Além de Madonna: os 10 maiores shows da história da música

O começo de maio entrou para a história da música. Com o show de finalização da turnê The Celebration Tour, Madonna deteve o título de show com maior público para uma artista feminina no mundo, atraindo 1,3 milhão de brasileiros na praia de Copacabana. E quanto aos outros maiores shows da história da música? O Brasil já esteve na lista antes de Madonna estourar um país inteiro com a maior turnê da Rainha do Pop?

Nesta lista do Showmetech, conheça os maiores shows já registrados e se surpreenda com alguns nomes e locais que aparecerão ao longo da matéria.

Os shows mais lotados do mundo

10º: Diana Ross (22/07/1983)

Abrindo a lista de shows mais lotados do mundo, temos a presença de Diana Ross. Para o “Worldwide from New York: For One And For All“, no Central Park em Nova York, famosa cidade estadunidense, Diana fez um show em 1983 para um público estimado de 1,2 milhão de pessoas, na época consagrando-se o show com maior público da história. O Worldwide foi um espetáculo independente e gratuito, e possui uma grande história por trás da marca.

Na época, Diana Ross já era uma grande figura da cultura pop: a ex-integrante do grupo feminino mais rentável do mundo e com mais aparições ao Bilboard Hot 100 — as The Supremes — já colecionava uma carreira solo astronômica, com os sucessos de “Ain’t No Mountain High Enough” e “Where Did Our Love Go”, por exemplo; e até tinha um Oscar e um Globo de Ouro para chamar de seu, pela sua atuação em O Acaso de uma Estrela (1972), quebrando mais um recorde ao se tornar a primeira atriz afro-americana estreante no meio a vencer a maior honraria da Indústria de Hollywood.

Bem, voltando, o seu show seria uma apresentação única no dia 21 de julho. Porém, no mesmo dia, Nova York sofreu com chuvas torrenciais que prejudicaram severamente a apresentação da cantora e atriz. Diana até tentou prosseguir com o espetáculo e tranquilizando o público, que no dia era estimado entre 800 mil nova-iorquinos, mas o estado climático realmente não permitiu. Diana, antes de sair, prometeu aos presentes que no dia seguinte continuaria com o seu concerto. Dito e feito, só que agora para uma plateia 62% maior, entrando para a história em termos numéricos e por seu ato de amor e empatia.

9º: Jean-Michel Jarre (05/04/1986)

Muito antes dos raio lasers e luzes serem praticamente um pré-requisito nos shows de música eletrônica, Jean-Michel Jarre inovava com o uso desses aparelhos em seus concertos, sendo um dos pioneiros do boom do gênero musical.

Em prol do 150º aniversário de Houston (Texas) e do 25º aniversário da NASA, Jean-Michel Jarre fez um espetáculo em meio aos arranha-céus de Downtown, maior distrito comercial do estado, na noite do dia 5 de abril de 1986. O músico aproveitou ainda a ocasião e celebrou o lançamento do seu novo disco “Rendez-Vous”. O público presente foi de 1,3 milhão de pessoas.

Além disso, o show foi um tributo aos astronautas que morreram na estação espacial Challenger, que ocorrera apenas 2 meses antes do espetáculo de Jean-Michel Jarre. Inclusive, nos planos iniciais do show, o astronauta Ron McNair, presente no ônibus espacial e também instrumentista de jazz, gravaria uma música diretamente do Challenger, que seria reproduzida nos telões do concerto. Após a tragédia, abalado, Jean cogitou cancelar o evento, mas voltou atrás por conta do capitão astronauta Bruce McCandless II, que sugeriu o show como forma de homenageá-los.

8º: The Rolling Stones (18/02/2006)

Uma das bandas mais importantes de todos os tempos, os Rolling Stones já tinham feito uma grande onda de público na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, cravando seu espaço nos maiores shows já registrados. No dia 18 de março de 2006, a banda de Mick Jagger rodava o mundo com sua turnê “Bigger Bang“, que veio se tornar o álbum mais lucrativo da banda britânica e o terceiro maior da história, perdendo para “360 Tour” do U2 e pro recente “The Eras Tour” da Taylor Swift.

O show dos Rolling Stones teve praticamente a mesma conjuntura do show da Madonna, também gratuito. Foi estimado 1,5 milhão de pessoas na praia, embora algumas análises apontem 2 milhões, mas nada concreto. A repercussão foi tão grande do espetáculo que o show foi transmitido mundialmente e rendeu um álbum ao vivo “A Bigger Bang: Live on Copacabana Beach“, lançado em 2021.

7º: Madonna (04/05/2024)

E por falar da Rainha do Pop, dentre a lista dos maiores shows da história, Madonna ocupa o sétimo lugar, atraindo 1,6 milhão de pessoas, 200 mil a mais que os The Rolling Stones, alcançando a marca de show feminino com maior público de todos os tempos. O Brasil parou no dia 21 de março com a confirmação da vinda da cantora ao país, muito teorizada pelos tabloides, após 12 anos da sua última performance em terras brasileiras, na MDNA Tour. Bem, por toda sua comoção, pode-se dizer que a espera valeu a pena.

Rodando o mundo com sua turnê de celebração dos 40 anos de carreira, a The Celebration Tour trouxe muitos clássicos de Madonna e peças encima do palco contando sobre sua origem. Só de pensar que quase uma infecção generalizada atrapalhou os percursos do show… o que importa é que o concerto foi um tremendo sucesso, tanto de público quanto financeiro: R$ 300 milhões retornaram ao Rio de Janeiro, com 96% do setor hoteleiro ocupado.

