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Ian Wilson, especialista em tecnologia britânico, afirmou ao jornal The Mirror em reportagem publicada no domingo (03) que conseguiu achar os destroços do voo Malaysia MH370. O avião desaparecido é, até hoje, considerado um dos maiores mistérios da aviação e diversas teorias da conspiração a respeito vem surgindo desde o sumiço da aeronave em 8 de março de 2014. Confira o que se especulou nos últimos nove anos:
Como Ian Wilson achou os destroços do MH370?
O método utilizado por Wilson para achar o avião do voo que desapareceu foi consultar o Google Maps. Ao explorar a região da Ásia, mais especificamente no Camboja, o profissional em tecnologia afirma que viu os destroços da aeronave numa floresta do país. Vale lembrar que, em 2014, o Malaysia MH370 saiu de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China, transportando ao todo 239 pessoas, sendo 12 delas da equipe da empresa responsável pela viagem (confira na imagem):
Ao medir a observação no Google Maps, dá para ver [algo com] cerca de 69 metros, mas parece haver uma parte faltando, entre a cauda e a parte de trás do avião. É sutilmente maior, mas há um espaço que provavelmente corresponde a isso.
Ian Wilson, em reportagem ao The Mirror
Há nove anos, a aeronave deu sinal de que estava com problemas graves durante o trajeto entre a Malásia e o Vietnã. No momento, o transponder (equipamento que emite sinal de satélite, útil para localização dos aviões) deixou de se comunicar com os dispositivos que monitoram voos entre os países. Isso ajuda a dar algum nível de confiança ao que Wilson encontrou no Maps. “É possível ver onde o avião está: é literalmente na parte mais verde e escura onde dá para ver“, indica o especialista, como se pode ver na imagem:
Como forma de contestação sobre o que Wilson observou pelo Google Maps, o Bureau of Aircraft Investigations Archives (Escritório de Arquivos de Investigação sobre Aviação, em tradução livre) negou que a imagem mostrada pelo serviço de mapeamento virtual seja, de fato, parte do MH370.
Por que o Malaysia MH370 desapareceu?
A falta de informações sobre como o MH370 sumiu durante o voo deixam essa pergunta, ainda, sem respostas. Nem mesmo informações sobre o que aconteceu com os passageiros são suficientes para indicar o paradeiro das pessoas que estavam na aeronave. No entanto, a Malaysia Airlines publicou em um documento oficial, de 1500 páginas, que a rota do avião teve uma alteração manual quando passava pela Birmânia, em direção ao Mar Andaman.
Um radar militar também chegou a dar indícios de como o avião sumiu: ele pode ter voado para o Oceano Índico e, logo em seguida, para a Antártida, num intervalo de seis horas. Após esse trajeto, o combustível era insuficiente e o voo 370 ficou inviável. Ainda, especialistas da Flórida (EUA) falam que a temperatura dos destroços encontrados no mar, próximo a organismos do ambiente, pode ajudar na descoberta da trajetória.
“Eu sei que a geoquímica das conchas [dos animais marinhos] pode fornecer indícios sobre a localização do acidente“, afirma Gregory Herbert, professor de biologia evolucionária da Universidade do Sul da Flórida, que ajudou na investigação sobre o voo, com fotos do avião obtidas dos restos encontrados na ilha Réunion, que fica próxima a Madagascar. Mesmo após a divulgação dessas informações, várias pessoas ainda criam teorias da conspiração sobre o fato. Veja a seguir um pouco sobre cada uma:
Abatimento do voo
Algumas pessoas especulam que uma carga poderia ter dado origem ao desaparecimento. O manifesto do voo, segundo especialistas, continha a indicação de um objeto desconhecido, pesando 90 quilos. Seu destino seria a China: dessa forma, a carga seria usada no país asiático e, hipoteticamente, os Estados Unidos teriam parado o voo para Pequim. Aqueles que acreditam nessa teoria dizem que caças do país norte-americano abateram o avião da Malaysia Airlines.
Abdução alienígena
Onde a teoria que envolve extraterrestres surgiu? Se você pensou em Twitter, acertou. Em 2018, mensagens de texto e de voz em código morse compartilhadas pela rede, hoje chamada X por Elon Musk, mostravam uma possível localização na Indonésia. A partir disso, um veículo dos EUA acabou associando essas informações com uma abdução de alienígenas. Mais tarde, as mensagens publicadas há cinco anos foram investigadas e provou-se que era só um trote, criado com transmissão de voz por IP (conhecido como VOIP).
Explosão durante o voo
Durante o voo, o avião Boeing 777-200 transportava baterias de lítio, que tinham, ao todo, 200 quilos. Alguns investigadores atestam, porém, que o peso era de 2 toneladas. O peso excessivo pode ter levado, de alguma forma, a uma sequência de explosões, causando despressurização no interior — todos os aviões precisam manter as condições de oxigênio similares ao solo, aplicando um processo chamado de pressurização: sem isso, não é viável respirar no avião.
Queda premeditada do MH370
Zaharie Ahmad Shah, além de piloto do MH370, também é alvo da teoria da conspiração que envolve um acidente planejado. Especula-se que ele iria cometer suicídio e, ao mesmo tempo, mataria todos que estavam a bordo. Além disso, investigações posteriores apontaram que as mudanças de rota do avião e desativação dos controles aconteceram de forma manual. O governo da Malásia, entretanto, não enxerga que isso seja possível, já que segundo informações estatais, tanto o piloto como o copiloto não tinham nenhuma suspeita de comportamento inadequado.
Envolvimento da Rússia
Ainda, a guerra na Ucrânia inspira outro possível nexo com o acidente do voo 370. A participação da Rússia nessa queda parte da premissa que militares russos desviaram a rota do avião que saiu da Malásia, como forma de tentar desviar a atenção da ocupação na Crimeia.
Quatro meses depois do sumiço do Malaysia MH370, outra aeronave da Malásia, o MH17, acabou abatida pela Rússia, quando passava sobre a Ucrânia: na época, 298 pessoas morreram, sendo 196 delas holandesas. Para buscar justiça sobre a morte das pessoas, o governo da Holanda acusou formalmente a Rússia no ano passado, por meio da Convenção Europeia de Direitos Humanos.
Documentário da Netflix tenta explicar maior mistério da aviação
“Eles estão mentindo para todo mundo“, diz uma das pessoas indignadas com a investigação sobre o Malaysia MH370, que aparece no documentário da Netflix. O longa, que estreou na plataforma de streaming em março deste ano, mira nas diversas teorias criadas sobre o voo 370, incluindo depoimentos de familiares, investigações e conferências de imprensa sobre o desaparecimento do avião.
Disponível no Brasil sob o nome Voo 370: O avião que desapareceu (em inglês, MH370: The Plane That Disappeared), o documentário mostra como a investigação observou a possível trajetória do avião. Após perder contato com os radares já próximo à região de Vietnã, o avião seguiu para a direção sudoeste. As cenas focam nos destroços encontrados na ilha de Penang e no Mar de Andaman.
Em seguida, as teorias do ataque russo, da interferência estadunidense e do ataque do piloto são confrontadas com as diversas pistas que surgiram sobre o avião. “É o grande mistério da aviação de todos os tempos“, segundo a diretora do documentário, Louise Malkinson.
Estamos num mundo em que temos celulares, satélites e rastreamento, e continuar investigando durante esses nove anos… e ter quase nada é extraordinário.
Louise Malkinson
Voo 370: O Avião que Desapareceu – confira o trailer
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Veja também:
Fonte: The Guardian | The Mirror | Não Voei | Express
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (05/09/23)
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