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NASA e SpaceX lançaram a Crew-1 na segunda missão privada enviando astronautas ao espaço no domingo (15). Esta missão, entretanto, é a primeira “missão operacional” da parceria entre a empresa e a agência espacial, pois o lançamento ocorrido em 30 de maio era uma missão de teste para validação da cápsula Crew Dragon. A equipe de quatro astronautas zarpou do Centro Espacial Kennedy, na Flórida (EUA), a bordo da cápsula Crew Dragon — acoplada ao foguete Falcon 9 — rumo à Estação Espacial Internacional (EEI ou ISS, na sigla em inglês), onde devem chegar nesta terça-feira (17).
Na cápsula da SpaceX, estão os astronautas estadunidenses Michael Hopkins, Victor Glover e Shannon Walker, acompanhados pelo astronauta japonês Soichi Noguchi. O foguete e a cápsula compõem o novo sistema de transporte espacial da agência norte-americana, depois de depender dos foguetes Soyuz, da Rússia, por nove anos.
Lançamento da Crew-1 rumo à EEI
O lançamento da missão espacial tripulada ocorreu às 20h27, no Centro Espacial Kennedy. Menos de três minutos após a decolagem, a uma altitude de 90km enquanto o foguete voava a 7.000km/h, o primeiro nível da nave se desprendeu para retornar ao nosso planeta. Ele vai ser usado em outra missão espacial, prevista para acontecer em 2021, que também vai levar quatro astronautas à EEI. O segundo nível, que carrega a Crew Dragon, seguiu seu curso sem imprevistos nem desvios, segundo a SpaceX.
Essa “missão operacional” dá sequência àquela missão de demonstração lançada em maio (inclusive, o Showmetech cobriu o lançamento em tempo real) e concluída em agosto. Na demonstração, NASA e SpaceX lançaram dois astronautas à EEI, que depois retornaram para a Terra em segurança.
No total, a viagem até a estação espacial leva 27 horas e meia. A previsão é que os astronautas cheguem lá por volta da 1h (horário de Brasília) na terça. Eles vão encontrar dois astronautas russos e uma estadunidense na estação, onde a equipe vai ficar por seis meses.
EUA, Rússia e a exploração espacial
Antes do foguete Falcon 9 e da capsula Crew Dragon, da SpaceX, os astronautas da NASA “pegavam carona” nos foguetes russos Soyuz até a EEI desde 2011, quando a agência interrompeu seus voos com ônibus espaciais. Em 2014, o diretor da Roskosmos (agência espacial russa) Dmitri Rogozine chegou a ironizar essa necessidade dos EUA, falando que o país precisava usar um “trampolim” para chegar à estação espacial. “O trampolim funciona”, disse Elon Musk, em maio deste ano, ao lançar a missão de demonstração da Crew Dragon.
Apesar dessa dependência não existir mais, a NASA ainda espera continuar cooperando com a Rússia. Isso porque agora os dois países são os únicos do mundo que possuem sistemas de transporte espacial que são capazes de levar astronautas e cosmonautas à EEI.
A agência estadunidense propôs facilitar a “locação” de lugares para cosmonautas em missões futuras, além de pretender que norte-americanos continuem usando o Soyuz regularmente. Só que essas negociações ainda se arrastam. E quando questionado sobre isso, Jim Bridenstine, administrador da NASA, é evasivo nas respostas.
Em outra frente, a Rússia rompeu com mais de 20 anos de cooperação na EEI ao se negar a participar da próxima mini-estação idealizada pela NASA, a Gateway, que deve ficar em torno da Lua.
Enquanto isso, a SpaceX não só se tornou a transportadora preferida da agência americana como atualmente lidera o mercado de lançamentos de satélites privados. Vamos ver o que mais a empresa de Elon Musk vai conseguir tirar do papel, colocar em prática e fazer história. De preferência, sem explodir mais foguetes.
Assista abaixo a transmissão do lançamento da Crew-1:
Fontes: AFP, EBC, NASA e The Verge
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