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Com um preço indicado de R$ 949, o Moto E4 Plus é mais um dispositivo da Lenovo disposto a atrair o público brasileiro. Caso você não saiba, o gadget foi lançado há algumas semanas por aqui, junto da versão padrão do Moto E4 e o Moto C Plus – o novo modelo de entrada da fabricante no Brasil.
Após a introdução da linha C no mercado nacional, os aparelhos da linha E subiram de nível, com a versão ‘Plus’ ficando ainda mais sofisticada – em comparação com a linha Moto G, que está um pouco acima nos preços e especificações, o E4 Plus apresenta tela e bateria maiores, mesmo mantendo um preço notavelmente mais baixo.
Poucos dias depois do lançamento do aparelho, tivemos a chance de passar alguns dias com o Moto E4 Plus – como em todo teste desse tipo, boa parte das experiências se mostraram agradáveis; outras, em contrapartida, foram limitadas por causa do preço e do público a quem o smartphone se destina.
Considerando o mercado do Moto E4 Plus no Brasil, fizemos uma análise completa de como ele se sai na briga, mais do que ampla, dos intermediários nacionais. Confira:
Design
Sendo a primeira coisa que se nota no Moto E4 Plus, o design é um dos seus pontos fortes. Comparado aos outros modelos da mesma faixa de preço, ele apresenta um acabamento de muita qualidade; é feito em alumínio, plástico e vidro.
Somando tudo isso ao peso (145g) e ao tamanho do dispositivo (155 x 77.5 x 9.6mm), o Moto E4 Plus acaba sendo bem sólido na mão. A leve curvatura da tampa traseira também deixa ele confortável de usar, mas é preciso lembrar que estamos falando de um aparelho com 5,5 polegadas de tela.
E por falar na tela, este é outro item que também não passa despercebido: a frente é dominada por um painel IPS, com o leitor de impressões digitais localizado logo abaixo; mais acima é possível ver a câmera frontal de 5MP, um flash LED para selfies, o alto-falante para chamadas, os sensores de luz ambiente e proximidade, além de é claro, o logotipo da linha Moto.
A parte de trás continua fiel ao que foi visto nas linhas G e Z de 2017. A tampa traseira envolve as laterais, dando uma impressão de acabamento em peça única, o chamado ‘unibody‘. A câmera principal não tem relevos, mas ainda assim, pelo que pude notar, fica desprotegida quando colocamos o aparelho sobre alguma superfície.
Fora isso, o posicionamento dos itens também é o padrão da Motorola: os botões power e volume estão na lateral direita – já a porta micro-USB, o microfone para chamadas e o alto-falante principal se localizam na região inferior. O conector de 3.5mm, para fones de ouvido, é a única coisa que está acima.
Ainda no quesito construção, a tampa traseira é removível e esconde os slots para cartões microSD, SIM1 e SIM2. É importante ressaltar que esses espaços são individuais, ou seja, você não precisa optar entre ter um segundo chip ou o cartão de memória. Ponto para a Motorola!
No que diz respeito às cores, as opções disponíveis, Ouro (dourado), Titanium (Cinza) e Azul Safira (Azul Marinho), têm um acabamento bem agradável ao toque. A pintura traseira tem um efeito ‘frost‘ – o que reduz, mas não impede, a visibilidade das eventuais marcas de dedo.
O requinte do acabamento fica por parte das extremidades das regiões traseira e frontal: apesar de serem feitas em plástico, a moldura do display e as antenas são bem acabadas, imitam o metal com facilidade.
Tela
A tela do Moto E4 Plus é um dos seus principais atrativos. O display é IPS e tem 5,5 polegadas, com resolução HD (1280 x 720p). Quem olha os números logo vê que a relação entre definição e tamanho não é a ideal, mas os 267 pixels por polegada são mais do que suficientes para uma exibição agradável – considerando o preço e o mercado do qual estamos falando.
Mesmo ao diminuir os elementos do sistema, como as fontes e os ícones, a legibilidade continua sendo satisfatória. Porém, o grande destaque do display vai mesmo para o tamanho: em comparação com o J5 Prime, da Samsung, o E4 Plus tem uma tela maior e que não perde tanto em definição.
A nomenclatura IPS não deve enganar quem deseja comprar o E4 Plus. Por mais que a tela tire vantagens dessa tecnologia, o aparelho se trata de um intermediário abaixo dos R$ 1000. No quesito cores e saturação, o display tende a exibir tons mais quentes – isso é perceptível assim que se pega o aparelho, mas, ainda assim, se trata de uma questão de calibração e não de qualidade; às vezes, até mesmo os modelos topo de linha têm telas assim.
