O aposentado britânico Ray Flynn, de 80 anos de idade, tornou-se o primeiro paciente com perda de visão relacionada a idade a receber um implante biônico nos olhos. Flynn padece de uma degeneração macular associada à idade (DMRI), que leva à deficiência visual nos indivíduos com mais de 50 anos, aumentando progressivamente com idade, podendo levar à perda da visão central.
Esse problema faz com que a visão da pessoa fique reduzida e a impede de ver coisas diante de si, como ler ou enxergar as pessoas. Na manhã dessa quarta-feira (22), a Universidade de Manchester anunciou que a operação no engenheiro aposentado foi realizada com êxito, comemorando especialmente o fato de ter sido realizada em uma pessoa com 80 anos.
Flynn se encontrava parcialmente cego e recuperou parte de sua visão graças a um olho biônico, um instrumento que transmite imagens de vídeo de uma câmera em miniatura instalada em seus óculos. Segundo o boletim médico, o aposentado britânico deseja agora voltar a ver as partidas de seu Manchester United e praticar a jardinagem, seu passatempo preferido.
O dispositivo biônico foi implantado em junho e ativado no dia 1° de julho. “A evolução do senhor Flynn é realmente notória. Ele pode ver o contorno das pessoas e dos objetos“, afirmou o professor Paulo Stanga, que conduziu a operação de quatro horas de duração. “A versão seca da DMRI é uma afecção comum, mas intratável. No mundo ocidental, é a principal causa da perda de visão. Infelizmente, com uma população cada vez mais idosa, está ficando cada vez mais comum“, acrescentou.
As retinas biônicas já não estão restritas ao mundo da ficção científica, uma vez que já ajudam pessoas cegas ou parcialmente cegas no mundo todo. Com elas, as imagens capturadas por uma micro-câmera se transformam em pequenos impulsos elétricos que são transmitidos por uma tecnologia wireless aos eletrodos situados na superfície da retina. Após isso, os eletrodos estimulam as células restantes e transmitem os padrões de luz ao cérebro, que finalmente são interpretados pelo paciente, permitindo que ele recupere a visão.
As enfermidades degenerativas da retina, como a DMRI, afetam 30 milhões de pessoas no mundo, segundo a organização americana Foundation Fighting Blindness (FFB).
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