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Caso você tenha percebido uma semelhança entre a canção “Million Years Ago“, de Adele, e “Mulheres“, de Martinho da Vila, é porque elas realmente se parecem. Após Toninho Geraes, compositor de “Mulheres“, entrar na Justiça para solicitar o pedido de revisão de plágio, a música terá que ser removida dos serviços de streaming, além de não poder mais ser reproduzida (na internet e fora dela). Entenda os detalhes dessa história.
A decisão da Justiça
No último dia 17 de dezembro de 2024, o mundo da música internacional foi impactado por uma notícia um tanto curiosa: a 6ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro proibiu a cantora Adele e seu time de gerenciamento de carreira de reproduzir, editar, distribuir ou comercializar a música “Million Years Ago” em todo o mundo.
O motivo é que o juiz decidiu que a canção foi criada a partir da canção “Mulheres“, lançada em 1995 por Martinho da Vila. A intenção do compositor Toninho Geraes nunca foi remover a música das plataformas, mas sim que ele fosse creditado na composição lançada no álbum “25”, de Adele, em 2015.
Este é um processo bem comum em casos de plágio de músicas: quando constatado que realmente houve uma cópia, o melhor caminho é creditar os compositores da canção original, já que o trabalho deles foi usado como base para criar uma nova canção.
Mas, ao entrar em contato com a própria Adele e com um compositor que trabalha com ela desde 2021, nenhuma resposta foi dada. Geraes entrou na Justiça com provas de que realmente houve o plágio. Após uma análise, em que as duas canções foram cantadas pela mesma intérprete, a decisão foi tomada a favor do compositor brasileiro.
Começo a sentir o gosto de justiça. Porque fica parecendo que o nosso país, nossos músicos e nossas obras estão à mercê de qualquer um para chegar e fazer bagunça. A gente é um país sério. Então, a nossa Justiça é séria. Eu acredito que o primeiro passo foi a decisão agora da Justiça.
Toninho Geraes sobre a plágio de Adele.
Impacto nos serviços de streaming
A decisão da Justiça do RJ determina que a música “Million Years Ago” seja removida de todos os serviços de música de streaming como Spotify, Apple Music, Amazon, YouTube e mais. Sem um acordo entre as partes, não houve a inserção de Toninho Geraes na composição, e, agora, equipe de Adele pode ser multada caso tente utilizar, reproduzir, editar, distribuir ou comercializar a música.
Caso a decisão não seja cumprida, uma multa diária de R$ 50 mil será aplicada às plataformas. A regra vale a partir do momento que os serviços de streaming musical receberem a notificação e, até o fechamento desta matéria, “Million Years Ago“ ainda podia ser reproduzida no Spotify, contando com mais de 223 milhões de reproduções.
Compare as músicas
O processo de definir se houve um plágio ou não é bem complexo, até porque há a possibilidade coincidência. O vídeo no YouTube abaixo coloca as duas músicas para tocar como se fossem uma só e a semelhança é grande, mesmo para pessoas que não são especialistas. Ouça:
A gravadora de Adele ou de Martinho da Vila não se pronunciaram sobre o caso, mas agora é o momento de esperar que a canção da cantora seja removida de toda a internet.
Embora essa seja a sensação que a gente tenha, tecnicamente, essa coincidência exata de ser igualzinho, não é igualzinho. A prova técnica teria que realmente descer ao detalhe. Então, é muito difícil. É por isso que se busca, na maior parte das vezes, um acordo que indeniza aquele que se sente prejudicado e que não tire as obras de circulação.
Henrique Cazes, músico, produtor musical e pesquisador
Enquanto isso, diga pra gente nos comentários: você acredita que realmente houve plágio por parte de Adele e Greg Kurstin, composistores creditados em “Million Years Ago”?
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Com informações: G1
Revisão feita por Jaime Ninice em 17/12/2024
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