Outro aspecto importante das cores é que, embora o display ofereça uma saturação normal e com menos contraste, é possível habilitar o modo ‘Intensidade‘ nas configurações de tela. Com esta opção ativada, os tons em laranja e vermelho ficam muito mais bonitos – o mesmo efeito ocorre nas cores verde e azul, mas elas não ‘pulam da tela’ como faz o vermelho.
O display é um dos componentes mais caros na hora de produzir um smartphone, sendo assim, é compreensível que a Motorola tenha economizado neste componente. Até o então momento, falamos de defeitos que, embora existam, também estão presentes nos aparelhos concorrentes; é importante que você saiba da existência desses detalhes, mas, sobretudo, entenda que coisas do gênero existirão noutros modelos.
A única crítica real a ser feita no quesito tela diz respeito ao brilho, que está abaixo do esperado para um aparelho deste tamanho. Em ambientes internos, a luminosidade do display acaba sendo agradável, mas não espere um desempenho parecido com o dispositivo sob o sol.
Em suma, o smartphone é capaz de exibir imagens bonitas, mas poderia lidar melhor com ambientes externos.
Por fim, vale falar que a Motorola caprichou no acabamento externo da tela do Moto E4 Plus. O vidro frontal traz a proteção Gorilla Glass 3, cobertura anti-gordura e extremidades 2.5D.
Esse último efeito faz com que o vidro tenha cantos arredondados; além de deixar o smartphone mais bonito, faz com que os encaixes entre a tela e o restante do aparelho sejam mais precisos.
Áudio
Aparelhos como o Moto E4 Plus não costumam dar tanto foco para o áudio, contudo, o dispositivo não apresenta uma experiência desagradável – apenas condizente com sua faixa de preço.
O som emitido pelo alto-falante é claro, alto e apresenta bons agudos, mas a falta de profundidade nos graves é perceptível. O software Dolby Atmos, presente por padrão no smartphone, traz melhorias louváveis para o som, mas nem ele tira a sensação de música ‘plana‘ que o aparelho reproduz.
Por outro lado, ouvir música com os fones do E4 Plus acaba sendo muito mais agradável do que em alguns concorrentes da mesma faixa de preço. O acessório, por si só, aparenta ser de muita qualidade – tem fios anti-enrolamento e é intra-auricular.
Também é nos fones que o Dolby Atmos faz a sua maior mágica: tê-lo habilitado é garantia de sons mais altos, com menos distorção e, diferentemente do caso do alto-falante, com graves muito melhores – vale lembrar que, além das borracha de tamanho médio, que vêm no próprio acessório, há mais dois pares inclusos na caixa, nos tamanhos grande e pequeno.
Hardware
Contando com um processador quad-core de até 1.3GHz, o modelo 6735, da MediaTek, o Moto E4 Plus não faz feio no uso de múltiplos aplicativos. Graças ao software bastante enxuto da Motorola, os 2GB de RAM também são mais do que suficientes para uma experiência agradável.
Contudo, embora a CPU não apresente grandes problemas na execução de tarefas, é nos gráficos que o usuário encontrará suas maiores dificuldades: o smarphone reproduz imagens 2D de forma satisfatória, mas até mesmo em visuais 3D mais simples, sem muitos elementos ou efeitos, o dispositivo engasga e demonstra se esforçar demais para exibir os movimentos com alguma fluidez.
É claro que não esperamos uma performance similar a de aparelhos superiores, mas é provável que a Adreno 505, comum em aparelhos de mesmo preço, se saia bem melhor nas jogatinas. Sendo assim, apesar do bom desempenho com aplicativos e tarefas, o Moto E4 Plus não é um dispositivo para jogos 3D, definitivamente.
No que diz respeito aos outros componentes do hardware, o aparelho se mostra em dia com os concorrentes, trazendo itens importantes como o Bluetooth 4.2, GPS com A-GPS e GLONASS, Wi-Fi b/g/n, suporte a cartões microSD de até 128GB, Rádio FM e acelerômetro, além de sensor de luminosidade e proximidade.
A memória interna é limitada aos 16GB, abaixo dos 32GB de concorrentes como o J5 Prime e o próprio Moto G5, da mesma fabricante.
Software
Assim como se espera de todo Motorola, o Android visto no E4 Plus é o mais enxuto possível, apresentando uma experiência pura, leve e, ainda assim, completa. As poucas modificações da fabricante consistiram em alterar os ícones do sistema, o software de câmera e incluir alguns recursos, como o já citado Dolby Atmos e o aplicativo da empresa, o ‘Moto‘.
É justamente essa ‘leveza’ que permite ao aparelho executar tantas tarefas ao mesmo tempo e sem sofrer constantemente com engasgos ou congelamentos. No geral, a experiência de uso no Moto E4 Plus é fluida, o novíssimo Nougat 7.1.1 é utilizado de forma inteligente pelo processador – foram pouquíssimas as vezes em que o dispositivo apresentou dificuldades na hora de alternar entre aplicativos.
