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Dois ex-executivos da Amazon preveem mudanças no gerenciamento de equipes no pós-pandemia. Colin Bryar e Bill Carr trabalharam na big tech por mais de uma década e esperam que duas práticas de gestão sejam deixadas de lado pelas corporações: as contratações baseadas em sentimentos e o uso indiscriminado de apresentações — ou PowerPoint — durante reuniões.
Como essas duas práticas de gestão são usadas atualmente?
O uso demasiado de PowerPoint nas reuniões vem sendo bastante criticado há algum tempo. Mas durante o trabalho remoto, a solução se mostrou ainda menos eficaz e prática. Afinal, nas videochamadas “é quase impossível” apresentar os conteúdos dos slides e mensurar a reação dos participantes.
No caso das contratações, muitas empresas ainda se baseiam no “instinto ou sentimento” na hora de contratar um novo colaborador. A crítica de Colin Bryar e Bill Carr em relação ao modelo atual de contratação é que ele pode induzir preconceitos, já que “os humanos são programados para gostar de pessoas que são como eles”.
Os ex-executivos destacaram ainda que quando as empresas retomarem suas jornadas habituais de trabalho, pode ser difícil convencer os candidatos a comparecer em entrevistas presenciais. E, de acordo com Bryar e Carr, conseguir “ter uma percepção real das pessoas por meio de uma videoconferência não é uma tarefa fácil”.
Quais mudanças no gerenciamento de equipes são esperadas pós-pandemia?
Colin Bryar e Bill Carr são autores do livro “Working Backwards: Insights, histórias e segredos da Amazon”. Para eles, as experiências que tiveram na gigante do varejo eletrônico podem auxiliar as empresas que desejam fazer mudanças no gerenciamento de equipes.
Os autores destacam que o uso do PowerPoint nas apresentações foi proibido na Amazon desde 2004. A alternativa encontrada pela big tech para substituir o programa foi apostar em narrativas ao estilo storytelling, ou seja, capazes de transmitir as informações e envolver os leitores. Desde então, as equipes responsáveis por conduzir as reuniões precisam criar narrativas concisas, com no máximo seis páginas, e com as informações mais relevantes sobre o assunto que será abordado.
No caso das contratações, a solução encontrada pela Amazon para parar de usar julgamentos pessoais e o instinto durante os processos de recrutamento foi se basear na coleta de dados estruturados. Na prática, o time de contratação da empresa definiu parâmetros de comportamentos que os futuros funcionários precisam ter. Ao final de cada rodada, os entrevistadores se reúnem e fazem um resumo geral de cada participante.
Além disso, ao invés de se basearem em comportamentos futuros, ou seja, perguntar aos candidatos o que eles fariam em uma determinada situação que poderia acontecer, os entrevistadores começaram a focar em obter informações a partir de decisões do passado. Levando em consideração como os candidatos agiram em situações específicas de empregos anteriores.
Os autores destacam que a pandemia de COVID-19 reforçou a necessidade de fazer mudanças no gerenciamento de equipes. Mas muitas dessas mudanças vieram para ficar, afinal, funcionários e empresas de diversos países, incluindo Brasil, são favoráveis à adoção do trabalho híbrido pós-pandemia. E para Colin Bryar e Bill Carr, as práticas de gestão usadas na Amazon podem auxiliar essas empresas a definir práticas de gestão mais eficientes.
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Fonte: Business Insider
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