"lei taylor swift” pode enfrentar ações de cambistas em shows. Proposta foi apresentada pela deputada federal simone marquetto (mdb-sp), após confusões na compra de ingressos para shows da cantora no brasil

“Lei Taylor Swift” pode enfrentar ações de cambistas em shows

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Proposta foi apresentada pela deputada federal Simone Marquetto (MDB-SP), após confusões na compra de ingressos para shows da cantora no Brasil

A deputada federal e vice coordenadora da bancada paulista da Câmara dos Deputados, Simone Marquetto (MDB-SP), apresentou um projeto de lei com o objetivo de criminalizar a venda de ingressos por cambistas, visando proteger a economia popular. Identificado como “Lei Taylor Swift“, a proposta sugere que os infratores sejam condenados a uma pena de reclusão de um a quatro anos, além de pagar multa de até cem vezes o valor dos ingressos apreendidos ou anunciados. A medida tem a finalidade de garantir a legalidade nos eventos realizados no país.

Agindo contra cambistas

A proposta menciona os shows da The Eras Tour, turnê da renomada cantora norte-americana Taylor Swift, que está programada para se apresentar no Brasil em novembro de 2023. Ela realizará três shows em São Paulo e dois no Rio de Janeiro. O objetivo do texto é estabelecer a Lei Taylor Swift, que foi apresentada em resposta a várias denúncias de intimidação contra fãs da cantora que tentavam adquirir ingressos para as suas apresentações.

Imagem da fila para a compra de ingressos para o show da taylor swift no alianz parque. Imagem: estadão
Imagem da fila para a compra de ingressos para o show da Taylor Swift no Alianz Parque. Imagem: Estadão

Após os ingressos para os shows de Taylor Swift se esgotarem em questão de minutos, surgiram cambistas que passaram a revender as entradas por valores até 10 vezes superiores aos preços originais de compra. Na legislação atual, não há uma menção direta a esse tipo de prática e a punição prevista é relativamente leve, com uma pena de 6 meses a um ano de perda de direitos.

No entanto, o projeto apresentado por Marquetto visa preencher essa visão mais branda, abrindo também a possibilidade de responsabilização de empresas e promotores de eventos que conseguem tornar ainda mais fácil a atuação dos cambistas. Sob esse projeto, eles poderão ser detidos por um período de um a dois anos por infringirem o crime contra a economia popular, além de receberem a mesma multa estabelecida.

Deputada federal e vice-coordenadora da bancada paulista da câmara dos deputados, simone marquetto (mdb-sp). Imagem: portal da câmara dos deputados
Deputada federal e vice coordenadora da bancada paulista da Câmara dos Deputados, Simone Marquetto (MDB-SP). Imagem: Portal da Câmara dos Deputados

De acordo com a justificativa apresentada pela deputada, a atividade dos cambistas impede que pessoas menos favorecidas financeiramente possam frequentar eventos de seu interesse. Simone explica que é amplamente conhecida a exploração da população brasileira pelos vendedores amplamente conhecidos como cambistas em eventos pagos que têm uma grande expectativa de público. A deputada solicitou ao colégio de líderes que a proposta seja tramitada a nível de urgência na Câmara.

Não faltam exemplos para demonstrar que as preocupações explicitadas acima procedem. O mais recente é o caso da venda de ingressos para shows de uma cantora internacional. […] Tenho uma filha de 11 anos em casa, e na escola dela não se fala em outra coisa. Recebi muitos pedidos para fazer algo a respeito e decidi apresentar um projeto.

Simone Marquetto (MDB-SP), deputada federal e vice-coordenadora da bancada paulista da Câmara dos Deputados reforçando seu ponto

Outros deputados na luta

Além da deputada paulista, outras medidas também foram tomadas por parlamentares. O deputado federal Pedro Aihara (Patriota-MG) apresentou um projeto de lei que criminaliza a venda de ingressos por valores superiores aos originais, além de estabelecer a tipificação do crime do chamado “cambismo digital“. Essa prática ocorre comumente em aplicativos e sites de revenda de ingressos, nos quais os cambistas inflacionam os preços. O projeto de lei busca combater essa conduta e garantir a proteção dos consumidores.

A deputada federal erika hilton (psol-sp) foi uma das primeiras pessoas públicas a falarem a respeito dos cambistas - especificamente no show da taylor swift. Imagem: portal famosos brasil
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) foi uma das primeiras pessoas públicas a falarem a respeito dos cambistas — especificamente no show da Taylor Swift. Imagem: Portal Famosos Brasil

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que foi uma das primeiras pessoas públicas a se manifestar sobre o assunto, comunicou através de suas redes sociais que enviou um ofício ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), solicitando uma investigação sobre as vendas de ingressos para os shows da cantora. A intenção da deputada é garantir que não haja práticas abusivas ou ilegais envolvendo a comercialização dos ingressos, protegendo assim os direitos dos consumidores.

Pedi que se amplie o escopo da investigação já existente, do show da RBD e Eventim, pra que incluam o show da Taylor Swift e a Ticket For Fun. Tudo isso fere os direitos do consumidor, e se já há uma investigação do MP ocorrendo sobre o tema, cabe sua ampliação.

Erika Hilton (PSOL-SP), deputada federal, em seu Twitter

Cambistas pegos pela polícia

Após receber diversas denúncias do público que aguardava nas filas, a Polícia Militar, Polícia Civil e também a Guarda Municipal de São Paulo realizaram uma operação conjunta para combater a atividade dos cambistas no Allianz Parque, estádio onde ocorrerão os shows na cidade e ponto de vendas dos ingressos físicos. A Operação Ingresso Limpo contou com a participação de 50 policiais civis e 25 viaturas, que abordaram aproximadamente 300 pessoas no local. O objetivo da operação era coibir a ação dos cambistas e garantir a segurança dos frequentadores do evento.

As autoridades acabaram por encaminhar 25 suspeitos à 1ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Infrações contra o Consumidor (DIICC). Após serem interrogados, os acusados foram liberados. Durante a ação, também foram apreendidos 20 cartões bancários e uma maquininha de cartão. As investigações continuam em andamento para identificar e responsabilizar os envolvidos nas práticas ilegais relacionadas à revenda de ingressos.

Ação da polícia no allianz parque, em são paulo, investigou e levou cambistas para a delegacia. Imagem: folha uol
Ação da polícia no Allianz Parque, em São Paulo, investigou e levou cambistas para a delegacia. Imagem: Folha UOL

O Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) também agiu ao emitir uma notificação à Tickets For Fun, empresa responsável pela organização dos shows de Taylor Swift no Brasil. O órgão destacou estar atento às possíveis irregularidades e afirmou estar trabalhando para garantir a proteção dos direitos dos consumidores.

Se você quer saber mais sobre o The Eras Tour, da Taylor Swift, não deixe de conferir nossa matéria completa sobre o assunto. As apresentações estão agendadas para os dias 18 e 19 no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, e nos dias 24, 25 e 26 de novembro no Allianz Parque, em São Paulo.

E você, o que achou do movimento dos deputados? Demorou para que algo legal fosse feito? Conta pra gente nos comentários!

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Revisado por Glauco Vital em 21/6/23.


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