Em uma de suas missões mais ambiciosas, a NASA enviará helicóptero para a maior das 145 luas de Saturno, chamada Titã. Recebendo aprovação final esta semana, o projeto está programado para ser lançado em julho de 2028, com um orçamento que excede US$ 3,35 bilhões — equivalente a R$ 17,33 bilhões de reais na cotação atual.
Esta lua tem despertado o interesse dos cientistas devido às suas características muito parecidas com as da Terra, incluindo uma atmosfera densa e a presença de lagos de metano e etano em sua superfície. A missão promete ser um marco na exploração espacial.
A busca por vida em Titã
Titã, a maior lua de Saturno, tem 5.149,5 km de diâmetro. Além do tamanho, os cientistas se impressionam com as suas condições atmosféricas. Sua atmosfera densa, composta principalmente de nitrogênio, assemelha-se à da Terra primitiva, oferecendo um ambiente propício para o estudo de processos químicos prebióticos. Além disso, a presença de lagos de metano e etano líquidos na superfície de Titã faz dela um laboratório natural para a pesquisa científica.
Ao longo das décadas, Titã tem sido objeto de fascínio para os cientistas, que vislumbram a possibilidade dela abrigar formas de vida. Seu ciclo hidrológico, marcado por chuvas de hidrocarbonetos que formam características geológicas semelhantes às da Terra, como rios, lagos e mares, despertou o interesse da comunidade científica. Além disso, os dados obtidos pela sonda Cassini revelaram a existência de um oceano subterrâneo de água líquida, alimentando ainda mais a especulação sobre a possibilidade de vida na maior lua de Saturno.
Nesse contexto, surge a missão Dragonfly, uma iniciativa da NASA projetada para explorar esse tipo de ambiente e determinar se Titã é capaz de sustentar vida em suas profundezas ou em sua superfície.
Missão Dragonfly
A missão Dragonfly representa um ambicioso empreendimento da NASA, concebido para investigar a superfície e a atmosfera de Titã por meio de um helicóptero robótico de ponta, semelhante a um drone. Batizado de Dragonfly (libélula, em português), esse helicóptero está equipado com uma variedade de instrumentos científicos de última geração e realizará uma série de voos e pousos, coletando amostras e conduzindo análises científicas.
Dragonfly, a libélula da engenharia aeroespacial, é equipado com um sistema de propulsão altamente avançado. Com cerca de 450 kg, o veículo possui quatro pares de pás duplas, cada uma com aproximadamente um metro de diâmetro. Projetado para operar em um ambiente de gravidade baixa e atmosfera densa, como a de Titã, o helicóptero atingirá velocidades médias de 36 km/h, permitindo que ele percorra grandes distâncias entre os locais de interesse científico.
Durante sua missão de 32 meses, o Dragonfly realizará uma série de voos exploratórios, cobrindo uma área de mais de 174 km, consagrando-se como o veículo mais ousado já enviado para investigar a superfície de um corpo celeste além da Terra. O principal objetivo dessa empreitada é estudar os processos químicos em Titã e determinar se as condições presentes na lua podem, de fato, sustentar a vida.
Os instrumentos a bordo, como a Broca para Aquisição de Organismos Complexos (DrACO) e o Espectrômetro de Massa Dragonfly (DraMS), desempenham papel importante na investigação dos elementos químicos da lua, buscando sinais de processos prebióticos e possíveis bioassinaturas.
Cronograma
O lançamento da missão Dragonfly tem previsão da chegada da sonda a Titã em 2034. Durante sua jornada, Dragonfly enfrentará uma série de desafios, desde a travessia da vasta distância entre a Terra e Saturno até a entrada na densa atmosfera de Titã.
Uma vez lá, o helicóptero iniciará sua exploração, navegando pela lua e conduzindo análises de sua superfície. Os cientistas aguardam ansiosamente os dados coletados pela Dragonfly, esperando que revelem informações sobre a composição química e a geologia de Titã.
“Dragonfly vai explorar mais de Titã do que qualquer rover da NASA já explorou em Marte ou na Lua”
Nicky Fox, administrador associado da Diretoria de Missão Científica da NASA
Fox também enfatizou a importância desse helicóptero para ultrapassar os limites do que podemos alcançar com veículos aéreos fora da Terra. Estima-se que o Dragonfly percorra mais de 174 km ao longo de sua missão, uma área maior do que todos os rovers da NASA combinados em Marte e na Lua.
Com a conclusão da missão Ingenuity em Marte, a Dragonfly assume a vanguarda da inovação, prometendo abrir novas fronteiras na busca por vida em outros corpos planetários. Representando um marco importante nessa busca, a missão Dragonfly vai expandir conhecimentos sobre os mistérios do universo, proporcionando uma visão mais profunda dos processos que moldam os outros mundos.
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Fontes: Interesting Engineering, UOL, Época Negócios
Revisado por Glauco Vital em 22/4/24.
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