De combates contra divindades da mitologia indiana, passando por investigações para descobrir quem é o astronauta impostor até mesmo uma aventura em uma cidade cyberpunk cheia de segredos, o mês de outubro nos presenteou com diversos jogos indie que proporcionam experiências fantásticas e inesquecíveis por um preço muito acessível. A seguir você confere os principais destaques para os melhores jogos indie de setembro para PC (Steam), PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch.
Among Us
Among Us não é um jogo novo — foi lançado em 2018 e já até contava com uma sequência em desenvolvimento — mas se tornou a nova sensação da internet. Desenvolvido pela InnerSloth, este é mais um daqueles jogos que coloca a galera para plantar a discórdia e gastar muito tempo em brigas virtuais.
Basicamente, a premissa do jogo consiste em várias pessoas em mesmo cenário que precisam descobrir quem são os impostores. Estes, escolhidos aleatoriamente no início de cada partida, têm algumas habilidades especiais, como assassinar jogadores “comuns” e se locomover de forma mais ágil pelo mapa. Os impostores devem matar todos os jogadores regulares, enquanto estes devem realizar uma série de tarefas ou descobrir todos os impostores do cenário.
O que torna tudo mais divertido é que, baseados em indícios que encontraram ou ações que testemunharam pelo cenário, a qualquer momento os jogadores podem solicitar uma reunião de emergência para debater e tentar convencer os demais jogadores a votarem pela expulsão de um membro, que teoricamente é o impostor. Este, é claro, também pode usar de seu poder de persuasão para tentar jogar a culpa em outro jogador.
Como todo convencimento dos jogadores se dá por texto escrito livremente, o que não faltam são situações de grande criatividade para convencer os demais participantes, e Among Us se torna um verdadeiro jogo de experimento social. Disponível gratuitamente, a diversão é garantida!
Disponível: Android, iPhone (iOS) e PC (Steam).
Spinch
Você já assistiu aqueles desenhos inspirados em visuais super-coloridos e psicodélicos dos anos 1970, tipo Yellow Submarine, dos Beatles? Bem, se você nunca teve a oportunidade conferir essas animações bizarras, Spinch é sua chance de explorar esse mundo fantasticamente colorido. Desenvolvido pela Queen Bee Games, o jogo usa e abusa das cores com uma aventura estranha que parece saída de um sonho.
No game, você assume o papel de Spinch, uma pequena mas ágil criatura que precisa resgatar sua ninhada de filhotes desaparecidos de uma invasão sem fim de excêntricos e estranhos monstros coloridos. Ironicamente, Spinch e seus filhotes são os únicos seres vivos completamente brancos desse mundo esquisito. Para recuperar seus filhotes você precisa pular, desviar de obstáculos, derrotar alguns inimigos e sempre se lembrar de passar por um checkpoint para salvar seu progresso.
Spinch é um jogo de plataforma muito bem construído e com um mundo exageradamente colorido que diverte o jogador enquanto ele está correndo e pulando freneticamente por níveis psicodélicos. Seis mundos diferentes com obstáculos únicos junto da mecânica de reinicialização rápida nos checkpoints quando você morre torna o game muito mais dinâmico (e desafiante também).
Disponível: Nintendo Switch e PC.
Hades
Hades é o mais recente jogo da Supergiant Games e está dando o que falar. Uma excelente e difícil aventura, Hades guarda a estrutura de elaboradas masmorras geradas proceduralmente, ou seja, os ambientes do jogo são criados aleatoriamente à medida que o jogador avança. Em outras palavras, uma partida nunca será igual à anterior.
Hades, como já era de esperar pelo seu nome, mantém temática e ambientação centrada nos deuses do Olimpo e mitologia grega. O objetivo no jogo é derrotar todos os inimigos de uma fase — ou sala, se preferir — e partir para a próxima, que será gerada aleatoriamente. O foco é, portanto, nos combates.
À medida que o jogador avança e derrotas inimigos, novas habilidades e poderes são concedidos pelos deuses, o que muda consideravelmente as estratégias e a ação que ocorre na tela. Assim, é necessário dominar as variadas mecânicas para se dar bem no jogo. As batalhas são extremamente satisfatórias e instigam o jogador a continuar progredindo pelas masmorras sempre em busca da próxima habilidade e de mais inimigos para derrotar.
Os visuais seguem o estilo já estabelecido pela desenvolvedora Supergiant Games, que também capricha na sonoplastia. A visão de tela é isométrica (vista de cima, porém inclinada, como se a câmera estivesse na diagonal), e o estilo artístico, assim como todos os demais títulos da produtora (Bastion, Transistor, Pyre), agradam aos olhos.
Disponível: Nintendo Switch, Steam e Epic Store.
Metamorphosis
Quem disse que uma grande obra da literatura não pode virar um videogame? Os desenvolvedores da Ovid Works provaram que até mesmo o clássico de Franz Kafka, A Metamorfose (1915), pode se tornar uma aventura interessante e envolvente. Com o mesmo nome do livro em que se baseia, Metamorphosis explora sentimentos estranhos, surrealismo e questionamentos filosóficos e uma experiência única no mundo do entretenimento digital.