Devido ao seu preço e posicionamento no mercado, o E4 Plus não é um ‘raio’ em termos de velocidade, mas apresenta um bom desempenho ao executar aplicativos; a resposta aos comandos do usuário acontece de forma bem ágil por parte do software – isso prova que uma boa integração entre processador e sistema vale mais do que especificações exorbitantes.
Os recursos de sistema inseridos pela Lenovo se limitam ao ‘Moto‘, o aplicativo que citamos nos parágrafos anteriores. Por meio dele, é possível habilitar as seguintes funcionalidades:
- Tela Noturna: a tela se ajusta automaticamente para os tons mais quentes em horários noturnos, evitando que a luz azul do display impeça a produção de neurotransmissores do sono. É um ‘filtro de luz azul’ integrado ao sistema;
- Moto Tela: as notificações aparecem de forma discreta na tela de bloqueio, lembra o recurso presente na antiga linha Moto X, mas devido ao painel IPS utilizado no Moto E4 Plus, não economiza bateria. O aparelho também detecta quando o usuário pega o smartphone na mão, ligando o display automaticamente.
- Navegação em um toque: permite utilizar o leitor de impressões digitais como uma espécie de trackpad. Ele reconhecerá gestos do usuário para substituir as teclas voltar, home e multitarefas;
- Deslize para reduzir a tela: auxilia o uso do dispositivo com uma mão só. Reduz a tela a aproximadamente um quarto de seu tamanho, permitindo que até mesmo as mãos menores alcancem a barra de notificações, por exemplo.
Quem sai de um aparelho doutra marca, como um Samsung ou LG, pode sentir a falta de outros recursos nativos e que podem estar ausentes no Moto E4 Plus. Independentemente disso, é preciso lembrar que, assim como é em todos os outros aparelhos da marca, até mesmo nos mais caros, o objetivo aqui é entregar uma experiência pura e, sobretudo, rápida.
Leitor biométrico
Apesar dos leitores de impressões digitais já não serem novidade há muito tempo, é a primeira vez que dispositivos tão acessíveis apresentam um recurso como este. Aqui, a biometria serve para mais que tornar o aparelho mais prático e seguro de se desbloquear, ela adiciona requinte e usabilidade ao Moto E4 Plus.
Além do desbloqueio ser rápido, é possível acordar o dispositivo apenas ao tocar no sensor, ou seja, não é necessário que você pressione algum botão para então usar a biometria. Outra função conveniente é a possibilidade de desligar a tela ao pressionar o sensor com o aparelho em funcionamento. No fim das contas, o leitor biométrico substitui a tecla Liga/Desliga completamente.
Uma das funções do já citado Moto app permite usar o sensor como um tipo de trackpad. Ativando este recurso, as teclas voltar, home e multitarefas somem da tela e têm suas funções controladas por gestos correspondentes no leitor biométrico. Bacana não é?
Câmera
Assim como se espera de qualquer dispositivo de entrada, a câmera de 13MP (f/2.0) do Moto E4 Plus não é capaz de produzir imagens milagrosas, ainda mais sob condições adversas. No entanto, é preciso reconhecer que o sensor faz um bom trabalho em ambientes bem iluminados.
Em fotos tiradas sob o sol, o dispositivo aparentou lidar bem com as diferentes nuances da luz – essa característica, chamada de ‘Alto Alcance Dinâmico’, ou ‘HDR‘, para os íntimos, é quem dita se a câmera captura os vários níveis de contraste, brilho e saturação presentes numa cena.
O foco da maioria das câmeras de smartphone também é feito utilizando o contraste das imagens, ou seja, em ambientes claros, o E4 Plus faz fotos bonitas, com níveis de saturação equilibrados e de maneira satisfatoriamente rápida. O modo HDR potencializa estes efeitos e, ao contrário do que fazem os outros smartphones desta mesma faixa de preço, não explode tanto as cores.
Em ambientes mais escuros, a câmera não trará grandes surpresas, é possível notar ruídos nas imagens e uma grande perde de definição. De toda forma, nem mesmo os dispositivos topo de linha estão livres de apresentar problemas assim; se o compararmos com outros modelos da sua faixa de preço, o E4 Plus tira fotos noturnas de maneira razoável, assim como quaisquer concorrentes.
Confira a capacidade da câmera traseira em fotos:
Contrariando a câmera traseira, o sensor frontal entrega fotos com baixa definição e pouco realismo nas cores, até mesmo com muita luz disponível. É claro que, por se tratar de um dispositivo de entrada, não é possível exigir muito, porém, é a própria Motorola quem eleva as expectativas ao ressaltar os 5MP (f/2.2) e o flash LED da câmera frontal.