6º: Monstros do Rock: AC/DC, Pantera, Metallica, The Black Crowes e EST (28/09/1991)

Entre os shows mais lotados do mundo, tem a edição de 1991 do festival Monstros do Rock, o mais prestigiado dentro do rock e heavy metal, que acontece anualmente entre a Inglaterra e demais países internacionais, incluindo Brasil. Na edição que entrou para história, tinha a Rússia ainda quando era a União Soviética, com AC/DC, Metallica — que tinha acabado de inaugurar o álbum “Black Album” –, Pantera, E.S.T., e The Black Crowes.

Um mês antes do show, a União Soviética vivia um clima político conturbado: um golpe fracassado de poder na tentativa de derrubar o presidente Mikhail Gorbachev pelos conservadores do Partido Comunista. Antes das reformas de Gorbachev, o consumo musical de bandas e cantores/cantoras estrangeiras era veementemente proibida no país. O que parecia ser um sonho, virou realidade, com os russos marcando uma forte presença de 1,7 milhão de fãs no Monstros do Rock de 91.

5º: Antonello Venditti (24/06/2001)

Sabemos que o futebol é a grande paixão do brasileiro, mas você vai descobrir que o amor pelo esporte também contagia a Itália. Em prol do terceiro título do Campeonato Italiano da AS Roma, que encerrou um jejum de mais de 18 anos do clube, sobretudo pelo campeão da edição anterior ter sido o maior rival da Roma — a Lazio –, um show gratuito foi comandando no Circo Massimo pela torcida romanista ao som de Antonello Venditti, com mais de 1,8 milhão de pessoas.

Antonello é famoso na Itália por ser cantor, compositor e um excelente pianista, lembrado por suas músicas com temas sociais. Nascido e criado em Roma, não tinha como não ser ele para comandar o grande concerto do tricampeonato da AS Roma na Serie A.

4º: Jean-Michel Jarre (14/07/1990)

Sim, o homem está de volta em mais uma posição. E também realizando um show, que acabara tornando-se um dos maiores shows já registrados, em virtude de uma comemoração. No Dia da Bastilha, ou como chamam na França de Dia Nacional da França, em 14 de julho, Jean-Michel Jarre foi convocado pelo governo francês para um show gratuito para a população, em 1990.

O resultado não poderia ser maior: 2,5 milhões de pessoas em frente ao La Défense para prestigiar o artista e o amor à pátria.

3º: Jorge Ben Jor (31/12/1993)

Já vimos o Brasil representando esta lista de maiores shows da história como sede desses megashows, mas e quanto aos artistas nacionais? Pois bem, Jorge Ben Jor, grande cantor e instrumentista brasileiro, responsável por encabeçar um novo gênero que bebe o Skank, Paralamas do Sucesso e Racionais MC’s — o sambarock — e eleito pela Revista Rolling Stones como o 5º maior artista da história da música brasileira, chega completando o Top 3 shows mais lotados do mundo, mais uma vez sob vista da praia de Copacabana.

Na Véspera do Ano Novo de 1993, Jorge Ben Jor conseguiu reunir mais de 3 milhões de brasileiros, assumindo por apenas 1 ano o título de show com maior público registrado da história da música.

2º: Jean-Michel Jarre (06/09/1997)

Podendo já pedir música no Fantástico, Jean-Michel Jarre aparece mais uma vez na lista de maiores shows da história, fazendo um concerto (adivinha?) gratuito em frente à Universidade de Moscow pelo 850° aniversário da grande capital da Rússia. Desta vez, 3,5 milhões de pessoas assistiram sua performance, empatando com outro grande espetáculo que aconteceu 3 anos antes.

1º: Rod Stewart (31/12/1994)

O grande culpado pelo roubo do título de Jorge Ben Jor (pelo menos inicialmente) foi Rod Stewart, cantor britânico de rock, pop e soul e um dos musicistas mais relevantes de todos os tempos. Ganhador de Grammy, mais de dez álbuns alcançando a primeira posição nas paradas mundiais, 31 singles entre os dez primeiros e de 120 milhões, estimadamente, de discos vendidos, Rod Stewart foi o maior figurão da Véspera do Ano Novo de 1994 na Praia de Copacabana — sim, somente um ano depois do grande espetáculo de reveillon de Jorge Ben Jor no Rio, Rod Stewart superou o feito no mesmo lugar e na mesma ocasião.

Mais de 3,5 milhões de pessoas acompanharam o show do cantor, empatado com Jean-Michel Jarre na lista de maiores shows da história.

Mesmo assim, há uma polêmica entre a comunidade rockeira, descredibilizando o show de Rod Stewart em comparação à performance de Rolling Stones no Rio em 2006. Estes mesmos defensores argumentam que o feito dos Rolling Stones foi maior, atraindo 2 milhões de fãs que compareceram ao show, ao contrário do show de Rod, que coincidiu com a Véspera do Ano Novo, podendo ter pessoas que foram para o espetáculo mais pelo reveillon que pelo Rod Stewart.

Independente da sua escolha, o Brasil foi o país que mais concentrou maiores shows já registrados, sendo inegável a forte influência do país na Indústria.

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Fonte: Wikipedia, Tenho Mais Discos que Amigos, Trivela, IMDB, Wishplash

Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim