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Moto G: os segredos do sucesso

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Comentamos as principais características que contribuíram para o sucesso absoluto de vendas, crítica e público do smartphone mid end da Motorola.

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Desde seu anúncio, em novembro do ano passado, o smartphone intermediário da Motorola com jeitão de topo de linha está sob os holofotes de toda a mídia especializada em smartphones. O aparelho é sucesso absoluto de crítica, vendas e público. Se me permitem a analogia, o Moto G está para o mercado de 2014 como o Nokia 1100 estava para o mercado em meados de 2004.

O Moto G custa menos de R$ 800 e pode ser encontrado nas principais lojas de varejo e nos sites de comércio eletrônico como SubmarinoFast Shop e Walmart.

Então… o que torna o produto tão especial? Comentamos as principais características que contribuíram para o sucesso do aparelho.


Design

Seguindo a linha de design do seu irmão mais velho, Moto X, o Moto G traz traços simples, porém elegantes. Mesmo com a capa traseira em plástico, o aparelho é bem desenhado e não transparece ser barato. A pegada também é boa: o aparelho tende a se encaixar em todos os tamanhos de mãos devido ao design levemente curvo.

A unificação do estilo dos aparelhos da marca é uma jogada bem inteligente. Os clientes logo associam aquele visual característico do aparelho como referência aos demais produtos Motorola.


Personalização e acessórios

Ah, a personalização… Se tem algo que as pessoas adoram em um aparelho são as possibilidades de torná-lo algo único, que reflita sua própria personalidade. O Moto G é excelente nesse quesito: são muitos os acessórios disponíveis oficialmente (e não oficialmente) no mercado.

Dos acessórios oficiais, temos as Moto Shells. Elas nada mais são do que a tampa traseira do aparelho. Existem três variantes de Shells: a Shell comum, que é apenas a tampa; as Grip Shells, que funcionam como bumpers, acrescentando uma borda emborrachada aos lados do aparelho; e as Flip Shells, que oferecem proteção extra para a tela. Os modelos Grip e Flip estão disponíveis para compra no site da Motorola, custando respectivamente R$79,00 e R$110,00 – valor bem salgado, se consideramos o apelo popular do dispositivo. O kit padrão do Moto G acompanha a Shell na cor preta e o Kit Colors acompanha Shells nas cores preta, branca, amarela e vermelha.

Dos acessórios não oficiais, temos capas dos mais variados tipos, com estampas de personagens e times de futebol; bumpers e os interessantíssimos adesivos de vinil que simulam texturas como fibra de carbono, madeira e kevlar. Esses, com preço geralmente bem mais acessível. A oferta abundante de acessórios para o dispositivo é, sem dúvidas, um fator que atrai uma boa parcela de potenciais consumidores.


Tela

A tela é um dos grandes trunfos do Moto G. Pra quem saiu de um aparelho com tela pequena e resolução ruim, o choque é grande. 4,5’’ com resolução 1280×720 (HD) e densidade de pixels por polegada absurda pra um dispositivo da categoria (329 ppi), nunca ouvi reclamações sobre a qualidade da tela. Até mesmo pra quem veio de um dispositivo mais robusto, a diferença é facilmente notada. Eu, por exemplo: meu antigo smartphone, um Galaxy SII, possuia uma tela de 4,3’’ Super AMOLED+ com resolução de 400×800 pixels, o que, cá pra nós, não era nada mal. Assim que coloquei as mãos no Moto G, pude perceber que a naturalidade das cores e a densidade de pixels por polegada destacavam a superioridade da tela. Com o brilho no modo automático, o Moto G não ficou devendo nada pro Galaxy II no quesito visibilidade em ambientes externos.

Em contrapartida, uma grande polêmica acerca do dispositivo é sobre a resistência dela. No post Moto G – dicas para aproveitar melhor seu smartphone, alguns leitores relataram que seus aparelhos tiveram a tela rachada após pequenas quedas e que isso era um absurdo, afinal, a tela do aparelho é uma Gorilla Glass. Tenho duas observações sobre isso: a primeira, é que em nenhum momento é dito que o Moto G tem tela resistente a quedas. Ele tem tela resistente a riscos, e é isso que a tecnologia Gorilla Glass embarcada na tela do dispositivo faz. A segunda é que esses relatos surgiam com mais frequência logo quando o post foi publicado, o que me faz acreditar que a Motorola corrigiu (ou pelo menos amenizou) esse problema nos lotes mais recentes do produto. Se você não quer arriscar, o melhor é utilizar uma Bumper ou uma Grip Shell, que podem ajudar a absorver impactos que pequenas quedas.

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Sistema Operacional Limpo

Até os menos ligados no mundo tecnológico sabem da fama dos dispositivos Nexus, que são desenvolvidos sob a supervisão do Google e trazem o sistema operacional Android na sua forma mais pura – como é entregue originalmente às fabricantes e aos desenvolvedores de ROMs personalizadas. Isso permite que o Google lance atualizações com muito mais facilidade e frequência, já que não é necessário que a fabricante do dispositivo faça todas as alterações necessárias na interface e acrescente os bloatwares – aplicativos da marca ou de empresas parcerias que quase sempre são inúteis.

