Índice
- Importância da IA para novas experiências no Metaverso
- Esforços e recursos da Meta AI
- Visão computacional
- Tecnologias inclusivas: tradutor universal para o metaverso
- Novos assistentes de voz e caminho para inteligência no nível humano
- Inteligência Artificial Responsável
- Ambiente de inovação para IA
- Veja mais
Nesta quarta-feira (23), aconteceu o Inside the Lab: Construindo o metaverso com inteligência artificial, evento transmitido na Página do Meta AI no Facebook. O objetivo foi comunicar como pesquisadores e tecnólogos estão trabalhando em colaboração com comunidades de código aberto, além de anunciar os dois principais projetos baseados em IA que devem criar um tradutor universal para o metaverso. São eles o No Language Left Behind e Universal Speech Translator – Nenhum Idioma Deixado Para Trás e Tradutor de Discurso Universal, respectivamente em tradução literal.
Ao longo de duas horas de um painel composto por Mark Zuckerbeg, Jérôme Pesenti (vice-presidente da Meta), Joelle Pineau (diretora da Meta AI), Yann LeCun (cientista-chefe de AI do Meta AI) e outros especialistas, podemos observar que as novas tecnologias são baseadas em quatro pilares:
- Aprendizagem Auto Supervisionada, um novo método de treinamento para a IA;
- Inclusão por meio da fala e da tradução;
- Otimização dos assistentes virtuais, que devem aprender a observar o mundo do ponto de vista de quem acessa o metaverso por meio do óculos de RV;
- Inovação responsável e código aberto.
A partir disso, o Meta coloca a acessibilidade por meio da linguagem como uma das prioridades ao desenvolver novas tecnologias para um metaverso inclusivo.
Importância da IA para novas experiências no Metaverso
Imagem: Inside the Lab/Letícia Leite
Zuckerberg deu início ao evento falando sobre a importância da IA na hora de construir um ambiente onde as pessoas possam compartilhar, criar e se conectar virtualmente com qualquer pessoa, em qualquer lugar. Nas palavras do CEO, essas vivências devem se aproximar do físico cada vez mais com tecnologias para sensores e a comunicação entre o ser humano e IA, além de novos hardwares e softwares, mas antes disso, é preciso solucionar alguns obstáculos de inclusão.
Logo, a prioridade da empresa é desenvolver mecanismos de tradução e linguagem. Como evidenciado por Zuckerberg, os tradutores atuais utilizam um sistema em que o idioma, antes de ser traduzido para a língua desejada, passa pelo inglês para facilitar o processo, o que impacta negativamente na precisão da tradução.
“Nós temos a chance de mudar a internet e, se acertarmos, as pessoas poderão navegar e trocar experiências num nível bem mais profundo que o atual”
Mark Zuckerberg, CEO do Meta
Esforços e recursos da Meta AI
Imagem: Inside the Lab/Letícia Leite
Em seguida, Jérôme Pesenti abordou o ângulo ético e responsável das operações da empresa, já que todo o trabalho está sendo desenvolvido em colaboração com comunidades científicas em código aberto, ou seja, transparência é colocada como uma das palavras-chave na construção do metaverso. A inclusão também ganha destaque quando o vice-presidente enfatiza o metaverso como um lugar onde pessoas de todas as regiões e estilos de vida devem se sentir incluídas, protegidas e respeitadas, tanto como criadores quanto como usuários.
Imagem: Inside the lab/ Letícia Leite
Quanto aos recursos em desenvolvimento, a diretora do Meta AI, Joelle Pineau, explicou um pouco mais sobre o significado dos recentes avanços das pesquisas em áreas como aprendizado auto supervisionado, robótica e criatividade, afirmando que as experiências se tornarão ainda mais imersivas no futuro graças a tais tecnologias alimentadas por inteligência artificial.
Visão computacional
Imagem: Inside the Lab/Letícia Leite
Partindo para questões mais técnicas, temos o diretor de pesquisa do Facebook AI Research (FAIR), Piotr Dollar, como porta-voz sobre os modelos em teste com aprendizado profundo e visão computacional. Segundo o especialista, os modelos de IA que operam atualmente são alimentados por imagens anotadas manualmente. Cada vez mais, eles exigem conjuntos de dados progressivamente maiores com níveis crescentes de detalhes de anotação.
O problema disso é o trabalho manual aumenta em tamanho e complexidade conforme os conjuntos de dados se expandem, o que é um fator limitante. É aí que o aprendizado autossupervisionado entra como solução, retirando a necessidade por imagens anotadas. Dollar mostra como esse novo treinamento nos modelos de visão computacional está revolucionando a IA.
