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No final de 2019, vimos dois modelos de lâmpada LED inteligente aqui no Brasil: a Philips Hue Bluetooth, com uma versão já vendida meses antes no exterior, e a Positivo Smart Lâmpada, mais um investimento da linha smart da marca. Neste comparativo, colocamos ambos os produtos à prova e te contamos os diferenciais de cada para te ajudar a decidir qual delas combina mais com a sua casa, seu perfil e seu bolso.
Destaques da lâmpada LED inteligente Philips
A Philips Hue Bluetooth é uma lâmpada LED inteligente com alcance de 16 milhões de cores e 800 Lúmens, disponível na loja oficial por R$ 360. A conexão é feita direto com o app e o bluetooth do seu celular ou speaker integrado com assistente (como Google Home ou Amazon Echo).
O que tem sido conhecido como o grande destaque de toda a linha é o centro de gerenciamento chamado Hue Bridge. A fabricante chama de “o cérebro do sistema”, e não é por acaso: é possível sincronizar e controlar até 50 dispositivos em um único Bridge. Você conecta na tomada e à internet (via cabo) e os produtos inteligentes da Philips – incluindo até uma tomada – são reconhecidos.
Assim, é possível ligar suas luzes e programar rotinas mesmo quando não estiver em casa, já que a conexão dos equipamentos é feita via internet .
Outro diferencial é a conexão da Bridge ao sistema Razer Chroma e ao aplicativo Hue Sync: enquanto o primeiro torna as luzes responsivas a jogos, o Sync é próprio para sincronia de áudio e qualquer vídeo exibido na tela escolhida. Particularmente, por já ter presenciado e testado em outra oportunidade o poder de fitas de LED e lâmpadas bem distribuídas em um cômodo (respondendo a imagens), afirmo com tranquilidade que é algo quase tão imersivo quanto um bom sistema de áudio.
Grande parte das funções e personalizações da lâmpada LED inteligente, que a diferenciam absurdamente do modelo da Positivo, são exclusivas do Bridge. Ou seja, para a Hue “ter graça” de verdade, a central é essencial. Como é de se esperar, há um custo adicional: a última geração do produto pode ser encontrada por cerca de R$ 500 no site oficial.
Se você pensar que esse é apenas um dispositivo que funciona como interruptor, o preço é bastante salgado. Agora, se seu foco for investir em um kit de lâmpada LED inteligente, é uma excelente solução.
Destaques da Smart Lâmpada Wi-Fi da Positivo
Com fluxo luminoso de 806 Lúmens e também com alcance de 16 milhões de cores (virtualmente idêntica à concorrente), a Smart Lâmpada Wi-Fi da Positivo, apesar do nome bastante objetivo, deixa claro seu diferencial logo de cara: ela funciona via conexão direta com o seu roteador. E um detalhe é que ela pode ser encontrada por R$ 99,90 na loja oficial.
Se você possui uma rotina muito específica e gostaria que suas luzes fossem ligadas em um horário programado, a Smart Lâmpada pode fazer essa tarefa por você. Caso esteja a caminho de casa, é possível pedir para uma assistente (Google ou Alexa) ligar ou mudar a cor, e também há como perguntar se você esqueceu a luz da cozinha ligada, por exemplo.
A Positivo dispõe de três itens principais de sua linha de automação, sendo um smart plug (tomada), o controle remoto universal e a própria lâmpada LED inteligente. É possível encontrar os kits “casa conectada” e “casa eficiente“, com um desconto de aproximadamente 15% no preço cheio, o que compensa caso você queira criar uma casa inteligente sem pestanejar. O grande forte da linha inteligente da marca (Positivo Casa Inteligente), no entanto, são os dispositivos de segurança, como câmeras, alarmes e sensores.
Mesmo sem uma unificação de seu ambiente virtual (não há um hub único para controle de todos os “smarts“), um destaque é o fato de a própria lâmpada LED inteligente funcionar por conta própria via conexão Wi-Fi, sem a necessidade de um app terceiro, nem custo adicional. A conversa do seu celular ou speaker inteligente é 100% conectada direto com o produto.
Conexão e setup
Por já estar acostumado a um ambiente de casa inteligente graças ao Echo Dot da 3ª geração (obrigado Black Friday), minha experiência com as lâmpadas inteligentes foi apenas um pequeno passo. Sendo assim, todo o setup foi progredido junto à Alexa.
Mesmo que você não tenha um speaker como o Amazon Echo, ainda é possível baixar os aplicativos para iOS e Android e aproveitar sem custo extra. A única diferença de uso é sempre ter que ficar com o app aberto, porém, se você tiver um dispositivo Android, pode optar pelos atalhos fáceis do Google Assistente dizendo somente “Ok, Google”.