Assim como seus irmãos, X e E, o Moto G traz o Android numa forma muito próxima da qual nos é apresentado nos dispositivos Nexus. Alguns recursos extras são acrescentados ao sistema, mas a interface e demais recursos visuais são exatamente os mesmos dos dispositivos Nexus ou de ROMs como a CyanogenMod. Isso também permite que a Motorola lance atualizações para o dispositivo de forma muito mais rápida que outras fabricantes. E nós definitivamente adoramos: sem bloatwares e customização da fabricante, o aparelho funciona melhor: há mais espaço disponível para instalação de aplicativos, e o sistema fica mais rápido, limpo e eficiente.


Open Source

Todos os códigos utilizados na construção do software do aparelho foram liberadas para desenvolvedores e curiosos que desejam explorar todo o potencial do dispositivo. Os sources (fontes, ou códigos fonte) são muito bem documentados e permitiram que os desenvolvedores prontamente desenvolvessem ROMs alternativas para o aparelho. Por incrível que pareça, até mesmo os sources específicos do suporte dual sim foram abertos a público (geralmente dispositivos com tecnologia dual sim possuem código proprietário, que nunca é disponibilizado para os desenvolvedores). Isso permitiu que o Moto G se tornasse o primeiro dispositivo dual sim a receber suporte oficial da CyanogenMod, a maior custom ROM do cenário Android.

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Desempenho Geral

Oferecendo desempenho de ponta a um preço acessível (falamos mais sobre preço no tópico seguintes), o Moto G chamou a atenção de usuários de smartphones simples, com versões defasadas do Android e que não aguentavam mais as constantes travadas e a impossibilidade de atualização dos aplicativos. Memória RAM, armazenamento interno e processamento são escassos nesses dispositivos.

Devido ao desempenho excelente, o aparelho da Motorola é sucesso total com esses usuários, e essa satisfação se transforma em marketing involuntário. É difícil não encontrar alguém empolgado em utilizar um dispositivo relativamente barato e que funciona bem.


Preço, Disponibilidade e Pesquisa De Mercado

O Moto G é um aparelho bem versátil. Em mercados como Brasil, Índia e China, a presença de modelos com dois cartões SIM (popularmente conhecidos como chips), é algo necessário – e lançar uma versão dual sim do aparelho é uma jogada muito inteligente. Os modelos dual sim (8 e 16GB) não são tão mais caros que os modelos single sim, e quem optar pelo modelo dual com 16GB ainda leva pra casa três capas coloridas extras. A maioria esmagadora dos donos do aparelho que conheço tem a versão dual sim. Mesmo que não utilizem o segundo slot, ter um extra não faz mal algum.

A novidade fica por conta da versão 4G do Moto G, anunciada no evento de lançamento do Moto E. O Moto G 4G traz conectividade com as redes 4G brasileiras, além do tão solicitado slot para cartão MicroSD, já que a ausência deste na versão original do aparelho foi duramente criticada. O preço sugerido é de R$799,00, e deve ser comercializado em breve por aqui. Ah, só pra lembrar: segundo a assessoria de imprensa da Motorola, o Moto G 4G está disponível somente em modelo single SIM.

O preço, sem dúvidas é um fator determinante na escolha dos brasileiros. Smartphones com bom desemepnho costumam chegar no mercado com valores overpriced, custando o dobro ou triplo do que é cobrado no exterior. Não vamos entrar a fundo na questão de impostos ou importação, mas é fato que antes do Moto G, era impossível adquirir um Android de alto desempenho por menos de 900 reais. A chegada do G mudou completamente esse cenário: com as diversas variantes (single ou dual SIM, 8 ou 16GB, Colors ou Music Edition), é possível escolher qual versão melhor te atende e pagar proporcionalmente a sua escolha.

O melhor de tudo, é que – exceto obviamente o Slot 2 de cartão SIM e a memória interna – o hardware do aparelho não muda com as variantes. Ou seja, se seu amigo possui a versão single 16GB e você a versão dual 8GB, o desempenho dos aparelhos será idêntico. Essa homogenização, além de criar uma experiência uniforme para todos os usuários do aparelho, independente da versão, acaba por facilitar o lançamento de atualizações para o smartphone.

É possível encontrar frequentemente promoções de grandes lojas online oferecendo a versão mais básica (single SIM, 8GB de memória interna) por cerca de R$550,00. Chega a ser surreal a possibilidade de se adquirir um dispositivo com hardware tão bom quanto o G por esse valor. Claro, há também versões mais caras, com acessórios extras. Os valores dessas versões podem chegar até R$999,00.


Considero esses os pontos fundamentais que colaboraram para o sucesso do dispositivo. E você, concorda? Acredita que exista algum fator não citado que foi decisivo para o sucesso do aparelho? Participe da discussão, deixe sua opinião nos comentários!


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