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Na quarta-feira (1º), chegamos à Parte III de Obi-Wan Kenobi, isso quer dizer, estamos na metade da minissérie, que até aqui, parece emular seu personagem-título: confusa e escondendo seu potencial. Agora resta saber se isso é narrativamente intencional ou não.
Mas antes de falar mais sobre o terceiro episódio da série, fique por dentro do que aconteceu nas Partes I e II.
Resumão
Passaram-se 10 anos desde os eventos de A Vingança dos Sith, e Obi-Wan (interpretado por Ewan McGregor), agora adotando o nome de Ben Kenobi, ficou responsável pela missão de proteger o pequeno Luke Skywalker, um dos filhos de seu antigo pupilo Anakin Skywalker, o levando ao planeta deserto de Tatooine, onde ele também ficaria exilado.
Porém, o velho mestre Jedi saiu do esconderijo para ajudar a Princesa Leia Organa (interpretada ‘fofamente’ por Vivien Lyra Blair), sequestrada a mando de Reva (Moses Ingram), uma Inquisidora do Império. Mas ao sair do exílio, Kenobi descobriu que a criança, na verdade, era a isca de uma armadilha para pegá-lo.
A Parte II encerra com Obi-Wan e Leia fugindo dos Inquisidores por uma nave de carga ao planeta de mineração Mapuzo, conforme combinado com o trambiqueiro Haja Estree (Kumail Nanjiani) em Daiyu. Mas antes da fuga, Reva revelou ao velho mestre Jedi que Anakin não morreu.
O texto contém spoilers da série. Leia por sua conta em risco.
Desesperança
A Parte III do show começa exatamente onde terminou o episódio anterior. Após descobrir que Anakin Skywalker, na verdade, se transformou em Darth Vader, e fugir do planeta Daiyu, Obi-Wan tem novos desafios pela frente. Aparentemente afastado da Força, como constatamos nas partes I e II, ele não usa truques mentais para enganar soldados para levar Leia em Alderaan com segurança. O obrigando assim, a passar pelas forças do Império sigilosamente.
Ao chegar em Mapuzo, o mestre Jedi comenta com Leia que esse era um planeta que costumava ser o lar de famílias fazendeiras. Enquanto o diálogo é desenvolvido, a diretora Deborah Chow aproveita para fazer várias tomadas com planos abertos, apresentando o lugar deserto, com pouca vegetação e marcas do Império. Momentos assim são os que mais gosto nas séries de Star Wars, pois mostram, sutilmente, o poder destrutivo do Império sobre planetas pacíficos, além justificar o motivo da mineração ter sido a principal atividade de muitos desses locais: extrair matérias-primas para criar armamento e construções imponentes – vale lembrar, que anos depois dos acontecimentos da minissérie, a Estrela da Morte será construída.
Outro ponto curioso nesse primeiro ato do episódio é que todo que circunda Kenobi – até aqui – parece uma mostra que a derrota é eminente. Já a Leia, ao seu lado, parece representa o contraponto esperançoso. Sejam pelos diálogos – com muitas perguntas sobre o passado, a Força e os Jedi – ou até mesmo no momento em que Ben comenta que o olhar da pequena Organa lembra o da mãe. Embora ele tenha dito isso para enganar stormtroopers, em partes, ele não estava mentindo.
Fagulha rebelde
O ar desesperançoso alcançou seu auge quando a dupla, que pegara uma carona, foi parada por scanners do Império, que identificaram o Jedi. Em meio a ação, eles foram encurralados e quando tudo parecia estar perdido, uma mulher desconhecida, que liderava o grupo que rendeu Kenobi, se revela uma aliada, eliminando os stormtroopers e dizendo que vai ajudá-los a sair daquele planeta.
A mulher se apresenta como Tala (Indira Varma), e conta que quando se alistou no Império, ela acreditava que ali existia um ideal. Porém, quando se deu conta da realidade, já era tarde demais. Por isso, ajudava Jedis e outras pessoas perseguidas pelo Império a fugir. A dupla foi levada até um abrigo escondido nos fundos de uma loja de reparos de droides. Nas paredes do abrigo há algumas mensagens escritas por fugitivos, entre eles alguns Jedi. Além disso, há um desenho do emblema da Aliança Rebelde, que nessa época, ainda não existia.
