e 20″ (1680 x 1050), em corpo de alumínio para combinar com o Power Mac e os Power Books, reduzindo as bordas laterais para ficarem mais estreitas, tendo duas entradas FireWire e duas entradas USB, uma dobradiça ajustável para inclinar o monitor e migrando para a entrada DVI, permitindo a conexão com Macs e Windows.

Mas o ponto alto da stevenote — como também ficaram conhecidas as apresentações de Steve Jobs — ficou reservada para a grande estrela do momento one more thing: ele anunciou “a maior tela de computador com alta resolução de todos os tempos” — inclusive se referindo ao momento como “a huge day in the history of big” (um grande dia na história dos grandes, em tradução livre).

O novo monitor de LCD tinha 30″, formato wide e uma resolução de 2560 x 1600 pixels. Diferentemente de hoje em dia, vale lembrar que na época havia pouca concorrência por grandes telas. A Dell, por exemplo, anunciou seu próprio equipamento de 30″ na CES de 2006, o UltraSharp 3007WFP. Até então, a Viewsonic oferecia um modelo de 3840 x 2400, o VP2290b desde 2002, mas seu preço não era nada competitivo — U$ 7000,00.

Monitor dell ultrasharp 3007wfpviewsonic 2290b 2004
Concorrentes do Apple Cinema Display: à esquerda, o monitor Ultrasharp 3007wfp, da Dell, e à direita, o VP2290b da Viewsonic

iPod U2

O iPod U2 foi anunciado por Steve Jobs em outubro de 2004, durante um evento especial de música da Apple. O lançamento foi uma das iniciativas entre a parceria da gravadora Universal e a banda U2, incluindo por exemplo a comercialização da discografia completa do grupo com 400 músicas reunidas em uma caixa de música digital no iTunes.

O modelo tinha as mesmas especificações técnicas que um iPod de 4a. Geração. A diferença é que era preto com uma Click Wheel vermelha e vinha com as assinaturas dos integrantes da banda atrás.

Fundo preto. Ipod u2 visto de frente e de costas. A parte da frente é preta, com visor monocromático na parte superior e logo abaixo, a click wheel vermelha. A parte de trás é prata. Na parte superior, assinaturas dos integrantes da banda, o logo da apple ao centro e a palavra ipod.
U2 iPod: versão autografada e vinha com um poster exclusivo

iPod shuffle

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Os 28 anúncios da Apple e a história do "One more thing"

Na MacWorld Expo de 2005, no One more thing da vez, Steve Jobs apresentou o iPod Shuffle: uma versão muito menor que o iPod mini — segundo release de imprensa da Apple na época, menor e mais leve que pacote de chicletes.

Seu design pretendia ser um diferencial frente aos outros modelos do mercado, que não eram recarregáveis e não tinham uma interface de usuário muito amigável, o que dificultava a busca de músicas, na visão de Steve Jobs durante seu anúncio. Por isso, era construído em torno do modo Shuffle, que selecionava músicas aleatoriamente da biblioteca ou lista do usuário, para que ninguém tivesse o trabalho de buscar músicas.

Ele foi o primeiro iPod a usar memória flash e poderia ter 512 MB ou 1 GB. Sem tela, foi apresentado como uma alternativa de baixo custo em relação aos outros modelos de iPod.

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Steve Jobs apresenta o iPod shuffle

Programas de TV no iTunes

No início dos anos 2000, o consumo de vídeo digital aumentava. A própria Apple estava vendendo mais Macs, a internet banda larga estava crescendo e o iTunes estava vendendo videoclipes, curtas da Pixar e programas de TV da Disney. O computador parecia se tornar um lugar para “relaxar” e ver vídeos. Foi quando a Apple começou a se voltar cada vez mais para o vídeo.

Em 2005, em uma coletiva de imprensa, Steve Jobs anunciou que o iTunes 6 passaria a vender programas de TV. Em mundo sem tantas plataformas de streaming como o de hoje e com um entretenimento de TV mais linear, isso permitiria que as pessoas pudessem assistir aos seus programas de TV em qualquer dispositivo que quisessem, além de poder comprar mais um tipo de conteúdo, além de podcasts em vídeo, curtas da Pixar e videoclipes.

O One more thing foi considerado por Jobs o Ato 3 do evento. Steve Jobs começou a coletiva dividindo-o em três atos, assim como qualquer grande história clássica.

No primeiro ato, houve o anúncio do iMac G5, com uma webcam iSight embutida, o FrontRow e o Apple Remote Control, para proporcionar uma nova experiência de mídia ao usuário, facilmente navegando e assistindo a músicas, filmes e vídeo. A ideia é basicamente o que uma SmartTV hoje faz: assistir a variados tipos de vídeo a poucos metros de distância, fazendo o Mac funcionar como um “quarto com TV”.

No Ato 2, Steve Jobs revelou a 5a. geração de iPods, disponível nas cores preta e branca, tinha uma tela mais larga e colorida, permitindo ver programas de TV, podcasts de vídeo — e mais tarde, filmes completos do iTunes.

MacBook Pro

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MacBook Pro: o primeiro com Intel e MegaSafe

Na MacWorld de 2006, Steve Jobs aposentou a linha de notebooks PowerBook e os substituiu pelos MacBooks Pro, linha de computador portátil da maçã que continua até hoje.

O MacBook Pro Early 2006 foi o primeiro Mac portátil a ser baseado em um processador Intel, o Intel Core Duo, com um gabinete de alumínio, pesando 2,5 Kg, e assim como o iMac G5 no ano anterior, iSight embutida, Apple Remote e o programa Front Row. Também vinha com o conector de energia magnético MegaSafe, projetado especialmente para a linha de notebooks.

Em sua apresentação, Steve Jobs enfatizou a importância da performance por watt, uma marca da transição entre chips PowerPC e os chips Intel x86, tornando os computadores da Apple mais rápidos e com menor consumo de energia. Segundo teste do 8-bit Guy, o computador consome 355 W de potência, muito próximo a um aquecedor pequeno, enquanto um Mac Mini Core Duo com processador Intel é mais rápido e consome no máximo 33W.

Apple TV

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Apple TV: empreitada da Apple na área de TV

Ainda em 2006, em um evento chamado It’s Showtime!, Steve Jobs adaptou o clássico One more thing para um One last thing (uma última coisa, em tradução livre), antes de anunciar a prévia da iTV — que posteriormente viria a se chamar Apple TV quando o produto foi lançado em 2007, marcando também o início formal das ambições da Apple para a TV. A empresa vem tentando fazer algo grande na área de TV há mais de uma década, uma trajetória marcada por mudança de estratégias, divergências corporativas e fracassos nas negociações com operadoras de telecomunicação e provedores de conteúdo. Seu maior impulso foi quando anunciou o Apple TV + e outras novidades em março do ano passado.

Foi a primeira vez que Steve Jobs fez um pré-anúncio de um produto Apple que estaria disponível para venda apenas meses depois.

O set-top-box, que parecia um Mac Mini, possibilitaria o streaming sem fio de conteúdo do iTunes, como filmes, música, programas de TV, fotos e podcasts, na sua TV da sala. Ele tinha uma saída de vídeo componente, áudio óptico, porta HDMI e saídas RCA de áudio estéreo. O então iTV seria controlado pelo mesmo controle remoto que vinha com os Macs e viria com uma versão atualizada do Front Row, mas com suaves diferenças.

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Steve Jobs apresenta o iTV, que veio a ser a Apple TV

Safari no Windows

A Apple queria aumentar o market share (participação de mercado de um produto, em tradução livre) do navegador Safari.

Steve Jobs anunciou no WWDC de 2007 uma versão do Safari para sistema Windows.

MacBooks 2008

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MacBook Pro 2008: primeiro a ser feito em corpo único de alumínio

Em em evento especial de 2008, focado em notebooks, Steve Jobs fez importantes anúncios, confirmando os rumores da época de que a Apple atualizaria suas linhas de notebooks, como foi o que aconteceu com o MacBook Pro 17″ e o MacBook Air. Também foram apresentados o novo MacBook Pro 15″ e o Cinema Display de LED de 24″, que combinaria com a nova família de MacBooks.

O momento do One more thing foi reservado para o novo MacBook, já que era o Mac mais vendido de todos, conforme palavras de Steve Jobs no evento. O novo MacBook apresentaria as três maiores características que os usuários disseram que queriam no notebook — todo revestido de metal, gráficos 3D de alta performance (com o novo processador NVIDIA GeForce 9400M) e monitores LED retro-iluminados.

Eles passaram a ser feitos a partir de um único bloco de alumínio, marca presente na família de Macbooks até hoje, substituindo todas as peças que eram necessárias para fazer um notebook, deixando-o mais fino. Um outro ponto forte era o grande trackpad, que oferecia quase 40% mais de área de toque do que antes, pois a superfície inteira do trackpad é uma tecla, permitindo aos usuários trocar de aplicações, girar e fazer clique-direito de forma muito fácil.

Também seguiam padrões ambientais que os tornavam os notebooks mais verdes do mercado, segundo a Apple, como evitando o uso de cabos e componentes internos sem PVC e usando monitores LED de energia eficiente livre de mercúrio.

iPod nano (5a. Geração)

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iPod nano (5a. Geração): mais fino, com câmera de vídeo e alto falante

Em setembro de 2009, em um evento especial de música, Steve Jobs anunciou novos iPods. Foi sua primeira aparição em um evento da Apple em aproximadamente 1 ano, sendo ovacionado quando surgiu no palco por quase 45 segundos, após ficar afastado por 6 meses para cuidar da saúde. Sua última aparição em um evento foi quando revelou as novidades nas linhas de MacBooks, em 14 de outubro de 2008.

