Jogos mais rentáveis da App Store estão em queda livre

Não é raro ouvirmos histórias de sucesso relacionadas a jogos para celulares. Títulos como Pokémon Go, Super Mario Run e Clash Royale arrecadam milhões de dólares todos os meses e fazem brilhar os olhos de desenvolvedores que planejam entrar nesse mercado.

Porém, o segmento de games mobile não é para amadores. É cada vez mais difícil um jogo se destacar na multidão de ícones. Chegar ao Top 10 de games mais baixados, angariar milhões de dólares e se manter no topo é praticamente impossível. É o que mostra o relatório da Sensor Tower, empresa de análise de dados.

A companhia analisou a receita dos 10 jogos mais rentáveis de 2016. Vale salientar que os dados foram baseados nas compras in-app, excluindo receitas oriundas de propagandas ou outros meios.

Além disso, só foram incluídos jogos que tiveram faturamento de no mínimo US$ 10 milhões em um único mês. A conclusão foi óbvia: todos os principais games do mercado mobile estão em queda livre. Pelo menos no quesito faturamento. Veja o gráfico abaixo:

A derrocada do faturamento dos jogos mobile

Dos 5 jogos que aparecem no gráfico, apenas Clash Royale conseguiu dar a volta por cima, a despeito de sua queda brusca nos primeiros seis meses de vida. Em seu primeiro mês ele arrecadou quase US$ 50 milhões e viu sua receita cair para abaixo dos US$ 10 milhões em seis meses. A partir daí os desenvolvedores encontraram uma maneira de voltar a arrecadar. E hoje eles faturam cerca de US$ 40 milhões e ocupam a primeira colocação em diversas lojas, incluindo a brasileira.

O mesmo não aconteceu com o badaladíssimo jogo da Niantic, Pokémon GO. Em seu lançamento ele arrecadou impressionantes US$ 50,6 milhões. Com o passar dos meses a empolgação dos treinadores foi diminuindo, assim como o faturamento. Hoje a empresa arrecada pouco menos de US$ 15 milhões por mês.

Mas poderia ser pior. Super Mario Run que o diga. O primeiro jogo oficial da Nintendo com o Mario a ser lançado em dispositivos móveis teve seu anuncio feito com toda pompa e circustância e foi baixado milhares de vezes. No primeiro mês o faturamento ultrapassou os US$ 20 milhões. Mas passados apenas três meses o jogo sofreu uma queda brusca e tem um faturamento pífio, comparado aos outros jogos de renome. Atualmente, o título aparece na 169º posição na App Store americana e 64º na brasileira.

Por falar no mercado brasileiro, infelizmente não dispomos de dados estatísticos para embasar nossas opiniões. Mas, consultando a lista de jogos mais rentáveis, fornecidas pela própria App Store, podemos concluir que a situação não é muito diferente. Embora não seja tão alarmante quanto a situação na terra do Tio Sam. Apenas jogos de grandes produtoras conseguem se manter no topo por algum tempo e, mesmo assim, logo são substituídos por outros.

O que isso significa?

Isso mostra que se você é um desenvolvedor de jogos independente, não espere ficar rico com o seu joguinho. Tirando casos como Flappy Bird e Tiny Wings (recomendo fortemente), onde um único cara conseguiu fazer um jogo que conquistasse milhões de jogadores e ganhar dinheiro de verdade com ele, é quase impossível títulos de empresas menores se sobressaírem. Além disso, tais dados revelam quais modelos de negócio dão certo e quais dão prejuízo.

Por exemplo, Super Mario Run possui uma única compra disponível no jogo. Porém ela é bem cara. Isso desestimula os jogadores a pagarem pela compra in-app. Por outro lado, jogos que oferecem várias compras menores e baratas, como Pokémon Go e Clash Royale, podem incentivar o jogador a gastar mais (um pouco de cada vez) e por mais tempo.

Outro fator que tem mostrado dar certo entre os gamers são os eventos sazonais. Eles fazem mais pessoas voltarem a jogar e também a gastarem mais dinheiro com o game. No jogo da Niantic, por exemplo, o evento de Páscoa fez com que muitos jogadores gastassem dinheiro real comprando incubadoras para chocar seus ovos virtuais.