Metamorphosis é um jogo de aventura em primeira pessoa com quebra-cabeças e elementos de plataforma onde você joga como um inseto (barata, besouro, enfim, o que a sua imaginação criar pois você nunca vê sua forma verdadeira). Você é capaz de deslizar por diferentes superfícies enquanto explora seus ambientes, tentando chegar a lugares altos e resolver desafios. E, como na história original de Kafka, a vida de um homem que subitamente se torna um inseto não é nada fácil.
Os quebra-cabeças em Metamorphosis geralmente envolvem encontrar a área certa para se estar e o objeto certo para manusear. Porém, na maioria das vezes a solução é algo muito óbvio, já que o game oferece poucos desafios mais elaborados. Afinal de contas, você é um inseto e o mundo já é complicado o suficiente para uma criatura tão pequena.
Uma pena que os quebra-cabeças e exploração sejam tudo que o game tenha a oferecer. Para um jogo que se baseia em um dos maiores clássicos da literatura, se esperava que ele abordasse temas mais complexos da mesma forma sutil que Kafka fez com seu livro. Metamorphosis não é um game ruim, mas após as poucas horas que levam para concluir a jornada de nosso protagonista inseto, o jogador fica com uma sensação de que o surrealismo poderia ter ido mais longe com esse jogo.
Disponível: Nintendo Switch, PlayStation 4 e PC
I am Dead
Que tal jogar como um fantasma? Pois essa é a proposta de I Am Dead, desenvolvido pela Annapurna Interactive. Mas o game não é sobre morte, mas sim sobre objetos. A forma como eles se parecem e como podem mudar dependendo da sua perspectiva — e, o mais importante, o que eles significam para as pessoas.
Em I Am Dead o protagonista está morto e pode observar o mundo livremente, e o jogo usa essa premissa para permitir que você explore uma ilha pitoresca cheia de residentes encantadores, em busca de memórias que são ancoradas por objetos específicos. É sincero e encantador. Tristeza e morbidez, temas tão comuns quando estamos falando de morte dão lugar à nostalgia e um sentimento reconfortante de redescoberta.
Na trama, Morris, o curador recentemente falecido de um museu em uma pequena ilha possui dois poderes fantasmagóricos particulares: ele pode se aventurar nas memórias dos vivos e espiar dentro de objetos com uma estranha espécie de visão de raios-X. A ilha, por sua vez, é o lar de um vulcão que pode entrar em erupção a qualquer dia. Para evitar esse perigo iminente, Morris deve procurar um companheiro fantasma para se tornar o novo protetor da ilha. Ele faz isso com a ajuda de seu cachorro morto, que agora pode falar.
O mundo tranquilo e colorido de I Am Dead é uma alegria tão grande de explorar que nunca o jogador irá se encontrar com pressa para ver o que aconteceu a seguir. Em vez disso, use a ferramenta de raios-X para olhar dentro de tudo: seja uma caixa de ovos, uma colmeia zumbindo, ou uma prateleira cheia de registros antigos. O simples ato de observar esses objetos para olhar dentro é divertido.
Talvez a melhor coisa sobre I Am Dead seja sua natureza vagarosa. É um jogo cheio de histórias e dá a você tempo e espaço para conviver com elas. Você pode vasculhar o quarto de alguém ou reviver as memórias de seu amor perdido, e o jogo nunca o empurra para um próximo objetivo a ser cumprido. É obcecado com os detalhes e a história das coisas – e quer que você fique obcecado também.
Disponível: Nintendo Switch e PC.
Cloudpunk
Uma vasta cidade para explorar, noite chuvosa e muitas luzes de neon para deixar uma bonita atmosfera fazem Cloudpunk uma boa opção de jogo indie para o mês de outubro. Este game, da ION LANDS, tem foco na exploração e, ao mesmo tempo, na história, que se desenrola à medida que o jogador faz entregas por uma cidade futurista em um carro voador.
Com tantas luzes, Cloudpunk chama atenção pelo seu visual, que se destaca facilmente em meio a tantos jogos independentes bidimensionais. À medida que o jogador realiza entregas pela cidade do game, há o contato com vários personagens não controláveis, que contam suas histórias e mergulham o jogador naquela ambientação de um mundo cyberpunk e que está à beira do fracasso.
As entregas e as histórias dos personagens entregas são os pontos centrais de Cloudpunk, e o jogador vai gastar um bom tempo na primeira ação, que o leva a se envolver com o que as pessoas da cidade de Nivalis têm para contar. Com a liberdade de vagar e falar com pessoas aleatórias, o jogo fica cada vez mais interessante conforme o jogador se envolve com sua história. Uma boa recomendação, apesar de possuir alguns problemas técnicos com sua câmera.
Disponível: Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One, Steam.
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