No One more thing, foi a vez de revelar a maior atualização do iPod Nano: o tocador digital de músicas seria mais fino, teria uma câmera e um alto-falante.

Na época, as câmeras digitais Flip estavam na moda e certamente incluir uma câmera no iPod nano foi uma forma de competir com elas. Com o tempo, os smartphones foram ganhando espaço e tomando as funções dos iPods de forma geral e das câmera digitais Flip, que deixaram de ser fabricadas pela Cisco em 2012.

FaceTime

No WWDC de 2010, Steve Jobs apresentou de forma prática qual seria o anúncio do momento One more thing: o FaceTime, novo aplicativo para iPhone 4. Ele ligou para Jony Ive, que apareceu na tela do auditório, revelando a tecnologia de videochamadas da Apple ao mundo.

Apple TV (2a. Geração)

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A Apple TV 2a. geração tinha quase um quarto do tamanho da 1a. geração

Ainda em 2010, em um evento especial de música da Apple, Steve Jobs apresentou a 2a. geração da Apple TV, em uma versão muito menor que a 1a. geração — cabia na palma da mão de Jobs, quase um quarto do tamanho da 1a. geração -, incluindo aplicativos, como Netflix, YouTube e Flickr, permitindo aos usuários transmitir conteúdos e filmes de outros lugares que não fosse somente do iTunes. Com o tempo, outros provedores de conteúdo foram adicionados, como Hulu, Amazon, HBO e a maioria dos principais canais e redes de TV.

As mudanças da Apple TV foram uma forma de popularizá-la, a começar pelo preço, que chegava ao mercado a $99. Steve Jobs mostrou em sua apresentação que os usuários que tinham Apple TV buscavam por filmes e programas de TV profissionais, todos em HD, alugando-os ou comprando-os a preços baratos e sem precisar fazer um controle de backup, além de um dispositivo silencioso e pequeno que transformasse a TV em um hub de entretenimento.

Foi aí que surgiram filmes para alugar a U$ 4,99 e episódios de canais como ABC, ABC Family, Fox, Disney Channel e BBC America por US$ 0,99. O aluguel de filmes no iTunes só esteve disponível nos Estados Unidos, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido. Já o aluguel de programas de TV em HD esteve disponível somente nos Estados Unidos. A Apple TV não esteve à venda no Brasil, chegando um pouco tarde, assim como a iTunes Store brasileira, em dezembro de 2011.

MacBook Air

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MacBook Air: ainda mais leve que a geração anterior por causa do armazenamento

Em um evento chamado Back to the Mac, em 2010, Steve Jobs revelou a 2a. geração de MacBooks Air.

Embora Steve Jobs tenha tirado o MacBook Air da primeira geração de dentro de um envelope quando o apresentou, a 2a. geração era ainda mais leve e menor por conta do armazenamento em flash, ocupando até 90% menos espaço e servindo de modelo para todos os ultrabooks que viriam depois no mercado.

Assim como os iPads, o MacBook Air teria armazenamento em estado sólido, tempo de duração da bateria maior e estrutura leve, garantindo rapidez e mobilidade, uma marca que permanece nos modelos atuais.

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Steve Jobs apresenta MacBook Air

iTunes Match

Na WWDC de 2011, o último One more thing feito por Steve Jobs, que morreria alguns meses depois. O iCloud foi apresentado como um conjunto de serviços na nuvem gratuitos, armazenando conteúdos que poderiam ser enviados a todos os seus dispositivos iPhone, iPad, iPod touch, Mac ou PC, facilitando o esforço para sincronizar e atualizar informações em todos os aparelhos automaticamente por conexão sem fio e acabando com a ideia de que o computador era um centralizador de nossas vidas, com fotos, músicas e conteúdo. Armazenando arquivos na nuvem, seria possível acessar tudo sem fio para qualquer lugar.

O One more thing reservou o ponto alto: o iTunes Match, um recurso que cruzaria os dados dos seus dispositivos com os arquivos disponíveis à venda no iTunes, sincronizando suas músicas com todos os seus dispositivos, pois armazena toda a biblioteca de músicas no seu iCloud. Se o arquivo do seu computador tiver uma baixa qualidade, a Apple oferece a você um arquivo sem DRM (sem restrições de cópias) e com 256 kpbs, ou seja, uma faixa de música gravada de um CD contaria para o iCloud como se tivesse sido comprada.

Quando as plataformas de streaming de música, como Spotify, ainda engatinhavam, um serviço que pudesse reunir todas as músicas salvas no seu computador ou de todos os CDs que você tinha e torná-las acessíveis em todos os seus aparelhos, realmente parecia incrível! Mas com a consolidação dos serviços de assinatura de música, oferecendo grandes catálogos a preços convidativos, foi perdendo o sentido.