Assim como vários aparelhos atuais, o Moto E4 Plus tem filtros que prometem suavizar a aparência de quem tira selfies – a grande desvantagem desse recurso está na perda de nitidez das fotos, que é grande; em ambientes escuros, capturar imagens com o filtro ativado resultará em imagens que mais parecem pinturas. Dava pra Motorola ter caprichado um pouco mais neste sensor.
Software de câmera
Seguindo o padrão do restante do software, o aplicativo da câmera também é simples, permitindo poucos ajustes manuais. O usuário tem as opções de timer, flash, filtro embelezador para selfies e o modo HDR – com este último desativado, é possível controlar manualmente o nível de exposição da câmera, mas os melhores resultados são feitos pelo modo automático.
No departamento de vídeo, o HD (720p) é a maior resolução suportada pelo E4 Plus. Nem é preciso dizer que o aparelho está abaixo da média neste quesito, além disso, o número de frames por segundo é fixado em 30 – o que realmente poderia ser melhor.
Bateria
É perceptível que, assim como a tela, a bateria do E4 Plus é um dos seus maiores atrativos: a enorme capacidade de 5.000mAh permite que o aparelho faça tudo ‘com o pé nas costas’ e chegue ao fim do dia com mais de 40% de energia, um número simplesmente fantástico.
Em usos regulares, mesmo com o 4G ativado todo o tempo, é possível atingir até 2 dias inteiros sem ter de ligar o aparelho na tomada. Durante os testes, tive a oportunidade de jogar, assistir filmes no Netflix, navegar nas redes sociais e ouvir música por horas. Em suma, é preciso muita força de vontade para esgotar o aparelho em apenas 24 horas.
É interessante observar que nem tudo se deve exclusivamente à capacidade energética: o hardware, muito econômico, também faz o seu papel. Como o aparelho não suporta jogos mais sofisticados, é difícil encontrar um uso que realmente drene energia. O componente que mais consome bateria acaba sendo a tela – ainda assim, pude utilizá-la com o brilho máximo sem quaisquer problemas.
Assim como a bateria, o carregador de parede incluso na caixa também merece elogios: é incrível como a Lenovo tem popularizado os carregadores rápidos, até mesmo num intermediário simples como o Moto E4 Plus. A bateria do dispositivo vai de 0 a 100% em aproximadamente 2 horas e 50 minutos – e estamos falando de 5.000mAh.
Conclusão
Passar estas duas semanas com o Moto E4 Plus foi ótima experiência. Particularmente falando, recebi o aparelho me perguntando o ‘por que‘ de sua existência – visto que, mesmo com alguns meses de lançado, o próprio Moto G5 traz uma proposta parecida e por um preço também similar.
Saio destas duas semanas com um entendimento diferente sobre o modelo. O Moto E4 Plus capricha em pontos muito valorizados pelos brasileiros: o design, a tela e a bateria. Há setores que precisaram de ‘cortes’, como as câmeras, porém, fica claro que este não é o foco do lançamento – a Lenovo quis preencher uma brecha pouco explorada; seja pela própria empresa, seja pelas concorrentes.
Galeria de imagens:
Até o então momento, o Moto E4 Plus tem características únicas em sua categoria. É provável que, apesar do desempenho gráfico abaixo da média, até mesmo para o seu preço, aqueles que procuram uma tela grande, um bom design e, principalmente, uma bateria de respeito, fiquem muito felizes com o novo aparelho.
Só faltou um USB Tipo-C para o dispositivo servir até de powerbank para outros smartphones.
Especificações técnicas
SIM | Dual-SIM |
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Tipo de Tela | 5,5″ IPS |
CPU e GPU | Quad-core (MT6735) de até 1.3GHz; GPU Mali-T720 |
SO | Android 7.1.1 Nougat |
RAM | 2 GB |
Armazenamento | 16 GB |
Resolução da Tela | 1280 x 720p |
Câmera | 13 MP com aberutra f/2.0; flash LED único; HDR |
Câmera Frontal | 5 MP com flash LED |
Wi-Fi | 802.11 B/G/N |
GPS | GPS, A-GPS, GLONASS |
Cartão Memória | MicroSD até 128GB (slot dedicado) |
Áudio | Alto-falante único; Dolby Atmos |
Saídas | Micro USB 2.0; P2 (3.5mm) para fones de ouvido |
Bateria | 5000 mAh |
Rádio | Rádio FM |
Garantia | 12 meses |
Peso do Produto | 198g |
Dimensões | 155 x 77.5 x 9.6mm |
Cores | Cinza Titaninum, Azul Safira e Ouro |
4G | LTE Cat4 de até 150 Mbps |
Proteção da Tela | Gorila Glass 3 e cobertura oleofóbica |
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