O reencontro entre o Jedi e seus fantasmas
O ponto alto do episódio foi quando os Inquisidores e Darth Vader (Hayden Christensen) chegam até o planeta minerador em busca do Jedi. Ao sentir a presença da Força de seu antigo mestre, o Sith começa a atacar pessoas inocentes para tirar Obi-Wan de seu esconderijo.
E no meio de uma estação mineradora, na escuridão da noite, o sabre de luz é a única fonte de iluminação de um Obi-Wan – uma linda rima visual com a cena em que o personagem explica para Leia o que é a Força – sem esperança. E é assim que ele percebe que, mesmo tentando fugir, deve enfrentar seus fantasmas do passado.
O confronto, na verdade, nem pode ter sido considerado uma luta de verdade. Afinal, de um lado temos um Jedi distante da Força e fora de ação há 10 anos; do outro temos Darth Vader no auge de seu poder e sede de vingança. Embora tenha sido uma cena que desagradou alguns fãs, ela é bastante coerente com o momento dos personagens, em que existe desequilíbrio emocional de um lado e o cansado físico e mental de outro.
Além da direção de Chow, outra pessoa que merece destaque é James Earl Jones, que aos 91 anos, consegue fazer uma performance impressionante dublando Lorde Vader. Entretanto, o roteiro conveniente segue sendo um dos maiores problemas da minissérie até aqui.
Aliás, o combate – ou sessão de humilhação – de Vader e em Kenobi foi interrompido justamente por uma conveniente intervenção de Tela, que, escondida entre os montes próximos ao local, consegue desviar a atenção de Vader e salvar Obi-Wan. Mesmo com uma parede de fogo entre os dois, o Sith parece que deixou o antigo mestre ser resgatado e fugir.
Final aberto
Enquanto Obi-Wan enfrentava Vader, Reva acaba descobrindo o abrigo e o túnel por onde Leia estava fugindo. Quando chega ao final e ver o piloto morto, Leia sai correndo de volta pelo túnel, finalizando o episódio do jeito que Obi-Wan Kenobi começou: desesperançoso.
Ao mesmo tempo, deixa o público sem saber o que esperar. A presença de mais Jedis, as células da Aliança Rebelde, a participação dos Organas… tudo isso pode acontecer, agora que nossos protagonistas estão desamparados.
Referências e Easter Egg no episódio III
Nessa semana as referências e easter-eggs foram menores se comparados com as partes I e II, mas não menos interessantes. Além da clássica piscada de olhos aos fãs, elas serviram para confirmar algumas discas e indicaram até mesmo conflitos cronológicos entre séries.
- A conversa entre Reva e Vader deu a entender que o Grande Inquisidor foi de fato morto. Se isso realmente aconteceu, temos um furo grave na cronologia, isso porque o personagem foi o grande vilão da primeira temporada da animação Star Wars: Rebels, que acontece 4 anos após os acontecimentos de Obi-Wan Kenobi.
- Nas paredes do esconderijo há uma mensagem de Quinlan Vos, um Jedi que apareceu em A Guerra dos Clones. Ele, inclusive, já foi companheiro de Obi-Wan em uma missão durante a animação.
- O embate entre Obi-Wan e Darth Vader já está sendo bastante criticado por sua coreografia ser pouco elaborada ou mesmo desengonçada. Embora alguns não tenham gostado, essa foi uma decisão criativa intencional da diretora, que chegou até mesmo repetir ângulos do confronto entre os mesmos personagens em Uma Nova Esperança.
Os novos episódios de Obi-Wan Kenobi estarão disponíveis semanalmente às quartas-feiras a partir das 4 da manhã (horário de Brasília), exclusivamente no Disney+.
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Está curtindo Obi-Wan Kenobi? Acredita que ela terá um final interessante? Deixa seu comentário aí embaixo e confira nosso artigo com tudo que você precisa saber pra assistir à Obi-Wan Kenobi na Disney+.
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