Apple Watch

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Apple Watch: conseguiu ditar tendências na sua categoria e nos iPhones

A volta do One more thing aconteceu anos depois, em 2014, e coube a Tim Cook, substituto escolhido por Steve Jobs um pouco antes de sua morte, retomar a tradição. No evento especial, em que também foram anunciados o Apple Pay, o iPhone 6 e o iPhone Plus, era a hora de entrar no mercado dos wearables (aparelhos vestíveis, em tradução livre) e anunciar o primeiro grande produto após o legado de Jobs que marcou muita coisa: o real início da “era Tim Cook”, a primeira investida da empresa no ramo de vestíveis – o próximo seria os AirPods – e a primeira nova categoria de aparelhos lançada pela empresa após a “era Steve Jobs”.

Segundo a Apple, o Apple Watch seria o dispositivo mais pessoal da maçã, criado para ser usado no corpo e dissolvendo a fronteira entre o objeto físico e a interface de usuário, virando quase uma extensão do corpo. Afinal, ele está ali, participando de cada momento do seu dia: dá para receber as notificações de e-mails e mensagens no seu pulso e até mesmo respondê-las, aproximando o pulso da boca e sabe até a sua frequência cardíaca.

A sua grande procura para auxiliar em atividades físicas o fez descolar do iPhone e ganhar cada vez mais adeptos, confirmando uma das tendências da época de que a área de saúde e fitness era uma das mais promissoras quanto a tecnologia. Seus inúmeros sensores, como pedômetro e outros indicadores com foco na área de saúde e atividades físicas permitem medir o movimento do corpo (com a ajuda de um acelerômetro) e até perceber quanto você andou com ajuda do GPS e do Wi-Fi do iPhone, por exemplo.

Na época de seu lançamento, havia muita expectativa de como esse lançamento poderia mexer com os wearables e outros relógios inteligentes das concorrentes, uma indústria ainda em formação. Hoje, o Apple Watch conseguiu ditar tendências em sua categoria e até mesmo antecipar tendências que viriam a aparecer no iPhone, como tela OLED e ausência de entrada para fones de ouvido.

Apple Music

Durante a WWDC 2015, Tim Cook usou o One more thing para anunciar que a Apple estava entrando na batalha do streaming, com o CD e o mp3 ficando cada vez mais para trás e o ouvir online ganhando espaço, revolucionando a indústria musical.

O Apple Music teve a proposta de ser um serviço de música pela internet, reunindo todas as maneiras de ouvir música em um só lugar: rádio — o serviço ganhou três novas rádios esse mês –, conexão com artistas, músicas por streaming ou offline e contando com curadoria de música feita por especialistas no assunto. A era Tim Cook tem sido marcada pelo investimento da Apple em serviços, que além do streaming de música, inclui o Apple TV+.

Atualmente, o Apple Music já conta com 60 milhões de assinantes ao redor do mundo, sendo o segundo maior serviço de streaming de músicas do mercado. Só nos Estados Unidos já conseguiu o feito de ultrapassar o Spotify em número de assinantes.

iPhone X

Os 28 anúncios da apple e a história do "one more thing". Entenda por que ouvir a expressão one more thing virou o momento mais aguardado de qualquer apresentação da apple
iPhone X: o primeiro com tela OLED

Em 2017, a Apple lançou o iPhone X durante o momento One more thing da apresentação feita por Tim Cook no Steve Jobs Theater, comemorando os 10 anos do iPhone. Também foram lançados no mesmo dia o iPhone 8 e o iPhone 8 Plus.

Segundo a Apple, o iPhone X veio para marcar a próxima década dos iPhones, assim como em 2007, sua chegada revolucionou o mercado de celulares. A tela OLED (primeiro iPhone a ter uma) e o fato de ocupar toda a face do smartphone (exceto uma parte na área superior frontal com sensores, saída de áudio e câmera), e também, sua câmera foram os pontos fortes do aparelho.

A mudança no design foi radical: para que fosse mais ergonômico e fácil de segurar, acabou perdendo a marca de todo iPhone, o botão de início, ou botão Home. O desbloqueio do celular passou a ser feito pela tecnologia de reconhecimento facial chamada de Face ID. Muitos tiveram dificuldade no início, pois há a necessidade de se olhar diretamente para a câmera frontal para desbloquear o iPhone X.

Fontes: 512 Pixels | Cult of Mac | Macworld |Macworld | The Verge | Engadget | The Verge | Cult of Mac | Macworld | Wired | CNet | Apple | Engadget | 9to5mac | QZ | The Verge | Mental Floss | Streaming Media | Apple | Apple | Apple | Apple | The Verge| Apple | Apple | Engadget

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