Tecnologias inclusivas: tradutor universal para o metaverso
Imagem: Inside the Lab/Letícia Leite
A especialista em tecnologias de tradução e cientista pesquisadora do Facebook AI Research Paris, Angela Fan, apresenta ao público, por meio de uma ilustração animada, a importância dos mais novos projetos do Meta: No Language Left Behind e Universal Speech Translator – diante da limitação atual dos recursos de idioma e tradução automática, mesmo com uma tecnologia tão avançada.
Mais de 20% da população mundial está excluída do acesso a informações na internet porque não consegue ler em um idioma que funcione para eles. Outra parcela da população encontra dificuldades ao se comunicar pois o inglês sempre é colocado como único idioma disponível em diversas plataformas. Para ir na contramão deste cenário e garantir a inclusão, a pesquisadora explica que esses esforços visam fornecer às pessoas a oportunidade de acessar qualquer coisa na Internet em seu idioma nativo e falar com qualquer pessoa, independentemente de suas preferências de idioma.
Logo, o plano é superar esses desafios implantando novas técnicas de aprendizado de máquina em duas áreas. Em No Language Left Behind, objetivo é construir modelos de IA que aprendam a traduzir idiomas usando menos exemplos de treinamento. Já com o Universal Speech Translator, a companhia quer construir um sistema que traduza a fala em tempo real de um idioma para outro sem a necessidade de ter um texto escrito, como é preciso atualmente.
Novos assistentes de voz e caminho para inteligência no nível humano
Imagem: Inside the Lab/Letícia Leite
Após passarmos pelas tecnologias de tradução, chegamos aos assistentes personalizados que entendem as pessoas e permitem que elas controlem o fluxo da conversa. Ou seja, mais recurso inclusivo capaz de facilitar a vida das pessoas e abrir caminho para dispositivos mais inteligentes. O gerente sênior de pesquisa do Meta AI, Alborz Geramifard, falou sobre os desafios que desenvolvedores e engenheiros enfrentam ao tentar construir assistentes úteis à medida que eles devem se adaptar ao metaverso.
Logo em seguida, um debate geral sobre a pesquisa de IA e o caminho para a inteligência em nível humano é mediado por Lex Fridman, com participação de grandes nomes da IA – Yann LeCun e Yoshua Bengio. Entre os tópicos, foram colocadas em pauta as pesquisas disponíveis, riscos e principais áreas de desenvolvimento que influenciarão a compreensão e aplicação de sistemas autônomos de IA.
Inteligência Artificial Responsável
Imagem: Inside the Lab/Letícia Leite
Depois dos possíveis caminhos para uma IA otimizada e num nível humano, a gerente de programação do Meta AI, Jacqueline Pan, discorre sobre como a tecnologia é um componente central de nossos sistemas, capaz de realizar diversas tarefas, desde classificar postagens no Feed de notícias até combater discurso de ódio e desinformação. Assim, ela coloca como prioridade com a construção de IA responsável ao ter uma equipe interdisciplinar que apoia tal compromisso.
Imagem: Inside the Lab/Letícia Leite
Por conta de tamanha relevância no nosso dia a dia, assim como outras tecnologias emergentes, a IA também levanta algumas preocupações em torno de questões como privacidade, justiça, responsabilidade e transparência. Stevie Bergman é a cientista de pesquisa na equipe de Justiça em IA Responsável que mostrou exemplos tangíveis de como estão acontecendo os desenvolvimentos e testas para ajudar a garantir que os sistemas de aprendizado de máquina (Machine Learning) sejam projetados e usados com total responsabilidade.
Ambiente de inovação para IA
Imagem: Inside the Lab/Letícia Leite
Criar e promover continuamente um ambiente onde a inovação da IA possa prosperar é crucial. Irina Kofman dá uma aula sobre a abordagem do Meta AI para ciência aberta (Open Science) e desenvolvimento de uma força de trabalho de IA mais diversificada.
Além da visão interna que mostra a construção de uma equipe transparente em relação ao conhecimento descoberto ao longo das pesquisas, ela também mostra como o externo é impactado a partir das possibilidades de uso da IA cada vez mais avançada. Uma das aplicações citadas que potencializam a IA como ferramenta responsável é na detecção de deepfakes, aqueles vídeos em a voz e movimentações faciais das pessoas são falsas, a fim de criar ou alterar um determinado discurso ou fala.
Imagem: Inside the Lab/Letícia Leite
O evento foi finalizado por Mark Zuckerberg e Jérôme Pesenti, que agradeceram e convidaram a audiência para continuar acompanhando os avanços do Meta para criar experiências, mais que imersivas, inclusivas e seguras.
E aí, o que você achou dos próximos passos do Meta e Zuckerberg para a construção de um metaverso inclusivo e responsável?
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Fonte: Meta AI
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