Começando pelo setup da Philips, dei de cara com o mini-manual físico (que é bem direto ao ponto) dando somente duas instruções: conecte a lâmpada no soquete e baixe o app. A partir disso, é de se supor que as outras instruções estarão no app, o que não é nenhum problema. A primeira intuição é baixar o aplicativo “Philips Hue”, certo? Pois ao abri-lo, vemos um pedido para parear ao Bridge – dispositivo terceiro, citado anteriormente, que eu não tenho.
Em vez disso, você precisa baixar o Philips Hue Bluetooth, que funciona sem Wi-Fi. Ou seja, a lâmpada LED inteligente é somente bluetooth até que você tenha o Bridge, e este sim possibilita o controle da lâmpada via Wi-Fi.
No modo de pareamento via Alexa, como sugerido pelo app, a frase “Alexa, descubra meus dispositivos” falhou. Para funcionar corretamente, precisei adicionar uma skill específica dentro da plataforma Alexa. Depois foi necessário o cadastro via site da Philips e adivinha: ele pediu (pela segunda vez) o pareamento com o Bridge. Após desligar a luz no interruptor, abri novamente o aplicativo, dei o comando para Alexa descobrir uma lâmpada LED inteligente e, aí sim, finalmente ela detectou. Pude controlar, então, a lâmpada por voz.
Já ao abrir o app da Positivo, de imediato há um prompt para colocar a senha do roteador, o que não é nenhum problema tratando da conexão da lâmpada LED inteligente. No login, foi necessário colar um código de verificação enviado para meu email – lembre-se deste detalhe.
Para sincronia, há um “gatilho” para ativá-la: desligar e ligar três vezes o interruptor. Ela pisca como se dissesse que está pronta para parear, como qualquer caixa de som bluetooth comum da última década. De primeira, o reconhecimento falhou, mesmo com uma barra de porcentagem sendo exibida (indo de 0 a 100%). Tentei mais duas vezes e aí sim o app conectou.
Ao tentar parear a Positivo dentro do app Alexa, tive a maior dor de cabeça de toda a experiência. Assim como na conexão da Hue, selecionei “adicionar lâmpada LED inteligente” e existem duas opções: abrir um app ou adicionar a skill “Smart Life”. Claramente, optei pelo caminho mais fácil (a skill) onde foi exigido o login via SMS, que não funcionou – dizia que meu número de celular não existia, mesmo inserindo variações do código de área. Tentei fazer login via Twitter e aparentemente meu nome de usuário não existe.
Após desistir da skill e ir pelo caminho mais longo, baixei o aplicativo terceiro que foi recomendado pela Alexa: um tal Tuya Smart. Para minha surpresa, recebi mais um código de verificação no meu e-mail. O processo de reconhecimento, pelo menos, é exatamente o mesmo do app da Positivo (ligar e desligar interruptor). Não por acaso, o Tuya redireciona de volta para a Positivo.
No fim das contas, tive quatro aplicativos abertos simultaneamente para uma única sincronia (Alexa, Positivo, Gmail e Tuya Smart). Só então o controle com a Alexa funcionou como planejado.
Em recomendação oficial da Positivo ao Showmetech, o head da Positivo Casa Inteligente, José Ricardo Tobias, indica o uso da própria skill da marca para controlar a lâmpada LED inteligente. Mesmo com a indicação de download do Tuya no período de nossos testes, basta seguir os 10 passos indicados pela skill Positivo Casa Inteligente no app da Alexa que o produto funcionará sem necessidade de baixar um aplicativo extra. “Nossa experiência de uso é centrada em nossos app e skill, e recomendamos utilizar toda a plataforma Positivo Casa Inteligente para a melhor experiência“, José afirma.
Aparência e personalização
Ao falarmos sobre aparência de ambas, vale ser detalhista antes de discutirmos a iluminação em si. A lâmpada LED inteligente da Philips possui um selo da Anatel e algumas linhas de texto ao redor de seu corpo e um QR Code, logo abaixo da lâmpada, o que é bem perceptível à luz do dia e é uma “denúncia” de haver algo de especial com a tal Hue. Do lado oposto, ainda temos o logo da Philips. A da Positivo exibe apenas um logo minimalista, padrão da linha Smart.
Sem conexão Wi-Fi ou bluetooth, elas funcionam como uma lâmpada branca normal. Não notei diferença de iluminação entre o “100% branco” de ambas. Nos dois casos, a mudança da cor do LED impacta também no quanto elas iluminarão, então o extremo dos espectros coloridos não chega nem perto do poder da luz branca. Isso é normal ao tratar de iluminação colorida de LED – fitas e periféricos de PC funcionam da mesma maneira.
Tratando dos aplicativos, há uma funcionalidade em comum chamada “cenas“. Aos que não estão familiarizados, é como se fosse a simulação de um ambiente pré-definido. Então ao selecionar algo como “fim de tarde em Paris”, indicado com uma miniatura em degradê roxo-rosa-laranja, as tais cores (em teoria) serão selecionadas com o objetivo de trazer essa atmosfera ao seu ambiente de lâmpada LED inteligente.
Na Hue, a personalização de cenas é mínima. Você só pode editar a cor/intensidade dos presets e renomeá-los. A Alexa se torna um hub, então você não precisa ficar com o bluetooth do celular 100% do tempo ligado – somente quando você for controlar via app da Philips, o que é completamente dispensável fora a configuração inicial.
Em pesquisas sobre a funcionalidade do Bridge, notei que a função de cenas só faz sentido caso você já tenha um ambiente com múltiplas lâmpadas. Do contrário, ao invés de a luz alterar as cores mostradas na miniatura, citando o exemplo de Paris com o roxo-rosa-laranja, só uma será exibida.
Na Positivo, as cenas funcionam (como era para ser!) e você pode até personalizá-las. Diferente da Hue, a Smart Lâmpada também lembra da última cor que você configurou, mesmo mudando de soquete e de internet – ou seja, mesmo mudando de cômodo ou de casa. Porém, caso abra o app após resetar o dispositivo, ele reconhece a cor anterior que você definiu nele próprio. Assim, para voltar a funcionar corretamente, você precisa selecionar a luz branca até ele reconhecer (e mudar a cor). Caso contrário, o sistema não reconhece.
É uma pena a configuração de cores dar um certo problema ao alterar as cores padrão. Vez ou outra, é possível ver que uma cor não foi configurada: por exemplo, deixei somente cores frias em transição suave e, repentinamente, um vermelho não programado piscava em intervalos curtos. Ao criar uma cena do zero, o mesmo problema não aconteceu.
Casa inteligente
Quer tornar sua casa inteligente? Um bom passo para começar é usar justamente uma lâmpada e um speaker. Como já dito, utilizei um Echo Dot para comunicação com as luzes. No aplicativo Alexa, por padrão, o comando da primeira lâmpada configurada é simplesmente “primeira lâmpada”. Para facilitar o comando de voz, renomeei uma delas para “lâmpada” e outra para “luz” e parti para os próximos testes.
O sistema reconhece a porcentagem de brilho e a cor, o que é bastante útil por não precisar trocar de app. É possível também criar uma rotina com a lâmpada. Ao chegar a noite, as luzes podem ser ligadas automaticamente. Da mesma forma, você pode programar para elas ligarem na cor laranja logo pela manhã, simulando o sol e dispensando um despertador (o que é ótimo caso você não tenha luz natural no seu quarto, logo cedo).
O curioso é que um comando sobrepõe o outro sem problemas, então quando você diz comandos de voz ou abre pelos aplicativo respectivo (Positivo ou Philips), a lâmpada reconhece de imediato e sincroniza todos os sistemas simultaneamente.
Tanto Positivo como Hue foram bem reconhecidas de imediato, após renomeadas. A Alexa só não consegue ativar lembretes em sincronia com as luzes. Por exemplo: você precisa adicionar manualmente uma rotina caso queira desligar a lâmpada em certo intervalo de tempo, ou se quiser que “todos os dias às 18h ela seja ligada, desligando 0h”. Não é possível, portanto, dizer “Alexa, ligar luz em 20 minutos”, pois ela ignora o tempo mencionado e ligará no mesmo segundo.
A assistente reconhece frases minimalistas como “lâmpada em 50%” e “lâmpada azul claro”. Se a luz estiver apagada, ao dar o comando de voz ela liga e executa a ação. Já um combo “lâmpada 50% na cor azul” não é reconhecido; você precisa dar dois comandos separados.
Tratando de conexão: não é segredo pra ninguém que a infraestrutura da internet brasileira não é das mais estáveis, como afirma um artigo da própria Abranet, e isso é principalmente notável aos gamers de jogos online – que, com certeza, têm na ponta da língua pelo menos uma experiência frustrante devido ao famoso “lag”. A internet pode ser bastante rápida sem problemas, mas, ao pensar em instalar aparelhos para tornar sua casa inteligente, a internet compartilhada pode ser um obstáculo.
Pensando que a comunicação é celular-lâmpada ou celular-assistente-lâmpada, qualquer interrupção no caminho é de notável delay. Por isso, uma lâmpada bluetooth pode ser uma melhor pedida, caso você não confie na atual estabilidade da sua rede. A comunicação direto com o celular é imediata, e ligar/desligar ou mudar a cor é instantâneo.
Ao trocar ambas de lugar e Wi-Fi (desconectar da assistente), a conexão com a Positivo foi deletada pela Alexa. Em contraste, a Philips não lembrou o nome do perfil, como também não lembrou da última configuração feita (luz amarela, 50%). Também houve um problema de conexão com a Positivo ao minimizar o aplicativo, já que a reconexão demora cerca de 10 segundos. Assim, a luz pisca na cor branca, mesmo quando configurada para um brilho/saturação específicos.
Na própria finalização de testes deste comparativo, ao verificar por uma última vez a luz da Positivo em um soquete diferente (na mesma casa, mesma internet), a conexão não funcionou. Ao tentar “esquecer” o dispositivo e reconectar via app, a conexão com a lâmpada falhou mais uma vez, mesmo que o aplicativo tenha entrado com sucesso no Wi-Fi. Horas depois, com o interruptor desligado neste intervalo, a reconexão finalmente aconteceu.
O mesmo erro de sincronia (prints de setup, exibidos em um dos itens anteriores desta publicação) apareceu ao abrir e fechar o aplicativo da Positivo mas, felizmente, a conexão com a Alexa ainda permaneceu. Logo, descobri que o problema estava com o aplicativo e não com o produto. Sem sombra de dúvidas e, ironicamente, o aplicativo menos optimizado para controle da lâmpada é o exclusivo/original – que falha um pouco na tarefa de ser “inteligente“.
E a longo prazo?
Com ambos os casos, uma das situações que mais me peguei fazendo é o simples ato de ligar as luzes no interruptor – assim que eu vou para o cômodo onde elas estão instaladas ou quando chego em casa, sem pensar. Para elas funcionarem, o interruptor deve estar ligado. Assim, quando a luz está apagada e você aperta o interruptor (querendo ligá-la) o circuito é fechado. Então basta clicar por uma segunda vez e as luzes se acendem na cor branca, com 100% de brilho, no “modo padrão” de ambas.
Se eu não tivesse um Amazon Echo, realmente sentiria falta de um interruptor que funcionasse com a função “smart“, pois imagine só ter que abrir um aplicativo e ativar as luzes toda vez que eu mudasse de um cômodo? Uma situação fora de cogitação, mesmo que eu já estivesse com o celular em mãos.
No caso, a Philips vende um interruptor por cerca de R$ 150, que pode ser desacoplado da base e virar um controle, como forma de solucionar este problema. Já com o aplicativo da Positivo, uma saída é programar uma rotina na aba “Agenda” para ligar e desligar as luzes, sem se preocupar em pegar sempre o celular.
Dessa forma, foi um “mal costume” aprendido neste período de testes: ao entrar no quarto, foi necessário falar em alto e bom tom “Alexa, acender lâmpada“. Para qualquer um na transição de casa normal para inteligente, e está acostumado a apertar interruptores (como é de se esperar!), realmente é um desafio passar por uma porta e se lembrar de ignorar o interruptor.
Como meu interruptor padrão de casa não possui dimmer, percebi como o ajuste da porcentagem de iluminação (0-100%) é extremamente útil, principalmente ao tratar da iluminação no quarto – para leitura à noite, a luz alaranjada em 50% é perfeita. Outra situação é, ao precisar ver algo em detalhes ou fotografar um objeto em ambiente interno, a mudança de luz amarela para branca se tornou um conforto que, ao acostumar, torna-se necessário.
Veredito final
Levando em consideração toda a experiência de setup e meu uso na rotina, a Philips levou a melhor. O Bridge torna-se dispensável com o Amazon Echo, mas lâmpadas e outros dispositivos adicionais (como o dimmer) para integrar em um único ambiente virtual soam como uma ideia bastante atraente.
Assim, escolha a Philips Hue Bluetooth se você: estiver pronto para investir em uma central conectada de casa inteligente; já tiver um speaker com assistente pessoal ou se preferir bancar um controle remoto com dimmer e não precisar se importar com seu celular.
Escolha a Positivo Lâmpada Smart se você: quiser um produto mais em conta; confiar na estabilidade do seu Wi-Fi e quiser somente uma linha de produtos inteligentes conectados em casa (podendo, neste caso, ser múltiplas lâmpadas em vários cômodos).
Conte para nós: qual destes modelos de lâmpada LED inteligente irá melhorar a iluminação da sua casa?
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